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Medroso e acovardado, Bolsonaro parte para o ataque a Lula

A soltura de Lula nesta sexta-feira (8) deu início a uma nova era da política brasileira e, com ela, a recuperação da democracia e da esperança do povo brasileiro. Bolsonaro sabe disso. Fraco, medroso, acovardado e sem qualquer perspectiva de melhora do seu governo, que vai de mal a pior, em todos os setores, se desespera e parte para o ataque baixo contra Lula. Perdeu!

“Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre”, diz Bolsonaro

Presidente reage à liberdade de Lula sem citá-lo, fugindo do confronto direto com o petista. Recomendação é para que bolsonaristas façam o mesmo.

Depois de evitar a imprensa nas horas seguintes à libertação de Lula, Jair Bolsonaro foi ao Twitter dizer para seus seguidores não darem “munição ao canalha, que momentaneamente está livre”.

Em uma das postagens com a mesma recomendação, Bolsonaro afirmou que “amantes da liberdade e do bem” são a maioria e não podem “cometer erros”. “Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa.”

Confira os ataques de Bolsonaro e Carlos e Lula:

https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1193141042318585856?s=20

 

*Com informações do GGN

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Assista ao vivo: a chegada de Lula ao Sindicato dos Metalúrgicos onde fará um pronunciamento

Daqui a pouco, às 13h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz pronunciamento à Nação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

Lula foi libertado nesta sexta-feira (8), após 580 dias de detenção na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

A Justiça expediu alvará de soltura, atendendo pedido da defesa do ex-presidente motivado pela decisão do Supremo Tribunal Federal, que derrubou, na quinta-feira (7), a execução de pena após condenação em segunda instância.

Lula foi recebido do lado de fora da PF por uma multidão de apoiadores e seguiu para a Vigília “Lula Livre”, um acampamento militante montado nas proximidades da PF, que denuncia a prisão política do petista.

No seu discurso na Vigília Lula Livre ontem o ex-presidente criticou os patrocinadores do processo inquisitório que o levou à prisão política e que ajudou Jair Bolsonaro a vencer a eleição de 2018.

Lula chamou de “mentirosos” os integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato – incluindo procuradores do MP e delegados da PF – além dos desembargadores do TRF4, por o terem colocado na cadeia mesmo sem culpa e sem prova. “Eles tentaram não prender um homem, tentaram matar uma ideia. O problema é que uma ideia não se mata, não desaparece”, destacou.
Concentração no sindicato

“É ridículo chamar Lula e a esquerda e um defensor de ditadura e amigo de milicianos de faces da mesma moeda”, disse há pouco o ex-candidato à presidência pelo Psol e coordenador do MTST Guilherme Boulos, em frente à sede do sindicato. “Meu Deus do Céu?!”, exclamou, “vamos ver as coisas como elas são. O Bolsonaro é ligado a milicianos. Ameaçou um jornalista de cana (Glenn Greenwald, do Intercept); ele trata a imprensa como lixo; criminaliza os movimentos sociais; é forçar demais”.

“Estamos no dia zero da reconstrução de um Brasil melhor”, afirmou a diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira, uma das petroleiras que aguarda a chegada de Lula no sindicato. “Precisamos recompor uma frente nacional de luta em defesa da soberania”.

https://youtu.be/J6z4QbkLxBg

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Urariano Mota: Começa a cair o castelo de Moro

A sentença do juizeco era tão miserável de provas, que os parágrafos da condenação podiam ser copiados de qualquer lugar do documento, e o resultado seria o mesmo.

Com a decisão do STF, que derruba a condenação em segunda instância, aparece para o grande público a ilegalidade que alcançou a condenação do presidente Lula. Já antes, pude notar aberrações no julgamento de Moro para o famoso caso do tríplex.

A sentença do juizeco era tão miserável de provas, que os parágrafos da condenação podiam ser copiados de qualquer lugar do documento, e o resultado seria o mesmo. As desrazões se repetiam ou apenas mudavam os nomes dos delatores. Mas sempre a nota do samba em uma só: declarou, declarou, declarou…. Ou então se referiam a e-mails, onde Zeca Pagodinho era Lula, Brahma era Lula, Chefe era Lula, Madame era Marisa… Todos arrazoado desarrazoado eram um labirinto de idas e vindas, recuos, voltas, de fixação em busca de um só ponto: a condenação do eterno-presidente Lula.

Víamos as razões de “culpa” no português medíocre do inquisidor. Algumas das suas provas “documentais”, o adjetivo que ele usava:

c) Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva pagaram cinquenta de setenta prestações, sendo a última delas paga em 15/09/2009…;
k) O Jornal O Globo publicou matéria em 10/03/2010, com atualização em 01/11/2011, ou seja, muito antes do início da investigação ou de qualquer intenção de investigação, na qual já afirmava que o apartamento tríplex no Condomínio Solaris pertencia a Luiz Inácio Lula da Silva e a Marisa Letícia Lula da Silva e que a entrega estava atrasada…”

A inteligência de qualquer leitor exigiria que não se pusessem pontos de exclamação depois de tais provas. Mas bem que mereciam: !!!!!!!!!!!!!!! As tais provas documentais voltavam a se repetir mais adiante. E depois de tão repetitivas “provas”, o senhor Moro concluía ao fim de grande esforço:

“601. Considerando o conjunto das provas documentais e das provas orais consistentes com as provas documentais, tem-se por provado o que segue.

..Desde o início, o que se depreende das rasuras na ‘Proposta de adesão sujeita à aprovação’ e ainda do termo de adesão e compromisso de participação com referência expressa ao apartamento 174, que, embora não assinado, foi apreendido na residência do ex-Presidente, havia intenção oculta de aquisição do apartamento 174-A, que tornou-se posteriormente o apartamento 164-A, triplex, Edifício Salinas, Condomínio Solaris, no Guarujá”.

Então possuía a lembrança de um diálogo de Lula frente a seu algoz:

Moro – Senhor ex-presidente, pode esclarecer se havia a intenção desde o início de adquirir um triplex no prédio invés de uma unidade simples?

Lula: Não havia no início e não havia no fim. Eu quero falar, porque tenho direito de falar que não requisitei, não recebi e nem paguei um apartamento que dizem que é meu.

Moro: Nunca houve a intenção de adquirir esse tríplex?

Lula: Nunca houve a intenção de adquirir o tríplex.

Moro: Aqui, tem uma proposta de adesão, sujeita à aprovação, relativamente ao mesmo imóvel. Isso foi assinado pela senhora Marisa Leticia, vou mostrar aqui para o senhor.

Lula: De quando que é essa data aqui?

Moro: 01/04/2005. Consta nesse documento, não sei se o senhor chegou a verificar, uma rasura. O número 174 correspondente ao tríplex nesse mesmo edifício foi rasurado e, em cima dele, foi colocado o número 141. Este documento em que a perícia da PF constatou ter sido feita uma rasura, o senhor sabe quem o rasurou?

Lula: A Polícia Federal não descobriu quem foi? Não?! Então, quando descobrir, o senhor me fala, eu também quero saber.

Moro: Aqui, consta um termo de adesão de duplex de três dormitórios nesse edifício em Guarujá, unidade 174 A, que depois, com a transferência do empreendimento a OAS, acabou se transformando triplex 164 A. Eu posso lhe mostrar o documento?

Lula: Tá assinado por quem?

Moro: .. A assinatura tá em branco…

Lula: Então o senhor pode guardar por gentileza!”

E com tais provas, enfim, o juizinho sentenciou:

“Condeno Luiz Inácio Lula da Silva”

A recente decisão do STF não julgou esse processo estúpido, ilegal e injusto. O mérito foi outro, o de retirar de juízes à semelhança de Moro o poder de condenar em segunda instância. Mas essa foi a primeira sentença do juizeco a cair. Em 7/11/2019 teve início a queda do castelo de Moro. Um castelo de cartas, já se vê. Um castelo de cartas marcadas pela perseguição, mentiras e abusos. Hoje, bem merecemos ouvir e cantar a composição de Ivan Lins, na voz de Elis Regina:

 

 

*Vermelho http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=10321&id_coluna=93

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Lula diz que, se for solto, viajará o Brasil para fortalecer a oposição a Bolsonaro

Se for solto nesta sexta-feira (8), Lula terá completado 580 dias na cadeia. Ele deixou claro que não fará uma inflexão tática ao centro e que percorrerá o país para se incorporar ao movimento de oposição ao governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro.

Depois de deixar a condição de preso político em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai viajar pelo país para reforçar a oposição ao governo Bolsonaro. Como orientação política, Lula não vai fazer flexão tática para o centro, nem campanha pelo impeachment do titular do Executivo. A informação é do jornal O Globo

Lula planeja viajar o país e tentar fortalecer a oposição ao governo. Também está previsto um giro internacional para se encontrar com personalidades que se manifestaram contra a sua prisão.

Logo após sua soltura, Lula fará um ato político em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba e um comício em São Bernardo do Campo.

Também está previsto um giro internacional para se encontrar com personalidades que se manifestaram contra a sua prisão.

Lula também deve se incorporar na preparação das candidaturas petistas para as eleições municipais do ano que vem.

 

 

*Com informações do 247

 

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Em dia de julgamento no STF, #LulaCorrePerigo chega aos Trending Topics no Twitter

São mais de 11 mil mensagens.

Em dia do Supremo julgando sobre prisões após condenação em segunda instância, #LulaCorrePerigo está entre os assuntos mais comentados do Twitter.

Se o entendimento dessas prisões após segunda instância cair, Lula pode ser solto, mas os internautas estão preocupados com o ex-presidente.

Confira algumas mensagens.

https://twitter.com/luh_roma/status/1192408630232006656?s=20

https://twitter.com/luh_roma/status/1192465730266120192?s=20

 

 

*Com informações do DCM

 

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Moro age como chefe da Gestapo nazista para livrar a cara de Bolsonaro

Moro pede que PGR investigue se citação a Bolsonaro no caso Marielle é indevida.

Moro afirma que podem ter ocorrido crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa, já mostrando quais são as intenções do Palácio do Planalto de livrar a cara de Bolsonaro que, assim, assume a culpa e Moro a cumplicidade.

Ele ainda solicitou ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a abertura de inquérito para apurar as circunstâncias em que houve citação ao nome do Bolsonaro na investigação do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), ocorrido em março de 2018.

Isso se configura numa ilegalidade porque Moro é o Ministro da Justiça do governo em que o acusado é o Presidente da República.

Moro diz que pode ter ocorrido “eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.

Isso é uma nítida tentativa de intimidação, de coação de testemunhas. Imagina se fosse Lula mandando seu Ministro da Justiça pedir para o PGR investigar uma testemunha de um caso no qual ele estaria envolvido.

Essa ânsia em encobrir Bolsonaro, que é o próprio apêndice da acusação, é um atestado de que Bolsonaro está mais atolado nessa história do que parece. E Moro, por osmose, quando quer dar essa dimensão ao caso, também busca se proteger, porque, verdade, Bolsonaro só é Presidente da República porque Moro, sem provas, prendeu Lula que, naturalmente, ganharia a eleição.

Se isso de fato e oficialmente acontecer, é a total falta de regras, e o absolutismo de Bolsonaro, impondo suas normas para livrar a sua própria cara.

A servidão de Moro não é questão de um mero caso, colocando também, como se sabe agora, a PF no encalço do porteiro.

O que se espera é que o Ministério Público não seja complacente com tal ação e proteja a testemunha dos abutres de Bolsonaro, pois como querem ele e Moro, a PGR e a PF agirão como a Gestapo de Hitler, a polícia política da ditadura nazista.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Aos 74 anos, Lula está mais Lula do que nunca

Parece uma contradição, mas para Lula é uma condição, crescer na adversidade. Esta sempre foi a sua forma de encarar a vida. Por isso, veio de onde veio e chegou aonde chegou.

Não foi uma integração casual que Lula, fugindo da miséria e da fome num pau de arara, transformou-se no melhor Presidente da República do Brasil, o mais popular, o que teve a maior aprovação e o que levou a economia e o nome do Brasil ao centro do debate global, porque, vindo de um modelo cívico residual que segrega as pessoas que não fazem parte da essência dos “incluídos”, Lula transformou cada uma das carências de quem passou a vida sob o regime de exceção social em aprendizado, não se subordinando a essa condição, ao contrário, lutando para que não só a sua vida, mas o modelo herdado por ele como Presidente da República fosse visto a partir dos mais pobres, dos miseráveis, dos desvalidos que o capitalismo ensandecido produz.

Lula, aos 74 anos, recebeu muitas homenagens tanto do Brasil quanto do exterior, mas, sem dúvida que a vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner, na Argentina e a vitória em primeiro turno de Evo Morales na Bolívia foram o seu maior presente, até porque houve contra Cristina uma tentativa idêntica ao Brasil, do braço armado da direita no judiciário para impedi-la de novamente chegar ao poder, como fizeram com Lula e, em certa medida, também com Dilma.

E aí está o ponto central de uma nova etapa e talvez uma das maiores vitórias de Lula, mobilizar de dentro de seu cativeiro político todas as forças progressistas do mundo para denunciar esse velho, viciado e carcomido pacto entre a elite quatrocentona e decadente do Brasil com o aparelho judiciário do Estado brasileiro.

Foi essa parceria secular que azedou com a Lava Jato. Foi esse braço pesado do Estado, secularmente parceiro das classes economicamente dominantes, que Lula expôs ao sol do meio-dia, a ponto de Luis Roberto Barroso, filho de uma longa tradição da elite econômica do baronato do café, ter que se colocar na vitrine do ridículo na falsa defesa dos pobres contra os ricos, sendo festejado em seu voto pelos maiores milionários do Brasil.

Sim, essa elite sem modos, grotesca e inculta deu para sair da toca e, embalada pela onda bolsonarista, soltou fogos com a preocupação de Barroso punir “poderosos”. Só a reação dos poderosos se refestelando no voto de Barroso contra Lula, sendo a favor da prisão após condenação em segunda instância já denunciaria o hipócrita com o rabo de fora.

Mas há algo ainda mais concreto que desmonta o teatro carregado de afetações eruditas proferidas pelo minúsculo Barroso, que é a absoluta ausência, em sua fala e conduta, da punição dos “poderosos” da Lava Jato que usaram o próprio Estado para enriquecer com uma quantia bilionária inimaginável em nome de uma fundação privada que abarcaria a bolada da Petrobras, os ladrões que se venderam como heróis pela salvação da Petrobras.

E nesse tempo inteiro de Vaza Jato, Barroso limitou-se à medíocre frase, “é fofoca”, escancarando a sua proteção a Moro e aos procuradores, mas sobretudo a Dallagnol por quem nutre um afeto especial que salta aos olhos.

Trocando em miúdos, Barroso está tão contaminado nessa esbórnia da Lava Jato quanto Fachin e Fux,  aliados nas falcatruas da Força-tarefa da Lava Jato.

E foi tudo isso junto, somado à implosão do PSDB, por osmose, mesmo que nenhum corrupto num partido com uma cúpula quase que exclusivamente corrupta, tenha sido punido. Mas foi também por essa impunidade funcional histórica no PSDB que a Lava Jato, com sua parcialidade, causou um constrangimento geral levando o partido a mais humilhante derrota política de sua história.

Assim, pela cabeça de Lula, sobrou o que existia de mais podre, de mais vil na política brasileira, um troço tão ornitorrinco que mistura milícia, contravenção, tráfico com as camadas mais bem sucedidas do empresariado e dos rentistas brasileiros para que o povo pobre não voltasse a ser incluído no orçamento do Estado, como foi na era do PT com Lula e Dilma.

Para colocar Lula na cadeia, tiveram que se autodestruir, implodir suas próprias bases que estão hoje em frangalhos.

E Lula, depois desse bombardeio e confinamento, no dia em que completa 74 anos, como está? Lula está mais Lula do que nunca, muito maior que quando o sequestraram.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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A Ignorância Malandra

O primeiro fenômeno de popularidade da direita que emergiu das redes sociais foi Fernando Holiday, um jovem negro que tinha como principal plataforma em suas lives no youtube o ataque ao movimento negro, mas, sobretudo às cotas para negros nas universidades públicas.

Imediatamente Holiday passou a ser seguido e cultuado pela classe média formada quase que exclusivamente por não negros, jovens e não tão jovens. Seu discurso era no sentido de que os negros tivessem seus direitos negados como foram negados durante os cinco séculos da história do Brasil.

Para Holiday os negros não estavam em busca de cidadania, mas sim de privilégios, mesmo com o cotidiano de racismo que o país ainda sustenta e talvez agora com mais violência, como mostram as estatísticas de jovens negros assassinados pelo Estado.

O fenômeno dessa promoção relâmpago de Holiday tem três dados centrais, o preconceito, o racismo e a discriminação. O primeiro, a corporalidade. O segundo, a individualidade e, o terceiro, a cidadania. Lógico que essas três questões caminham juntas resumidas objetivamente à corporalidade, justamente aonde Holiday, de forma recorrente, fazia seus ataques, num exercício retórico que negava direitos propondo que a cor da pele não deveria ser mote para reivindicar o preconceito em si, repetindo o velho ramerrão de que no Brasil não existe racismo contra os negros, mas sim preconceito contra os pobres.

Parte significativa de seus seguidores que frequentemente o elogiavam nas redes sociais, passaram, a partir de então, a tratar o senso comum como tomada de consciência. Afinal, a cidadania não é um tema de interesse da classe média brasileira, branca na sua quase totalidade, porque no Brasil o Estado construiu uma prerrogativa que sempre permitiu que as desigualdades raciais fossem estruturais, ou seja, o modelo institucional do Brasil é herdado da escravidão e, por isso marca até hoje as relações sociais desse país.

É a partir dessa falsa democracia brasileira que a direita acrescentou, com uma atuação estrutural, uma rede de mentiras de si própria, porque o essencial era que os recursos públicos jamais fossem utilizados para o resto da sociedade, ou seja, os pobres e os negros. Daí a revolta e o ódio com os governos Lula e Dilma, pois o cálculo econômico dos governos do PT incluíam uma imensa nação de segregados presentes no país que viveram até então sem a menor perspectiva de futuro.

Assim, criou-se um clima na sociedade, tradicionalmente aberta a lendas e conspirações para estabelecer fronteiras e impedir que os “debaixo” historicamente segregados, subissem algum degrau e se aproximassem dos “de cima”, representados na melhoria de vida proporcionada pelos governos do PT, com Lula e Dilma. Daí o antipetismo disseminado pelos barões da comunicação brasileira.

Para se fugir do conflito direto, o discurso oficial da direita no Brasil passou a ser de anticorrupção, agradando em cheio a parcela mais corrupta da sociedade, formada pelas classes média e alta que mais se beneficiam não só da produção do país, como de todo um processo corrupto promovido pelo próprio sistema capitalista.

Para engrossar o coro, a grande mídia espetacularizou essa mentira, sobretudo nas duas farsas centrais, a do mensalão e a da Lava Jato, contando com o luxuoso auxílio do aparelho judiciário brasileiro, secularmente segregacionista.

Na concepção de combate à corrupção, ataca-se o inimigo e protege-se o amigo, construindo uma espécie de contrato social em que cada um desse bolsonistão, além de repetir, amplia uma mentira. E o que parece ser ignorância, na realidade, é perversidade sistêmica programada e respaldada por uma rede de fake news, como a que hoje Alan dos Santos comanda, chamada “Central do Ódio”, de uma mansão na zona mais rica de Brasília e que conta com uma gama incontável de agentes dessa organização criminosa que, não por acaso, entregou nas mãos da deputada do PSL, Bia Kicis, o vídeo fake em que criminosos virtuais, comandados por Alan Santos e sua equipe, diziam que estavam, em nome das FARC, dispostos a atacar Bolsonaro em favor de Lula.

Alguns idiotas úteis até acreditaram num troço tão mal feito como aquele, mas a maioria que espalhou o vídeo fake, assim como vários parlamentares do PSL e o próprio Bolsonaro, sabiam da mentira e se divertiram ao espalhar em suas redes sociais. Eles apostaram que os ignorantes premeditados viralizariam o fake news, estimulando esse tipo de crime e a violência contra um suposto inimigo poderoso que estava propondo um ataque guerrilheiro ao Presidente da República.

Essa tem sido a principal técnica para Bolsonaro tentar se manter no poder. Seus três filhos são, na verdade, as raízes comuns dessa rede. Os três filhos, de alguma forma, trançam uma teia de corrupção dentro do legislativo em que Queiroz é uma espécie de gerente. Isso sem falar de tudo o que já se sabe sobre o envolvimento do clã com as milícias. Mas são eles os comandantes dessa rede de fake news.

E é aí que entra a limitação moral dos falsos moralistas, porque não querem nem ouvir falar em combater o esquema de Flávio Bolsonaro e Queiroz exaustivamente denunciado, inclusive pela mídia amiga, aliada de Bolsonaro na agenda econômica.

É bom dar um basta na ideia de que há uma ignorância plena no bolsonarismo, quando, na verdade, há um jogo todo programado para que a parte mais podre da sociedade brasileira, a mais corrupta, a que passou a vida correndo atrás de privilégios, mantenha-se de forma escancarada produzindo esse tipo de banditismo digital sem ser efetivamente incomodada pelo restante da população que já sofre pesadamente os efeitos dessa sórdida forma de manipulação, como os resultados das políticas públicas mutiladas pelo governo Bolsonaro.

Como disse o patético guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, para seu gado espontâneo, “dane-se o que o governo Bolsonaro faz de errado, o importante é combater o “comunismo””.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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‘Meus dias em Curitiba’, o relato de Lula sobre o tempo na prisão

Sou muito agradecido às manifestações dos artistas. Tenho visto pelo pen drive shows no mundo inteiro. Aliás, acho que o PT e os movimentos sociais deveriam fazer da questão cultural uma das bandeiras mais importantes. A gente não pode deixar que esses caras destruam a cultura. A cultura não tem propriedade do Estado. A cultura é uma prioridade da sociedade – ela que se aproveite da cultura e a criatividade que o nosso povo tem nesse país. Não podemos abdicar disso.

Por Luiz Inácio Lula da Silva*

“Quando eu vim para cá, algumas pessoas me aconselharam a escrever um diário. Eu sinceramente não achei vantajoso escrever, eu sozinho, vivendo sozinho todo dia. Ia escrever o quê? “Hoje, fui no banheiro, acordei cedo”. Li o diário do Mandela na cadeia. Li a biografia de muita gente, do Getúlio, do Marighella, do Padre Cícero de Juazeiro, do Gandhi, do Roosevelt. Acabei de ler a Biografia a Duas Vozes, do Fidel Castro.

Uma coisa que me interessa muito é ler sobre a escravidão. Estou aprendendo porque o Brasil é do jeito que é, porque ainda existe preconceito. Sempre gostei muito de música e estou ouvindo bastante, recebo um pen drive com músicas. Gosto muito de samba, ouço Chico, ouço Caetano, o Gil, ouço muitas músicas daquelas, como chama, cânticos gregorianos. Às vezes, eu durmo com cantos gregorianos. Eu recebo muita coisa. E muito debate também.

Peço a alguns companheiros que gravem análises de conjuntura para mim. Então, às vezes o João Paulo [do MST] grava uma análise de conjuntura, às vezes o Genoíno me grava, a [Marilena] Chauí me grava, o [Luiz] Dulce me grava, a Gleisi [Hoffmann] me grava, o Jessé [de Souza], o Eduardo Moreira, o Aloizio Mercadante. Eu vou pedindo às pessoas, que vão gravando.

Como não tem o que fazer, sento para ler, ou sento e fico vendo as pessoas falarem, fico discutindo sozinho com as pessoas, discordando das pessoas. Às vezes, fico puto como as pessoas falam bobagens a meu respeito. E não estou lá para dizer: “Não é assim, rapaz”.

Assim vou vivendo. Eu vou dormir por volta de meia-noite, 1 hora da manhã. Acordo todo dia às 6h30, faço meu café, faço um café de qualidade. Acho que não tem ninguém que faça um café melhor do que eu.

Quero que vocês saibam que essa história de eu falar que vou casar é verdade. Na verdade, encontrei uma meia cara que está me ajudando a vencer essa barreira aqui. Então, não vou deixar a solidão tomar conta de mim, não vou deixar o ódio tomar conta de mim, não vou desanimar, não vou ficar deprimido. Não conheço a palavra depressão. Se já tive, não sei.

Como fui corintiano e fiquei 23 anos sem ganhar um título, perdendo para o Santos 15 anos consecutivos, vendo Pelé humilhando o Corinthians – eu ia ao estádio, chegava lá e dava 3 a 0, 4 a 0 –, então acho que não vou ter depressão. Tenho certeza, posso dizer para vocês comunicarem o pessoal lá fora, que vou sair mais maduro, mais preciso naquilo que quero fazer – vou sair mais lutador do que fui.

Estou bem fisicamente. Obviamente que sei que a natureza é implacável, mas como me decidi que vou viver até os 120 anos, que a “Caetana” não venha bater na minha porta, que não tem espaço para ela entrar [referência ao livro A Moça Caetana – A Morte Sertaneja, de Ariano Suassuna”]. Tenho muita coisa para fazer ainda.

Então, estou assim, nesse momento da minha vida. Obviamente, fico sonhando em sair daqui, decidir onde vou morar. Quando deixei a Presidência, tinha vontade de morar no Nordeste, vontade de voltar para meu Pernambuco, vontade de morar não perto da praia, mas num lugar em que pudesse ir à praia. Pensava em ir para Bahia, Rio Grande do Norte, mas a Marisa não quis ir porque ela nasceu em São Bernardo [do Campo], e o mundo dela era São Bernardo. Eu não tenho mais o que fazer em São Bernardo.

Não sei para onde ir, mas quero me mudar para outro lugar. Quero viver. Espero que o PT me utilize, espero que a CUT me utilize, espero que os sem-terra me utilizem, espero que os LGBT me utilizem, espero que os quilombolas me utilizem, espero que as mulheres me utilizem, espero que todo mundo me utilize para fazer com que eu tenha utilidade nessa minha passagem pelo planeta Terra.

Vou sair daqui tranquilo. Não vou dizer que cumpri minha missão, mas vou sair daqui tranquilo, como cidadão consciente do seu papel na história.

Sou muito agradecido às manifestações dos artistas. Tenho visto pelo pen drive shows no mundo inteiro. Aliás, acho que o PT e os movimentos sociais deveriam fazer da questão cultural uma das bandeiras mais importantes. A gente não pode deixar que esses caras destruam a cultura. A cultura não tem propriedade do Estado. A cultura é uma prioridade da sociedade – ela que se aproveite da cultura e a criatividade que o nosso povo tem nesse país. Não podemos abdicar disso.

É isso que vocês vão levar daqui. Quero que vocês digam para todo mundo que estou bem, estou muito disposto a brigar. Tenho certeza de que o Moro não dorme com a consciência tranquila como durmo. Tenho consciência de que o Dallagnol está precisando tomar remédio para dormir, talvez tarja preta, porque ele sabe que é mentiroso, ele sabe que foi canalha no meu processo. Estou aqui, para a raiva deles.

Porque acho que eles ficam com mais raiva quando eles percebem que estou bem. Então, muito obrigado. Quero que vocês transmitam um abraço a todo mundo. Quando sair daqui, espero que a gente faça uma boa entrevista – e um churrasco.

Há um livro que li que me impressionou muito, chamado Um Defeito de Cor, de uma moça chamada Ana Maria Gonçalves. Eu li Escravidão, do Laurentino Gomes, muito bom. Eu tenho lido muito. Li, da escravidão, O Alufá Rufino [de Flávio dos Santos Gomes, João José Reis e Marcus J. M. de Carvalho]. É muito bom. É um tema que me apaixonou, porque nunca consegui entender.

Não sei se vocês lembram, quando eu era presidente, a gente tentou, foi aprovada uma lei, o Fernando Haddad [então ministro da Educação] deve se lembrar disso, para ensinar a história africana no Brasil, que era umas formas que eu achava que a gente iria vencer o preconceito nesse país. Não sei se aconteceu. Pelo que estou vendo, até universidade afro-brasileira está sendo destruída lá em Redenção (CE). Acho que eles estão desmontando isso. Mas estou aprendendo muito. As pessoas são muito generosas, as pessoas mandam muitos livros, muito material importante.

Esses dias, recebi uma cartinha bonita daquela menina que está em Oxford e participou da equipe daquele médico que ganhou um prêmio Nobel de Medicina; uma menina do Rio Grande do Norte que está com ele, é brasileira. Ela mandou uma cartinha bonita. Eu recebo muita coisa bonita, muita gente generosa.

Eu não sei se vou ter força para abraçar todo mundo quando eu sair daqui. Se a minha bursite não voltar…”

* Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente do Brasil (2003-2010). Está preso injustamente em Curitiba desde abril de 2018

Este depoimento é baseado na entrevista que Lula concedeu nesta semana ao Brasil de Fato.

 

*Do DCM

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Como se fosse Lula e não ele o vizinho do assassino de Marielle, Bolsonaro usa o esgoto da Veja para atacá-lo

Possivelmente num jogo combinado entre Veja e Bolsonaro, no dia em que a Istoé revela o esquema criminoso do clã, Bolsonaro/Carluxo usa o twitter para fazer cortina de fumaça sobre as revelações pesadíssimas que a Istoé trouxe nesta sexta-feira (25) em sua matéria, parecendo até que foi um filho de Lula e não um de Bolsonaro, que namorou a filha do miliciano pego com mais uma centena de fuzis e que também é apontado pela polícia como o assassino de Marielle.

Se Queiroz fosse amigo de Lula e motorista de seu filho e tivesse depositado dinheiro na conta da Dona Marisa, todos estariam presos há muito tempo.

Quem vê Bolsonaro escrevendo no twitter, imagina que Queiroz que, a mando do clã Bolsonaro, criou uma espécie de classificados de laranjas, oferecendo empregos no legislativo a módicos R$ 20 mil por cabeça, é o homem forte de Lula e não de Bolsonaro.

Lendo o seu twitter, alguém deve imaginar que, quem passou a vida condecorando milicianos e empregando seus familiares, foi Lula e não Bolsonaro e seu clã.

O fato é que Moro se transformou no Blindador Geral da República para segurar todas as denúncias de crime do clã do patrão. O mesmo Moro que prendeu Lula sem provas para Bolsonaro vencer a eleição e ele virar ministro. Tudo tão ridiculamente patético, tão deprimente para o judiciário e Ministério Público brasileiros.

E a Veja, sabendo que Palocci se transformou em delator de sebo, convocou Marcos Valério que disse à mesma que ouviu falar que alguém disse para um amigo seu que Lula é quem mandou matar Celso Daniel.

Essa já é a enésima vez que, sem qualquer inspiração para criar factoides, a velha direita brasileira abre a tampa do esgoto da Veja para soltar o seu odor fétido, carregado de bactérias saídas de sua redação.

Não sei se essa gente acredita na eficácia desse tipo de ação. Bolsonaro, que é um medroso contumaz, está apavorado com a rebelião do povo chileno que resolveu botar um fim num governo neoliberal que Paulo Guedes tem como escapulário.

Sem trazer nada de concreto de sua longa viagem internacional, a não ser o medo, Bolsonaro mostra o quanto está apavorado com a liderança de Lula que é respeitadíssimo na China, a mesma que despreza solenemente a sua visita.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas