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Globo tenta comprar decisão de Celso de Mello, dando-lhe premiação para que livre a cara de Moro

Em garrafais, O Globo anuncia: Celso de Mello é eleito a Personalidade de 2019 do Prêmio Faz Diferença.

Ainda na chamada, O Globo sapeca sua intenção de tentar fazer Celso de Mello contemporizar as ilegalidades cometidas por Moro, muitas delas para atender aos próprios interesses políticos da Globo, parceira da trama criminosa da Lava Jato que tinha o único objetivo de dar um golpe em Dilma e condenar e prender Lula para tirá-lo da disputa eleitoral de 2018: “Decano do STF tem atuação firme na defesa da liberdade de expressão e é conhecido como o apaziguador na Corte. É autor de votos marcantes durante diferentes governos”, diz O Globo.

O prêmio faz diferença não faz diferença nenhuma, porque é daquelas premiações importantes que não têm a menor importância para o país, apenas para os Marinho que trocam troféu e holofotes por obediência aos barões da mídia.

Só a lista de ganhadores do judiciário, que se mostraram cães dóceis aos adestradores, levaram esse “prêmio”, criado para ser símbolo de barganha entre o judiciário e a Globo.

Joaquim Barbosa, Ayres Britto, Cármen Lúcia e o próprio Moro ganharam o tal “prêmio” por se mostrarem totalmente servis aos interesses da Globo.

Na verdade, esse “prêmio” é das coisas mais indecorosas que existem nesse país. É uma espécie de osso que os lacaios do judiciário levam da Globo em troca dos serviços prestados à oligarquia contra o povo, sobretudo contra as camadas mais pobres da população.

O nome do “prêmio faz diferença” só tem sentido” para aqueles que ajudaram o judiciário a aumentar a diferença entre pobres e ricos.

E foi exatamente isso que ocorreu quando a Globo, com o auxílio dos premiados, conseguiu, depois do golpe em Dilma e a prisão de Lula, fazer com que os 1% mais ricos do país, com a maior concentração de renda do planeta, ficassem ainda mais ricos e a imensa maior parte da população, mais pobre e mais miserável.

Está nas mãos de Celso de Mello o destino político de Moro, candidato da Globo que já está numa campanha antecipada para 2022 sem que sejam incomodados pelo TSE.

Se Celso de Mello decidir por anular as decisões de Moro, tosará o cabelo do Sanção da Globo.

Se decidir trocar sua dignidade por um osso dado pela Globo para livrar a cara de Moro, se mostrará um sabujo dos amos do grande capital que patrocinam a Globo.

Chico Buarque falou sobre o prêmio quando Moro foi agraciado:

“Chico Buarque disse que Moro de fato “fez diferença”, mas na armação que resultou na eleição de Jair Bolsonaro em 2018.”

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Globo quer o impossível, associar Bolsonaro às milícias sem associar Moro a Bolsonaro

Já em campanha presidencial para Moro em 2022, Globo News faz um programa com Camarotti, mostrando o perigo real da expansão assustadora das milícias no Brasil, sobretudo as cariocas.

Lógico que o que vem à cabeça na mesma hora é o clã Bolsonaro envolvido até a raiz do cabelo com as milícias que, hoje, elegem muitos políticos no Rio e, depois, cobram proteção dos eleitos, vereadores, deputados e senadores, como se sabe no caso de Flávio Bolsonaro.

O problema é que Moro, não só serve ao governo de Bolsonaro como Ministro da Justiça e Segurança Pública, como nada fez para combater as milícias, pois seria combater o próprio chefe.

Não é sem motivos que, na lista de procurados que Moro imitou dos EUA, não tenha ninguém do “escritório do crime”.

Na verdade, para Moro, é como se não existisse milícia no Brasil e milhões de brasileiros não estivessem reféns dos milicianos, principalmente em vários bairros cariocas.

Se a Globo pegar esse calcanhar de Aquiles de Bolsonaro, não há dúvidas de que pegará o de Moro também.

Não tem escapatória, Moro é Ministro da Justiça de um governo de milicianos e será cobrado cada vez mais pela sociedade por essa parceria política entre ele e o clã Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Áudio: Regina Duarte toma o 1º fora de Carolina Ferraz: “não votei em Bolsonaro”

A nova secretária de Cultura do governo Bolsonaro, Regina Duarte, utilizou de forma indevida uma foto da atriz Carolina Ferraz em um mural publicado no Instagram. A montagem é composta por fotos de artistas que supostamente apoiam Regina Duarte e o governo.

Carolina Ferraz, uma das que aparecem na foto postada por Regina, no entanto, desaprovou a utilização de sua imagem. “Eu não imaginei que você fosse colocar minha foto ou de qualquer um, colega nosso, sem pedir autorização da gente”, diz Carolina Ferraz em um áudio enviado a Regina e que foi obtido pela reportagem da Fórum.

Descontente com a situação, Carolina ainda dispara contra o governo Bolsonaro. “Realmente torço para que você consiga exercer e fazer a diferença num governo que desprestigia tanto a classe artística, persegue tanto a classe artística”.

A atriz revelou ainda, no pito em Regina Duarte, que não apoia e nem mesmo votou em Jair Bolsonaro. “Acho muito indelicado da sua parte. Gostaria, com todo o carinho, que pedisse para que sua equipe retirasse minha foto, por gentileza. Obrigada”, finaliza Carolina.

Ouça a íntegra do áudio de Carolina Ferraz aqui.

 

 

*Com informações da Forum

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Economia

Ibovespa tem maior queda mensal desde fevereiro de 2019 e dólar tem maior alta para janeiro em 10 anos

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (31) e terminou janeiro com um forte recuo de 1,63%, o primeiro após quatro altas e a maior baixa mensal desde fevereiro de 2019, quando o índice registrou perdas de 1,86%.

Foi também a maior queda do Ibovespa para um mês de janeiro desde 2016, quando o benchmark caiu 6,79%

Já o dólar subiu 6,8% neste mês, registrando sua maior alta para um mês de janeiro em 10 anos. Foi também a maior alta mensal desde agosto de 2019, quando a moeda dos Estados Unidos teve alta de 8,76%.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,63% a R$ 4,2851 na compra e R$ 4,2858 na venda, marcando nova máxima histórica. O dólar futuro com vencimento em fevereiro teve alta de 0,58% a R$ 4,269.

No mercado de juros, o DI para janeiro de 2022 registrou ganhos de quatro pontos-base a 5,01%, o DI para janeiro de 2023 avançou três pontos, a 5,53% e o DI para janeiro de 2025 ganhou também três pontos-base a 6,24%.

 

 

*Com informações do Infomoney

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Vídeo: Com o samba mais bonito do ano, setores religiosos conservadores querem censurar a Mangueira

A cidade do Rio de Janeiro está à espera de dois milhões de turistas no carnaval, mostrando que o grande cartão postal cultural do Rio são as escolas de samba. A Mangueira, a escola mais querida no Brasil, é responsável por atrair milhares desses turistas que invadirão a cidade durante o carnaval.

Os hotéis da orla da zona sul estão com lotação completa para o período. Bares, restaurantes lotados e a própria geração de empregos no setor de serviços mostram que o carnaval no Rio é uma fonte riquíssima de emprego e renda.

A questão central é que o carnaval é o que é e, por isso mesmo, atrai tantas pessoas de tantos lugares do Brasil e do exterior.

Por mais que tenha em seu simbolismo algumas distorções promovidas pelo interesse comercial da Globo, o desfile das escolas de samba, transmitido para mais de 100 países, é o ponto alto da maior festa popular do planeta ou do maior evento cultural da terra.

Mas este ano, seguindo a linha dos terraplanistas, nazistas, fascistas, bolsonaristas, setores religiosos conservadores cismaram de censurar o espírito carnavalesco da Mangueira, que é, como sempre foi, crítico em seus enredos.

Segundo Ancelmo Gois, no Globo, uma carta assinada por 21 entidades religiosas, lideradas pela arquidiocese do Rio, direcionada a Jorge Castanheira, presidente da Liesa que, mesmo sem citar nominalmente a Mangueira, pedem, de forma absurda, que eles sejam consultados pelos enredos, numa clara comissão de censores religiosos que querem agora nos devolver ao período da ditadura militar e dizer o que pode ou não ser cantado nas ruas do país. Era só o que faltava!

Em nome de um suposto princípio da boa fé, tolerância, imagina isso, e respeito, pedem que sejam ouvidos com o intuito de instá-los a observar atenciosamente o próximo desfile para que seja realizado de modo a não ofender, chocar, agredir ou encarnecer a fé de centenas de milhões de brasileiros.

Isso porque o samba da Mangueira começa com uma frase lindamente poética que diz:

Mangueira Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Basta esse poema carregado de verdade história para detonar a hipocrisia de conservadores que usam a religião como biombo para reprimir a liberdade de expressão do povo, dizendo logicamente que não é esta a intenção.

Entre os tais religiosos, estão, entre outros, a Associação Nacional de Juristas Islâmicos, Federação Israelita do Rio, Budismo Primordial e etc.

O fato é que escola de samba nenhuma enfia o bedelho na crença de ninguém, não pede a entidade nenhuma que conduza seus sermões a partir dos conceitos do samba. Por que o samba deveria abdicar da liberdade poética para atender aos bisbilhoteiros da fé alheia em nome de um respeito que os próprios não têm pela liberdade de expressão?

Que esse absurdo seja repudiado por todos. Já não basta a Damares, Bolsonaro e o pirado da Funarte que disse que o rock é satânico? Ou esses senhores, que se acham o oráculo da fé, são parceiros do texto nazista lido Roberto Alvim que lhe custou a cabeça falando na grande arte, na arte nobre?

*Carlos Henrique Machado Freitas

Assista ao vídeo:

[Enredo: A Verdade Vos Fará Livre]

Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade

 

Composição: Luiz Carlos Máximo / Manu da Cuíca · Esse não é o compositor?

 

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Regina Duarte na cultura foi a vingança de Bolsonaro contra quem reclamou do discurso nazista de Alvim

Regina Duarte não é uma pessoa qualquer, veio para provocar uma crise na cultura muito maior do que a de Roberto Alvim. Sua sanha provocadora em prol do que existe de mais agressivo na direita é diametralmente oposta à aura da namoradinha do Brasil, criada pela Globo.

Regina Duarte é cínica, sórdida e faz questão de ser assim. Tem um não sei o quê de maldade nas suas falas, capaz de disseminar veneno com suas frases vazias de conteúdo, mas cheias de fel.

Não será diferente o comportamento de Regina Duarte na Secretaria de Cultura. Ela não pretende se desapegar do seu estilo agressivo com pitadas de sordidez.

A atriz, agora secretária de cultura, é a própria imagem do governo Bolsonaro e adotará a língua do próprio, usando o mesmo calibre matador para enfrentar qualquer adversidade, e serão muitas, uma mais complexa que a outra para, em suma, fazer da cultura artística no Brasil uma propriedade sua no sentido mais conservador possível.

Regina Duarte vem para a guerra contra todo o universo que envolve a cultura brasileira que, por natureza, é progressista.

Não esperemos nada de diferente de uma ruralista com todos os instintos de um madeireiro, de um grileiro e de um posseiro.

Não é por acaso que ela recebeu apoio público de Carlos Vereza, Ari Fontoura, Marcio Garcia, Maitê Proença, entre outros, como mostra a imagem abaixo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro deixa de fora da lista dos mais procurados miliciano ligado ao clã Bolsonaro

Adriano da Nóbrega é aquele cujos parentes foram nomeados por Flávio Bolsonaro.

O ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, deixou de fora da lista dos mais procurados do Brasil o ex-capitão Adriano da Nóbrega, comandante da mais antiga milícia do Rio de Janeiro e suspeito de integrar um grupo de assassinos profissionais do estado. A informação é da Folha de S.Paulo.

Esse ex-PM também é citado na investigação que apura a prática da famigerada “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro em seus tempos de deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Adriano teve duas parentes nomeadas no antigo gabinete de Flávio.

Ele também foi defendido por Jair Bolsonaro em discurso na Câmara dos Deputados, em 2005, quando foi condenado por um homicídio.

Como lembra a Folha:

“De acordo com o Ministério Público, contas bancárias controladas por ele foram usadas para abastecer Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, suposto operador do esquema no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz é amigo do presidente da República”.

Moro divulgou a lista sem o acusado em suas redes sociais. “A SEOPI/MJSP [Secretaria de Operações Integradas da pasta] elaborou, com critérios técnicos e consulta aos Estados, a lista dos criminosos mais procurados. A lista ajudará na captura, e segue a orientação do PR @jairbolsonaro de sermos firmes contra o crime organizado”, diz o texto.

 

 

*Com informações do Conversa Afiada

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Economia

Dólar acelera e bate recorde histórico, chegando a R$ 4,28

E lá se vão as reservas internacionais deixadas por Lula e Dilma.

Novo valor deixa para trás o recorde intradia anterior de 4,2785 reais na venda alcançado em 26 de novembro do ano passado.

O dólar acelerou a alta ante o real e bateu uma nova máxima histórica durante um pregão nesta sexta-feira (31), em mais um dia de força da moeda no exterior com pano de fundo de aversão a risco por temores sobre o coronavírus.

O dólar saltou a 4,2800 reais na venda às 12h10, maior valor nominal da história. Assim, deixou para trás o recorde intradia anterior de 4,2785 reais na venda alcançado em 26 de novembro do ano passado.

Por volta de 12h17, a cotação no mercado à vista subia 0,38%, a 4,2756 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha ganho de 0,59%, a 4,2695 reais.

No exterior, o dólar registrava firmes altas contra outras divisas emergentes, como peso mexicano (+0,6%), rand sul-africano (+1,3%) iuan chinês offshore (+0,5%).

 

 

*Com informações do R7

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Casa Civil, sempre vazia, é o que nunca funcionou no governo Bolsonaro

É certamente a primeira vez na história em que um mesmo servidor do governo é demitido duas vezes em menos de 48 horas e de cargos distintos. Foi o que aconteceu com Vicente Santini, apeado primeiro da secretaria-executiva da Casa Civil, reconduzido depois à assessoria da Secretaria Especial de Relacionamento Externo do ministério por pressão dos filhos do presidente e defenestrado uma segunda vez 12 horas depois, aí para atender aos reclamos das fileiras bolsonaristas nas redes sociais. A vida não é fácil também para o governo.

A confusão traz a marca típica do jeito Bolsonaro de fazer as coisas. Todas as crises em que seu governo se meteu, até agora, eclodiram por iniciativa do próprio presidente ou de algum filho seu. Às vezes, de ambos, como é o caso agora.

Reparem: se o presidente não tivesse feito o escarcéu que fez ao ficar sabendo que Santini viajara de Davos à Índia em jatinho da FAB, tudo teria ficado por isso mesmo. Até porque, repetindo o próprio presidente, pode ser ate imoral, mas não é ilegal. Viagens dessa natureza constituem um dos casos em que a aeronave pode ser usada. Ocorre que o presidente, como é sabido, é dado a rompantes. E houve por bem bater o porrete na mesa, tonitruando a demissão fulminante, deixando ainda no ar a possibilidade de punição adicional.

Quem o ouviu jamais imaginou que, horas depois, ele tentaria reconduzir o mesmo Santini a um outro cargo na mesma Casa Civil. Atendia a um apelo de ao menos dois dos filhos: o deputado Eduardo e o senador Flávio. E Bolsonaro cedeu. Aconteceu o óbvio: uma gritaria danada nas redes nada sociáveis. Mal rompia o dia nesta quinta, e o presidente aplicava uma segunda demissão ao amigo dos filhos. A primeira desonra estava de bom tamanho. O rapaz acabou arcando com duas.

Vicente Santini é só personagem de um desarranjo maior. O que jamais funcionou no governo é o órgão no qual estava lotado: a Casa Civil. Onyx Lorenzoni comportou-se durante a campanha eleitoral e depois no curso da transição como se fosse o condestável da República. Assumia ares de homem forte do bolsonarismo. Quando alguém sugeriu, por exemplo, que a reforma da Previdência poderia seguir do ponto em que Temer a havia deixado, ele descartou a possibilidade com agressividade retórica, afirmando que a proposta do governo anterior era imprestável.

E foi justamente no curso da reforma que seu real tamanho foi se revelando. Onyx jamais foi um articulador confiável entre as lideranças do Congresso. Tampouco se fez interlocutor privilegiado dos respectivos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Acolumbre (DEM-AP). Ao longo do tempo, sua pasta foi sendo esvaziada, até chegar ao estágio atual em que se resume a literalmente nada.

Quando retomar a função nesta sexta, Onyx não tem mais sob sua responsabilidade o PPI, Programa de Parceria de Investimentos. Migrou para o Ministério da Economia. A Coordenação Política já tinha sido transferida para a Secretaria de Governo, hoje a cargo do general Luiz Eduardo Ramos, e a Subchefia de Assuntos Jurídicos já estava sob a responsabilidade da Secretaria-Geral da Presidência.

O que sobrou a Onyx Lorenzoni? Talvez deva pegar uma flanela e tirar o pó dos móveis. Notem que as duas demissões de Vicente Santini ocorreram em sua pasta, sem nem mesmo um comunicado prévio. Dá-se de barato que Bolsonaro pretende fazer uma reforma ministerial. Parece pouco provável que sobre um lugar na Esplanada ao ainda ministro. Ele é deputado federal — o segundo mais votado do Rio Grande do Sul — e certamente há lugar na Câmara para a defesa do governo Bolsonaro.

Segundo levantamento da Folha, no seu tempo à frente da Casa Civil, Onyx manteve 650 encontros com políticos, autoridades e representantes da sociedade civil. Desse total, 155 — 23,8% — eram do seu estado natal, cujo governo ele pretende disputar em 2022.

E o ministro, justiça se faça, mostra-se resignado. Foi perdendo atribuições no governo e não lutou minimamente para mantê-las. Parecia haver a admissão tácita de que lhe faltava estofo para o papel que o cargo exigia. A rigor, dadas as atuais funções, a Casa Civil poderia ser extinta, por mais exótico que pareça. Bolsonaro balcanizou a pasta entre vários outros ministérios para tentar neutralizar a incompetência de seu ministro. Chegou a hora de resolver a coisa de vez.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol

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Os interesses de poder por trás do coronavírus e das questões humanitárias

Pesquisador Evandro de Carvalho analisa implicações econômicas e geopolíticas do surto do vírus na China.

Das 33 províncias chinesas, cerca de 12 delas têm 99 ou mais pessoas infectadas pelo coronavírus, responsável por síndromes respiratórias graves. Juntos, esses 12 territórios concentram 64% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, de acordo com o World Atlas. Somente Jiangsu e Guangdong configuram cerca de 21% do índice.

Na primeira província, está localizada a cidade Hangzhou, onde surgiu a e-commerce Alibaba. No segundo trimestre de 2014, a empresa lucrou mais que as gigantes eBay e Amazon juntas, de acordo com o Valor Econômico. No mesmo patamar, a vizinha de Macau e Hong Kong, Guangdong, é berço do maior polo de produção de eletrônicos no mundo e vende cerca de US$ 650 bilhões em exportação anualmente – cerca de um quarto de todas as exportações do país.

Evandro Menezes de Carvalho, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) aponta que, com o isolamento de províncias em situações críticas de infecção, como Wuhan, e a paralisação de atividades econômicas, avalia que certamente a conjuntura afetará o jogo geopolítico que envolve a China e haverá, seguramente, um impacto no PIB chinês. Algumas empresas devem retomar as atividades somente depois do dia 10 de fevereiro, alargando ainda mais o Ano Novo do país.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Evandro Menezes de Carvalho falou sobre as implicações econômicas e geopolíticas do surto causado pelo coronavírus. Ele salientou que o modo com que o país asiático vem lidando com a questão “reduz bastante a possibilidade de um pânico generalizado que teria consequências mais dramáticas na relação da China com vários países no mundo, que é o primeiro ou segundo parceiro comercial de uma centena de países”.

Brasil de Fato: Como fica o jogo geopolítico entre a China e outras potências mundiais? Quais são os interesses geopolíticos que alguns países podem apresentar em um surto como esse?

Evandro Menezes de Carvalho: Dentro do jogo geopolítico, há interesses que consideram questões humanitárias para benefícios de poder e, é claro que para certos países, o impacto desta epidemia de coronavírus contribui para a medição de força com a China. Países que querem prejudicar a imagem da potência asiática no mundo, utilizam esse tipo de situação para disseminar, ou deixar disseminar em seu território, a ideia de que a China tem informações não confiáveis, gerando uma certa insegurança e uma relativa aversão ao país.

Certos países, então, aproveitam situações como essa para manipular e aumentar o temor pela China. Isso aumenta os custos chineses para dar continuidade ao que vem sendo feito para melhorar sua imagem internacional. Nisso, é importante lembrar que a China permaneceu no Acordo de Paris e mostra publicamente a importância disso, assim como tem defendido a manutenção e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto outros Estados advogam o contrário.

E quais são as implicações econômicas desse surto?

Ainda que seja difícil postular isso hoje, e mesmo economistas têm essa dificuldade, haverá um impacto no PIB do país, sobretudo porque a China está em um momento em que a economia teve de ser paralisada. Não totalmente, mas na medida em que se fecham cidades e restringe-se o fluxo do tráfego de trens, carros, ônibus, tudo isso vai afetar a economia chinesa, seguramente.

Se já havia uma perspectiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento em cerca de 6% – com muito esforço, 6,5% – provavelmente isso não será possível ainda esse ano. O próprio governo chinês já sabia com muita antecedência que ia haver essa redução do PIB. Mas há um risco de ser abaixo de 6%, porque o surto é um fato inesperado. Isso gera uma preocupação normal do governo chinês, mas não significa necessariamente que não haja possibilidade de recuperar isso. É mais ou menos o que aconteceu depois da SARS (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave), entre 2002 e 2004, a China voltou a crescer. Mas é certo que isso vai gerar impacto.

Esse impacto no PIB também está diretamente ligado às consequências nas relações internacionais da China, certo?

Tem um impacto internacional sobretudo nos países próximos à China, cuja economia é influenciada pelo turismo na região, como Tailândia e Japão, que já estão sentindo as consequências. Nesse sentido, o governo chinês proibiu viagens de certos grupos da população para o exterior, uma medida de segurança e de saúde para não espalhar essa situação para o resto do mundo.

Tudo isso começa a criar uma série de dificuldades que vai impactar o mercado internacional. E, é claro, na medida em que a economia chinesa já tinha uma leve retração, é difícil mensurar isso em função do coronavírus, que fará com que o governo chinês venha a reavaliar suas prioridades e despesas de emergência no contexto atual. Ainda é muito cedo para se falar em números e dados, em quais setores serão mais prejudicados. Mencionei o turismo, porque é a causa da medida recente de proibir viagens internacionais de grupos de chineses.

E em relação ao turbilhão de notícias que circulam sobre o surto provocado pelo coronavírus: como esse fator é colocado em questão?

A primeira questão a ser salientada é que esse tema do coronavírus se tornou global pelo potencial de propagação do vírus. Agora, um aspecto importante diz respeito ao modo como a China está lutando com essa questão. No contexto atual, há uma miríade de notícias que circulam na Internet que muitas vezes é difícil identificar aquilo que é informação crível e confiável.

É importante sublinhar que o governo chinês tem estabelecido um diálogo muito produtivo e aberto com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O presidente Xi Jinping se reuniu com o diretor geral da OMS recentemente, e eles decidiram entrar em acordo para intensificar as buscas pelas causas desse vírus e estudar as consequências, a fim de encontrar, inclusive, formas e soluções para combater a epidemia. Isso mostra abertura e transparência, de modo que não há porque também desmerecer as informações que estão sendo prestadas pela mídia chinesa constantemente.

Então, são informações importantes que mostram, de um lado, como o governo chinês está lidando com a situação. E, ao mesmo tempo, permite ao mundo acompanhar o que tem que ser feito. Isso, por si só, reduz bastante a possibilidade de liberar um pânico generalizado, que teria consequências mais dramáticas na relação da China com vários países no mundo. A China hoje é o primeiro ou segundo parceiro comercial de uma centena de países, por isso um fato como esse acaba gerando expectativas muito grandes em escala mundial.

No momento em que se declara que isso é uma emergência global, caso isso venha a ocorrer, tem um impacto direto na China, não só na questão dos gastos públicos para resolver o problema internamente, economicamente, mas também na imagem da China. Nós já sabemos que vivemos em uma era de muitas fake news, e que a China não está imune a isso, sobretudo no plano internacional. Então, esse fato pode ser usado para reforçar ainda mais a imagem que os países ocidentais têm ou querem construir de que a China não é tão confiável. Isso gera um ônus muito grande para o país asiático: o de precisar se mostrar um país responsável lidando com essas situações de emergência.

E como é a perspectiva brasileira em relação ao surto causada pelo coronavírus? Como o Brasil pode ser afetado em termos geopolíticos e econômicos?

Da perspectiva brasileira, o que a gente precisa observar é: estamos preparados para enfrentar seja uma epidemia de coronavírus ou qualquer outra situação semelhante que venha a ocorrer no Brasil?

Agora, acho que no contexto atual, o principal impacto seria aparentemente econômico, porque várias delegações chinesas de negócios poderiam estar vindo ao Brasil agora, ou de brasileiros que estariam indo para a China. Há uma redução do intenso nível de interação entre os dois países, pela conjuntura do coronavírus. Além disso, alguns produtos podem passar por um escrutínio maior do ponto de vista de segurança sanitária. Então acredito que terá um impacto maior no comércio.

 

 

*Com informações do Brasil de Fato