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Urgente: Bolsonaro, junto com Guedes e empresários, vai a pé do Planalto ao STF

Ao estilo Collor, em seus últimos suspiros antes de cair, Bolsonaro imita o gesto do ex-presidente, indo ao Supremo Tribunal Federal logo após Miriam Leitão anunciar que Celso de Mello vai exigir a presença de Bolsonaro em caso de audiência no Supremo para explicar as declarações feitas por Moro em depoimento.

A audiência, segundo informações da Globonews, é com o presidente do STF, Dias Toffoli, pedida em caráter de urgência e, imediatamente Bolsonaro, acompanhado de uma comitiva, seguiu para o STF, mostrando claramente que a crise entre os dois poderes se agravou e muito.

Pela quantidade de pessoas que o acompanham, é clara a intenção de pressionar o STF, numa atitude que leva a crer que há uma tentativa de intimidação do Supremo ou será de reaproximação? Isso só saberemos em algumas horas.

A caminhada a pé e a entrada pela porta da frente do Supremo, mostram a atitude de confronto de Bolsonaro com o STF.

As informações ainda estão chegando, pois tal fato pegou a todos de surpresa.

Essa audiência de última hora revela que a relação entre os dois poderes azedou de vez.

Em breve, novas informações.

 

*Da redação

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Celso de Mello diz que, se Bolsonaro tiver que depor, o depoimento terá que ser presencial

Segundo Miriam Leitão, na Globonews, Celso de Mello determinou que, se Bolsonaro tiver que depor sobre as acusações de Moro, terá que ser presencialmente, não por documento como ocorreu com o depoimento de Temer a Barroso.

É mais um revés para a trupe do Palácio do Planalto.

Celso de Mello se antecipa a todas as malandragens de Bolsonaro e fecha o cerco em cima da milícia palaciana, mostrando que o decano tem absoluta certeza de que está lidando com a fina flor da bandidagem carioca que domina as milícias da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O ministro do STF está fazendo marcação homem a homem a Bolsonaro no campo todo e se antecipa a qualquer tentativa de contra-ataque, sufocando Bolsonaro dentro do seu próprio campo de defesa, o que promete capítulos bem mais complicados para a vida do maníaco do Planalto.

A impressão que se tem é a de que cada movimento em falso de Bolsonaro, Celso de Mello está com porrete em punho para dar uma paulada no presidente genocida que não para de causar polêmicas em todos os setores da vida brasileira.

Aguardemos os próximos capítulos com cenas dramáticas da política brasileira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Condenação de Lula no TRF-4 mostra que Moro ainda manda na Lava Jato e segue seu projeto de poder

Para quem virou ministro da Justiça de um presidente miliciano ao qual o próprio Moro hoje denuncia como bandido, Moro não teria chances de continuar no seu ambicioso protejo de ocupar a cadeira da presidência.

Mas Moro, que nunca deixou de ser patrão de seus comandados na Lava Jato, acaba de mostrar, com a condenação digital de Lula, que suas sujeiras em busca de poder, seguem inabaladas.

O TRF-4, que atuou como puxadinho da República de Curitiba durante a Lava Jato, continua acoplado ao castelo de cartas montado por Moro para tentar chegar à presidência.

Isso mostra também que Moro agiu de caso pensado contra Bolsonaro dando linha na pipa do miliciano para, no momento apropriado, dar a ferroada fatal de escorpião no rato que ajudou a eleger.

Ocorre que, depois do Golpe contra Dilma, os ratos que a derrubaram começaram uma guerra pelo queijo, e essa guerra está longe de acabar, ao contrário, ficará como nas guerras entre milícias ou quaisquer outras organizações criminosas mais sangrentas, até que uma execute o comando da outra.

Atualmente, assistimos a esse pega pra capar de dois porcos no chiqueiro. Moro representa a milícia judiciária de Curitiba, Bolsonaro a de Rio das Pedras e Muzema no Rio de Janeiro.

Moro já teve sua pré-campanha lançada pelo Jornal Nacional como o candidato dos Marinho, enquanto Bolsonaro, segue se afogando em sua própria baba de ódio dando cada dia mais munição a Moro para abater seu atual concorrente, mostrando que Moro acumulou muitas informações que vão sendo usadas, agora, como mina a cada passo dado por Bolsonaro que chegará ao ponto de, não podendo mais caminhar, Bolsonaro vai tombar deixado o caminho livre para Moro se transformar no candidato único da direita nas próximas eleições.

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro amarela e pede a Celso de Mello que reconsidere ordem de entrega de vídeo citado por Moro

Depois de roncar grosso que entregaria os vídeos da reunião citada por Moro, Bolsonaro afina e muda o tom pedindo que Celso de Mello reconsidere sua ordem.

Está na cara que tem prova do que foi dito por Moro e algumas coisas que Bolsonaro não quer que Celso de Mello saiba e ainda libere para a mídia.

A Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que reconsidere a ordem de entrega da gravação da reunião ministerial de Bolsonaro com Moro em 22 de abril.

A desculpa fajuta é a de que tem segredos de Estado na gravação.

Antes, Bolsonaro tinha dito que entregaria e mandou até legendar, agora, fala que tem segredo de Estado?

É um genocida imbecil.

O fato é que a reunião citada por Moro causou guerra de versões entre auxiliares de Bolsonaro.

Cada um fala uma coisa completamente diferente do outro.

Já estão afirmando que o vídeo não captou o encontro por inteiro e que deverá ser entregue ao Supremo uma versão curta da reunião.

O chefe da assessoria especial da presidência da República, Célio Faria Júnior, não querendo ficar com a batata quente na mão, nega que esteja com o vídeo. Não bastasse, ainda afirmou em nota, que não compete à sua área “o registro de imagens de reuniões, tampouco o arquivo de eventuais registros”.

Faria, enrolado, negou que esteja com o material: “Não tenho qualquer vídeo”.

Outros auxiliares de Bolsonaro, porém, dizem que, na semana passada, o assessor pediu sim acesso ao vídeo.

Para piorar um pouco mais a mentira, Faria teria dito que as reuniões são eventualmente gravadas pela Secom.

Já o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, nega que está com a gravação.

Procurada oficialmente para comentar o assunto, a Secretaria de Comunicação respondeu que “o Planalto não comentará”.

Ou seja, não sabem mais que desculpa inventar, mas que isso vai dar merda grossa, ah vai.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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A diferença entre um presidente humano e o outro genocida. Hoje Argentina 9 mortos, no Brasil 615

“Nº de mortos na Argentina nesta 3ª feira: 9
Nº de mortos no Brasil nesta 3ª feira: 615. OK, a população brasileira é umas cinco vezes a da Argentina; então o total de óbitos equiparável aqui deveria ser 45.”
(Saul Leblon – Carta Maior)

O Brasil está indo bem no controle do coronavírus e pico nas classes altas já passou, diz presidente da XP.

Este é o melhor dos mundos para Bolsonaro e para a elite brasileira que a XP representa e ao que o presidente se agarra para não cair.

Para o genocida que, em 48 horas, produziu mais de mil e duzentas mortes no Brasil, sendo a maioria esmagadora de pobres, é um gol de placa.

Pelo segundo dia consecutivo o país registra mais de 600 mortes em 24 horas.

No semblante de Bolsonaro, nenhuma expressão de pesar, de compaixão, ou algo que lembre um ser humano, apenas um genocida frio e repugnante.

O Brasil está propositalmente à deriva.

A troca do ministro da saúde no pico da pandemia feita por Bolsonaro com seu ódio ao isolamento social, foi proposital para que, sem coordenação e com baixa capacidade de resistência, não tenhamos reação à altura do desafio.

Bolsonaro como presidente deveria unir a nação, mas, ao contrário, o que ele faz?

Divide a sociedade e insufla o caos para subjugar, pela fraude, o desespero nas camadas mais pobres da população.

Como bem disse Lula: “Elegemos uma pessoa que tem desprezo pelas relações humanas.”

Quem o elegeu foi o mesmo que condenou Lula

O cafajeste Sergio Moro, que hoje, por traição, é considerado o pior inimigo do genocida Bolsonaro.

Somente em São Paulo, em menos de 60 dias, 3.000 mil vidas foram perdidas para o coronavírus.

Dória, com absoluta razão, vê no comportamento de Bolsonaro um desestímulo à prevenção.

A taxa de isolamento no Estado, 47%, não detém a marcha batida para o colapso da rede de saúde em maio, assim como na maioria das cidades do Brasil.

Mas isso é triunfo para um maníaco como Bolsonaro que não encontra resistência institucional na ampliação de sua sede de sangue, de morte e de covas e mais covas. É o instinto de sobrevivência de um miliciano.

Segundo o IBGE, 50% da população brasileira sobrevive com menos de R$ 15 reais por dia. Isso é que transforma uma pandemia no país numa maquina de aniquilar vidas.

Bolsonaro, sabendo disso e com seu ódio pela quarentena, fez o que pôde e o que não pôde para atrasar o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso.

Com isso, produziu filas assassinas em frente às agências da Caixa Econômica Brasil afora, fazendo com que, aqueles que foram buscar a sobrevivência, formassem aglomerações se contaminando e contaminando seus familiares.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Diretor-geral da PF escolhe novo superintendente do Rio, fora da lista de Bolsonaro

Tácio Muzzi vai substituir Carlos Henrique Oliveira, promovido a número dois da cúpula do órgão.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, definiu na noite desta terça-feira (5) o delegado Tácio Muzzi como novo superintendente do Rio de Janeiro.

O nome do policial não estava entre indicados de Jair Bolsonaro.

Houve pressão interna para que o nome do novo superintendente não tivesse ligação com a família do presidente e que fosse de um delegado respeitado internamente, na tentativa de afastar suspeitas.

A escolha teve o aval do ainda atual chefe do órgão no estado, Carlos Henrique Oliveira, que foi promovido a número dois da PF em situação que gerou desconfiança.

Muzzi ficou de superintendente interino no ano passado por cinco meses após explodir a crise em agosto, quando o presidente da República pediu, pela primeira vez, a troca da chefia no Rio.

Na época, ele era o braço-direito de Ricardo Saadi, que deixou o cargo depois de Bolsonaro anunciar sua demissão em uma das entrevistas matinais no Palácio da Alvorada.

A troca da chefia no estado nesta segunda (4), revelada pelo Painel, foi um dos primeiros atos do novo diretor-geral e levou a mais um capítulo de crise no órgão.

Em depoimento no último sábado (2), Sergio Moro relatou pressão de Bolsonaro para mudanças na cúpula da PF e na superintendência do Rio.​

O presidente havia sugerido nomes ao ex-ministro, Muzzi não estava entre eles.

Rolando está com sua diretoria definida.

O novo chefe do Rio tem no currículo investigações consideradas importantes, como a que terminou na prisão do deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins. Durante a Lava Jato, ele chefiava a equipe de combate à corrupção.

Fora da PF, o delegado foi diretor do Depen (Departamento de Penitenciária Nacional) e diretor-adjunto do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

 

 

*Com informações da Folha

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OCDE sinaliza que não aceitará o Brasil de Bolsonaro

A inabilidade em aprovar as reformas desejadas pela OCDE, o isolamento político e o caos social provocado por Bolsonaro em uma crise pandêmica colocaram a Organização em alerta.

Um dos alvos prioritários da política externa brasileira, a quase sexagenária OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – acaba de jogar um balde de água bem gelada nas pretensões do governo de Jair Bolsonaro de promover o ingresso do Brasil como membro pleno no clubão dos 36 países mais ricos do mundo.

Desde o início de seu lamentável governo, o atual presidente vem se prestando ao papel de lambe-botas de seu homólogo estadunidense, entre outras coisas, para obter posições favoráveis de Trump em troca do ingresso na Organização. A pretensão de ingressar na OCDE é um dos marcos da guinada da posição tradicional do Itamaraty a partir do governo Temer, transformando-se em diretriz da Política Externa Brasileira na gestão de Ernesto Araújo.

Pela tese do governo, a entrada atrairia capital estrangeiro ao adotar um rígido programa de liberalização comercial, por meio de uma política agressiva de privatizações, bem como da desregulação econômica e da flexibilização da proteção social, ainda que essa estratégia coloque o Brasil de joelhos diante da OCDE, sobretudo porque há maior rigidez nas determinações aos países em desenvolvimento.

O processo de adesão implica uma rigorosa revisão das práticas e das políticas públicas nacionais de acordo com os mais de 100 parâmetros da Organização. Na prática, traduz-se por uma ingerência direta dos países ricos que compõem a OCDE nos assuntos internos exclusivamente estatais, em áreas como saúde, educação, ciência e tecnologia, governança corporativa, meio ambiente, agricultura, pesca, produtos químicos, seguros e previdência, desenvolvimento territorial, entre tantas outras.

Ademais, a Organização historicamente tem sido promotora dos interesses do capital privado. No final dos anos 90, por exemplo, buscou implantar sem sucesso um indecoroso “Acordo Multilateral de Investimentos” – AMI que visava deslocar litígios para cortes internacionais, evitando assim que empresas transnacionais fossem obrigadas a se submeterem aos tribunais estatais dos países hospedeiros de investimentos.

Portanto, o congelamento do teto dos gastos públicos e as reformas estruturais liberalizantes de Paulo Guedes que beneficiam o sistema financeiro e o capital privado estão indiscutivelmente em sintonia com a lógica da Organização, razão do otimismo brasileiro anunciado pelo governo Bolsonaro em janeiro, quando recebeu o tímido apoio dos Estados Unidos.

Desde então, o governo Bolsonaro está em franco e acelerado declínio. A inabilidade em aprovar as reformas desejadas pela OCDE, o isolamento político e o caos social provocado por Bolsonaro em uma crise pandêmica colocaram a Organização em alerta.

Recentemente, Drago Kos, atual chefe do grupo de trabalho anticorrupção da entidade afirmou que o Brasil deverá explicar os motivos do desembarque de Sergio Moro, vendo enorme preocupação na ingerência de Bolsonaro na polícia federal. A Organização solicitou também ao governo que adotasse as medidas corretas de confinamento para conter a crise do coronavírus.

O OECD Economic Survey of Brazil 2020 é um documento prévio do grupo que relata as condições do Brasil para que os membros analisem seu pedido de ingresso. O relatório secreto vazou para imprensa, revelando seríssimas críticas ao governo em relação à proteção da Amazônia, à fragilização das estruturas anticorrupção, a previsão de convulsões sociais como as que ocorreram no Chile e a até indica um fortalecimento do bolsa família, como critério indispensável de combate à pobreza. Sinais claros que a Organização está longe de avalizar os desmandos do governo, aceitando o ingresso do Brasil.

Quando o ingresso do Brasil for oficialmente rejeitado pela OCDE, será a maior das derrotas do atual governo nas relações internacionais. Não é por acaso que ex-chanceleres brasileiros, de variadas posições no espectro político, denominaram a atuação do Ministério das Relações Exteriores sob a batuta do olavista Ernesto Araújo de “diplomacia da vergonha”. Até a Organização busca afastar sua imagem do governo brasileiro por estar ruborizada diante de tanto desmando.

 

 

*Larissa Ramina, Gisele Ricobom e Carol Proner/GGN

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Celso de Mello é confrontado por ministros militares que consideram ‘desrespeito’ possibilidade de condução coercitiva

Ministros Augusto Heleno, Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos, citados por Sergio Moro em seu depoimento à PF, estudam reação ao ministro do Celso de Mello do STF, que autorizou que eles sejam conduzidos coercitivamente caso se recusem a depor.

Integrantes da ala militar do governo Jair Bolsonaro avaliaram como um “desrespeito” a possibilidade de condução coercitiva, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, caso os ministros Augusto Heleno, Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos, citados pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro em seu depoimento à Polícia Federal, se recusarem a depor no inquérito que apura interferência política de Bolsonaro na instituição. Segundo reportagem do blog da jornalista Andréia Sadi, os ministros avaliam reagir publicamente contra Celso de Mello.

Em março de 2016, os militares apoiaram a condução coercitiva de Lula determinada por Sergio Moro, quando o ex-presidente nunca havia se negado a comparecer às convocações da Justiça. Agora, Celso de Mello aventa a possibilidade de condução coercitiva apenas se eles negarem-se ao depoimento -e mesmo assim eles ameaçam reação.

De acordo com a reportagem, os ministros citados na decisão do ministro do STF teriam ficado surpresos com o trecho que ressalta que ‘se as testemunhas que dispõem da prerrogativa fundada no art. 221 do CPP, deixarem de comparecer, sem justa causa, na data por elas previamente ajustada com a autoridade policial federal, perderão tal prerrogativa e, redesignada nova data para seu comparecimento em até 05 (cinco) dias úteis, estarão sujeitas, como qualquer cidadão, não importando o grau hierárquico que ostentem no âmbito da República, à condução coercitiva ou “debaixo de vara”’.

 

 

*Com informações do 247

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Negociadores denunciam manobras de Bolsonaro para se blindar na ONU por esconder seus exames de Covid-19

Em negociações nos bastidores da diplomacia, o governo brasileiro passa a ser visto com suspeitas diante do que tem sido interpretado como uma tentativa de minimizar o papel das diretrizes da ONU para lidar com a Covid-19, blindar o governo e até mesmo justificar a recusa do presidente Jair Bolsonaro de ter de apresentar seus exames médicos.

Nos próximos dias, a presidência do Conselho de Direitos Humanos da ONU vai adotar uma declaração sobre a Covid-19. Num rascunho do texto circulado entre governos e obtido pela coluna, o Brasil fez comentários e pedidos de mudanças no documento.

Ainda que alguns deles tenham sido aplaudidos por governos estrangeiros e ativistas, parte das propostas de Brasília chamou a atenção, inclusive da sociedade civil.

Num dos trechos sugeridos pelo governo, o Brasil quer que a declaração final contenha um parágrafo extra em que se “reconhece os esforços feitos pelos governos nacionais para lidar com a pandemia, por meio de medidas para proteger a saúde, segurança e bem-estar de seu povo, assim como iniciativas para mitigar os efeitos das crises econômicas que afetam em especial os mais fracos e vulneráveis”.

A inserção do Itamaraty neste caso foi recebida como uma tentativa de se distanciar de qualquer tipo de obrigação internacional.

O trecho, se aprovado, ainda chancelaria a ação de todos os governos, inclusive o de Bolsonaro, fortemente criticado no cenário internacional por sua gestão da crise.

Chamou ainda a atenção de negociadores um trecho em que o governo pede uma referência ao “direito à privacidade de dados na luta contra a pandemia”. O gesto foi interpretado como uma possível tentativa de proteção pessoal ao presidente Jair Bolsonaro contra a apresentação dos exames que ele se submeteu.

Fontes no governo garantem que esse não é o objetivo, inclusive pelo fato de o Brasil fazer parte do grupo de países que defendem o direito à privacidade desde o governo de Dilma Rousseff.

Já em outros trechos do documento, as sugestões do Itamaraty apontam para um rebaixamento do valor e peso das Diretrizes do Alto Comissariado de Direitos Humanos sobre a COVID e do trabalho das Relatorias da ONU.

Essa não é a primeira vez que uma ação do governo é recebida com desconfiança internacional. Em abril, o Brasil foi um dos poucos países do mundo que não co-patrocinou uma declaração da Assembleia Geral da ONU pedindo uma cooperação internacional contra o vírus.

Dias depois, a diplomacia brasileira ainda lançou duras críticas contra relatores da ONU que tinham questionado a resposta do governo Bolsonaro diante da pandemia.

“A diplomacia brasileira exercia nos anos anteriores papel de liderança nas discussões na ONU sobre direito à saúde. Sob a gestão do atual governo, esse papel tem que apequenado, tornamos mero coadjuvante. Ou pior, por exemplo no episódio da resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU quando o Brasil esteve entre o enxuto grupo de países que não co-patrocinou o texto”, disse Camila Asano, diretora de programas e incidência da Conectas Direitos Humanos.

“Nessa nova negociação em curso, a diplomacia brasileira deveria ter um papel mais ativo e comprometido com a defesa da vida e da saúde. É esperado tanto que o governo faça sugestões ao texto para uma linguagem mais forte no que se refere ao acesso a medicamentos como também que domesticamente isso se transforme em ações concretas nas ações de combate à covid-19”, afirmou.

No caso do novo texto, parte da agenda conservadora do governo também é reforçada. O Itamaraty quer que, no documento, haja uma referência ao “direito à vida”. A frase é uma maneira de insistir na recusa ao aborto ou direitos sexuais.

Outros trechos, porém, foram recebidos com satisfação por diplomatas estrangeiros. Num deles, o Brasil pede a inclusão do reconhecimento do papel das mulheres nos serviços de saúde. Também se pede acesso à tratamento e alerta para desigualdades sociais.

Mas não deixou de ser recebido com ironia a proposta do Brasil de incluir um parágrafo para indicar que o governo está “preocupado com a proliferação de desinformação sobre a pandemia” e sobre a “importância de prestar informações com base na ciência”.

Nas últimas semanas, diferentes membros do governo têm usado das redes sociais para disseminar notícias questionáveis sobre o vírus. Alguns deles tiveram suas postagens inclusive excluídas por plataformas de redes sociais.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Moro pariu dois ratos, Bolsonaro e ele

Foi muito ingênuo quem imaginou que Moro, em seu depoimento à PF e MP, produziria um vendaval revolucionário. Moro é suficientemente frio para não cair nessa. Ele, por autodefesa, preferiu dar um banho de gato em Bolsonaro ou, do contrário, denunciaria sua própria gestão.

Ninguém precisa de uma inteligência tamanha para saber que não se solta rojão dentro de um container ou um buscapé na sala de visitas.

Moro e Bolsonaro estão intrinsecamente alinhados de tal forma em suas histórias recentes que um não tem como dar um passo largo sem o risco dos dois caírem. É como alguns palhaços de circo que usam bonecos amarrados aos pés para dançarem juntos.

A relação de Bolsonaro com Moro é uma cópia daquilo. Qualquer passo em falso no depoimento de Moro, pisaria numa mina e explodiria junto com Bolsonaro. Portanto, preferiu usar a tática cirúrgica da casca de banana. Então, Moro soltou a frase derradeira que se transformou em bordão da mídia, entregando o que disse Bolsonaro “que das 27 superintendências da PF, ele só queria uma, a do Rio.”

E Bolsonaro, burramente, mordeu a isca, não conseguiu segurar um dia sequer sua ansiedade para trocar o chefe da PF e, imediatamente, a portas fechadas em solenidade instantânea de posse, fez o que mais desejava, tirar do seu caminho alguém que estava criando uma verdadeira barreira para os seus planos de avanço no porto de Itaguaí, mas principalmente alguém que sabe muito sobre a milícia que atua, com sua família, nesse mesmo porto. Ou seja, há um novelo nessa questão que envolve, sobretudo a milícia de Porto das Pedras, coisa que até as pedrinhas do fundo do mar sabem. O que falta são os pontos que ligam os fatos.

Moro, que carregou até aqui, através de uma gigantesca publicidade da Globo, a imagem da estátua patriarca do combate à corrupção, não chamaria para si a responsabilidade de explicar a sua não atuação no combate à milícia durante todo o período que ficou no ministério da Justiça e Segurança Pública, muito menos traria novamente a imagem viva de Queiroz que, depositando na conta de Michele Bolsonaro, logo no primeiro escândalo revelado pelo Coaf, em que Moro achou satisfatória a explicação de Bolsonaro de que Queiroz apenas devolvia o empréstimo que fez com ele, como também não diria que deu uma prensa no porteiro para mudar a versão do seu Jair da casa 58. Menos ainda diria que se sacudiu como pôde para livrar Flávio Bolsonaro de uma série de acusações que desembocam no mesmo ponto, na milícia.

Enfim, Moro não diria nada que representasse contra Bolsonaro um tiro no próprio espelho. Bobo é quem imagina que ele não veio medindo todos os passos que daria quando saísse do ministério.

Moro pode ser burro, mas sabe muito bem jogar com a opinião pública e dar alimentos suficientemente fortes para apontar o caminho de um crime ou o de uma especulação que produza comoção nacional.

O problema de Bolsonaro não está na declaração de Moro, mas num amontoado de circunstâncias extremamente graves que cercam, por exemplo, o caso de Marielle que foi assassinada por Ronnie Lessa, seu vizinho no condomínio Vivendas da Barra.

O que Moro revelou em seu depoimento sobre a interferência de Bolsonaro apenas e unicamente na PF do Rio, sendo bastante didático ao afirmar que Bolsonaro só tem interesse nessa superintendência, mas que também trouxe, no pacote, a casa de Ronnie Lessa que está a 50 metros da casa de Bolsonaro, para compor o conjunto arquitetônico da casa 58 do seu Jair.

E por que Moro fez isso? Porque não foi ele que colocou para morar no condomínio de Bolsonaro o assassino de Marielle, muito menos foi Moro quem amarrou a sociedade entre Ronnie Lessa e Adriano da Nóbrega no escritório do crime, o mesmo Adriano, considerado o patrão da milícia de Rio das Pedras. Daí o que remete novamente ao porto de Itaguaí e também ao gabinete de Flávio Bolsonaro e ao próprio Queiroz, porque o desaparecido costuma se esconder em Rio das Pedras. Queiroz era o homem que não só fazia o serviço de coleta do esquema de rachadinha, como também a ponte entre o gabinete e a família do miliciano morto na Bahia.

Tudo isso e mais alguma coisa que se sabe e que não se sabe, Moro usou contra Bolsonaro, como um elefante numa loja de cristal.

E o que faz Bolsonaro? Vestiu a carapuça de elefante de uma maneira totalmente espalhafatosa e, no primeiro ato, troca o superintendente da PF do Rio, confirmando o que Moro denunciou e trazendo para si um monumento de evidências de sua relação, assim como a de seus filhos, com a morte de Marielle. Tanto isso é verdade que ontem, sem ninguém acusar, Bolsonaro fala que “estão tentando colar a morte de Marielle em mim e em meu filho, Carlos.

Isso, no barato, já que, como se sabe, treze celulares de Adriano da Nóbrega seguem sendo periciados pela mesma polícia que periciou os de Ronnie Lessa, o que levou à descoberta de que ele, além de assassino de Marielle, era o maior traficante de armamento pesado do Rio de Janeiro. Isso mesmo, o maior traficante de armas do Rio de Janeiro, que abastecia a cúpula da bandidagem carioca era vizinho de Bolsonaro que nem sabia disso e também que Lessa era o fornecedor de armamento pesado das milícias da Zona Oeste do Rio, em que Adriano da Nóbrega era o homem forte.

Os detalhes do que Moro disse na PF, que alguns esperavam, não estavam em seu depoimento, mas no trançado que a polícia já fez sobre o vizinho de Bolsonaro com as milícias que participavam do esquema do gabinete de Flávio Bolsonaro, arregimentado pelo braço direito de Bolsonaro, há mais de trinta anos, o popularmente conhecido como “cadê o Queiroz?”.

Por isso também Moro pariu dois ratos, Bolsonaro e ele próprio, porque, com seu depoimento cirúrgico, mostra como ele implicaria Bolsonaro, ou seja, como ele tinha conhecimento de toda a trama que envolve o clã e como foi criminosamente omisso, muitas vezes ativamente, para proteger o patrão e a família enquanto lhe interessava.

Resta saber se, diante de um portfólio desse, o STF investirá somente sobre Bolsonaro ou se seu cúmplice Moro sairá junto, mesmo que seja no canto da mesma foto.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas