Categorias
Uncategorized

Mundo político acredita que tem algo muito mais grave a ser revelado sobre o clã Bolsonaro, diz Mônica Bergamo

Ataques intensos do presidente e seu clã têm sido feitos tanto em conversas privadas quanto em público.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, várias autoridades tem a convicção de que algo grave, e que ainda não é público, ocorre e já é do conhecimento dos Bolsonaros, tamanha é a inquietação entre eles.

A intensidade dos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), reforçou a desconfiança generalizada de autoridades sobre a postura agressiva do presidente e de sua família.

Bolsonaro insiste na tese de que Witzel usa a máquina investigativa do Rio para tentar envolver sua família em escândalos. Os ataques do presidente e seu clã têm sido feitos tanto em conversas privadas quanto em público.

O tom dos Bolsonaros tem subido há alguns dias, chegando a falar de saídas autoritárias para uma hipótese de “radicalização da esquerda” que nenhum outro grupo político aponta no horizonte.

 

 

*Com informações da Forum

Categorias
Uncategorized

Promotora bolsonarista é pressionada a se afastar também do grupo que combate crime organizado

Depois do afastamento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco, membros do Ministério Público avaliam que ela também deveria deixar de integrar o Gaeco, que investiga casos de corrupção.

O afastamento da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes foi recebida com um certo alívio pelos integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, agora ela estaria sendo pressionada a deixar o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga casos de corrupção.

O afastamento da promotora do caso Marielle aconteceu logo após a divulgação das imagens em que aparecia fazendo campanha para Jair Bolsonaro ela teria sido ‘avisada de que, se não saísse, seria “saída”’.

Ainda segundo a reportagem, “novas conexões políticas reveladas em grupos de promotores nesta sexta (1º) ampliaram o desconforto”. Dentre as novas revelações estariam novas fotos onde a promotora aparece posando para fotos junto ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em eventos sociais.

 

 

*Com informações do 247

Categorias
Uncategorized

Leandro Fortes: A Balada do Porteiro

Leandro Fortes: Então, foi assim.

Em 14 de março de 2018, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, simplesmente, enlouqueceu. Decidiu, do nada, fazer anotações aleatórias num livro de registro da portaria para, pela ordem:

1) Inventar que um miliciano, Élcio Queiroz, prestes a assassinar Marielle Franco e Anderson Gomes, teria pedido para ir à casa 58;

2) Inventar que o dono da casa 58, Jair Bolsonaro, teria autorizado a entrada do miliciano;

3) Inventar que reparou, pelas câmeras de segurança, que o miliciano estava indo para a casa de outro miliciano;

4) ) Inventar que o dono da casa 58, avisado do desvio, teria dito que tudo bem, sabia para onde o carro estava indo: a casa 65, do sargento de milícias Ronnie Lessa, o outro assassino, ainda foragido.

Tudo isso em 14 de março, horas antes do duplo assassinato, meses antes de Bolsonaro ser eleito presidente da República. Louco, o porteiro previu que, fazendo essas anotações e, mais tarde, as confirmando em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, seria inevitável a queda do presidente.

Estranhamente, depôs já sabendo que, ao narrar esta história, estava mexendo com milicianos assassinos e com uma família intrinsecamente ligada às milícias, a partir do gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio, quando deputado estadual.

Bolsonaro sabia, desde 9 de outubro, por uma inconfidência – criminosa, diga-se de passagem – do governador Wilson Witzel, do depoimento do porteiro e do encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal.

Portanto, aquele teatro na madrugada saudita, aquela indignação apoplética, foi encenação pura. Uma cena pateticamente programada.

Além disso, ele, os filhos e a turma de milicianos ligada à família tiveram quase 20 dias para fazer e acontecer com os registros do condomínio e conseguir, da forma vergonhosa que conseguiram, que o Ministério Público decidisse, sem perícia e sem decência, que o porteiro estava mentindo.

Desculpem, só sendo idiota ou muito ingênuo para achar que um porteiro, em 14 de março do ano passado, iria anotar com precisão as placas de carro de um miliciano e, mais tarde, iria denunciá-lo à polícia para caluniar um presidente que ele nem sabia que seria candidato.

 

 

*Publicado originalmente no Brasil 247

Categorias
Uncategorized

A promotora bolsonarista que disse que o porteiro mentiu é a mesma que pediu arquivamento do caso Amarildo

Depois da condenação de 13 PMs envolvidos no sumiço do pedreiro em 2013, novas investigações foram arquivadas pela promotora Carmen por “não avançarem”.

A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que integra a equipe do Ministério Público do Rio de Janeiro responsável por investigar o assassinato de Marielle Franco, faz parte também da lista de frequentadores de redes sociais declaradamente fãs de Jair Bolsonaro. Ela mantém ainda nas suas redes foto com o deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim (PSL), que ficou conhecido por quebrar uma placa com o nome da vereadora assassinada em 14 de março de 2018. Carmen tem também no currículo o pedido de arquivamento da ação contra policiais acusados de sumir com o pedreiro Amarildo Dias de Souza – desaparecido da favela da Rocinha em julho de 2013.

A posição ideológica da promotora Carmen começou a circular hoje (31), pelo Twitter do editor do Intercept Leandro Demori. E põe em dúvida um desmentido feito por integrantes do MP-RJ tratado ontem como certeza pelo noticiário.

A execução de Marielle, que tem como suspeitos o ex-policial militar Élcio Queiroz e o sargento aposentado da PM Ronnie Lessa, voltou às manchetes esta semana, após reportagem do Jornal Nacional na terça-feira (29). No dia seguinte à reportagem, a promotora Carmen afirmou que o porteiro teria mentido ao afirmar, em depoimento, que Queiroz teria utilizado chamada para a casa 58, onde mora Bolsonaro, para entrar no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Por sinal, onde Lessa também mora.

O desmentido do MP-RJ, porém, não encerra a polêmica. Ao contrário, amplia as perguntas sobre um caso há 600 dias sem muitas respostas. Uma nova pergunta surgida hoje seria: que imparcialidade teria uma promotora do MP assumidamente pró-Bolsonaro e anti-Marielle (que para ela seria uma “esquerdopata”)?

Apesar da reação intempestiva do presidente da República, em vídeo divulgado nas redes sociais, Bolsonaro sabia que seria mencionado no caso há mais de 20 dias. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, no dia 9 o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), teria informado a Jair Bolsonaro que seu nome tinha sido mencionado pelo porteiro do Vivendas da Barra no inquérito que apura a morte de Marielle Franco.

Por que Bolsonaro sabia? Por que Witzel sabia?

Por que o Jornal Nacional de ontem (30) aceitou passivamente o desmentido sem questionar a imparcialidade da promotora? Pelo Twitter, o jornalista Luis Nassif, do Jornal GGN, provocou a emissora: “O condomínio não tem interfone. As ligações são para fixo e celular. No caso de Bolsonaro, para seu celular. Se fizer jornalismo, a Globo conseguirá ressuscitar a denúncia”.

Por que, no primeiro processo, a Justiça concluiu que Amarildo foi torturado e morto por 13 PMs que acabaram condenados? E num segundo processo o caso acabou arquivado (conforme nota não muita antiga do jornal Extra), devido, segundo teria justificado a promotora Carmen Carvalho, ao fato de a investigação não ter avançado?

O pedido de arquivamento foi feito pela promotora Carmen em abril deste ano, e aceito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 13 de junho.

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

Categorias
Uncategorized

Os acasos da promotora bolsonarista que acusou o porteiro de mentir

Fico imaginando um conto de Machado de Assis sobre esse fato.

Sim, porque não é um fato qualquer, é um fato clássico de picaretagem militante. Machado de Assis, certamente, faria uma festa com ele.

A moça, antes de mais nada, é do MP do Rio, o mesmo que em um ano não conseguiu encontrar o Queiroz.

Queiroz é o coringa do baralho de Bolsonaro.

O faz tudo do “mito” numa parceria de 35 anos. Isso não é pouca coisa.

Queiroz é o Bombril do hôme, aquele que está muitos degraus acima de Moro na hierarquia do escritório do crime.

Mas a promotora, Carmen Carvalho, que não esconde de ninguém sua devoção a Bolsonaro, o mesmo que nunca escondeu sua devoção aos mais violentos milicianos, descobriu que no dia do assassinato de Marielle, o porteiro confundiu as bolas, e achou que falou com Bolsonaro, e não com o miliciano que participou do crime bárbaro da vereadora, opositora aferrada de Carlos Bolsonaro na câmara. Tudo uma enorme coincidência.

Tanto que o varão do clã que já condecorou uma penca de milicianos, nem desconfiava que era vizinho de um que acrescenta-se, traficante internacional de armas, justo o que assassinou a opositora de Carlos Bolsonaro na Câmara.

É muita coincidência também que a procuradora que acusou o porteiro de mentir, seja uma fã dos deputados do PSL que quebraram a placa de Marielle, como a própria diz no seu Instagram.

E quem, no planeta, não sabe da ligação, da veneração dos dois deputados por Bolsonaro?

Então, as circunstâncias da morte de Marielle parece que são comemoradas pela promotora. Sim, até porque a quebra da placa que homenageia Marielle, em plena campanha eleitoral, ao lado do hoje governador Wilson Witzel, considerado um assassino contumaz, causou uma explosão histérica na manada bolsonarista presente no comício, como se fosse um gol no Maracanã.

Assim, a atração, o que é muito mais do que uma mera aproximação, tornou-se, no caso do porteiro, apenas uma complementação das atitudes da promotora.

Lembrando também que a engenhosa operação surgiu do Planalto do próprio acusado, acionando o seu Ministro da Justiça, Sergio Moro, para que ele, já possivelmente, com a cola de quem deveria ser a promotora do caso, entregasse a Aras para que ele conduzisse a investigação através de uma inimiga declarada de Marielle. Tudo coincidência, lógico.

O cenário político que vem elevando a temperatura, tem como protagonista, de um lado, o sumiço de Queiroz e, do outro, o massacre da população pobre, que é a imensa maior parte do povo brasileiro. Massacre dos direitos e da renda, massacre dos empregos e a flagrante condenação à miséria que as medidas do governo Bolsonaro estão levando para os mais pobres são, de fato, uma bomba relógio, com o que, Bolsonaro já disse estar preocupado.

Agora mesmo, Eduardo Bolsonaro, em outras palavras, disse que, se a esquerda quiser radicalizar, ou seja, se aprofundar nos casos Queiroz, Adélio, Marielle e, agora, do porteiro, teremos novamente um AI-5, jogando para as costas das Forças Armadas a responsabilidade de soldados da milícia.

É tudo muito curioso, é tanta coincidência que chega-se a desconfiar que não é, até porque Bolsonaro que, de forma cômica, diz que o establishment é seu inimigo quando, na verdade, é quase uma extensão do clã, já não separa mais em fronteiras a alta cúpula da elite brasileira da cúpula do mais barra pesada crime organizado carioca. Tudo se transformou em uma única meleca bolsonarista.

Ninguém exerce oposição sobre ninguém e todos ganham. Lógico, com a “culpa do porteiro”.

Na foto da capa com Amorim, a promotora aparece com a Medalha Tiradentes pendurada no pescoço. Ela foi agraciada com a maior honraria do Legislativo fluminense em setembro deste ano, por iniciativa do deputado Delegado Carlos Augusto (PSD). “Sempre tive certeza de que a minha árdua tarefa de vida seria o combate aos criminosos, que acabam com a paz no Rio de Janeiro”, disse Carmen na ocasião. Tudo coincidência, tudo obra do acaso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Categorias
Uncategorized

Ligação das 15h58m que Carluxo omitiu pode revelar quem estava na casa 58 de Bolsonaro

O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, no topo à esquerda, empregou mãe e esposa no gabinete de Flávio. O sargento PM Élcio, expulso da corporação em 2015 por envolvimento com bicheiros, dirigiu o automóvel do qual foram disparados os tiros que mataram Marielle. Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca (boné preto) é acusado de jogar no mar as armas usadas no assassinato de Marielle e Anderson. O ex-PM Fabrício Queiroz é suspeito de ajudar a enriquecer Flávio Bolsonaro no mercado imobiliário. As contas de campanha de Flávio ficaram com Valdenice de Oliveira Meliga, irmã de Alan e Alex Rodrigues de Oliveira. Os PMs gêmeos foram presos na operação Quarto Elemento, acusados de extorsão. Flávio publicou a foto da festa de aniversário dos gêmeos, à qual compareceu com o pai, com a legenda: “Parabéns Alan e Alex pelo aniversário. Essa família é nota mil!!!”.

De acordo com o Jornal Nacional, a casa à esquerda, a 58, pertence a Jair Bolsonaro; a 66, à direita, era alugada por Ronnie Lessa, acusado de puxar o gatilho contra Marielle e Anderson. Notem a proximidade entre as duas, que ficam na rua C. Bolsonaro também é dono da casa 36, no mesmo condomínio, onde mora o filho Carlos Bolsonaro. Desde que Ronnie Lessa, sargento reformado da PM e suspeito de ser traficante de armas (117 fuzis pertencentes a ele foram apreendidos) foi preso, a família se mudou para outra casa no mesmo condomínio. Lessa, exímio atirador, não tem uma perna, que perdeu em um atentado. De acordo com a polícia, o autor do atentado contra Lessa foi a mesma pessoa que matou o filho do bicheiro Rogério Andrade. Bolsonaro era à época deputado federal, pretendente ao Palácio do Planalto, e revelações sobre o envolvimento de sua família com milicianos poderiam impedi-lo de chegar a a seu objetivo. Marielle havia assessorado Marcelo Freixo na CPI da Milícias quando o então deputado estadual era colega de Flávio Bolsonaro na Alerj.

A mansão que Ronnie Lessa alugou no Condomínio Vivendas da Barra impressiona. No carro blindado dele, a polícia apreendeu 60 mil reais em dinheiro. Existe algum nexo econômico entre Lessa e as campanhas eleitorais da família Bolsonaro? A filha de Lessa namorou o filho mais novo de Jair Bolsonaro, Jair Renan, de 20 anos de idade. Porém, Jair e Carlos Bolsonaro dizem não conhecer Ronnie Lessa.

“Não lembro desse cara. O que tenho a ver com ele?”. Jair Bolsonaro, sobre Ronnie Lessa, em entrevista quando o executor de Marielle foi preso

Bolsonaro mandou que Moro use PF para ouvir testemunha que citou seu nome no caso do assassinato de Marielle. Aparelhamento descarado do Estado para tentar blindar sua trupe, sua família. Agora cerco começa a se fechar e povo quer saber:quem mandou matar Marielle e #QuemEstavaNaCasa58? Carlos Zarattini, deputado federal (PT-SP)

A Globo, sabendo dos fatos e podendo esclarecê-los, preferiu levantar suspeitas contra o Presidente e alimentar narrativas criminosas. Um simples acesso aos registros internos do Condomínio mostra que no dia 14/03/2018 NENHUMA solicitação de entrada foi feita para a casa 58. Carlos Bolsonaro, no tweter, provocando o seguinte comentário do jornalista Rodrigo Vianna: “Filho de alguém citado na investigação mexendo em possíveis provas”.

Como assim? O presidente vai acionar Ministro da Justiça para tomar um depoimento do porteiro? Mas desde quando o MJ tem poderes para isso? Aparelhamento descarado, tentativa de intimidação. Apoiamos a continuidade das investigações por parte do MP/RJ sem interferências externas. Juliano Medeiros, presidente do Psol.

Que louco esse condomínio onde todos os moradores podem saber quem entra na casa dos vizinhos, com data, hora e áudio. Alexandre de Santi, no twitter.

Carlos Bolsonaro, sem ninguém perguntar nada, já postou fotos da presença dele na Câmara Municipal do RJ, na noite do assassinato de Marielle. João Gabriel Prattes, no twitter.

O porteiro mentiu? O porteiro assinou algo que alguém escreveu para ele? Esta foi a narrativa de Jair Bolsonaro, presidente da República, na madrugada saudita.

Teria sido, portanto, uma armação do governador Wilson Witzel com a TV Globo.

O Jornal Nacional pode ter cometido a barrigada do século contra um presidente da República.

Por outro lado, pode ter sido uma tentativa de Bolsonaro, com todo o peso de seu cargo, de intimidar o porteiro — que ele e seus filhos e parentes e amigos certamente conhecem pessoalmente.

O porteiro é o elo fraco da cadeia. Ele e sua família vivem no Rio de Janeiro.

Há uma prova material: o porteiro registrou no livro o número da casa à qual Élcio, o motorista do automóvel de onde foram disparados os tiros em Marielle, visitaria: a de número 58.

Não haveria nenhum motivo, àquela altura, quando Jair Bolsonaro era deputado federal, para o porteiro fazer uma anotação mentirosa.

E é difícil confundir 58 com 66.

Carlos Bolsonaro, que vive no mesmo condomínio, na casa 36, publicou no twitter que estava na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro naquela noite.

Como morador do condomínio, ele acessou os arquivos de áudio entre a portaria e as diferentes casas do Vivendas da Barra.

No twitter, o vereador Carlos Bolsonaro rodou um áudio das 17h13 minutos do dia 14 de março de 2018, dia do assassinato de Marielle e Anderson.

O áudio, de acordo com a versão de Carlos, registra a conversa do porteiro com o morador da casa 66, em tese Ronnie Lessa.

Há um hiato de três minutos entre a anotação do porteiro e o registro da ligação, ainda não esclarecido.

O porteiro escreveu no livro de registros que Élcio chegou para visitar a casa 58 às 17h10 minutos. A ligação para a casa 66 está registrada às 17h13 minutos.

Disse o Jornal Nacional:

O porteiro contou que, depois que Élcio se identificou na portaria, e disse que iria para casa 58, o porteiro ligou para casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. O porteiro diz que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”. Ele confirmou isso nos dois depoimentos

E continuou:

O porteiro explicou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para casa 66 do condomínio. A casa 66 era onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson. Ronnie Lessa é apontado pelo Ministério Público e pela Delegacia de Homicídios como o autor dos disparos. O porteiro disse em depoimento que ligou de novo para casa 58 e que o homem identificado por ele como “Seu Jair” teria dito que sabia para onde Élcio estava indo.

Ligações entre a portaria e as casas do condomínio, obviamente, podem ter sido apagadas ou renomeadas — não cabe a Carlos Bolsonaro, mas à polícia investigar.

A reportagem do Jornal Nacional informou:

O Jornal Nacional apurou que a guarita do condomínio tem equipamentos que gravam as conversas pelo interfone. Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio para saber com quem, de fato, o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58.

O porteiro pode ter sido induzido a mentir. Mas não faz sentido ter mentido se anotou casa 58 no livro de entrada.

Faz mais sentido que tenha ligado para “seu Jair” por um sistema que não deixou registros.

Ou que os registros foram apagados.

Embora Carlos tenha dito no twitter não existirem registros de ligações entre a portaria e a casa 58 no dia do assassinato de Marielle, as próprias imagens que ele exibiu desmentem isso.

Há registro de um contato entre a portaria e casa 58 às 15h58m, cujo áudio Carlos Bolsonaro não rodou no twitter.

Se tivesse rodado, saberíamos quem atendia o interfone naquele momento da tarde, antes da visita de Élcio:

*Questionado por seguidores no twitter, Carlos Bolsonaro rodou o áudio acima mencionado, que é de uma voz feminina atendendo o mercado.

Outra chamada da portaria, para a casa que ocupa, a 36, às 17h58m, é do porteiro avisando Carlos da chegada de um motorista de aplicativo.

BRIGA COM ASSESSOR DE MARIELLE

“Repete, seu merda. Repete. Você é um merdão, diz na minha cara”, afirmou Carlos Bolsonaro a um assessor de Marielle Franco na Câmara Municipal, durante briga agora revelada por testemunha, que aconteceu no início do mandato de ambos, em 2017.

A briga foi entre Carlos e um assessor de Marielle que teria se referido a ele como “fascista”.

De acordo com a revista Época, a testemunha que contou o caso foi Fernanda Chaves, a assessora que sobreviveu ao atentado.

Fernanda se abaixou no carro e sobreviveu à saraivada de balas.

Segundo ela descreveu, Marielle interveio na discussão e peitou Carlos.

Os dois vereadores eram vizinhos de gabinete.

A revista Época foi citada pelo presidente da República no desabafo desesperado que ele fez durante a madrugada saudita, quando mencionou que um de seus filhos poderia ser preso sem que a reportagem do Jornal Nacional tivesse mencionado Flávio, Eduardo ou Carlos.

Carlos, portanto, poderia ter uma motivação: ódio.

Marielle Franco assessorou o agora deputado federal Marcelo Freixo quando ele promoveu a CPI das Milícias no Rio de Janeiro, em 2008, quando atuava na Assembleia Legislativa tendo como colega Flávio Bolsonaro:

“Marielle trabalhava comigo. E a CPI conclui dizendo que crime, polícia e política não se separam no Rio de Janeiro”, disse Freixo logo após a prisão de Élcio e Ronnie Lessa.

Ele também pediu uma CPI das Milícias na Câmara Federal:

Se nós não descobrimos a razão, a motivação da morte da Marielle, a gente não tem democracia nesse País. Não é porque Marielle era de esquerda, não é porque Marielle era do PSol. É porque há um grupo político no Rio de Janeiro, no século 21, capaz de matar como forma de fazer política. Isso é inaceitável.

 

 

*Com informações do Viomundo

Categorias
Uncategorized

Vídeos: Brasil reage ao fascismo

Se for feito um resumo efetivo do que aconteceu nos últimos dias no Rio de Janeiro, a conclusão será de que o fascismo, incluindo a questão do preconceito, começa a enfrentar uma forte resistência dentro da sociedade.

O comportamento odioso de dois deputados do PSL invadindo o Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro, para tentar intimidar o reitor e os alunos, mereceu um repúdio preciso dos próprios alunos, que os expulsaram da instituição, como mostra o vídeo.

A mesma PM causadora de conflitos nas periferias e favelas, diante da revolta dos moradores da Comunidade Para-Pedro, com o assassinato do jovem Kelvin Gomes, de 17 anos, protagonizou um dos mais violentos episódios promovidos pela política genocida de Wilson Witzel, atirando com fuzil em moradores desarmados, contrariando o discurso oficial de que a PM só atira em traficantes.

A questão é que, como mostra o vídeo, a PM não intimidou os moradores da comunidade, que a enfrentaram e filmaram aquela atrocidade, mesmo a PM disparando três tiros de fuzil na direção dos manifestantes. Isso pode ser um sinal de que o comportamento da sociedade começa a trazer uma natureza de resistência e luta.

A ampliação dessa revolta popular encontrou um enorme eco nas redes sociais. Não demora, teremos uma massa da população se rebelando contra essa violência do Estado que tem resultado em mortes de inocentes, como a menina Ágatha e o jovem Kelvin.

Isso, sem falar que o governo Bolsonaro, em nove meses, produziu mais escassez e, com isso, o aumento significativo da pobreza e da miséria, além de estimular a violência contra as camadas mais pobres da população. Tudo isso é um barril de pólvora pronto para ser detonado, bastando apenas uma fagulha, o que não está longe de acontecer.

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Categorias
Uncategorized

PSL ataca Bolsonaro e pede auditoria da sua campanha

Os ataques da Jair Bolsonaro a seu próprio partido podem se tornar um tiro pela culatra. Após o primeiro pedir auditoria nas contas da legenda, o partido comandado por Luciano Bivar decidiu fazer o mesmo e pode determinar a abertura da campanha presidencial para “abrir as vísceras” do processo.

“Logo após o presidente Jair Bolsonaro e 21 parlamentares terem pedido ao PSL acesso às contas do partido\ para auditoria, o comando da legenda decidiu contra-atacar. Vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. Nas palavras de um integrante do PSL, foi iniciado um processo que deixará ‘as vísceras do partido expostas”, informa o jornalista Gerson Camarotti, em reportagem publicada no G1.

Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre a crise de Bolsonaro com seu partido:

ITAGUAÍ, Rio de Janeiro (Reuters) – Após os desentendimentos com o comando do PSL chegarem a novas temperaturas máximas esta semana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que “o nosso partido é o Brasil”.

Ao discursar na cerimônia de início da integração do submarino Humaitá, Bolsonaro que os inimigos internos são mais terríveis que os externos.

“O destino do nosso país quem os fará seremos todos nós, juntos e unidos, porque lá fora cada vez mais pensam em nos colocar numa situação de colonizados e não permitiremos”, disse o presidente.

“Como político eu digo: o nosso partido é o Brasil. Temos inimigos dentro e fora do Brasil e os de dentro são os mais terríveis e os de fora nós venceremos com tecnologia, disposição e meios de dissuasão”, acrescentou.

Em um tom de voz mais elevado e parecendo se dirigir ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que estava no palco principal, afirmou que trabalha para que seu sucessor no futuro receba um país melhor do que dele recebeu.

“Trabalho para que quem por ventura no futuro —de forma ética, moral e sem covardia— venha assumir o destino da nação encontre nossa pátria numa situação bem melhor do que encontrei no corrente ano”, afirmou Bolsonaro.

Na terça-feira, o presidente chegou a falar para um apoiador esquecer seu partido, o PSL e afirmou que o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar, está “queimado para caramba”. No dia seguinte, procurou minimizar a situação, afirmando que “briga de marido e mulher, de vez em quando acontece”. [nL2N26T0QJ][nL2N26U1QX]

Já a relação com Witzel, que se beneficiou da onda Bolsonaro para ser eleito governador no ano passado, esfriou desde que o ex-juiz deu indícios de que pretende disputar a eleição presidencial em 2022.

Reportagem de Rodrigo Viga Gaier

 

 

*Com informações do 247

Categorias
Uncategorized

Luis Nassif: Tortura nos presídios de Belém expõe sociopatia de Sérgio Moro

E Moro se valeu da máxima de que os fins justificam os meios, apresentando a apreensão de dois mil celulares e 13 armas de fogo como justificativa para os abusos.

Não há diferenças no plano político e moral entre o presidente da República Jair Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o Ministro da Justiça Sérgio Moro. Os três têm traços óbvios de sociopatia, são representantes autênticos do sentimento da ultradireita que emergiu nas últimas eleições e demonstram desprezo absoluto pela vida dos “inimigos”.

Se os diálogos divulgados pela The Intercept revelam o juiz manipulador de provas, o episódio da tortura nos presídios de Belém do Pará comprova uma deformidade moral dramática, na pessoa incumbida de definir as políticas de segurança pública.

17 procuradores da República do Pará assinaram uma representação denunciando as torturas generalizadas que passaram a ser praticadas em presídios controlados pela força tarefa designada pelo Ministério da Justiça. Com base na representação, a Justiça afastou o responsável pelo presídio.

As denúncias são pesadas. Introdução de objetos nos ânus dos presos, ordens para os homens “esfolar” o pênis e as mulheres sentarem nuas em formigueiros, em urinas e fezes de ratos. Presos com tuberculose foram amontoadas em celas úmidas.

O assustador não são apenas as práticas. Em países civilizados, o governo faria uma investigação, mandaria prender os torturadores e providenciaria a substituição da equipe.

O comportamento de Moro foi outro. Nenhuma palavra em relação às torturas descritas na ação do MPF. Saiu em defesa incondicional do coordenador da força-tarefa, afirmando que a decisão da Justiça ocorreu “sem manifestação do contraditório efetivo”. Não houve condenação antecipada do coordenador, mas a decisão de afastá-lo por ter permitido as barbaridades. Colocou a AGU (Advocacia Geral da União) para reverter a sentença. E se valeu da máxima de que os fins justificam os meios, apresentando a apreensão de dois mil celulares e 13 armas de fogo como justificativa para os abusos.

 

 

*Do GGN

Categorias
Uncategorized

Autoflagelo: Witzel pedirá à ONU punição a responsáveis por mortes no Rio

O governador do Rio, Wilson Witzel, quer que o Conselho de Segurança das Nações Unidas feche nossas fronteiras com a Colômbia, o Paraguai e a Bolívia e puna esses países para evitar a entrada de armas e drogas no Brasil. Witzel sabe que é mais fácil uma baleia jubarte aprender a cantar o Hino Nacional, em ritmo de samba e na língua do “p” do que o Conselho de Segurança tomar essa decisão. O que ele quer são holofotes.

Para tanto, parece não se importar em anunciar que deseja passar vergonha internacional na sede da ONU, em Nova York, desde que isso crie um factóide a fim de mobilizar seu eleitorado internamente. Jair Bolsonaro, com todo o direito, poderia denunciar o governador por plágio e chamá-lo de invejoso.

Witzel está certo ao dizer que o tráfico internacional de armas abastece a violência. E creio que ninguém de bom senso seja contra o aprofundamento da cooperação internacional visando a desmantelar esse comércio e diminuir a porosidade das fronteiras. Mas isso se faz, antes de mais nada, com investimento em inteligência policial e ações de integração dos setores de inteligências das policiais estaduais e federais. O ponto é que esse é um pacote silencioso que produz resultado, mas não selfies para bombar no Insta.

Ele denuncia que há um “genocídio” em curso. Nisso também está certo. No Rio, é cada vez mais difícil chegar à fase adulta sendo jovem negro e pobre. O problema é que se as Nações Unidas fossem hipoteticamente punir alguém, deveriam incluir o próprio governador, que fomenta a letalidade policial como política de combate à violência e incita as forças de segurança a aprofundarem a guerra contra sua própria gente. Ele vem concedendo um salvo-conduto retórico para que policiais atirem sem medo e até já retirou a gratificação para os agentes que matarem menos.

Dados do Instituto de Segurança Pública mostram o resultado disso: a polícia matou 1.249 pessoas, entre janeiro e agosto de 2019, o que dá cinco mortes por dia. Atirar não é mais o último recurso, mas o primeiro, abatendo criminosos em situação de conflito, mas também inocentes.

O governador disputa com milícias e tráfico o papel de quem faz mais mal ao povo, como já disse aqui, usando seu poder para decidir quem vive e quem morre, em um grande jogo eleitoral. Não há ordens diretas do comando do poder público para metralhar negros e pobres da periferia dados. Mas nem precisaria. As forças de segurança são treinadas para garantir a qualidade de vida e o patrimônio de quem vive na parte “cartão postal” da cidade, atuando na “contenção” dos mais pobres. O terrorismo de Estado não começou no início do ano (os ex-governantes também são responsáveis pela catástrofe), mas a retórica de Witzel o tirou da ilegalidade e deu a ele um lugar ao sol.

Ele reclamou de quem o critica pelo caso da menina negra Ágatha Félix, morta aos oito anos com um tiro nas costas, enquanto voltava para casa com a mãe, em uma kombi, no Complexo do Alemão. Ela não foi a primeira criança morta em meio a ações policiais desde que assumiu – e, infelizmente, não deve ser a última. Esconde-se atrás da acusação de que os únicos responsáveis são traficantes de drogas e de armas. Mas o registros de mortes apontam que a realidade é mais complexa que isso.

Em abril deste ano, militares executaram o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. Evaldo foi morto quando o carro em que estava com a família indo para um chá de bebê foi cravado de balas ao ser “confundido” com outro. Já Luciano foi atingido quando tentava ajudar a família do músico que estava no veículo (e sobreviveu), morrendo 11 dias depois. Foram disparados 257 tiros de fuzil e de pistola, dos quais 83 acertaram o carro. Nove atingiram Evaldo. Até agora, não veio uma desculpa nem do governo federal, nem do estadual pela burrice.

Se Witzel for cobrar ações contra os responsáveis pela violência no Rio, no Conselho de Segurança, em Nova York, seria interessante não ficar esperando a deliberação. Vai que…

Em tempo: essa história de fechamento de fronteiras lembrou-me uma das ações da intervenção das Forças Armadas na segurança pública do Rio de Janeiro, baixada pelo nosso ex, Michel Temer. Em algumas comunidades, no início do ano passado, moradores que desejassem se deslocar para outro canto da cidade estavam sendo fotografados e tendo que esperar para verificar se estava tudo ok com seu histórico nas bases de dados da polícia. Ou seja, foram instalados “postos de fronteira” dentro de nosso próprio território.

Na época, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Sérgio Etchegoyen, afirmou: “Nenhum de nós se incomoda de ser fotografado para passar na imigração dos Estados Unidos para ir comprar enxoval do neto ou do filhos. Ou para levar os filhos ou netos para a Disney”, em registro do jornal Zero Hora. O fato dos EUA serem um outro país era apenas um detalhe.

Mas isso faz sentido. O Estado nunca garantiu cidadania aos moradores de comunidades pobres, garantindo que fossem apenas mão de obra barata. Sistematicamente, faz incursões para “pacificar” através da porrada, não sendo capaz de permanecer através da instalação de equipamentos e a execução de políticas públicas para garantir qualidade de vida aos mais pobres e perspectivas aos mais jovens.

Qual é o nome mesmo que se dá a esse tipo de personagem em uma história? Ah, sim, o inimigo.

 

 

*Do Blog do Sakamoto