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A imagem tóxica de Bolsonaro no exterior

A professora brasileira-suíça Deila Wenger costuma se deslocar de São Paulo para Berna, a capital da Suíça, durante o verão europeu (de meados de junho a começo de setembro) para dar aulas de português intensivo numa escola de línguas local. Os alunos, em sua grande maioria, normalmente têm planos de visitar o Brasil. Mas a rotina de mais de 20 anos foi interrompida neste ano por algo inédito: não apareceu um só aluno interessado em aprender português.

Em conversa com ex-alunos e amigos suíços, a conclusão da professora é de que suíços, e europeus em geral, procuram evitar o Brasil, no rastro de repetidas declarações tóxicas de Jair Bolsonaro sobre ambiente, indígenas, Amazônia, trabalho infantil, tortura etc.

O que a professora vivencia na capital da Suíça é uma pequena ilustração do que está acontecendo na cena internacional. A imagem do Brasil começou a se degradar aceleradamente com a campanha da oposição a partir do impeachment de Dilma Rousseff. E chegou, agora, a níveis baixos jamais vistos, com Bolsonaro no poder. O capital de simpatia que o país tem se esvai no exterior, misturado a declarações ou decisões toscas de Bolsonaro. A percepção internacional é alimentada por conclusões como a da revista “The Economist”, de que Bolsonaro é possivelmente o chefe de Estado mais perigoso no mundo para a área ambiental, com posições que podem, direta ou indiretamente, encorajar um grande desmatamento da Amazônia.

O presidente do Brasil é hoje, na prática, o maior aliado dos grupos que militam contra acordos comerciais com o Mercosul, e isso especialmente envolvendo a questão ambiental.

A resistência de diferentes setores na União Europeia contra o acordo UE-Mercosul tende a se repetir em outras negociações comerciais do bloco do cone sul. Por exemplo, no acordo próximo entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (conhecida pela sigla inglesa Efta, formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, países pequenos, mas com poder aquisitivo entre os maiores do mundo).

A barganha para a conclusão da negociação Mercosul-Efta será entre maior proteção para medicamentos, cobrada pelos laboratórios suíços, e mais abertura para produtos agrícolas do bloco do cone sul. Mas o que deverá atrair a atenção da população suíça, quando o acordo tiver de ser aprovado no Parlamento, será a proteção da Amazônia e padrões sanitários e fitossanitários no Brasil. A UE já conseguiu com o Mercosul o que não tinha obtido em outros acordos: o principio de precaução, pelo qual pode barrar importações de alimentos mesmo sem uma séria justificação científica. Não será surpresa se os países da Efta pedirem a mesma flexibilidade.

Com uma das agriculturas mais intensivas do mundo, a Suíça é fortemente dependente de pesticidas. Mas setores da sociedade pressionam por uma transformação ecológica da agricultura. Duas iniciativas populares sobre a agricultura serão submetidas ao povo em 2020: “por uma Suíça sem pesticidas de síntese” e outra “por uma água potável limpa e alimentação sadia”, que quer suspender subvenções para os agricultores que utilizam pesticidas ou não conseguem alimentar seus animais com sua própria produção. Nesse cenário, o que uma boa parte dos suíços pede internamente vai ter influência no que importa também.

Há uma semana, o jornal mais popular da Suíça de língua francesa, “Le Matin Dimanche”, deu uma indicação do que vem por aí, publicando em primeira página que “os pesticidas do Brasil poderão acabar em nossos pratos” por causa do acordo que dará mais espaço para a entrada de produtos agrícolas do Mercosul. A organização não governamental (ONG) Public Eye reforçou o argumento, dizendo que em 2017 cerca de 370 mil toneladas de pesticidas “extremamente perigosos” foram utilizados na agricultura brasileira. Declaração da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, de que não é correto comparar todos os defensivos que são utilizados na Europa com os produtos usados no Brasil não tem repercussão no exterior. O que faz manchete frequentemente é Bolsonaro, como sua sugestão de se fazer cocô dia sim, dia não como a forma de preservar o ambiente.

Ao agronegócio brasileiro resta fazer com urgência uma campanha internacional, descolada de Jair Bolsonaro, para tentar superar ameaças que se propagam baseadas em suposta produção na Amazônia.

Estragos de guerra A Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá rebaixar em breve sua projeção de crescimento das exportações e importações neste ano. A estimativa inicial era de expansão de 2,6% do comércio global, em baixa comparado aos 3% do ano passado. Mas a guerra entre os EUA e a China continua causando estragos.

Ao mesmo tempo, vários conflitos comerciais podem ter a primeira decisão (do painel, ou comitê de especialistas) ainda neste ano. É o caso de denúncias de China, União Europeia (28 países), Rússia, Noruega, Suíça e Turquia contra os EUA pela aplicação de sobretaxa impostas por Washington nas importações de aço e alumínio. Os EUA, por sua vez, denunciaram China, UE, Rússia e Turquia pelas sobretaxas de retaliação impostas contra produtos americanos. A questão é como essas disputas vão continuar na OMC. A organização enfrenta o colapso do Órgão de Apelação, a segunda instância para as disputas no comércio global. Em dezembro, restará apenas um dos sete juízes, já que o governo de Donald Trump mantém o bloqueio à nomeação de novos árbitros.

Neste ano, já chegaram 12 disputas novas na OMC, num ritmo menor comparado às 38 apresentadas em todo o ano de 2018, quando os países começaram a reagir às barreiras impostas por Trump.

Com relação a negociações na OMC, a esperança de alguns países é de um acordo sobre proibição de certos tipos de subsídios para o setor pesqueiro. Mas a presidência dessa negociação é alvo de forte divergência depois que a Índia vetou o Brasil para o cargo. Uma decisão deverá ser tomada nas próximas semanas sobre a questão que rachou os dois grandes emergentes.

Em meio às incertezas na economia global e rejeição da globalização, a atração por liberalização comercial parece ter uma pausa na maioria dos países. O número de novos acordos comerciais regionais em 2018 caiu a seu mais baixo nível desde o início do anos 1990.

 

 

Por Assis Moreira-Valor

 

 

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Devido à política de desmatamento de Bolsonaro, Alemanha vai suspender parte da verba para preservação na Amazônia

Política do governo brasileiro gera dúvidas sobre redução do desmatamento, disse ministra alemã a um jornal; Fundo Amazônia seguirá recebendo recursos.

O governo da Alemanha anunciou neste sábado a suspensão de parte de seus subsídios a projetos de proteção da Floresta Amazônica, devido ao aumento do desmatamento no Brasil desde a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao poder.

“A política do governo brasileiro para a Amazônia gera dúvidas sobre a continuação de uma redução sustentável do índice de desmatamento”, declarou hoje ao jornal alemão “Tagesspiegel” a ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze.

A primeira etapa consiste em bloquear um subsídio de 35 milhões de euros para projetos de preservação da floresta e da biodiversidade brasileira até que as cifras voltem a ser animadoras, assinala o jornal.

De 2008 a 2019, o governo alemão liberou um total de 95 milhões de euros para diferentes projetos de proteção ambiental no Brasil.

A Alemanha continuará contribuindo para o Fundo Amazônia. Desde o início da sua operação em 2008, a Noruega tem sido de longe a principal doadora (94%), seguida da Alemanha (5%) e da Petrobras (1%).

A forma de governança do fundo e seus contratos vem sendo questionados pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o que gerou um impasse com as nações doadoras.

Na reportagem, a publicação destacou que desde a criação do fundo, o desmatamento estava recuando de forma considerável. Sob o governo de Jair Bolsonaro, entretanto, houve uma mudança nesta rota, mas o presidente estaria se recusando a combater tal prática.

A reportagem destaca ainda que um dos maiores defensores de Bolsonaro é o lobby do agronegócio e que a região amazônica é amplamente utilizada para o cultivo de soja para ração animal e gado.

Histórico

Na última terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro falou com ironia dos encontros que teve na última reunião do G20, no Japão, com líderes europeus: “Imagina o prazer que eu tive de conversar com Macron e Angela Merkel”.

O discurso ambiental do governo preocupa o agronegócio brasileiro, que vê risco de impacto negativo em exportações e acordos comerciais como o entre Brasil e União Europeia, firmado no final de junho.

Na semana passada, foi a vez da revista britânica The Economist colocar em sua capa o aumento do desmatamento na Amazônia brasileira.

Desmatamento em alta

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou nesta semana que o desmatamento na Amazônia brasileira em julho foi 278% maior do que no mesmo mês de 2018.

Apesar de preliminares, a tendência dos dados costuma ser confirmada posteriormente por outros sistemas.

No dia 19, Bolsonaro afirmou, sem apresentar evidências, que os dados de alta do desmatamento eram mentirosos e sugeriu que Ricardo Galvão, presidente do Inpe, poderia estar “a serviço de alguma ONG”.

Galvão reagiu em defesa do Inpe e foi exonerado. Seu substituto é Darcton Policarpo Damião, que é da Aeronáutica e tem doutorado em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília.

 

*Com informações da Exame

 

 

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A repercussão no mundo da sanha devastadora de Bolsonaro na ciência e meio ambiente

A imagem brasileira é degradada no exterior, assim como as florestas do país. A perplexidade é assunto em publicações como Nature, The Economist e The New York Times

A revista científica mais importante do mundo, a britânica Nature, fundada em 1869, publicou nesta semana matéria com duras críticas ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL). O artigo é intitulado Trump dos Trópicos inicia crise sem precedentes na ciência brasileira. Em foco, cortes do governo na educação e setores de pesquisa, além de ataques diretos a instituições ambientais e científicas.

O texto expõe como o governo Bolsonaro trata a ciência ao lembrar a tentativa de intimidação sofrida pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, um dos pesquisadores mais renomados do Brasil. Em 24 de julho, quando ele dava palestra na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul sobre o que representam os cortes do governo em áreas de pesquisa, soldados do Exército entraram no auditório e começaram a filmá-lo. Mesmo desconfortável, Ribeiro não se intimidou e seguiu em sua análise.

A reputação do Brasil segue ladeira abaixo com Bolsonaro. A Nature cita o congelamento de 42% do orçamento do Ministério da Ciência e Comunicações e a investida do governo contra dados de desmatamento fornecidos por um órgão de Estado. Após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelar o aumento dramático do desmatamento na Amazônia, Bolsonaro e sua legião de seguidores incondicionais passaram a atacar o presidente do órgão, Ricardo Galvão, sistematicamente, culminando hoje (2) na notícia de sua demissão.

Mentiras de Bolsonaro

A investida de Bolsonaro e de membros de seu gabinete contra os dados do desmatamento não surtiu efeito. A Nature dá destaque para o dado alarmante de que, no período entre abril e junho, a devastação na Amazônia registrou aumento de 25% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A divulgação dos dados foi considerada sensacionalista pelo governo e que poderia manchar o nome do Brasil lá fora. Na realidade, sua política destrutiva é que está resultando na péssima imagem.

Nesta quinta-feira (1), uma das revistas mais respeitadas do mundo capitalista, a também inglesa The Economist, trouxe em sua capa uma floresta devastada e um toco de tronco em primeiro plano com o formato do mapa do Brasil. Ao sentenciar a morte da Amazônia, a revista afirma que Bolsonaro “deixa claro para infratores que eles não têm nada a temer”, com suas medidas sucessivas de enfraquecer a fiscalização, anistiar desmatadores, acenar para mineradoras, entre outras medidas.

Outro periódico de relevância internacional, o The New York Times, publicou longa reportagem sobre o posicionamento de Bolsonaro e seu afinco destruidor. “A destruição da Floresta Amazônica no Brasil aumentou rapidamente desde que o novo presidente de direita assumiu o poder e reduziu os esforços para combater a extração ilegal de madeira, a pecuária e a mineração”, afirma a matéria intitulada Sob extrema-direita, proteção à Amazônia desmorona.

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

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O Estado sombra: o Brasil desgovernado por Bolsonaro; assim o nosso país é visto mundo afora

THE ECONOMIST, Inglaterra | O Estado sombra. Máfias dirigidas por policiais corruptos aterrorizam o Rio de Janeiro. O Presidente Jair Bolsonaro faz vista grossa. | econ.st/2IeCz27

EL PAÍS, Espanha | A paralisia econômica atinge os consumidores brasileiros. Famílias põem freios nos gastos e compram marcas mais baratas para economizar. Na maior cidade do país, São Paulo, mais lojas estão fechando que abrindo. | bit.ly/31270RA

PÁGINA 12, Argentina | O ato falho do presidente brasileiro, Bolsonaro. Ele diz ser o “mais ruim”. | bit.ly/2wwIbzk

LA VANGUARDIA, Espanha | As duas faces do Brasil de Jair Bolsonaro se manifestaram no domingo, dia 26, nas duas praias mais emblemáticas do Rio de Janeiro. Enquanto alguns milhares de manifestantes contra a violência policial nas favelas formaram uma cadeia humana na praia de Ipanema, outras dezenas de milhares caminharam pela avenida em frente aos hotéis de Copacabana gritando slogans em defesa do presidente de direita. As medidas defendidas com mais paixão pelo pró Bolsonaro foram um novo “pacote anticrime” que defende uma mão forte contra o crime e o direito de autodefesa com armas de fogo para todos os cidadãos do país. | bit.ly/2Ir3Xu3

PÁGINA 12, Argentina | Bolsonaro recuou com o reconhecimento. O Brasil retirou o convite ao enviado diplomático da oposição Juan Guaidó para apresentar credenciais diplomáticas no gigante sulista. Isso foi confirmado pela própria venezuelana, María Teresa Belandria. A diplomata foi convidada a apresentar suas credenciais na próxima terça-feira junto com embaixadores de outros países, mas no último minuto o executivo mudou de opinião. Agora quer iniciar um diálogo com o presidente da Venezuela. | bit.ly/2Z1GuGk

SPUTNIK NEWS, Rússia | Bolsonaro comenta queda do PIB: ‘já falei que não entendia de economia’? Ao ser perguntado por jornalistas sobre as projeções para a economia brasileira, Bolsonaro relacionou a fatores externos e reiterou a necessidade de aprovara reforma da Previdência. “Já falei que não entendia de economia? Quem entendia afundou o Brasil, eu confio 100% na economia do Paulo Guedes […] A gente quer melhorar os nossos índices aqui, agora passa por questões até externas”, disse. | bit.ly/2HRsUj2

ESQUERDA.NET, Portugal | Protestos contra cortes na educação suplantam defensores de Bolsonaro. Manifestações do dia 30 foram superiores às do domingo anterior, convocadas em apoio ao governo do Brasil. Impasse parece impor-se num momento em que a economia dá sinais de recessão. Uma greve geral está convocada para dia 14 de junho. | bit.ly/2IiunxF

PÁGINA 12, Argentina | “Eles querem entregar a Petrobras e a Amazônia”. Fala Luiz Dulci, vice-presidente do PT e braço direito de Lula. O ex-Secretário Geral da Presidência com Lula conversou com Página / 12 sobre o contexto das grandes manifestações educacionais e analisou os objetivos do governo Bolsonaro e Guedes. | bit.ly/2Z8fl4F

LE MONDE, França | No Brasil, os estudantes realizam demonstrações, pela segunda vez, contra cortes orçamentários. O mundo universitário brasileiro voltou às ruas, enquanto uma nova mobilização é anunciada para 14 de junho, com os adversários da reforma previdenciária. Enquanto o presidente Bolsonaro ocupava o facebook ao vivo por 20 minutos para falar de sua política, em mais de duas centenas de cidades, estudantes ocupavam as ruas no protesto contra os cortes anunciados ao ensino superior. | bit.ly/2IggGPP

 

 

 

 

*Com informações da Carta Maior

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Revista The Economist destaca conexões dos Bolsonaro com milicianos

A revista inglesa “Economist” desta semana dedica um artigo ao poder político e econômico das milícias do Rio de Janeiro.

Segundo o semanário, Jair Bolsonaro e sua família têm conexões perigosas com esses grupos criminosos.

“Como congressista, Jair Bolsonaro, o presidente populista do Brasil, defendeu as milícias, embora seja mais cuidadoso agora”, escreve a “Economist“.

‘(…) as ligações de milicianos com os Bolsonaro podem provocar problemas. Houve um clamor após o assassinato em março do ano passado de Marielle Franco (…). Em março, dois ex-policiais foram presos por seu assassinato e acusados ​​de pertencer a uma milícia na Zona Oeste do Rio. Um morava no mesmo condomínio do senhor Bolsonaro, sua filha namorou o filho (Renan) do presidente.

Outro dos filhos de Bolsonaro, Flávio empregou a esposa e a mãe de um policial fugitivo acusado de liderar a mesma milícia. Flávio e o assessor que os contratou estão sob investigação por lavagem de dinheiro envolvendo negócios imobiliários. No dia 29 de maio, o tio da primeira-dama, Michele Bolsonaro, foi preso por suspeita de ligações com uma suposta milícia de grilagem de terras perto de Brasília. Todos negam envolvimentos com crimes”, afirma a revista.

 

 

 

 

 

*Com informações da Veja