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Exclusivo: polícia ignorou registro de segundo carro clonado no dia do assassinato de Marielle

Laudo mostra outro Cobalt prata de placas clonadas a 51 km da rota do crime. Apontado como responsável pela clonagem foi assassinado.

Até agora, a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco apontava que os matadores usaram um carro no ataque: um Cobalt prata de placas clonadas. Mas um relatório da Polícia Civil até hoje inédito, anexado ao inquérito, mostra que um segundo Cobalt, com as mesmas placas clonadas, estava circulando na cidade no mesmo horário a 50km do local da morte da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.

A informação foi ignorada pela polícia ao longo das investigações.

O relatório com a localização do Cobalt clonado foi produzido pela Polícia Civil em 21 de fevereiro com dados da CET, a empresa que armazena as imagens das câmeras que monitoram o tráfego no Rio, e do COR. Ele mostra o registro de um Cobalt com placas clonadas KPA-5923 na Av. Brasil, altura de Campo Grande, no mesmo momento em que outro Cobalt idêntico, também clonado, transportava os homens apontados pela polícia como assassinos da vereadora e seu motorista à Lapa, local do atentado.

A presença do segundo Cobalt clonado no relatório levanta algumas hipóteses, então entramos em contato com a delegacia responsável pelo caso e perguntamos: há de fato um segundo carro com a mesma placa clonada e que circulou no mesmo dia do assassinato? Se sim, por que foi ignorado? Ou o registro no laudo foi um erro de digitação? A polícia não respondeu, informando apenas que “o caso corre sob sigilo”.

A dona do Cobalt prata original com as placas KPA-5923 legítimas conseguiu comprovar que, na hora do crime, o veículo estava estacionado no Leblon. O inspetor responsável pelo laudo também descartou a possibilidade dela ter passado na Avenida Brasil, km 50,7, no dia do crime. “Em suas declarações, [a dona do veículo] informou que sempre utilizou seu veículo para deslocar-se de sua residência em Nova Iguaçu até seu local de trabalho no Leblon. A análise das OCRs [sistema de fiscalização eletrônica da Prefeitura do Rio] e o GPS instalado em seu veículo confirmaram a versão da declarante”, informou Carlos Alberto Paúra Jr. em seu relatório de investigação.

A suspeita de um possível segundo carro na emboscada contra Marielle e Anderson apareceu nas primeiras hipóteses da Polícia Civil, mas foi descartada com base nos depoimentos de testemunhas que assistiram às execuções. A informação do segundo Cobalt circulando na mesma hora e com a mesma placa, a 51 km da rota do crime, traz a hipótese à tona novamente.

Um áudio anexado na denúncia da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, que transcreve uma conversa gravada entre o vereador do Rio Marcello Siciliano, do PHS, e o miliciano Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, aponta que o major Ronald Paulo Alves Pereira estaria em um segundo carro em apoio à empreitada criminosa. A gravação foi feita pelo parlamentar e entregue às autoridades federais.

Um registro ignorado

O trecho do relatório policial intitulado “Da Movimentação do Veículo Clonado Chevrolet Cobalt KPA-5923” inclui uma planilha informando que o veículo foi detectado nas imediações de Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio. Às 18h10 de 14 de março de 2018, ele estava exatamente na Avenida Brasil, km 50,7, trafegando em sentido Centro. Esse local fica a cerca de 51 km da rota percorrida pelos assassinos – com um veículo idêntico – momentos antes do crime.

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Um minuto antes, às 18h09, o carro que transportava os criminosos que mataram Marielle e Anderson — também um Cobalt prata com placas KPA-5923 clonadas – foi flagrado pela CET e pelo COR na rua Conde do Bonfim, 256, na Tijuca, zona norte do Rio. A rota consta no relatório da polícia, mas em outra parte do inquérito, em que quadros das câmeras de segurança documentam o trajeto feito pelo Cobalt usado pelos assassinos para chegar à Casa das Pretas, na Lapa, região central do Rio.

Ali, eles ficariam parados por pouco mais de duas horas a fim de monitorar o veículo em que a vereadora, seu motorista e a assessora Fernanda Chaves estavam no momento da emboscada no cruzamento entre as ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, no Estácio, por volta das 21h10 daquela noite.

O relatório de 21 de fevereiro deste ano, assinado pelo inspetor da Polícia Civil Carlos Alberto Paúra Jr., afirma que a primeira aparição de um Cobalt prata com as placas KPA-5923 clonadas ocorreu em 27 de outubro de 2016. Deste dia até 12 de março de 2018, o carro foi visto transitando pela Avenida Brasil em 33 registros, conforme o Intercept contabilizou na tabela anexa ao relatório.

Ainda de acordo com o documento, após passar exatamente um mês longe das câmeras de monitoramento de tráfego, o veículo foi avistado na Barra da Tijuca justamente no dia do homicídio, 14 de março de 2018, “e deslocou-se até o bairro do Estácio para cometimento do crime investigado”, escreveu o inspetor. Em sua análise, Paúra Jr. ignorou o longínquo registro de um carro idêntico na Avenida Brasil, às 18h10, a 51 km de distância da rota usada pelos assassinos e apontada pela polícia em outra parte do inquérito. Tivesse prestado atenção nisso, o policial veria que teriam de ser dois carros diferentes, pois àquele horário o tempo previsto para ir de um ponto a outro seria de mais de uma hora.

Aquela havia sido a 34ª aparição de um Cobalt Prata de placas clonadas KPA-5923 na Avenida Brasil, segundo o relatório policial que detalhou o trajeto do veículo. Curiosamente, neste registro da planilha da polícia, não há detalhes da localização do equipamento de fiscalização da CET no km 50,7, sentido Centro, da Avenida Brasil. Outros registros da mesma tabela e na mesma quilometragem, contudo, indicam que o local fica na região de Campo Grande.

Procurado, o COR declarou que cabe à CET informar o local preciso do radar, seu endereço aproximado ou mesmo o bairro. Já a CET foi procurada em seis ocasiões pelo Intercept e não forneceu a localização precisa do radar que flagrou o carro em Campo Grande.

O laudo afirma que o Cobalt clonado deixou de circular pela Avenida Brasil, na altura de Campo Grande, às vésperas do crime, em fevereiro, para então iniciar suas aparições na rota da Barra da Tijuca (de onde o carro saiu em 14 de março) até a Tijuca (bairro em que Marielle residia), por, ao menos, quatro datas no mês anterior ao atentado. “Por quatro vezes, nas nos dia 1, 2, 7 e 14 de fevereiro, o Chevrolet Cobalt realizou o mesmo trajeto, merecendo destaque o fato de que o veículo ‘surgia’ primeiramente na OCR da Barra da Tijuca e após deslocar-se até a Tijuca, este voltava para a Barra”, escreveu.

Há de fato um segundo carro com a mesma placa clonada e que circulou no mesmo dia do assassinato? Se sim, por que foi ignorado?

Após o duplo homicídio de Marielle e Anderson, o carro clonado apareceu em pontos diferentes da cidade em ao menos 26 dias distintos entre 15 março e 2 de dezembro, segundo a polícia. Dentre estas datas, em 13 dias diferentes ao longo de nove meses após os assassinatos o carro transitou pela Avenida Brasil novamente. O último registro foi datado de 2 de dezembro de 2018, segundo o relatório. Nesta data, o Cobalt clonado também passou pela Avenida Brasil, no sentido do bairro Santa Cruz, também na zona oeste do Rio, às 11h05, para nunca mais ser rastreado.

Um delegado da Polícia Civil do Rio, que falou ao Intercept sob condição de anonimato, disse que a menção a esse ponto da investigação que ficou oculto é importante. “Não ficou claro este ponto e ele deve ser investigado ainda, mas não pode se ter uma conclusão de que houve intencionalidade ou não [na omissão do registro].” Segundo ele, como o objetivo do inquérito é identificar a autoria e a materialidade do crime e os autores foram vistos na rua Conde de Bonfim [no bairro da Tijuca], o outro carro não serviria para fins de identificação. Mas ele pode ajudar a esclarecer outros pontos da investigação. “Acho que isso deve ser levado ao segundo inquérito que identifica o mandante e outros possíveis partícipes que contribuíram para o crime”, analisou.

Solicitei à Polícia Civil, em três ocasiões, o contato direto para uma entrevista com o inspetor da DH que assina o relatório, mas os pedidos não foram respondidos.

Responsável pela clonagem também foi assassinado

A investigação da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro também aponta que Lucas Prado do Nascimento da Silva, um dos suspeitos de ter feito a clonagem do Chevrolet Cobalt usado no crime contra Marielle, foi assassinado 20 dias depois das execuções da vereadora e de seu motorista.

Conhecido como Todynho, Silva foi executado em 3 de abril de 2018, em uma provável queima de arquivo em decorrência do atentado contra Marielle. Ele foi apontado por ter feito as alterações no documento do veículo usado pelos assassinos. O crime segue sob investigação pela Delegacia de Homicídios.

A Polícia Civil do Rio ainda busca por Antônio Carlos Lima da Silva, o Nem Queimadinho, que teria montado e adulterado os chassis e número de identificação do veículo. Seu paradeiro ainda é desconhecido. No relatório final produzido pela DH em março, Giniton Lages, delegado que comandou a primeira fase do inquérito, ponderou que, apesar das informações de inteligência da polícia, a autoria da clonagem ainda não foi assegurada pelos investigadores e que isso é tema de um outro inquérito.

Outro carro, outros implicados

Ronald Pereira, major da ativa da Polícia Militar – e que estaria em um segundo carro, segundo a denúncia de Dodge –, foi preso na Operação Intocáveis em janeiro deste ano. Na gravação, outros nomes também foram apontados como executores do crime: Leonardo Gouveia da Silva, o Mad, Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho. Todos eles seriam membros do Escritório do Crime, um grupo de milicianos que executa assassinatos sob encomenda e que estaria sob comando do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, considerado foragido pela justiça desde a operação que prendeu Pereira.

Ainda de acordo com o mesmo áudio, o provável suposto mandante do crime seria Domingos Brazão, ex-deputado estadual pelo MDB e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio. Ele nega qualquer tipo de participação no crime. Beto Bomba, por sua vez, se entregou à polícia em 24 de maio. Ele foi preso após os desabamentos dos prédios em Muzema, na zona oeste do Rio, área controlada pela milícia de Rio das Pedras.

Embora parte das investigações que apuram o mandante do crime esteja sob sigilo, o Intercept apurou que a polícia já investigou os apontados pelo áudio entre Siciliano e Beto Bomba como executores dos assassinatos, mas acredita que os indícios mais fortes ainda pairam sobre os réus denunciados pelo Ministério Público do Rio, o sargento da PM reformado Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Queiroz — apontados, respectivamente, como o atirador que executou Marielle e Anderson e o motorista que dirigiu o carro durante a empreitada criminosa. Eles foram presos em 12 de março e prestaram depoimento na DH em 24 de janeiro.

Queiroz retornaria à delegacia dias depois, em 1º de fevereiro, com o intuito de entregar documentações relativas à sua rotina. Constam nos autos do inquérito fotos dele com Ronnie em local público logo antes da visita de Élcio à Divisão de Homicídios da Capital. Segundo os investigadores, isso evidencia que eles combinaram versão antes do segundo depoimento. Ambos alegaram inocência ao prestar depoimento em audiência no Tribunal de Justiça do Rio em 4 de outubro.

Siciliano, por sua vez, já foi apontado em uma falsa denúncia como suposto mandante do crime, implicando o miliciano Orlando da Curicica, conforme revelado pelo jornal O Globo em maio de 2018. Duas pessoas já são rés no Tribunal de Justiça do Rio em decorrência desta falsa denúncia, que nada mais foi do que uma tentativa de embaraçar as investigações: o PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, e sua advogada, Camila Nogueira.

Ainda assim, tanto a Polícia Civil do Rio quanto o MP do Rio questionaram Élcio Queiroz e Ronnie Lessa se conheciam Siciliano, assim como os prováveis membros do Escritório do Crime. Ambos afirmaram que conheceram o vereador superficialmente em outras ocasiões, mas negaram que mantivessem contato constante com o parlamentar carioca. Questionado pelo MP do Rio sobre uma eventual relação com Leléo, Macaquinho e Playboy (Diego Luccas Pereira, que não figura na denúncia da PGR, mas é investigado por uma possível participação no Escritório do Crime), Lessa declarou: “são milicianos da pior espécie. Se eu pudesse, eu os prendia”. Logo antes, ele fora perguntado sobre uma provável relação com o ex-capitão Adriano, e respondeu: “nenhuma”.

Na denúncia que implica Ronnie Lessa como executor de Marielle e Anderson, feita anonimamente à DH em 25 de outubro de 2018, o vereador Siciliano é apontado como o provável mandante do duplo homicídio, conforme documenta o inquérito da DH. Desde que seu nome veio à tona nas investigações, o parlamentar também nega qualquer tipo de envolvimento com os assassinatos.

 

*Marina Lang

*Do Intercept Brasil

 

 

 

 

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Toffoli levanta o tapete para mostrar toda a sujeira que envolve os arapongas da Lava Jato

Para quem não está entendendo a atitude do presidente do Supremo, José Antônio Dias Toffoli, de recusar o pedido de reconsideração feito pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, para revogar seu pedido de envio de todos os relatórios produzidos pelo antigo Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira, recomendo refletir porque era tão importante mantê-lo sob o comando de Sérgio Moro.

O que Dias Toffoli prepara para o julgamento, no dia 20, da liminar com que mandou suspender todas as investigações desenvolvidas com base nestes relatórios é a revelação de que havia, entre as instituições fiscais e o Ministério Público um esquema de fast track, uma espécie de via rápida de vigilância sobre centenas de milhares de pessoas, especialmente ocupantes de cargos governamentais, políticos e integrantes das cortes judiciais superiores – e de suas famílias – para a formação de “paióis” de informações potencialmente escandalosas contra quem interessasse investir ou, ainda, parecerem usadas como represália a quem se opusesse ao esquemas de poder dos procuradores ou de quem eles quisessem beneficiar.

Toffoli, ao apresentar seu relatório no julgamento da liminar, quer informar a seus pares que duas contas bancárias estavam, permanentemente, sob vigilância. Também quer dar a conhecer, com números e, claro, sem nomes, que o mesmo ocorre com parlamentares federais, na Câmara e no Senado.

O presidente do Supremo quer evidenciar indícios de que, havia uma composição política para que o Coaf “abastecesse” automaticamente o Ministério Público – e, notadamente, as várias “”forças-tarefa” da Lava Jato sobre pessoas que, a partir dos relatórios teriam abertos ou prontos para abrir-se procedimentos investigatórios e inquéritos contra elas.

A mídia está tratando o caso como se Toffoli pretendesse acessar os dados das 600 mil pessoas – 412 mil físicas e 186 mil jurídico-empresariais -, o que não vai ocorrer. Eles serão apenas acautelados no Supremo, como prova das arapongagens.

O esquema de Sergio Moro no Coaf, que já estava abalado desde a transferência para o Banco Central, ruiu de vez.

Toffoli vai expô-lo no Supremo. Vai contar o “milagre”, ainda que não deva falar no “nada santo”.

 

 

*Fernando Brito/Tijolaço

 

 

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Vídeos: Multidão na Venezuela marcha contra o fascismo e pela paz

Na semana que governo Bolsonaro facilitou invasão da Embaixada para desestabilizar o governo, povo vai às ruas apoiar Maduro.

Com apoio do governo de Jair Bolsonaro, pessoas ligadas ao candidato derrotado nas eleições venezuelanas, Juan Guaidó, invadiram a Embaixada da Venezuela em Brasília nesta quarta-feira (13). A invasão, que depois o presidente chegou a reprovar oficialmente devido a pressões políticas internacionais, era mais uma ação para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.

Os venezuelanos, porém, querem paz, estabilidade política e o fim do fascismo. O recado foi dado na tarde de hoje (16), nas ruas de Caracas. A manifestação, de apoio ao governo, terminou diante do Palácio de Miraflores.

Na marcha, os venezuelanos expressaram ainda solidariedade ao povo chileno.

https://twitter.com/CancilleriaVE/status/1195780126480437248?s=20

https://twitter.com/Mariana2v1/status/1195810780941291521?s=20

https://twitter.com/enmalque68/status/1195719334859091968?s=20

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

 

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Centenas de médicos cubanos denunciam perseguição e deixam a Bolívia, 10 foram detidos

O primeiro dos cerca de 700 médicos cubanos estava programado para voltar para casa vindo da Bolívia, devastada por conflitos, neste sábado, enquanto as autoridades cubanas criticavam o que consideraram calúnia e maus-tratos pelo governo interino da Bolívia.

Cuba disse no sábado que 10 médicos, incluindo o coordenador de sua missão médica, foram detidos nesta semana e quatro permaneciam sob custódia.

Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou que estava encerrando sua missão médica na Bolívia, pois as autoridades locais estavam promovendo violência contra os médicos, alegando que estavam instigando a rebelião.

A ilha administrada por comunistas era um aliado essencial do ex-presidente boliviano de esquerda Evo Morales, que renunciou sob pressão no domingo e se asilou no México após semanas de protestos e violência devido à eleição de 20 de outubro.

Cuba apoiou a afirmação de Morales de que ele foi derrubado em um golpe apoiado pelo exterior.

Os quatro médicos ainda sob custódia foram retidos na quarta-feira após retirar uma quantia significativa de dinheiro do banco, que o governo disse que seria usado para financiar protestos.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba rebateu dizendo que os médicos retiravam a mesma quantia de dinheiro todos os meses para cobrir as despesas de 107 médicos trabalhando na área de La Paz.

 

 

*Com informações do Uol

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Bolívia – Urgente: Denúncias de 23 mortos após golpe de Estado

Na TeleSur, Teresa Zubieta, confirmou que ’23 pessoas em todo o país morreram em meio a um contexto de golpe de Estado’, especificamente ‘quatro em La Paz (todos por disparo de bala), cinco em Sacaba (região de Cochabamba)” e os outros no resto do país.

Desde a renúncia de Evo Morales em consequência do golpe de Estado na Bolívia, são reportados 23 mortos. As informações são da TeleSur, que está presente no país.

Na emissora, a delegada defensora do Departamento de La Paz, Teresa Zubieta, rejeitou a ‘violação dos Direitos Humanos, sobretudo de nossa gente humilde e simples.

Nesta entrevista, a delegada confirmou que ’23 pessoas em todo o país morreram em meio a um contexto de golpe de Estado’, especificamente ‘quatro em La Paz (todos por disparo de bala), cinco em Sacaba (região de Cochabamba)” e os outros no resto do país.

A funcionária boliviana expressou sua grande preocupação pela situação que vive atualmente o país ‘diante da barbárie, diante da violação dos Direitos Humanos’ e, sobretudo, pela situação dos pobres.

Zubieta disse que ‘mataram nossos irmãos como se fossem animais’, e considerou que esta situação representa ‘um retrocesso de mais de 30 anos no que diz respeito à pessoa humana e aos Direitos Humanos’.

Neste sentido, Zubieta disse que o Parlamento tenta entabular uma aproximação com o governo de fato para encontrar uma saída institucional para a situação atual do país.

Por outro lado, ela enfatiza as denúncias recebidas sobre a ação de grupos paramilitares, que estariam ‘reprimindo e amedrontando pessoas que estavam simplesmente caminhando para sua casa do trabalho’.

Após o golpe de estado contra o legítimo presidente Evo Morales, o povo boliviano continua mobilizado exigindo respeito pela democracia, bem como a renúncia da senadora Jeanine Áñez, autoproclamada presidente interina do país.

 

 

*Com informações do GGN

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Bolsonaro, amigo de tantos milicianos, só não conhecia Ronnie Lessa que morava na mesma rua a 50 metros de sua casa?

Para quem não sabe ou nunca prestou atenção, um passo largo corresponde a um metro, o que significa que Bolsonaro não só morava no mesmo condomínio, como na mesma rua e a 50 metros de Ronnie Lessa, o assassino de Marielle. Ou seja, a 50 passos.

Como foi dito pela Folha, “da varanda da casa de Ronnie é possível ver o quarto da filha de Bolsonaro,”

O filho mais novo de Bolsonaro namorou a filha de Ronnie Lessa, mas ele jura de pés juntos que não tinha a menor ideia de quem é o miliciano, nunca tinha visto e nem ouvido falar.

Isso, para uma pessoa comum, já não seria verossímil, mas no caso de Bolsonaro é uma história que não desce pela goela de ninguém. E a coisa começa a assumir aspectos mais relevantes quando Bolsonaro encena o desconhecimento de um miliciano sendo ele, praticamente, um paraninfo da milícia carioca.

Ninguém chegaria de graça a uma conclusão de que ele está de alguma forma envolvido com o assassino de Marielle. Afinal, Queiroz, o seu faz tudo, que Bolsonaro fez o possível para que não fosse encontrado, é miliciano e amigo dele há 35 anos. Empregou nos gabinetes da família um número incontável de parentes de milicianos ou os próprios como laranjas.

É uma rachadinha? Sim, mas com contornos mais criminosos que o habitual. Afinal de contas, a teta que brindava a família Bolsonaro, não brindava laranjas comuns, mas milicianos. Sem falar que Bolsonaro, assim como seus filhos, nunca escondeu de ninguém que não só admirava como também defendia as práticas das milícias. Estão no youtube vários vídeos de Bolsonaro exaltando as milícias.

Não se sabe na história da política brasileira de alguém que tenha condecorado tantos milicianos como os Bolsonaro. Mas num engodo daqueles impossíveis de engolir, ele diz que justamente Ronnie Lessa, o assassino de Marielle, adversária política da família, do Psol, partido que sempre combateu as milícias, Bolsonaro diz não saber de quem se trata.

Pois bem, tente contar essa história para uma criança de 5 anos e vê se ela acredita numa barbaridade dessa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Áudio: Bolsonaro mandou Onyx oferecer a Magno Malta cargo no Sesi de “R$ 60 mil de salário, movimenta bilhão”, diz Malafaia

Ouça o áudio de Malafaia a Alexandre Frota em que ele fala também sobre acordo entre Bolsonaro e Temer. Magno Malta e Silas Malafaia foram os principais articuladores da campanha do capitão junto ao eleitorado evangélico.

Na mensagem enviada ao deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) em fevereiro, quando se diz profundamente decepcionado com Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia conta que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, teria procurado a mando do capitão o ex-senador Magno Malta e oferecido a ele o cargo de presidente do Conselho do Sesi, com um salário de R$ 60 mil.

“A última, se você não sabe, o Bolsonaro mandou Onyx chamar Magno. Magno deixou ele uns dois dias atrás dele como um louco. Depois do segundo dia, no final: ‘olha eu tô aqui com uma missão do presidente, nomear você, uma coisa muito boa, nomear você como presidente do conselho do Sesi, R$ 60 mil de salário, movimenta bilhão…”, narra Malafaia, dizendo que Magno recusou a oferta.

“Aí o Magno disse para ele – essa foi linda -: Onyx, eu não tô atrás de emprego. Fala para o presidente que eu não tô atrás de emprego, fala para o presidente que o Deus que me sustentou até aqui, vai me sustentar por toda a minha vida. E fala para o presidente que Magno Malta e Silas Malafaia nunca vão falar mal dele em mídia e nem jogar contra. E se ele precisar de oração, conte com nós dois”, diz Malafaia, ressaltando que a resposta de Magno “deu na canela com força”.

Magno Malta e Silas Malafaia foram os principais articuladores da campanha de Jair Bolsonaro junto ao eleitorado evangélico. No áudio, enviado a Alexandre Frota, Malafaia confidencia ao ex-ator estar “profundamente decepcionado” com Jair Bolsonaro.

O pastor ainda diz que foi Michel Temer, juntamente com Onyx Lorenzoni, quem indiciou o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

“Sinceramente, Frota, eu como jamais vou usar nem minha mídia, nem nada para falar mal de Bolsonaro, nem nada, porque eu não vou dar mole para esses esquerdopatas… Mas estou profundamente decepcionado, irmão”, disse Malafaia.

Ouça o áudio de Silas Malafaia:

 

 

*Com informações da Forum

 

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Vídeo: O golpe na Bolívia e as ilusões republicanas

Concessões à direita não impediram que Morales sofresse um golpe violento

Quando Dilma foi golpeada em 2016, o impeachment foi chamado por alguns de “golpe branco”, levando em conta que a tomada do poder do Estado não ocorreu pelos meios convencionais, violentos, mas por malabarismos institucionais que tinham o intuito de lhe conferir a aparência de legalidade.

Dizia-se que não havia mais espaço para golpes “old school” na América Latina, com militares acossando governos democraticamente eleitos. A era das repúblicas bananeiras já estaria há algum tempo no retrovisor.

Ledo engano.

Evo Morales, presidente da Bolívia, foi deposto no domingo, dia 10 de novembro, após motins e ultimatos das forças militares bolivianas em conluio com lideranças golpistas. Seus opositores não hesitaram em adotar ações terroristas para pressioná-lo, com depredações, linchamentos, perseguições e sequestros de apoiadores, partidários e seus familiares.

Uma prefeita situacionista foi submetida à tortura e humilhação públicas, sendo obrigada a caminhar meio à multidão hostil após ter os cabelos cortados e o corpo sujo de tinta. Prédios e casas foram incendiados – incluindo a casa da irmã de Evo – e o editor chefe de um meio de comunicação sindical chegou a ser amarrado a uma árvore.

Ainda, a chefe da justiça eleitoral foi presa, ficando sob a custódia de encapuzados, e ministros e parlamentares do MAS, partido de Evo, tiveram que se abrigar na embaixada do México para se proteger de ameaças após também terem suas casas queimadas. Em uma rede social, o presidente denunciou a intenção da polícia em prendê-lo. Enquanto rumava para o México na condição de asilado, sua casa era saqueada.

Evo, reeleito recentemente, fez todas as concessões possíveis aos detratores de sua vitória: chamou novas eleições; acatou as orientações da OEA acerca do novo pleito, permitindo e legitimando sua intervenção; informou que renovaria a composição do Tribunal Supremo Eleitoral; convidou Carlos Mesa, seu adversário na eleição presidencial, para conversar (o convite foi negado) e cedeu à pressão da oposição, mostrando tolerância – ou mesmo temor – à violência com que pautou suas ações.

Não foi suficiente.

A estratégia de Mesa, do líder opositor Luis Fernando Camacho e das forças militares amotinadas era a reivindicação da democracia como tática, e não como princípio. Camacho, um fundamentalista cristão, faz eco aos racistas de Santa Cruz de La Sierra, reduto anti-Evo, estimulando a violência contra indígenas e a queima de bandeiras Whipala, símbolo dos povos andinos originários. Não é surpresa, portanto, que operem de acordo com a ritualística nazista.

“Os meus opositores só sabem repetir que é preciso derrubar esse índio de mierda. Como se pode chegar a um acordo com esse tipo de gente?”, reclamou o então presidente em relato publicado ainda em 2007 pela Piauí.

Até 1952, a Bolívia viveu sob um apartheid entre brancos e indígenas, que não tinham direito a voto, a identidade e mesmo a frequentar alguns lugares públicos. A chegada de Evo ao poder mexeu com os brios da elite branca, disposta a partir para o vale-tudo para retomar privilégios. Provavelmente foi com risadas que os facínoras receberam a juvenil estratégia governista de reagir ao golpismo com iniciativas legalistas e conciliatórias. A boia da institucionalidade, antes de ser uma salvação, é uma armadilha quando o adversário está disposto a bater abaixo da cintura.

O Estado Plurinacional criado por Evo, importante para o reconhecimento histórico dos povos indígenas, mostrou-se insuficiente para, por si só, conter levantes golpistas historicamente irrigados pelos EUA e seus associados do poder econômico. Entre os séculos XIX e XX, a Bolívia passou por quase duzentos golpes de Estado.

O republicanismo que fez o presidente abrir mão de combater fogo com fogo foi o sinal que os sequestradores da democracia precisavam para restaurar essa tradição.

“Os militares estão conosco. Eles não querem a divisão do país”, disse Evo em 2007 como uma espécie de garantia às incursões golpistas da mesma direita que o golpeou hoje. Na Comuna de Paris, em 1871, o controle das forças militares foi um ponto inegociável para os communards. O golpe seguido do massacre de junho de 1848 contra os operários – um morticínio apoiado pela burguesia francesa, com quem se aliara em fevereiro para depor o rei Luís Felipe – os vacinou quanto aos limites da democracia burguesa, que prende, arrebenta e mata quando o conteúdo se sobrepõe à forma e alguém que não estava no roteiro chega onde não deveria chegar. Os golpes encabeçados por militares na América Latina no século XX mostram que fazia sentido a preocupação dos revoltosos de Paris.

Tomara que o golpe na Bolívia sirva para que a esquerda latino-americana sepulte suas ilusões republicanas e feche enfim as veias do continente.

https://twitter.com/jmkarg/status/1195523312845303814?s=20

 

 

*Gustavo Freire Barbosa/Carta Capital

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Réu no caso Marielle esteve 12 vezes no condomínio, mas somente no dia do crime ele teria se dirigido à casa de Bolsonaro

A reportagem é da Folha de S. Paulo.

O ex-policial Élcio Queiroz entrou 12 vezes no condomínio Vivendas da Barra e, em 11 das visitas, se dirigiu à casa de Ronnie Lessa – o outro suspeito de ter assassinado Marielle Franco. A única exceção é a entrada no dia do crime, 14 de março, quando a planilha manuscrita indica que a autorização de acesso na portaria foi dada por alguém da casa 58, onde vivia o atual presidente Jair Bolsonaro.

“O ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de participação no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, entrou ao menos 12 vezes no condomínio Vivendas da Barra de janeiro a outubro do ano passado —a vereadora do PSOL foi morta em março. Apreendidas pela Polícia Civil e analisadas pela Folha, as planilhas de controle de acesso indicam que, em 11 dessas visitas, Élcio sempre teve como destino a casa 65, de Ronnie Lessa, policial militar aposentado também acusado e preso pelo crime”, aponta reportagem de ítalo Nogueira e Marina Lang, na Folha de S. Paulo.

“A única exceção é a entrada no dia do crime, 14 de março, quando a planilha manuscrita indica que a autorização de acesso na portaria foi dada por alguém da casa 58, onde vivia o atual presidente Jair Bolsonaro, então deputado federal. Essa menção ao imóvel do presidente passou a ser alvo de averiguação no mês passado, quando um dos porteiros declarou à polícia que o ex-PM Élcio entrou no condomínio naquele dia após autorização do “seu Jair”, da casa 58″, aponta o texto.

 

 

*Com informações do 247

 

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O estranho papel do GSI no condomínio de Bolsonaro

No caso Marielle o que mais intriga é a livre circulação de milicianos e traficantes de armas no condomínio do presidente da república sem o GSI desconfiar de nada. Justo a pasta comandada pelo General Heleno.

O castelo de cartas fica mais sombrio quando se lembra que Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e vizinho de Bolsonaro, só foi preso em 12 de março de 2019, ou seja, um ano depois da morte de Marielle e Anderson.

Bolsonaro foi eleito em 28 de outubro de 2018 e não se tem notícia do GSI ter impedido o fluxo de milicianos no condomínio de residência do já Presidente da República Jair Bolsonaro.

Essa constatação fica ainda mais curiosa quando se lembra que o mesmo Bolsonaro havia sofrido em Juiz de Fora, segundo ele, um atentado, uma facada desferida por um suposto lobo solitário que mirou a faca em seu abdome por um motivo que até hoje ninguém sabe.

Ora, que essa horda de fanáticos que orbita o bolsonarismo fundamentalista não questione isso, é normal, mas convenhamos, esse capítulo da história que envolve a morte da Marielle, o condomínio de Bolsonaro e os milicianos é uma clássica fotografia de uma história sem pé nem cabeça. É daquelas histórias que faltam enormes pedaços e remendos e que os fatos por si só cobram uma explicação minimamente plausível que demonstre algo razoável para justificar a gigantesca lacuna que está aí se alimentando da falta de questionamentos.

Não me parece que o GSI deixe o Presidente da República ao relento de forma tão vulnerável a ponto de conviver, em seu próprio condomínio, com o entra e sai de milicianos assassinos frios e calculistas, traficante de armas pesadas, como também foi revelado pela Polícia Civil que apreendeu 117 fuzis e munições a balde de propriedade de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro.

Não é possível tanta negligência de um Gabinete de Segurança Institucional, comandado por um general que é o braço direito de Bolsonaro, o que cristaliza uma interrogação ainda maior. Ninguém pode se antecipar a fatos pitorescos como esse sem a conclusão de uma investigação. Um fato como esse não pode ficar perdido no mundo das lendas, refugiado numa cortina de fumaça.

Outra coisa curiosa, é um general tão tagarela quanto o Augusto Heleno, não se pronunciar sobre qualquer coisa que se refira ao caso Marielle, aos milicianos e às acusações que pesam cada vez mais sobre os ombros de Bolsonaro no possível envolvimento no caso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas