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Nas sombras, um ex-presidente faz carreira representando as techs

Depois que deixou a presidência da República, em 2019, o líder do MDB representou uma série de empresas de tecnologia, entre elas, o Google

Nos bastidores do parlamento brasileiro, Michel Temer é frequentemente lembrado como um ótimo articulador político. Foi presidente da Câmara dos Deputados três vezes e, com isso, conquistou a aliança para ser vice de Dilma Rousseff, em 2010. Mais tarde, usando das mesmas habilidades, fez parte da articulação que o levou a sentar na cadeira da presidência da República do Brasil, a partir de 12 de maio de 2016, após o controverso processo de impeachment de Dilma Rousseff. Nas palavras dele, em seu livro “A escolha”, Temer creditou a Eduardo Cunha a retirada da petista do cargo. Já na descrição de Cunha, o ex-presidente “lutou” de todas as maneiras para tirar Dilma.

Temer só deixou a cadeira após entregar a faixa presidencial a Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019. Uma vez “desempregado”, o líder do MDB resolveu retomar uma carreira abandonada três décadas antes, a advocacia. O ex-presidente é formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), das mais tradicionais do país, e autor de importantes livros sobre Direito Constitucional. Mas passou décadas sem advogar. Após a presidência, Temer remodelou sua carreira na advocacia – mas não em qualquer setor.

O projeto “A Mão Invisível das Big Techs”, investigação liderada pela Agência Pública e pelo Centro Latino-Americano de Investigação Jornalística (CLIP), mapeou os rastros da atuação do ex-presidente em Brasília e no Superior Tribunal Federal brasileiro. Entre tantas áreas, o ex-presidente passou a representar empresas de tecnologia com disputas na Corte. A atuação foi admitida publicamente, porém, é pouco registrada de modo formal.

Por cerca de dois meses, a reportagem fez diversos pedidos de entrevista ao ex-presidente para ouvi-lo sobre seu trabalho no setor. Foram enviadas mensagens a um de seus assessores e para sua secretária desde o dia 5 de junho. Apenas no dia 4 de agosto, ele enviou uma mensagem por meio de sua equipe de assessoria: “para finalizar seu assunto, Dr. Michel Temer informa que não trata de assuntos de interesse dos clientes com outras pessoas. Agradeço a sua compreensão”.

Quando o CLIP, membro desta aliança jornalística, procurou a equipe de Temer, foi informado que estavamos fazendo uma reportagem sobre o trabalho do ex-presidente como advogado e acompanhando sua atuação na área de tecnologia. Também foi dito ao ex-presidente, por email a sua equipe, que havia sido encontrado um processo em que ele atua para a Gradiente já que constava uma procuração, mas não era possível entender a atuação no caso. Além disso, foi dito a Temer que ele tinha sido apresentado como advogado do Google, mas não tinha sido possível localizar casos em que ele atua para a empresa no STF. Por isso, existiam vários questionamentos a serem feitos.

No fim de junho de 2023, o Google anunciou a contratação de Temer durante as negociações do PL das “Fake News”. No mês anterior, em maio de 2023, o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, pediu que a PGR e a PF investigassem a campanha do Google e do Telegram contra o projeto. Entre outras coisas, as empresas publicaram em sua plataforma textos da posição da empresa para mobilizar os usuários contra a lei que se pretendia criar. O Google, por exemplo, usou a home da busca para dizer que o PL “podia piorar a internet” e iria “aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil”. Mais tarde, após toda a pressão, o projeto nunca foi votado.

techs

A reportagem apurou que a contratação de Temer, porém, se deu bem antes disso. No início de maio daquele ano, os dirigentes das empresas passaram a ser investigados pela Polícia Federal pela pressão contra o projeto, a pedido do então presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira. Os executivos da empresa chegaram a prestar depoimentos no inquérito. Além da investigação na PF, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor também abriram apurações sobre o episódio. Segundo pessoas que acompanharam a crise e pediram anonimato, a decisão pela contratação de Temer se deu para que ele atuasse intermediando diálogos em todos esses processos.

No entanto, a representação jurídica ficou a cargo de outros advogados. Com isso, Temer também atuou, em favor da empresa, junto ao relator do projeto de lei, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB). O parlamentar, um dos poucos que concordou em conceder entrevista, relembrou a essa coalizão o episódio relatando que, naquele período, em junho de 2023, recebeu uma ligação do ex-presidente Michel Temer que pediu a ele que fosse a seu escritório em São Paulo para uma conversa.

Temer tem um escritório na rua Pedroso Alvarenga, no bairro do Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, há anos. O local é utilizado por Temer para reuniões desde a época em que era deputado e também quando estava na Presidência da República. Ao chegar no local, Silva disse que Temer informou que “estava acompanhando o conflito” das empresas de tecnologia, Congresso Nacional e governo em torno do projeto de lei para a regulação e responsabilização das redes sociais. Segundo Silva, Temer informou que “queria ajudar” e perguntou se o deputado aceitaria um encontro com os dirigentes do Google.

“Fui ao escritório dele (Temer) e conversamos um pouco. Ele disse que estava acompanhando a discussão no Congresso e tinha capacidade de diálogo e que estava à disposição e perguntou se eu podia conversar com os dirigentes do Google”, contou Silva. Temer, em momento algum, anunciou que era advogado da empresa ou que tinha sido contratado por ela para atuar no caso.

Na sequência, segundo Silva, foi marcado um encontro novamente no escritório de Michel Temer, alguns dias depois. Na segunda conversa, além do ex-presidente estava Fábio Coelho, presidente do Google Brasil. Eles falaram sobre as ideias deles. O foco dele estava na responsabilidade. “Eles (Google) achavam que não cabia a responsabilização (das empresas). Eu repus todos os argumentos. Eles ficaram de mandar textos e mandaram sugestões, mas eram as mesmas que eles já tinham encaminhado outras vezes”, relatou Silva, ao mencionar que já mantinha contato com os dirigentes da empresa. Depois disso, o deputado disse que nunca mais tratou do assunto com Temer.

A contratação de Temer foi revelada pela jornalista Patrícia Campos Mello, no jornal Folha de S. Paulo, em junho de 2023. Na ocasião, a assessoria do Google disse que: “Assim como outras empresas e entidades, contratamos agências e consultores especializados para ajudar na mediação dos nossos esforços de diálogo com o poder público para podermos levar nossas contribuições a políticos e parlamentares, especialmente, em questões importantes e técnicas como a construção de novas legislações”. Esta coalizão apurou que a contratação de Temer durou cerca de seis meses e, depois que a situação estava “controlada”, o trabalho foi encerrado.

Procurado, o Google informou que não tinha nada a acrescentar além do que já tinha mencionado quando anunciou a contratação de Temer em 2023. Em março de 2024, a investigação da PF sobre a atuação do Google e do Telegram foi arquivada a pedido da PGR embora os policiais tivessem indicado em seu relatório final que viam abuso de poder econômico das empresas no caso. Os casos no Cade e na Secretaria de Defesa do Consumidor seguem em aberto.

Parecer para a Huawei
Antes do episódio com o Google, Temer também já tinha sido convocado em outra situação de crise. Por isso, nos bastidores do Congresso Nacional, ele é conhecido por um tipo de trabalho para “Lobby de Crises” embora negue fazer lobby quando perguntado. Em 2021, quando o governo de Jair Bolsonaro pretendia banir a chinesa Huawei da participação do leilão para disputar as concessões em torno das transmissões 5G, a empresa também recorreu a Temer para elaborar um parecer jurídico sobre a entrada da empresa no mercado brasileiro.

Em 27 de setembro de 2021, o ex-presidente Michel Temer foi questionado no programa Roda Viva sobre o caso e respondeu aos questionamentos sobre lobby. “Eu dei um parecer. Você sabe que eu sou da área jurídica e eu tenho que sobreviver. Como estou no meu escritório, eu retomei a advocacia e tenho sido procurado para pareceres. Não foi só para eles (Huawei) que eu dei não. Dei outros pareceres. Aliás, dei para uma empresa que presta serviços para a Huawei. Até se me dissessem, a Huawei está procurando seus serviços advocatícios, eu faria com muito gosto. Profissionalmente, é perfeitamente possível, mas não é isso que acontece. Evidentemente, não faço lobby. Eu me lembro que um colunista, não sei quem, falou ‘Temer foi contratado para fazer lobby’. Não faço lobby. Não tenho contato com ninguém. Dou pareceres. Disso, não há dúvida. Dei para eles, legitimamente e acho que o governo estava resistindo um pouco indevidamente e inconstitucionalmente”.

VIDEO TEMER?

Mais tarde, no fim de 2021, a Huawei não chegou a disputar o leilão que era para operadoras dessa tecnologia. No entanto, a empresa é uma das principais fornecedoras de equipamentos para que seja possível fazer uso do 5G. A Huawei deixou de ser atacada por Bolsonaro, que atendia os interesses do primeiro governo de Donald Trump, à época. Os norte-americanos não querem deixar que os chineses controlem o mercado de equipamentos e a Huawei também é investigada por suspeitas de espionagem em diferentes locais do mundo. “Ele conseguiu mediar, conseguiu resolver o problema”, explica Rafael Zanatta, Diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa. “Ele, claramente, tá orientando a carreira dele como um lobista de crise”, completou Zanatta.

Temer, como já sabemos, não fez pareceres ao Google em 2023. Mas mediou contatos entre dirigentes do Google e o deputado Orlando Silva, relator do PL das “fake news”.

Mas como definimos o que é lobby? “No nível mais abstrato, o lobby é uma defesa de uma causa perante um agente decisório e não é crime em si”, explica Zanatta, ao lembrar que no Brasil não há uma regulação de lobby. O pesquisador observa ainda que na lei americana, por exemplo, entre outros aspectos, é previsto uma defesa pública, democrática e equitativa da causa, o que não ocorre no modo como o setor atua no Brasil. “O que não é permitido é fazer um jantar em Lisboa, por exemplo, ou produzir algo só para um parlamentar. Além disso, não é permitido fazer um rascunho de texto que depois um assessor parlamentar apresenta especificamente para um projeto de lei”, finaliza Zanatta, ao mencionar vários aspectos que ocorrem no Brasil.

A entrada de Temer na representação do Google e das demais techs configura a conhecida tática de “revolving door” ou “porta giratória, uma clássica tática de lobby em que altos funcionários públicos passam a atuar no setor privado ou o contrário. No projeto A Mão Invisível das Big Techs, verificamos diversos outros casos que se assemelham.

Reportagens, à época, anunciaram encontros do ex-presidente com líderes partidários para tratar do PL das fake news. Então, para entender como atua o ex-presidente, o CLIP pediu à Câmara dos Deputados, por meio de um pedido de lei de acesso à informação, a lista de registros da presença de Temer na casa. A Câmara respondeu que não tinha nenhum registro de entrada de Temer no prédio entre janeiro de 2023 e maio de 2024. A Casa, porém, ressalvou que “a entrada de pessoas com credencial de acesso ao Congresso Nacional, congressistas e altas autoridades não são registradas”. Temer não é congressista e também não é mais Presidente. Em entrevistas com fontes que pediram anonimato, Temer foi descrito como parte da articulação que levou à derrubada do projeto que pretendia regular as empresas de tecnologia.

No STF, com a Apple
O CLIP também rastreou a atuação de Temer no STF. Nos processos que o Google move na Corte, não há qualquer registro da atuação do ex-presidente. O CLIP chegou a pedir os registros de acesso do ex-presidente na Corte, mas o STF não quis informar. No sistema da Corte, o único processo localizado na área de tecnologia com o ex-presidente entre os advogados é uma ação que a Apple move contra a empresa IGB Eletrônica S.A devido ao registro e uso da marca “Gradiente Iphone” que foi registrada no Brasil em 2008.

A Apple pede no processo a anulação do registro que permitiu a IGB o uso do nome “Gradiente Iphone”. O pedido foi feito pela IGB Eletrônica S.A em 2000, mas só em 2008 ele foi concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Antes disso, em 2007, a Apple lançou o iPhone, que ganhou projeção mundial. A Apple já venceu em primeira e segunda instância. No STF, a IGB Eletrônica S.A tenta reverter as decisões.

Temer foi contratado pela IGB Eletrônica, em 14 de outubro de 2023, quando o caso já estava caminhando para a fase final de julgamento no STF. A Aliança Jornalística teve acesso ao processo e viu a procuração dele na caso. O relator é o ministro Dias Toffoli. No entanto, o único registro dele nos autos é justamente a procuração que o formalizou como representante da IGB. Ele não apresentou nenhuma petição e não há nenhum outro ato formal de Temer. Procurado, o advogado Igor Mauler Santiago, líder na defesa da IGB, não quis dar entrevista.

A reportagem conversou com fontes que participaram ativamente das negociações com Temer, que pediram anonimato, e foi informada de que ex-presidente teria produzido um parecer técnico sobre a questão da propriedade intelectual da Gradiente em relação ao nome em disputa com a Apple. Esse documento teria sido mostrado aos ministros do STF, mas não foi juntado aos autos. Além disso, a contratação de Temer teria se dado depois que ele advogou na Adin 5529, que tratou da inconstitucionalidade do dispositivo da Lei de Propriedade Industrial (Lei 9.279/1996) que prorrogava a vigência de patentes no país. Ele defendia, naquele caso, uma tese que interessava à Gradiente.

O julgamento do caso começou no plenário virtual e a Gradiente estava perdendo por 5 votos (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lucia, Cristiano Zanin e Luiz Fux) a 3 (Dias Toffoli, Gilmar Mendes e André Mendonça) quando o ministro Toffoli decidiu levar a discussão para o plenário físico, o que reinicia a votação. Desde o fim de 2023, as partes aguardam a resolução do caso com a análise pelo plenário do STF, o que ainda não ocorreu.

Além disso, Michel Temer tem atuado em alguns outros processos de grandes empresas. No caso da Eletrobras vs Fundo de Investimento, ele representa a empresa tenta evitar pagar R$ 142 milhões após perder um processo que durou mais de 20 anos, mas o STJ negou o pedido.

Já nos processos de iluminação pública de São Paulo, trata-se de uma megalicitação de R$ 6,9 bilhões onde diferentes consórcios brigam na justiça – o STJ manteve o contrato da Iluminação Paulistana funcionando para não deixar a cidade no escuro. Temer atua pelo Consórcio Walks, que perdeu a licitação e discute a questão no Judiciário

Já em outro caso, uma disputa na usina de Belo Monte, Temer atua como advogado da Eletrobras, o STF decidiu que a usina pode continuar operando, mas as empresas devem compensar as comunidades indígenas pelos impactos causados.

Processos criminais e investigações
Michel Temer enfrentou dois processos criminais principais. No caso da Lava Jato, ele e outros réus foram absolvidos sumariamente de acusações de organização criminosa envolvendo Petrobras, Furnas e outros órgãos públicos, com a decisão transitando em julgado em 2023.

Já no caso do “Decreto dos Portos”, Temer conseguiu uma vitória importante ao desbloquear R$ 32,6 milhões que estavam sequestrados, pois o tribunal entendeu que não havia fundamentação adequada para o bloqueio dos bens. Ele foi absolvido, mas o MPF recorreu. Segundo a acusação, Temer teria recebido propinas e vantagens por meio de empresas para editar e beneficiar empresas do setor.

*Por Juliana Dal Piva, do ICL Notícias e CLIP, e Luiza Souto, especial para o ICL


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Opinião

Que perseguição é essa com Bolsonaro? Quem nunca dormiu duas noites na embaixada da Hungria no Brasil?

Bolsonaro poderia dormir na mansão de um filho em Brasília, são três mansões compradas em dinheiro vivo durante seu governo. Mas modesto como é, preferiu pegar seus panos de bunda e ir para embaixada da Hungria e ficar mais de cinco minutos do lado de fora batendo palmas para entrar.

Qual ex-presidente da República nunca fez o mesmo?

A embaixada da Hungria é igual a todas as outras, que sempre serviram de casa da mãe Joana para ex-presidentes.

Só porque Bolsonaro teve o passaporte cassado para não dar nas canelas e fugir da cadeia? Isso faz dele suspeito, porra!

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Ex-presidente da Caixa aumentou em 4 vezes o próprio salário em 2021

Acusado por ao menos cinco vítimas de assédio sexual, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal chegou a acumular diversos cargos em comissões internas e de empresas subsidiárias da Caixa em 2021. A prática fere a Lei das Estatais. A remuneração do empresário chegou a R$ 230 mil, segundo o DCM.

De acordo com a lei, o acúmulo de remunerações por cargos em comissões é limitado a dois.

Pedro Guimarães era membro de 21 conselhos de administração de empresas ligadas à estatal no ano passado, fazendo com que o salário dele, que antes era de R$ 56 mil, subisse para R$ 230 mil, ainda em julho de 2021.

Ele atuava como presidente dos conselhos de administração do Banco Pan, da Elo, da Caixa Cartões, da Caixa Seguridade e da Caixa Participações e também era membro de outros órgãos.

Além desses, ele atuava em mais 12 conselhos, com remunerações extras que variavam de R$ 9 mil a R$ 3,6 mil em cada.

No entanto segundo a Caixa, “não há limite legal para a participação de presidente de empresas estatais em conselhos de administração de outras empresas subsidiárias ou participadas”.

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Política

STF considera Moro parcial e anula condenação de doleiro no caso Banestado

Com votos de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a corte avaliou que Sergio Moro foi parcial ao condenar doleiro. Decisão abre caminho para suspeição no caso do ex-presidente Lula.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal anulou nesta terça-feira (25) uma sentença que havia sido proferida pelo então juiz Sergio Moro no caso Banestado. A decisão abre caminho para suspeição do ex-juiz no caso do ex-presidente Lula, cuja defesa também aponta sua suspeição junto ao STF.

A sentença anulada hoje é a condenação do doleiro Paulo Roberto Krug por suposto esquema de fraude no antigo Banco do Estado do Paraná (Banestado), atendendo a um pedido da defesa do doleiro.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela anulação da sentença, enquanto os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram contra. O placar terminou em empate com a licença médica de Celso de Mello. Com isso, os ministros aplicaram o entendimento no direito penal de que o empate favorece o réu.

Para a defesa do doleiro, Moro agiu de forma irregular ao colher depoimentos durante a verificação da delação premiada de Alberto Youssef, e ao juntar documentos aos autos depois das alegações finais da defesa – a última etapa de manifestação das partes no processo antes da sentença.

 

*Com informações do 247

 

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Vitória de Lula: Por unanimidade, TRF-3 rejeita denúncia da Lava Jato contra Lula

A denúncia contra Lula, rejeitada pelo TRF-3, apontava seu irmão, Frei Chico, como beneficiário de “mesada” da Odebrecht. Para a defesa de Lula, decisão do TRF-3 é “pedagógica”.

O TRF-3 rejeitou nesta segunda-feira (18), por unanimidade, denúncia por parte da força-tarefa da Lava-Jato de São Paulo contra o ex-presidente Lula.

O irmão de Lula, Frei Chico, era apontado como beneficiários de “mesada” da Odebrecht. Os desembargadores da 5a Turma decidiram, que não há elementos para abertura de uma ação penal relativa a esse fato.

Em nota, a defesa de Lula afirmou que a decisão do Tribunal é pedagógica. “A decisão do TRF3 prestigia o devido processo legal e reforça a inocência de Lula e excepcionalidade dos processos contra o ex-presidente conduzidos a partir da 13º Vara Federal de Curitiba”.

Leia a nota da defesa do ex-presidente na íntegra:

É pedagógica a decisão proferida hoje (18/05) pelo TRF3 que, tal como havia decidido o juiz de primeiro grau, rejeitou sumariamente, por ausência de suporte probatório mínimo, uma acusação absurda contra ao ex-presidente Lula feita pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo (Recurso em Sentido Estrito nº 0008455-20.2017.4.03.6181/SP).

A imaginária acusação da Lava Jato buscava o processamento de uma ação penal contra Lula sob a alegação de que seu irmão, Frei Chico, teria recebido valores da Odebrecht como suposta contrapartida “obter benefícios junto ao novo mandatário do Poder Executivo Federal”.

O juiz de primeiro grau já havia rejeitado de plano a acusação, que segue o padrão da Lava Jato contra Lula, baseado exclusivamente na palavra de delatores, afirmando que: “Não seria preciso ter aguçado senso de justiça, bastando de um pouco de bom senso para perceber que a acusação está lastreada em interpretações e um amontoado de suposições”.

A decisão do TRF3 prestigia o devido processo legal e reforça a inocência de Lula e excepcionalidade dos processos contra o ex-presidente conduzidos a partir da 13º Vara Federal de Curitiba. É mais uma vitória de Lula na Justiça que mostra a necessidade de ser julgado o Habeas Corpus que aponta a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e a declaração da nulidade de todos os processos que ele tenha atuado contra Lula

Cristiano Zanin Martins

 

 

*Com informações do 247

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STF autoriza anulação de julgamento de Lula no STJ

De acordo com a defesa do ex-presidente Lula, o prazo regimental para contestar o julgamento virtual não foi aberto e, portanto, o julgamento no STJ é irregular.

Por decisão do ministro do STF Edson Fachin, os prazos processuais para realizar julgamento virtual de recurso do ex-presidente Lula no caso do triplex no Guarujá (SP) devem ser seguidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Nessa toada, ainda de acordo com o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça, tem-se que as sessões de julgamento virtual devem ser precedidas da inclusão do processo, pelo relator, na plataforma eletrônica, mediante a respectiva publicação da pauta do Diário da Justiça eletrônico, com antecedência de cinco dias úteis antes do início aprazado para início do julgamento”, escreveu Fachin.

“O andamento processual dá conta de que o feito fora incluído em mesa para julgamento na sessão virtual do dia 22.4.2020, […] fato processual que, ao menos nesse juízo de cognição sumária, apresenta indícios de eventual desacordo com a norma regente dos julgamentos em ambiente virtual”, complementou.

O processo começou a ser analisado na semana passada e teria término nesta terça-feira (28). Porém, de acordo com a defesa do ex-presidente, o prazo regimental para contestar o julgamento virtual não foi aberto e, portanto, o julgamento é irregular.

“Eventual julgamento que venha a se realizar diante desse cenário será nulo, por afrontar as disposições regimentais e o devido processo legal em toda a sua extensão […], incluindo-se as garantias do contraditório e da ampla defesa”, afirma o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin.

 

 

*Com informações do 247

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Thompson Flores, desembargador que perseguiu Lula, é um dos cotados para o lugar de Moro

Quatro nomes estão sendo cotados para substituir Sergio Moro no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, após o anúncio da demissão do ex-juiz federal, de acordo com informações do analista político Caio Junqueira, da CNN.

O mais cotado para o cargo é o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, que é conhecido por ser muito próximo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já que, segundo lembrou Junqueira, o pai dele trabalhou com Bolsonaro na época que ele deputado federal. “Ele é bem próximo aos filhos, foi padrinho do casamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro e é [considerado] de extrema confiança, além de discreto e major reformado da polícia no DF”, descreveu.

O deputado federal Alberto Fraga, que é amigo de Bolsonaro e crítico à gestão de Moro, também é cotado. Outro que é considerado para o cargo é o desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região,que participou do julgamento que condenou em segunda instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por último, o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho, também está entre as opções para a pasta.

 

 

*Com informações da CNN Brasil

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Agora: Lula e Eduardo Moreira discutem propostas sociais e econômicas para enfrentar o coronavírus. Assista

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o economista e ex-banqueiro Eduardo Moreira conversam, por vídeo, sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil. Eles analisam as medidas que foram tomadas até agora. A falta de sintonia entre governo federal e estados e municípios para promover que assegurem o isolamento – inclusive ampliar a garantia de renda para que as pessoas fiquem em casa. A necessidade de investimentos em pesquisa e ciência. A responsabilidade do Tesouro de direcionar os recursos para salvar vidas sem ampliar o endividamento com os bancos.

Assista:

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Vídeo – Lula sobre Bolsonaro: “Ou esse cidadão renuncia ou faz o impeachment dele”

“Ele não quer a verdade. Ele quer criar o caos”, alertou Lula.

O ex-presidente Lula e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, realizaram uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira (25) comentando sobre a crise do novo coronavírus e a postura do presidente Jair Bolsonaro.

Lula criticou duramente a forma com que o ex-capitão tem lidado com o surto da doença e sugeriu o fim do governo. “Ou esse cidadão renuncia, ou faz o impeachment dele, porque não é possível que alguém seja tão irresponsável de brincar com a vida de milhões de pessoas”, declarou.

“Os partidos políticos, não apenas os de esquerda, todos do Congresso Nacional, devem começar a discutir muito seriamente o que vai acontecer com o Bolsonaro”, disse ainda o ex-mandatário.

Para o ex-presidente, o pronunciamento de Bolsonaro foi uma “demonstração de inabilidade política tremenda”. “Ele não estava preocupado com o coronavírus. Ele está preocupado com ele. Estava preocupado com o público a quem ele queria se dirigir para manter o clima de acirramento”, declarou.

“O pronunciamento acirra os ânimos contra governadores e prefeitos”, disse ainda.

Segundo Lula, Bolsonaro nunca fez questão de pensar em todos. “Ele foi eleito por uma parcela e tanta governar tentando dar respostas a uma pequena parcela, sempre com um discurso raivoso”, disse.

O ex-presidente criticou ainda a postura da Confederação Nacional das Indústrias. “O movimento sindical deveria partir pra cima da CNI. Nada que esse governo faz é de graça. Tudo que é feito parece que busca atender os interesses maquiavélicos do presidente da República”, afirmou.

https://www.facebook.com/Lula/videos/510333092917920/?t=0

 

 

*Com informações da Forum

 

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Mundo

Pesquisa indica Sanders como candidato com mais chances de vencer Trump

Cenário em que senador aparece disputando contra Trump é similar às duas vezes em que Obama foi eleito, diz fundador de instituto de pesquisa de opinião.

Caso as eleições presidenciais americanas acontecem agora e o senador Bernie Sanders fosse o candidato a disputar contra o presidente Donald Trump, o democrata sairia vitorioso. É o que aponta a pesquisa de intenção de voto mais recente encomendada pela revista “Forbes”, divulgada nesta quinta-feira.

Ao ouvir jovens de 18 a 29 anos, o levantamento mostrou que Sanders venceria o presidente, com 58% contra 34%. De acordo com o fundador do instituto responsável pela pesquisa, John Zogby, a situação é similar às diferenças de voto que o ex-presidente Barack Obama teve nas duas vezes em que foi eleito.

— Quando Obama foi eleito presidente em 2008 e 2012, ele venceu por uma margem parecida. Na primeira vez, ele teve 66% dos votos entre pessoas de 18 a 29 anos, e, depois, 61%, na reeleição. Sanders mostra que tem capacidade de conseguir esses números entre os eleitores jovens — afirmou Zogby.

De acordo com a pesquisa, no cenário entre Sanders e Trump, a porcentagem de indecisos é de 8%. Essa, segundo Zogby, é a vantagem do senador quando comparado ao ex-vice-presidente Joe Biden. Caso Trump dispute contra Biden, a vitória também seria do lado democrata: o atual presidente teria 35% dos votos, enquanto o ex-vice-presidente, 51%. No entanto, a pesquisa mostra que 14% não saberiam em quem votar nessa situação.

— O problema é que, quando há um número alto de indecisos, de dois dígitos, isso sugere que muitas dessas pessoas podem nem ir votar — diz Zogby. — E se os jovens não forem votar, isso afetará muito os democratas.

O levantamento feito pelo instituto Zogby International ouviu 1.104 jovens americanos nos dias 19 e 20 deste mês. Entre os entrevistados, 650 se disseram eleitores do Partido Democrata. A margem é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.

Nessa faixa etária, que abrange desde millennials (nascidos entre 1981 e 1995) até a Geração Z (entre 1996 e 2010), o candidato democrata com maior intenção de votos é Sanders, com 32%. Logo após vem Biden, com 16%. Em terceiro lugar aparecem Elizabeth Warren e Mike Bloomberg, com 9%, seguidos por Andrew Yand, com 8%.

— Os eleitores de 18 a 29 anos são loucos por Bernie Sanders. Na verdade, os outros candidatos não chegam nem perto dele. E não é só aí que vemos a força de Sanders entre esses eleitores. Quando perguntamos aos entrevistados se eles eram a favor ou não de cada candidatura, o senador continua na frente: 64% que afirmam que são favoráveis a Sanders, enquanto 28% dizem que não, não são favoráveis — conta Zogby.

Nesse sentido, segundo a pesquisa, Biden continua em segundo lugar, tendo 55% dos entrevistados favoráveis a sua candidatura e 33% desfavoráveis. Em terceiro, Warren com 49% a favor e 38% contra.

 

*Camila Zarur – O Globo