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Brasil: Respeito foi embora do país. Se vão também dólares e cérebros qualificados

Um informe publicado nesta semana pela prestigiosa entidade IMD, na Suíça, constata: a fuga de cérebros no Brasil é uma realidade que se agrava a cada ano. Entre as 63 maiores economias do mundo, o país aparece na 52ª colocação entre os locais com maior saída de mão de obra qualificada. Nas Américas, só um local vive um situação pior, a Venezuela.

Ao longo dos anos, essa tem sido uma situação cada vez mais clara no caso brasileiro. O World Talent Ranking de 2009, por exemplo, colocava o Brasil na confortável 14ª colocação na lista dos países que sofriam com a fuga de talentos. Em 2018, já estávamos na posição de número 39 e, agora, entre os piores do ranking.

Praticamente ao mesmo tempo que o IMD apresentava suas conclusões na cidade de Lausanne, dados em Brasília também apontavam para outra fuga. Desta vez, de dólares.

Nos últimos doze meses, o Brasil registrou o maior volume de saída da moeda americana em 20 anos. De acordo com o Banco Central, o saldo negativo é de US$ 32 bilhões. Para que se possa encontrar um momento pior, só mesmo em agosto de 1999, quando os mercados emergentes derretiam diante de mais uma crise internacional.

Se por nove semanas o país vive uma fuga constante da moeda americana, nada se compara à debandada de um ativo ainda mais precioso e sem o qual nenhuma sociedade democrática pode prosperar: o respeito.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, exibe com orgulho em seu Twitter que, naquela página, são suas regras que estão em vigor. E, diante disso, usou o fim de semana para ofender brasileiros e ainda questionar a República. Resta saber se ele entendeu que ocupa uma função pública, com suas obrigações, liturgia e fronteiras.

Se em qualquer país democrático do mundo tal comportamento teria sido motivo de uma demissão e um pedido de desculpas, ele parece ter sido aplaudido pela milícia digital que passou a dar sustento – ainda que virtual – a um governo de demagogos.

O ministro da Educação não é um caso isolado e seu ato não foi um deslize. Em uma recente audiência na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Frota também cruzaram todas as linhas vermelhas do bom senso ao debater a desinformação.

O próprio Jair Bolsonaro já deu claríssimos sinais de que pode não saber onde está a fronteira entre o embate político e o respeito. Tal comportamento não mede influência do interlocutor. O alvo dos desprezo e humilhações pode ser um turista japonês, um presidente da França ou uma autoridade da ONU.

O respeito às leis também parece ter desaparecido. Difundir mentiras pelas redes sociais sem jamais pedir desculpas aos alvos da ofensa? Claro que pode.

Chancelar uma invasão a uma embaixada estrangeira em Brasília? Se você for o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, também pode.

Tampouco pareceu um problema para o Brasil reconhecer a nova presidente da Bolívia, autoproclamada em uma sessão sem quórum e em apenas poucos minutos.

Com tantas fugas ocorrendo ao mesmo tempo, entendo se o governo optar por se concentrar em medidas para frear a saída de dólares ou de mentes. Mas o insano desrespeito que vemos hoje não é apenas uma questão moral.

Essa atitude mina os pilares do jogo democrático e da República. E os autores dessas ofensas sabem disso. Ao agir com total desrespeito aos demais, sabem que estão invalidando a existência legítima da oposição e borrando os limites do poder.

Entre as várias definições da República em diferentes momentos da história, uma delas se refere ao fato de que estamos tratando de um sistema que permite que uma minoria tenha seus direitos respeitados, mesmo quando não faça parte do governo que chegou ao poder.

Ao optar deliberadamente pela humilhação e escárnio, os membros do atual governo expulsam do país algumas das bases da convivência cívica.

Talvez o novo partido do presidente seja o melhor reflexo dessa fuga. E, não por acaso, não há qualquer sinal das palavras “democracia” e “República” em seu manifesto – uma mistura de um panfleto oco com o culto a um demagogo sem repertório.

No verão de 1787, enquanto um grupo redigia o que seria a nova estrutura de poder nos Estados Unidos, uma multidão se encontrava diante do que ficaria conhecido como Independence Hall. Após horas de debates, Benjamin Franklin deixou a sala e se deparou com as pessoas que aguardavam por notícias.

Uma senhora se aproximou a ele e perguntou: “Então? O que temos?”

Franklin respondeu: “Uma república, senhora, se você conseguir mantê-la”.

Aquele era um alerta. Os fundadores de uma república podem fazer leis e estabelecer princípios. Mas a tarefa de manter uma democracia e uma república cabe a cada uma das gerações, em uma construção permanente. Sem exceções.

A fuga de dólares e de mentes pode ser dramática. Mas o fim do respeito na política é o instrumento mais eficiente para iniciar o enterro das liberdades. E a minha liberdade depende de eu garantir e respeitar a existência de minha oposição.

 

 

*Jamil Chade/Uol

 

 

 

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Secretário de Bolsonaro diz na Unesco que arte brasileira servia a projeto absolutista

Pela primeira vez, governo brasileiro usa tom ultraconservador em organismo internacional de cultura, ataca produção artística nos últimos 20 anos e gera espanto de delegações estrangeiras. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista“, atacou Roberto Alvim.

Num discurso no final da tarde de terça-feira (19) diante da reunião anual da Unesco, em Paris, o novo secretário da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, fez um dos ataques mais duros contra as artes no Brasil nos últimos anos. Citando Deus e prometendo criar uma “nova geração de artistas”, ele ainda garantiu que o novo governo retomaria a “beleza” nas obras de arte.

Há dez dias, Bolsonaro nomeou Alvim para o cargo de secretário especial de Cultura. Antes de assumir o posto, ele era o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte e causou polêmica ao atacar a atriz Fernanda Montenegro.

Em Paris, o secretário ainda se reuniu com autoridades de governos de ultra-direita, como da Hungria e Polônia, além de encontros com o governo de direita da Grécia.

Mas foi seu discurso que chamou a atenção de delegações estrangeiras. Uma dessas missões enviou à coluna o texto que foi lido pelo brasileiro, surpresa diante da guinada na direção do discurso sobre as artes no Brasil. Procurada desde terça-feira, a secretaria de Cultura não respondeu ainda aos pedidos da reportagem.

Um governo europeu por exemplo, tomou a palavra momentos depois para fazer amplos elogios à arte brasileira, cantores e sua diversidade. Outros diplomatas de países vizinhos indicaram que o discurso chegou a gerar sorrisos por parte de alguns governos. Organizadores em Paris ainda indicaram que colocaram a fala do secretário para o final do dia depois de um pedido do governo para que sua presença não coincidisse com a presença de delegações de Cuba e Venezuela.

O discurso de Alvim, de fato, não poupou nenhum segmento e os ataques foram direcionados explicitamente aos governos de esquerda no Brasil e à classe artística.

“Nas últimas duas décadas, a arte e a cultura brasileira foram reduzidas a meros veículos de propaganda ideológica, de palanque político, de propagação de uma agenda progressista avessa às bases de nossa civilização e às aspirações da maioria do nosso povo”, disse o secretário diante de ministros de todo o mundo.

“Passamos não mais a produzir e experimentar arte como uma ferramenta para o florescimento do gênio humano”, afirmou o secretário. “A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista, um projeto mesquinho que perseguiu e marginalizou a autêntica pluralidade artística de nossa nação”, insistiu.

Segundo ele, esse movimento “abarcou a quase totalidade do teatro, da musica, das artes plásticas, da literatura e do Cinema, e não ocorreu de modo espontâneo”.

“Foi meticulosamente pensado, orquestrado e executado por lideranças tirânicas para nossa submissão”, afirmou. E lançou um alerta: “Quando a arte e a cultura adoecem, o povo adoece junto”.

Bestialização Alvim ainda atacou a forma pela qual a arte era produzida no país até a chegada de seu governo. “A arte e a cultura no Brasil estavam a serviço da bestialização e da redução do indivíduo a categorias ideológicas, fomentando antagonismos sectários carregados de ódio – palcos, telas, livros, não traziam elaborações simbólicas e experiências sensíveis, mas discursos diretos repletos de jargões do marxismo cultural, cujo único objetivo era manipular as pessoas, usando-as como massa de manobra de um projeto absolutista”, atacou.

Segundo ele, a “ideologia de esquerda perpetrou uma terrível guerra cultural contra todos os que se opuseram ao seu projeto de poder, no qual a arte e a cultura eram instrumentos centrais de doutrinação”.

Parte de seu discurso, porém, foi dirigido contra a “esquerda”. “A esquerda perseguiu, difamou, destruiu as possibilidades de trabalho ou existência de qualquer voz que discordasse de seu credo revolucionário”, atacou.

Beleza

Alvim, porém, insiste que tudo isso acabou. Com eleição de Bolsonaro, “os valores ancestrais de elegância, beleza, transcendência e complexidade encontraram uma nova atmosfera”.

“E isso nos permitir retomar o sonho de libertar a cultura e coloca-la na direção de princípios poéticos sagrados”, afirmou.

Recém empossado numa secretaria que fica sob a administração do Ministério do Turismo, ele garante que o novo governo está “envolvido na árdua tarefa de promover um renascimento da arte e da cultura brasileira”.

“Estamos comprometidos com a redefinição da identidade e da sensibilidade nacionais, em consonância com os valores e os mitos fundantes de nossa nação”, disse.

Alvim ainda prometeu “trazer de volta o conceito de obra de obra”. E, uma vez mais, atacou a esquerda.

“Um governo de esquerda patrocina propaganda ideológica. Um governo de direita apoia obras de arte. Vamos devolver a arte aos espaços de arte”, disse.

Outro destaque do secretário foi suas referências aos clássicos. “Vamos promover uma cultura alinhada às grandes realizações de nossa civilização judaica-cristã”, disse.

Ele ainda definiu o que chamou de “conservadorismo em arte”. Isso inclui o “amor aos clássicos”. Para ele, será a partir disso que “brotará a ambição de criarmos obras de grandeza semelhante em nosso tempo”.

Alvim ainda prometeu uma “arte não seja para a doutrinação”. Mas sim para a “prosperidade do caráter e a recuperação da soberania de cada indivíduo”.

Entre as tarefas que ele indicou para o governo está “a criação de uma nova geração de artistas”.

E indicou com uma mensagem de que “o novo trabalho serve para a edificação de nossa civilização brasileira”.

Tudo isso seria, para concluir, “para a glória de Deus”. “Que Deus os abençoe”, completou o secretário diante de ministros de todo o mundo.

 

*Jamil Chade/Uol

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O novo partido criado por Bolsonaro terá o racismo como principal plataforma

Alguém viu Bolsonaro repudiar a atitude racista do Deputado Coronel Tadeu e o discurso também racista do Deputado PM Daniel Silveira? Não.

O espetáculo de discriminação protagonizado pelos dois, repudiado pela maioria dos brasileiros, encontrou eco numa parcela da classe média que não admite que o negro seja um cidadão.

Isso aconteceu no mesmo dia em que a perícia constatou que a bala que matou a menina Ágatha de oito anos, negra, veio da arma de um PM.

O que há de novidade nisso? Nada, em um país onde a injustiça secular contra os negros não é verdadeiramente um assunto em que o Estado trata com a devida urgência, ao contrário, no Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel trata uma questão tão grave como uma aquisição política de seu currículo, pior ainda por se tratar de um ex-juiz. Isso dá a dimensão do racismo no Brasil.

Na verdade, nesta terça-feira (19) tanto o Coronel quanto o PM, que estão deputados, praticamente proclamaram o lançamento do partido de Bolsonaro com múltiplos slogans racistas e querem que os negros aceitem tranquilos o discurso dos dois como oficial, como se fosse uma evolução da sociedade.

Num país sério, os dois sairiam algemados e perderiam os mandatos por crime de racismo, mas ao contrário, como se vê na foto, comemoram no plenário da Câmara dos Deputados o racismo como profissão de fé, dizendo que isso, através de suas interpretações, não é racismo.

Dentro da proposta dos dois o preconceito contra os negros não existe na PM, preconceito muito bem retratado pela obra de Latuff, ignorando que essa força policial multiplicadora de racismo foi criada pelo império para proteger escravocratas contra os escravos. Por isso, no brasão da corporação o desenho de um pé de cana e, outro, de café, é um símbolo claro de que a intolerância com os negros é a principal resposta da aliança do império com os senhores das fazendas de café e cana de açúcar.

Em um país de pouco mais de cinco séculos em que quatro deles a escravidão era oficial, ou seja, o racismo foi incorporado como um dos principais pilares de sua civilização, manter a essência da PM através de seu brasão, é manter o discurso do racismo imperial contra os negros nos dias atuais.

Certamente ninguém vai cobrar dos dois mastodontes racistas que eles tenham capacidade intelectual para entender essa lógica. Por isso, seguiram nas redes sociais produzindo discursos ainda mais racistas para justificar seus atos que, inacreditavelmente, foram praticados dentro da Câmara dos Deputados.

Na realidade, não há qualquer dúvida de que eles falavam em nome do novo partido criado por Bolsonaro do qual os dois certamente serão parte e querem ter o direito de reivindicar a liberdade da intolerância, do racismo e do preconceito sem serem acusados de racistas, assim como a PM ostenta um símbolo de racismo do império em seu brasão, mas não aceita ser considerada uma corporação racista. E assim ela adestra seus feitores em pleno 2019.

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Milton Santos e o racismo no Brasil

O que dizer também do comportamento da polícia e da justiça, que escolhe como tratar as pessoas em função do que elas parecem ser?

Penso haver três dados centrais para entender essas questões do preconceito, do racismo, da discriminação. O primeiro é a corporalidade, o segundo é a individualidade e o terceiro é questão de cidadania.

Resumindo, a corporalidade inclui dados objetivos, a individualidade inclui dados subjetivos e a cidadania inclui dados políticos e propósitos jurídicos.

A corporalidade nos leva a pensar na localização (talvez pudéssemos chamar de lugaridade), a destreza de cada um de nós, isto é, a capacidade de fazer coisas bem ou mal, muito ou pouco e as possibilidades daí decorrentes.

E aí aparece em resumo, meu corpo, o corpo do lugar, o corpo do mundo. Eu sou visto, no meio, pelo meu corpo.

Quem sabe o preconceito não virá do exame da minha individualidade, nem da consideração da minha cidadania, mas da percepção da minha corporalidade.

O modelo cívico brasileiro é herdado da escravidão, tanto o modelo cívico cultural como o modelo cívico político.

A escravidão marcou o território, marcou os espíritos, e marca ainda hoje as relações sociais desse país.

Mas é também um modelo cívico subordinado à economia, uma das desgraças desse país.

No Brasil a economia decide o que de modelo cívico é possível instalar.

O modelo cívico é residual em relação ao modelo econômico e se agravou durante os anos do regime autoritário e se agrava perigosamente nessa chamada democracia brasileira.

A própria territorialização é corporativa, os recursos nacionais sendo utilizados sobretudo a serviço das corporações, o resto sendo utilizado para o resto da sociedade.

O cálculo econômico não mostra como as cidades se organizam para serem utilizadas por alguma empresa, por alguns pessoas. São as corporações que utilizam o essencial dos recursos públicos e essa é uma das razões pelas quais as outras camadas da sociedade não têm acesso às condições essenciais de vida aos chamados serviços sociais.

No caso dos negros, é isso que se passa.

O Brasil necessita, com urgência, de medidas positivamente discriminatórias, que são a única forma de refazer um balanço mais digno revendo o balanço histórico.

 

*Milton Santos – Por uma Outra Globalização.

 

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Vídeo: Secretário Geral da OEA, que apoiou o golpe na Bolívia, foi recebido no Paraguai com gritos de “assassino”

O secretário geral da OEA, Luis Almagro, foi alvo de uma série de escrachos promovidos por estudantes e movimentos sociais nesta terça-feira (19) ao participar de um debate em uma universidade privada em Assunção, capital do Paraguai. Almagro foi um dos que respaldou o golpe de Estado promovido na Bolívia contra o presidente Evo Morales.

Ao ser anunciado como palestrante de debate na Universidade do Pacífico, um grupo de estudantes se levantou e começou a chamar Almagro de “assassino”, “criminoso” e “violador do direito internacional”. Um dos jovens denunciava que já são 30 mortos em Bolívia desde o golpe de Estado consumado contra Morales.

Segundo dados oficiais, 27 pessoas foram mortas desde as eleições, sendo 24 desde a queda do ex-líder sindical. Movimentos sociais apontam que a cifra é ainda maior e ultrapassa 40 mortos. Apenas na manhã terça, uma ação militar na cidade de El Alto deixou três mortos e 70 feridos.

A autoproclamada presidenta Jeanine Añez, que se alçou ao poder após a derrubada do governo do MAS, tem promovido uma forte repressão contra campesinos e indígenas que tentam resistir aos planos golpistas. Morales denunciou nesta terça-feira (19) que Añez comanda o país como uma ditadura.

Além do escracho sofrido dentro da universidade, Almagro sofreu para conseguir entrar na instituição, sob forte pressão de manifestantes. “Almagro, covarde, deixa de foder, o povo está na rua e não vai retroceder”, cantavam durante protesto na porta do centro de ensino.

 

 

*Com informações da Forum

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Vídeo: Deputado do PSL quebra placa em homenagem ao Dia da Consciência Negra no Congresso

Em protesto à exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”, organizada pela Casa, o Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) vandalizou os painéis que seriam afixados.

No melhor estilo bolsonarista de diálogo, o Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) vandalizou os painéis da exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra, no Congresso. Às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, o racismo marcou seus passos e reafirmou a pauta do partido que o acolhe.

A exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”, foi organizada pela Casa e, o protesto do deputado do PSL foi vandalizar um quadro que trazia estatísticas de negros mortos neste país e uma ilustração de Latuff.

A atitude do deputado do PSL indignou os congressistas que se dispuseram a procurar Rodrigo Maia, presidente da Casa, para que o caso seja encaminhado ao Conselho de Ética, e Coronel Tadeu seja punido pelo crime de racismo.

“É inadmissível que um parlamentar aja desta maneira. Não há decoro. Não há respeito e nem qualquer pudor em agir com o desprezo característico deste atual governo”, afirmou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), um dos que afirmou que pedirá a punição ao pesselista.

“É um verdadeiro absurdo. Um deputado bolsonarista acaba de vandalizar uma exposição na Câmara dos Deputados sobre o Mês da Consciência Negra. E depois querem dizer que não existe racismo no Brasil. Que a Câmara tome as medidas cabíveis contra este ato criminoso”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

O ato é intolerável e nós da oposição vamos representar contra essa ação de ódio e de racismo do parlamentar no Conselho de Ética”, disse a também petista Érika Kokay (DF).

A deputada Áurea Carolina (PSOL-MG) afirmou que vai registrar queixa contra o parlamentar em questão, e que não vai deixar o ato passar sem a devida punição. “Estou agora na Polícia Legislativa da Câmara, junto com os deputados David Miranda (PSOL-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ), registrando queixa contra esse absurdo”, prometeu.

 

 

*Com informações do GGN

*Ilustração: Latuff

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Fascismo: Repressão violenta contra manifestantes em refinaria na Bolívia deixa ao menos um morto

Sob ordens da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, policiais e militares chegaram ao local, lançaram bombas e dispararam contra manifestantes.

Manifestantes que se encontravam ao redor da refinaria Senkata, em El Alto, cidade da região metropolitana de La Paz, foram reprimidos nesta terça-feira (19/11) com violência por militares e policiais, que agiam sob ordens do governo autoproclamado de Jeanine Áñez. O bloqueio impedia a saída de combustíveis em direção à capital boliviana. Pelo menos uma pessoa morreu e outras sete ficaram feridas, mas os números podem ser maiores.

De acordo com o jornal La Razón, o morto é um manifestante de 31 anos que teria falecido após ser atingido no peito por uma bala.

Segundo um dos manifestantes, um contingente da polícia, junto com helicópteros militares, chegou ao local e lançou bombas de gás lacrimogêneo, além de disparar tiros nos que estavam na frente da planta.

O bloqueio acontecia desde o momento em que o golpe contra o então presidente Evo Morales se consumou, na semana passada. Os manifestantes no local pedem a renúncia de Áñez e a liberdade dos detidos durante a onda de protestos.

Segundo La Razón, caminhões com combustível conseguiram deixar o local, e parte do bloqueio foi retomada.

Pouco antes da operação, o ministro de Hidrocarbonetos, Víctor Zamora, disse que havia instruções da presidente para a ação. “Temos a instrução de nossa presidenta de trabalhar todo o dia para conseguir este reabastecimento. Estaremos prontos para distribuir e normalizar todo o abastecimento de líquidos aos postos da cidade baixa [La Paz] no momento em que nos deem uma via de acesso”, afirmou.

Falta de combustível

Os bloqueios impedem a chegada de gasolina e diesel à capital e levaram o país a importar combustível de Peru e Chile. Com isso, há desabastecimento em toda a cidade.

Além disso, a falta de combustível provoca outros efeitos. De acordo com La Razón, a coleta de lixo foi praticamente paralisada, já que os caminhões recolhedores não podem ser abastecidos, e o governo da cidade pediu que os moradores evitem tirar o lixo para fora de casa. A prefeitura tenta montar uma operação de emergência para recolher as cerca de 46 toneladas que estão nas ruas.

(*) Com teleSUR

*Ópera Mundi

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Abraham Weintraub, o lacrador dos idiotas

Uma das principais características dessa direita raivosa é a “lacração”. E o que vem a ser isso? Uma resposta idiota para agradar imbecis.

O MBL, com Kim e Holiday, é a cara da neoincultura, do hurra épico dos analfabetos funcionais.

Até aí, normal, afinal a burrice e a alimentação artificial de futilidades sempre foram bengala para a direita brasileira que se equilibra numa zona cinzenta do cérebro que enxerga tudo dentro de um limite ficcional.

Essa gente sempre foi adestrada para andar na trilha imposta pela elite, não seria diferente agora. Como a elite brasileira é, certamente, a mais inculta do planeta, a química dessa burguesia de rosbife não poderia ser outra.

Assim, o ilustre ministro da educação não poderia ter atitudes diferentes, mesmo que ele cause repugnância em quem tem ao menos três neurônios. Essa figura, que saiu do subterrâneo do bolsonarismo miliciano e que vem destruindo a educação no Brasil, diz-se um monarquista, um apaixonado por Caxias.

Deprimente, o sujeito fica desferindo vômitos nas redes sociais, numa linguagem tosca, mas não à altura de sua própria figura. Mas é um lacrador, ao menos para os rugidores da direita burra.

Se o Estadão se chocou com sua preferência pela monarquia, pouco ou nada falou de sua preferência pela milícia, pelos crimes, pela extorsão, pela tortura que representam esse feudo que governa o país.

Na realidade, o ministro serve a um império de pangarés, a começar pelo rei em que o filho Carluxo influencia a teocrática gestão miliciana.

Um idiota como esse chegou a uma pasta fundamental para o país, fruto do ódio antipetista exalado pelo Estadão, assim como outros veículos da mídia industrial.

Na verdade, nosso ministro da educação é um vulto da envergadura moral dos donos do jornalão e congêneres. Nessa troca de figurinhas há um teatro ambulante, uma falsa guerra, pois o jornal foi um dos principais braços do fascismo que elegeu Bolsonaro e o mesmo nomeou um completo idiota como Abraham Weintraub que um dia ainda acabará sendo colunista do Estadão. Talento para isso, não lhe falta.

Lembrando que o Estadão fez os ataques mais baixos a Fernando Haddad, o melhor ministro da educação que o Brasil já teve, para colocar Bolsonaro no poder.

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Deputados chilenos entram com processo que pode levar a impeachment de Piñera

Processo precisa passar pela Câmara dos Deputados, onde tem que ser aprovado com no mínimo 78 votos, e pelo Senado; governo tem maioria nas duas casas.

Onze deputados do Partido Comunista, da Frente Ampla e da coalizão Nova Maioria, que sustentou o governo de Michelle Bachelet, entraram nesta terça-feira (19/11) formalmente com um processo no Congresso que pode levar ao impeachment do atual presidente, Sebasitán Piñera, por responsabilidade na matéria de direitos humanos durante os protestos no país.

O processo ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, onde precisa ser aprovado com no mínimo 78 votos, e pelo Senado chileno, que ficaria responsável pelo julgamento final. No entanto, o bloco governista tem maioria nas duas casas.

A deputada do PC Carmen Hertz disse que “não é possível que neste país se siga com a impunidade política, moral e social que foi parte muito importante do que detonou as manifestações sociais”, e afirmou que a acusação se funda nas “graves, reiteradas, generalizadas e sistemáticas violações aos direitos fundamentais das pessoas executadas pelos agentes do Estado no último mês”.

Essa situação infringiu claramente a Constituição a as leis e isso assinalamos em um argumento sólido e responsável nesta acusação”, afirmou.

Para Hertz, dada a preocupação da comunidade internacional pelo o que está acontecendo no país, a atuação do governo de Piñera “comprometeu a honra da nação”.

O jornal La Tercera também destacou o fato de dois parlamentares do Partido Socialista (PS) terem assinado o pedido, apesar de há pouco mais de duas semanas terem se omitido das acusações contra o presidente, alertando seus colegas da oposição que seria um “erro” tentar uma ação contra o mandatário.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

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Vídeo: Haddad parte para o ataque a Moro: Nunca foi juiz, sempre foi um agente público

Candidato à presidência na eleição de 2018, cujo resultado foi prejudicado após Moro tirar Lula da disputa, Fernando Haddad diz que a informação de que o ex-juiz já negociava seu cargo de ministro antes mesmo de Bolsonaro vencer a corrida presidencial comprova que “como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”. 

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT em 2018, comentou nesta terça-feira 19, em entrevista ao canal no Youtube do jornalista Fábio Pannunzio, TV Giramundo, a revelação feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno de que o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, negociava seu cargo em encontros com Paulo Guedes, atual titular da pasta de Economia, ainda durante a campanha presidencial.

“A primeira preocupação é um ministro da Justiça que não fala a verdade. É muito grave quando você é obrigado a omitir detalhes da sua vida pública – porque ele tem uma vida pública, ele é servidor público, que tem protocolos a serem observados, dentre os quais a agenda aberta com personalidades políticas. Todo mundo sabia quem era o Paulo Guedes”, comenta Haddad.

“Ele omitiu inclusive do Congresso Nacional essa informação, o que do meu ponto de vista revela – como tudo o que ele faz na vida – que o Moro nunca foi juiz, ele sempre foi um agente político, sempre teve projeto de poder”, acrescenta, em referência aos depoimentos dados por Moro na Câmara e no Senado para esclarecer as revelações do site The Intercept, a ‘Vaza Jato’. Na ocasião, Moro negou ter tido qualquer relação com a campanha de Bolsonaro.

“O processo pelo qual ele condenou o Lula é uma verdadeira farsa, mas a ação na mídia, do Ministério Público tentando conduzir, manipular a opinião pública tentando conduzir um resultado pré-determinado definiu o resultado das eleições no ano passado”, avalia Haddad, destacando a forma como o PT foi prejudicado na disputa presidencial de 2018.

“E o que você falou”, prosseguiu Haddad, em referência à notícia trazida por Bebianno a respeito dos encontros entre Moro e Guedes, “foi uma das manobras entre muitas das que foram feitas. Essa semana mesmo houve a informação de que 400 mil números de WhatsApp foram bloqueados no Brasil”.

Na entrevista concedida a Pannunzio, Bebianno contou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno. “Paulo Guedes me chama e diz ‘quero conversar com um você um negócio importante’. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da Justiça”, disse o ex-ministro.

Assista à entrevista com Fernando Haddad:

 

 

*Com informações do 247