O jornalista Jânio de Freitas detona o presidente em sua nova coluna na Folha de S.Paulo. “‘O Brasil está sem dinheiro / os ministros estão apavorados / estamos aqui tentando sobreviver’. Dessa vez Jair Bolsonaro não mentiu, mas não é bem como disse. O Brasil está sem dinheiro porque está sem governo. E sem governo não há país que sobreviva como algo que seja ainda considerado país. Faltam dinheiro e governo porque, com a produção industrial em queda contínua, o comércio em queda, queda até nos serviços e o crescente desemprego, a arrecadação de impostos e outras contribuições não alcança o mínimo necessário.
Colapso a que Paulo Guedes, Bolsonaro e os militares retornados assistem com indiferença imobilizadora há quase nove meses. A solução que Guedes pesca em sua perplexidade é o seu apelo por dois ou três anos de paciência. Em economia não existe o conceito de paciência. Na vida dos países, muito menos”.
Ele desenvolve o raciocínio: “Muito diferente foi o assegurado aos eleitores na campanha, pelo candidato, por Guedes, por consultorias e jornalistas do apoio a Bolsonaro. Durante meses, ouviu-se que já neste primeiro ano de governo o crescimento econômico seria de 3%, se não mais. Desde o primeiro mês de 2019, no entanto, as previsões foram submetidas a sucessivos cortes mensais. Ainda a quatro meses e meio do fim de ano, já estão em 0,8% ou menos, havendo quem admita 0% no final.
Esse resultado às avessas não se explica pelo mau legado de Henrique Meirelles e Temer, que, de fato, nada fizeram pela reativação da economia. Era por haver conhecimento geral daquela insanidade que o bolsonarismo buscava seduzir com os prometidos 3% de crescimento já. Além do golpe da internet, portanto, o estelionato eleitoral, na expressão criada por Delfim Netto.
Dois momentos da realidade devem ficar registrados. Um é que o problema econômico se apresenta em 2015, com a campanha aberta pelo derrotado Aécio Neves contra os esforços de Joaquim Levy e Dilma Rousseff para controlar os passos da economia. A campanha se transformaria no impeachment e transformaria a situação vivida pelo país desde 2004.
Outro ponto a ficar bem registrado é que o pressentido tumulto recessivo na economia global, originado do governo Trump, não poderá ser responsabilizado por coisa alguma no Brasil. Se vier, encontrará o país já em estado de coma –hoje mesmo à vista de quem quiser notá-la. Não é à toa que o turista Bolsonaro se entrega a cafonices e leviandades todos os dias, para desviar atenções. Nem que Paulo Guedes volte a propor a venda da Petrobras, fazer um dinheirão, usá-lo como se fossem os recursos adequados e deixar o país outra vez em coma quando o dinheirão acabar —ainda antes da eleição presidencial”.
E completa: “Hospitais, universidades, bolsas de estudo, pesquisas científicas, setores importantes em geral sofrem mutilações letais em seus recursos orçamentários porque ‘o Brasil não tem mais dinheiro’. Penúria que não impediu Bolsonaro de conceder R$ 3 bilhões, com a solidariedade de seus ministros civis e militares, no compra-e-vende para os deputados aprovarem a ‘reforma’ arrochante da Previdência”.
Moro e Dallagnol, que espinafravam o suposto hacker criminoso, que diziam ter obtido informações de forma ilegal de agentes públicos para repassar ao Intercept, tinham o próprio hacker que era agente público e colhia informações da Receita Federal de forma clandestina para servir aos propósitos de Moro e Dallagnol contra Lula.
Mas que coisa tocante!
Os senhores da lei, os napoleões da justiça e da ordem, são confessos vigaristas que montaram uma milícia dentro do corpo do Estado?
A diferença entre o suposto hacker que Moro e Dallagnol diziam que passava informações para o Intercept de forma criminosa e o criminoso que trabalhava nas sombras do para passar informações sigilosas de forma criminosa aos dois heróis fajutos da Lava Jato, é a prova, sempre ela.
Sim, porque se Moro e Dallagnol não têm provas de que um hacker capturou informações de procuradores da Lava Jato, tendo que inventar um, o de Araraquara, o que trabalhava pra Moro e Dallagnol, tem nome, Roberto Leonel, endereço, RG, CPF e trabalha hoje, vejam só, para o governo Bolsonaro.
O hacker, que trabalhava clandestinamente pra Lava Jato de Moro e Dallagnol, era o auditor fiscal Roberto Leonel, que chefiava a área de inteligência da Receita Federal em Curitiba, onde trabalhava. Leonel é hoje presidente do Coaf foi levado ao governo de Jair Bolsonaro, por ninguém menos que Sergio Moro. Coincidência não é mesmo?
Essas foram as novas revelações da Vaza Jato publicadas pela Folha em Parceria com o Intercept e bate o último prego no caixão do Partido da Lava Jato.
“Um tema consistente das revelações da #VazaJato é que Moro e Deltan fingiram ser fanáticos sobre o combate à corrupção enquanto acreditavam que tinham o direito de ser corruptos. Ainda acreditam nisso, e é por isso que estão lutando contra punições por corrupção de juízes e MPF”, afirma o jornalista.
O jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, explica a relação do comportamento de Sergio Moro e Deltan Dallagnol contra a lei do abuso de autoridade com sua atuação durante a Operação Lava Jato.
“Um tema consistente das revelações da #VazaJato é que Moro e Deltan fingiram ser fanáticos sobre o combate à corrupção enquanto acreditavam que tinham o direito de ser corruptos. Ainda acreditam nisso, e é por isso que estão lutando contra punições por corrupção de juízes e MPF”, observa.
Em novo capítulo da Vaza Jato publicado neste domingo 18, mensagens revelaram que a força-tarefa obteve com a Receita Federal dados sigilosos de suspeitos sem autorização judicial, por meio de aplicativos de conversas (leia mais).
Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que trata do abuso de autoridade. A matéria criminaliza todo o comportamento da Lava Jato com seus investigados e suspeitos. Moro e Dallagnol são contra as medidas.
Também: @UOLNoticias informou que "o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) confirmou ter encontrado com Deltan", exatamente como reportamos na semana passada, fornecendo ainda mais provas da autenticidade do arquivo, que agora ninguém racional duvida: https://t.co/ocwLQw9i3N
A lista faz parte de um relatório do Coaf do ano passado, que apontou movimentação atípica de auxiliares de 20 deputados da assembleia fluminense
O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSL), filho 02 do presidente, publicou neste sábado (17) no Twitter uma lista de políticos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que apresentaram transações financeiras suspeitas. Dentre os nomes, estava o de seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PSL), devido às movimentações realizadas por seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
A lista faz parte de um relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) do ano passado, que apontou movimentação atípica de auxiliares de 20 deputados da assembleia fluminense.
Carlos havia publicado a lista em resposta a uma publicação do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), em que ele havia questionado o ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre seu silêncio com relação à interferência de Jair Bolsonaro na troca de comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
“Aí maluc(x), o que tem pra falar sobre estes casos dos amigos do PSOL? Ou vai continuar fingindo que nada existe e que Copacabana Palace é Venezuela ou Cuba?”, respondeu Carlos, anexando a lista dos nomes dos políticos que, dentre eles, estava o de seu irmão.
“Confesso que às vezes tenho pena do Carluxo. Sempre tão confuso… Ele fica tão nervoso que daqui a pouco vai divulgar a lista dos funcionários fantasmas do seu próprio gabinete”, ironizou Freixo, em seguida.
Procuradores realizavam consultas “informais” para saber até se seguranças de Lula compraram geladeira e fogão para o sítio de Atibaia.
Além de incentivar secretamente investigações de ministros do Supremo Tribunal Federal, colaborar de forma proibida com então juiz Sergio Moro, usar partido político e grupos da sociedade civil como lobistas para emplacar suas pautas políticas, tramar o vazamento de uma delação para interferir na política de outro país e se encontrar secretamente com banqueiros em pleno ano eleitoral, os procuradores da operação Lava Jato também usaram o Telegram para obter informalmente dados sigilosos da Receita Federal – ou seja, sem nenhum controle da Justiça.
O coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e seus colegas em Curitiba recorreram em diversas ocasiões a um informante graduado dentro da Receita para levantar o sigilo fiscal de cidadãos sem que a Justiça tivesse autorizado a quebra. As investigações clandestinas são reveladas agora pelo Intercept em parceria com a Folha de S.Paulo, graças ao arquivo da Vaza Jato.
Para obter os dados sigilosos, os procuradores recorreram ao auditor fiscal Roberto Leonel, que chefiava a área de inteligência da Receita em Curitiba, onde trabalhava. Leonel é hoje presidente do Coaf foi levado ao governo de Jair Bolsonaro por Sergio Moro.
A relação entre Leonel e a força-tarefa era tão próxima que eles pediram para o auditor informações sigilosas de contribuintes até mesmo para verificar hipóteses sem indícios mínimos. A Lava Jato, como o Intercept mostrou em parceria com o El País, já se movimentou contra seus inimigos declarados motivada apenas por boatos.
A obsessão Lula: ‘tipo pescador de pesque e pague rsrsrs’
Três dos casos encontrados nos diálogos envolvem a maior obsessão dos procuradores em todos os anos de conversas pelo Telegram, o nome mais citado entre todos: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em agosto de 2015, diante das notícias de que um sobrinho de Lula fizera negócios em Angola com ajuda do político e da Odebrecht, a primeira coisa que ocorreu ao procurador Roberson Pozzobon foi chamar Leonel. “Quero pedir via Leonel para não dar muito na cara, tipo pescador de pesque e pague rsrsrs”, disse numa mensagem a Dallagnol no grupo Chat FT MPF Curitiba 2.
No ano seguinte, entre janeiro e março, a força-tarefa pediu a Leonel que levantasse informações sobre uma nora de Lula e sobre o caseiro do sítio de Atibaia, propriedade à época registrada em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite, e que era frequentada pelo ex-presidente. O caso levou à sua segunda condenação.
18 de janeiro de 2016 – grupo 3Plex
Januário Paludo – 15:18:31 – estou pedindo para roberto leonel verificar se o aluguel é pago para a marlene araujo, cnpj SUPRIMIDO pelo restaurante SUPRIMIDO. Ja pedi todos os registros de imóveis do terminal 3 de guarulhos. Paludo – 15:18:37 – CNPJ SUPRIMIDO Nome fantasia: SUPRIMIDO Razão Social: SUPRIMIDO LTDA 06/11/2013 end: Rod Helio Smidt, S/N, Terminal de Passageiros 3; 1º piso, Aeroporto de Guarulhos Julio Noronha – 15:19:02 – emoji sinal positivo
A investigação informal contra Lula e pessoas que o cercavam também incluiu o pedido, feito pelos procuradores, a informações sobre o patrimônio dos antigos donos do sítio, antes da propriedade ser comprada por Bittar e Leite. Na mesma época, os procuradores também solicitaram ao auditor informações sobre compras que a ex-primeira dama Marisa Letícia e os seguranças do casal teriam feito.
Em 15 de fevereiro daquele 2016, Dallagnol sugeriu aos colegas no grupo 3Plex que pesquisassem as declarações anuais de imposto de renda do caseiro Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona. “Vcs checaram o IR de Maradona? Não me surpreenderia se ele fosse funcionário fantasma de algum órgão público (comissionado)”, disse. “Pede pro Roberto Leonel dar uma olhada informal”.
Uma semana depois, Moro autorizou a quebra do sigilo fiscal do caseiro. No processo que trata do sítio, no entanto, não há nenhuma informação do Fisco sobre ele, nem sinal de que a hipótese de Dallagnol tenha sido checada.
15 de fevereiro de 2016 – grupo 3Plex
Deltan Dallagnol – 15:53:20 – Vcs checaram o IR de Maradona? Não me surpreenderia se ele fosse funcionário fantasma de algum órgão público Dallagnol – 15:53:24 – (comissionado) Julio Noronha – 15:55:00 – Não olhamos… Vou colocar na lista de pendências Dallagnol – 15:56:32 – Pede pro Roberto Leonel dar uma olhada informal Noronha – 15:56:39 – Ok!
Em 6 de setembro de 2016, o procurador Athayde Ribeiro Costa informou aos colegas no grupo 3Plex que pediu a Leonel para averiguar se os seguranças de Lula tinham adquirido uma geladeira e um fogão, dois anos antes, para equipar o triplex que a empreiteira OAS diz ter reformado para o petista no Guarujá. Costa enviou ao auditor sem autorização judicial, os nomes de oito seguranças que trabalhavam para o ex-presidente, além do nome de duas lojas. Não há confirmação, nos chats, se Leonel verificou as informações, mas no processo do triplex, que levou Lula à prisão, a OAS é indicada como responsável pela compra dos eletrodomésticos, e não os seguranças.
Athayde Ribeiro Costa – 20:18:43 – Pessoal, fiz esse pedido ao LEONEL em relacao ao fogao e geladeira Costa – 20:18:53 – Leonel, boa noite. Se possível, tentar ver dps se os seguranças do LULA adquiriram geladeira e fogao da marca BRASTEMP no ano de 2014 que foram parar no apartamento. Os fornecedores devem ter sido a SUPRIMIDO ou SUPRIMIDO. Será que conseguimos ver isso? Costa – 20:18:53 – O nome deles Costa – 20:18:53 – SUPRIMIDO, SUPRIMIDO, SUPRIMIDO, SUPRIMIDO, SUPRIMIDO, SUPRIMIDO, SUPRIMIDO e SUPRIMIDO. Jerusa Viecilli – 21:37:12 – sinal positivo
As mensagens não permitem saber se Leonel atendeu a todos os pedidos clandestinos dos procuradores, mas há ao menos um caso em que fica claro que o auditor repassou informações sobre pessoas que sequer eram investigadas em Curitiba.
‘Por favor delete este assunto por enquanto’
Em maio de 2017, Leonel informou a Dallagnol, em um chat privado, que fizera uma representaçãocontra os pais do ex-deputado do PMDB Rodrigo Rocha Loures, e que preparava outra contra sua ex-mulher, que acabara de declarar uma conta milionária na Suíça.
O deputado da mala, aliado do então presidente Michel Temer, tinha sido afastado de seu mandato pelo STF poucos dias antes daquela conversa. Ele foi filmado pela Polícia Federal recebendo R$ 500 mil de um executivo da J&F. Na época, a Procuradoria-Geral da República acusou Temer de ser o destinatário final do dinheiro. A denúncia contra Temer foi suspensa pela Câmara dos Deputados.
24 de maio de 2017 – Chat privado
Roberto Leonel – 16:28:27 – Deltan Posso te falar daquele outro assunto de ontem Gersonme deu mais bronca Leonel – 16:29:26 – Fiz hj representação para srrf08 contra os pais do Rodrigo copiando Gerson normalmente Ele quis saber pq fiz etc e se tinha passado está inf a vcs Leonel – 16:30:11 – Disse q NUNCA passei pois não tem origem ilícita suspeita !!! Por favor delete este assunto por enquanto Deltan Dallagnol – 16:30:20 – Vc fez bem Por que ele quer saber se passou pra nós? Dallagnol – 16:30:31 – claro Leonel – 16:34:38 – Pior Leonel – 16:36:43 – Confidencial A ex cônjuge do dep fed Rodrigo entregou dirpf retificadora incluindo conta no banco pictet suica Não menciona na dirpf se fez ou não dercat. Mas aproveitou o embalo e inseriu saldo de 1 milhão em cc na suica aem lastro Dallagnol – 16:39:21 – ta brincando!! Leonel – 16:39:48 – Agora estou fazendo outra representação Leonel – 16:40:06 – Banco pictet Conhecido de vcs? Leonel – 16:40:37 – Esta Inv está na pgr ou descerá para vcs? Leonel – 16:40:54 – Acho q ficará lá mas sei lá como vou fazer Dallagnol – 16:44:14 – Com a PGR. Estou sugerindo eles fazerem checagens Dallagnol – 16:44:28 – Quem está com isso é a colega clara, do gt-pgr da lava jato Dallagnol – 16:44:34 – se quiser te coloco em contato com ela
Esta é uma pergunta indispensável, até porque muitos procuradores souberam da proibição absurda de Moro a Dallagnol de periciar o celular de Cunha. Nesse caso, a coisa passou de uma simples “sugestão”, como foi o caso de FHC. Moro se reuniu com Dallagnol para suprimir o conteúdo do celular de Cunha e Dallagnol, por sua vez, se reuniu com alguns procuradores para dar o ok às ordens de Moro, dando a palavra ao juiz de que o celular de Cunha não seria periciado.
Este é um fato determinante porque envolve não simplesmente o político mais corrupto da história do Brasil, mas o que organizou, dentro do congresso, o golpe contra a presidenta Dilma. Lógico que não foi uma simples operação, muita gente que tinha interesse na queda de Dilma contou com a eficiência de Cunha para isso e, certamente, contribuiu de alguma forma, sobretudo em espécie, para que a superfície do golpe ficasse perfeitamente pavimentada e que Dilma pudesse ser arrancada da cadeira da presidência.
Digamos que esses afluentes que engrossaram, de forma clandestina, a sabotagem que derrubou Dilma, formando a equação perfeita para deferir um golpe contra a democracia, tenham sido bastante generosos com um vigarista como Cunha que, sabemos todos, não perdia a viagem. Isso sem falar nas triangulações de Cunha com empresários e políticos que comiam em sua mão no seu universo de corruptos e corruptores.
Cunha não era um sujeito qualquer, suas informações numa delação, seja de forma espontânea ou periciando o seu telefone, certamente implodiria o governo Temer e mais uma penca de auxiliares da goma alta.
Então, ficam as perguntas, por que esses procuradores deram a palavra a Dallagnol, e este a Moro, de que não tocariam no celular de Cunha ou mesmo não denunciariam Moro e Dallagnol pela relação promíscua entre o juiz e o procurador chefe da Força-tarefa, como sabia Carlos Fernando dos Santos Lima? Quanto custou esse silêncio, agora relevado pelo Intercept? Quem pagou e como pagou pelo silêncio dos procuradores que fizeram parte desse conluio?
Porque o grau de gravidade desse fato não é menor do que os crimes cometidos por Moro e Dallagnol.
Depois das farsas do hacker de Araraquara, o fake do PCC e a tentativa de jogar Lula numa prisão comum em São Paulo, por vingança, Moro foi pego no contrapé por Glenn num mata-leão certeiro, o celular de Cunha.
Moro, que vinha negando a autenticidade dos vazamentos, depois, passando a criminalizar o Intercept, não teve como se defender do Royal Straight Flush de Glenn porque, como disseram dois ministros do STF, a gravidade desse vazamento do Intercept contra Moro se dá por dois motivos. O primeiro que os procuradores atendendo às ordens de Moro, realmente não periciaram os celulares de Cunha e, o segundo, nenhum outro investigado e condenado pela Lava Jato ficou sem ter seu celular ser periciado.
Isso prova que Moro, além da ilegalidade de dar mais uma ordem aos procuradores e policiais federais, mostrou que Cunha, o maior corrupto da história do Brasil, era seu protegido.
O que sobrou de credibilidade de Moro, o juiz que condenou Lula sem provas? Nada!
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, chamou a atenção para o fato de que, se Bolsonaro influenciou na queda do superintendente da PF do RJ para barrar as investigações do caso Queiroz, ele incorreu em obstrução criminal, atitude prevista na Lei do Impeachment.
A intervenção de Jair Bolsonaro na troca do comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro poderia levar o presidente a um impeachment. Quem chamou a atenção para o fato foi o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.
Conforme aponta reportagem da Folha de S. Paulo, Ricardo Saadi foi demitido da função de superintendente da PF do Rio de Janeiro a pedido do presidente como uma tentativa do capitão da reserva de barrar as investigações do caso Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que segundo o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), realizou movimentações financeiras atípicas quando trabalhava no gabinete do filho do capitão da reserva.
“A Folha afirma que foi a apuração do caso Queiroz que levou à queda do superintendente da PF do Rio de Janeiro. Se isso for comprovado estaremos diante de um grave crime: obstrução de investigação criminal (Lei 12.850/2013). Nesse caso, Bolsonaro poderia ser alvo de impeachment”, escreveu Juliano Medeiros, que trouxe à tona o artigo da Lei do Impeachment que trata sobre a atitude do presidente.
A @Folha afirma que foi a apuração do caso Queiróz que levou à queda do superintendente da PF do Rio de Janeiro. Se isso for comprovado estaremos diante de um grave crime: obstrução de investigação criminal (Lei 12.850/2013). Nesse caso, Bolsonaro poderia ser alvo de impeachment.
“São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias: 1) impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões do Poder Judiciário”, diz o artigo.
O presidente do PSOL, contudo, ponderou: “Não quero dizer, com isso, que a estratégia da oposição deva ser a do impeachment nesse momento, quando não há ainda apoio expressivo dos demais partidos a essa opção. Apenas chamo a atenção para lembrar que, se comprovada a denúncia da Folha, teríamos mais um crime de Bolsonaro”.
A tentativa de Bolsonaro de escolher nome do novo superintendente, de acordo com Mônica Bergamo, vem causando insatisfação entre delegados. Um deles, inclusive, teria afirmado que não se recordar de nada parecido vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país.
“De acordo com um dos policiais, aceitar ingerência de Bolsonaro na PF significará o fim da corporação —que não seria o espaço apropriado para ele mostrar que pode mandar e desmandar”, escreveu a jornalista em sua coluna deste sábado (17) na Folha de S. Paulo.
O presidente estaria tentando, com a atitude, barrar as investigações em casos que envolvem sua família e Fabrício Queiroz. Detalhe que a Polícia Federal do RJ não tem nenhuma interferência direta nesses casos, que estão sob investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro e da PF em Brasília. Aos cuidados de Saadi estava o inquérito sobre um esquema dentro da Polícia Civil fluminense que tentava atrapalhar os trabalhos para elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Em um ponto os casos Queiroz e Marielle Franco se cruzam. A mulher e mãe de um dos suspeitos de terem executado a vereadora foi empregada no gabinete de Flávio Bolsonaro por Fabrício Queiroz. Mesmo tendo defendido diversas vezes em tribunais parlamentares a ação de milicianos, os Bolsonaro negam qualquer tipo de vínculo com os grupos criminosos.
Dois ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que o então juiz Sergio Moro não quis apreender telefones celulares de Eduardo Cunha para evitar que pessoas com foro privilegiado tirassem as investigações da 13ª Vara Federal em Curitiba e as levassem para o STF.
A teoria dos ministros é que Moro queria manter Cunha sob sua alçada, como um troféu. Seria uma manobra combinada com o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato.
Para ministros, essa atitude explicaria o motivo de Moro ter se posicionado perante o Ministério Público contra eventual acordo de delação premiada do então ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Eduardo Cunha conversava com a república inteira, especialmente com integrantes do primeiro escalão do Executivo e ministros de tribunais superiores, como membros do STF.
No entendimento desses dois ministros do STF, que conversaram em reserva com o blog, o fato é grave de ilegal por se tratar de um direcionamento de competência. Moro poderia ser obrigado a declinar de julgar Cunha caso houvesse motivo para transferência do tema para o STF.
Um ministro indaga se alguém se lembra de alguma operação da Lava Jato que tenha deixado de apreender celulares. Um advogado criminalista tem a mesmo teoria dos dois ministros do STF a respeito da conduta de Moro no episódio Cunha _uma reportagem feita em parceria entre o “The Intercept Brasil” e o “Buzzfeed”.
Deputado, filho do presidente, afirmou em entrevista ao SBT que pretende trabalhar para “reverter a imagem ruim” do país lá fora. “Certamente serei um representante do governo, serei um mini-presidente lá nos Estados Unidos”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro promete ser um “mini-presidente lá nos Estados Unidos” caso seja aprovada pelo Senado sua indicação para o cargo de embaixador do Brasil em Washington. A declaração foi feita em entrevista ao SBT exibida nesta sexta-feira 16.
Com tantos planos, aparentemente o filho do presidente da República já conta com votação favorável no Senado. “Um embaixador não pode fazer um juízo contrário àquilo que pediram os brasileiros. Certamente serei um representante do governo, serei um mini-presidente lá nos Estados Unidos, assim como são todos os outros embaixadores nas suas posições“, afirmou.
“Eu quero reverter essa imagem ruim, porque eu vejo que muito dessa imagem é com base em fake news e em comentários inapropriados. Eu acredito que o Jair Bolsonaro está convergindo para aquilo que os brasileiro pediram. É uma política contra a ideologia de gênero, que olha pelo produtor rural e contra o radicalismo ambiental”, declarou ainda.
Na entrevista à jornalista Debora Bergamasco, ele disse ainda que a indicação para o cargo de embaixador partiu do chanceler Ernesto Araújo, não de Bolsonaro, e que o pai não conversava sobre esse tema com ele. “De certa forma eu fui pego de surpresa”, disse.
Reportagem do Huffington Post publicada neste sábado aponta que Bolsonaro negocia caro com o Senado para aprovar o nome de seu filho para o cargo, selecionando cargos em aberto ou por vagar para distribuir a aliados, numa “troca de favores”.