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Com Moro e Bolsonaro, Brasil atinge pior posição no ranking de combate à corrupção

Segundo a Transparência Internacional, o país ocupa a 106ª posição em índice que leva em conta a percepção de especialistas e empresários

Isso joga no lixo de uma vez o marketing de que Bolsonaro e Moro eram combatentes heroicos da corrupção.

Lógico que é uma piada imaginar o chefe do clã de um exército de laranjas e fantasmas, com envolvimento direto com milicianos assassinos e com os próprios filhos e esposa envolvidos em pesadas denúncias, combateria a corrupção.

Moro é outro embuste no assunto e os fatos revelados pela Vaza Jato do Intercept, que deram a Glauber Braga munição para chamá-lo de ladrão e corrupto, não deixam dúvidas de quem é de fato Moro.

O Brasil ficou em sua pior colocação e a pontuação mais baixa no ranking sobre a percepção da corrupção elaborado pela entidade Transparência Internacional.

Em sua série história, que começou em 2012, o país aparece na 106ª posição entre 180 países avaliados.

O relatório, que foi divulgado nesta quinta-feira 23, mostra que a nota do Brasil é a mesma de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e Mongólia.

Um dos motivos da nota, apresentados pelo relatório, foi a “interferência política” do presidente Jair Bolsonaro em órgãos de controle e a paralisação de investigações que utilizavam dados do Coaf. “Dentre os desafios atuais, há a crescente interferência política do presidente Bolsonaro nos chamados órgãos de controle e a aprovação de legislação que ameaça a independência dos agentes da lei e a accountability dos partidos políticos”, diz o relatório.

Também entre os retrocessos na agenda contra a corrupção apontados pela organização, está a liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli que, em julho do ano passado, determinou a paralisação das investigações criminais que utilizavam dados do Coaf e outros órgãos de controle sem autorização judicial prévia.

“Após as eleições de 2018, que foram profundamente influenciadas por acentuada narrativa anticorrupção por parte de diversos candidatos, o Brasil passou por uma série de retrocessos em seu arcabouço legal e institucional anticorrupção”

1. Dinamarca

2. Nova Zelândia

3. Finlândia

4. Singapura

5. Suécia

6. Suíça

7. Noruega

8. Holanda

9. Alemanha

10. Luxemburgo

106. Brasil

 

 

*Com informações da Carta Capital

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Bolsonaro gastou R$ 48 mi em auditoria e, agora, vai usar o BNDES para financiar a Boeing

OAB pediu esclarecimentos ao bancos sobre a contratação de um escritório estrangeiro, que cobrou R$ 48 milhões e não encontrou nenhuma irregularidade na propagada fake news da ‘caixa-preta do BNDES’.

Depois de gastar R$ 48 milhões em uma auditoria particular que não detectou nenhuma irregularidade na propagada fake news da “caixa-preta do BNDES”, o governo Jair Bolsonaro deve financiar a operação da Boeing, companhia aérea estadunidense que comprou a brasileira Embraer.

A informação foi dada ao jornal Valor Econômico pelo presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, que diz que a fabricante estadunidense, uma das empresas preferidas de Donald Trump, terá acesso à linhas de crédito do banco estatal brasileiro ao fabricar jatos no Brasil, na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo.

As condições do crédito são estabelecidas pelas regras da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) por um acordo setorial entre fabricantes aeronáuticos. A EMBRAER é uma das principais tomadoras de recursos do BNDES.

OAB

Nesta terça-feira (21), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou ofício ao BNDES pedindo esclarecimento sobre a contratação do escritório estrangeiro Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que cobrou R$ 48 milhões por uma auditoria interna no banco e não encontrou nenhuma irregularidade relacionada à “caixa-preta”.

No documento, a instituição afirma que é vedada a prática de exercício de advocacia por estrangeiros ou grupo econômico estrangeiro no Brasil por meio de atuação direta ou associada a escritórios nacionais.

A OAB afirma que nem mesmo a subcontratação de escritório brasileiro seria permitida, visto que o Cleary “não é advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB, mas unicamente profissional legalmente autorizado a prestar consultoria jurídica restrita às normas de seu país”. O Cleary subcontratou o escritório Levy & Salomão.

“Dessa forma, é indiscutivelmente vedado aos advogados e/ou sociedades de advogados inscritos na OAB associarem-se aos consultores em direito estrangeiro, visto que esses não são advogados de acordo com a Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), razão pela qual, não estão legalmente habilitados para, dentro do território nacional, praticar atos privativos da advocacia, integrar sociedades de advogados ou com ela formalizar qualquer associação destinada a prestar serviço de advocacia”, diz a OAB.

 

 

*Com informações da Folha Impacto

 

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Taxa de “segurança” dobra e preço da água aumenta até 50% em área dominada pela milícia no Rio

Se nesta terça (21) o Globo mostrou como moradores da Praça Seca, em Jacarepaguá, estão sendo ameaçados a pagar, não mais R$ 50, mas R$ 100 reais para a milícia, com ameaças de toda a ordem para quem não pagar, hoje chega a notícia, pelo mesmo Globo, de que a crise da qualidade da água fornecida pela Cedae, está fazendo aumentar o lucro da milícia, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em algumas ruas da região, depósitos ligados aos paramilitares reajustaram em torno de 50% os preços da venda do galão de água de 20 litros.

Segundo os moradores, o produto que, antes, era oferecido por R$ 10 chega a ser vendido por até R$ 15 em um dos locais.

Já no interior das comunidades, como a Favela Bateau Mouche e Favela da Chacrinha , o aumento passou dos 30% .

Foi o que confirmou, nesta terça-feira, um dos moradores de uma das comunidades, que disse ter conseguido encontrar o galão por R$ 8,50.

Este é o projeto miliciano que Bolsonaro quer implantar em todo o Brasil formando um grande cartel nacional.

 

*Da redação

 

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Bolsonaro, Moro e Guedes começam a entender que não dá para exportar suas vigarices num mundo globalizado

Não foi somente a ONU que mandou um recado claro a Moro, ao governo Bolsonaro e ao aparelho judiciário do Estado brasileiro.

Paulo Guedes enfrentou em Davos um paredão verde que não vai ser com meia-dúzia de samambaias penduradas no Ministério do Meio Ambiente para dar a impressão de respeito à Amazônia, que trará outra imagem do país e investimentos de fundos internacionais.

Guedes, com seu discurso 171 sobre a diminuição do Estado, privatização, viu seu lero-lero ser ignorado por conta de uma agenda global que está sendo imposta pelos povos do mundo todo de uma economia sustentável, menos predatória e ambientalmente sustentável.

Se 80% dos brasileiros acham que Bolsonaro é um mentiroso, 100% dos fundos internacionais sabem que ele é um vigarista incendiário que tem relações estreitas com madeireiros, grileiros e garimpeiros, sem falar nos milicianos que querem dizimar os índios das terras demarcadas.

Isso ficou nítido na cara de tacho de Paulo Guedes que volta de mãos vazias de Davos, dizendo que a história apertou o passo contra facínoras como Bolsonaro que só pensam em depredação em parceria com escória das mineradoras globais que o mundo hoje rejeita.

Se Bolsonaro imaginou que criaria um Brasil clandestino fazendo da Amazônia uma grande Rio das Pedras, o animal deu com os burros n’água. Ninguém quer saber de promessas, quer algo efetivo, distante da explicação vaga de Mourão sobre a criação de uma quimera verde em proteção ao meio ambiente, mas principalmente em proteção à Amazônia.

Até a pirralha Greta Thunberg deu uma lambada na cara de Bolsonaro, dizendo que a plantação de milhões de árvores pelo mundo não tinha qualquer importância diante da devastação da Amazônia promovida pelo governo brasileiro.

Pois bem, soma-se a isso à desmoralização que Moro produz internacionalmente contra o Ministério Público e aparelho judiciário com a reação da ONU na perseguição ao jornalista Glenn Greenwald, que a equação do isolamento econômico e político do Brasil está traçado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro, pai de Flávio e patrão do Queiroz, ironiza Glenn: Você não acredita na Justiça?

“Quem denunciou foi a Justiça. Você não acredita na Justiça? Diz o burro do Bolsonaro ironizando Glenn. Já que ele foi denunciado pelo MP e não pela justiça.

Bolsonaro é aquele senhor da casa 58 do condomínio Vivendas da Barra que mandou Moro dar uma prensa no porteiro para que mudasse o depoimento de que o assassino de Marielle, para entrar no mesmo condomínio dele e de Carlos Bolsonaro. O porteiro disse, em seu primeiro depoimento, que ouviu a voz do seu Jair duas vezes liberando a entrada do comparsa de Ronnie Lessa que morava a 50 metros de sua casa, mas que Bolsonaro diz não saber de quem se trata.

Deve ser o único miliciano da face da terra que ele não conhece, justo o seu vizinho que também é traficante internacional de armas.

Mas Bolsonaro acha mesmo que tem o direito de ironizar Glenn, o mesmo Bolsonaro, marido da Michelle que recebeu do miliciano Queiroz cheque de 25 mil.

O mesmo Bolsonaro que atacou o MPF do Rio por investigar seu filho Flávio pelo aumento relâmpago e gigantesco de patrimônio “vendendo chocolate”.

O mesmo Bolsonaro que desmontou o COAF para tentar destruir as provas dos rolos de Queiroz e Flávio que chegariam certamente na casa 58 do Vivendas da Barra.

O mesmo Bolsonaro que, em conluio com Moro, mandou prender Lula para chegar à Presidência da República e Moro ao Ministério da Justiça.

O mesmo Bolsonaro que é patrão do mais novo vigarista famoso do Brasil, Fabio Wajngarten da Secom.

Não se vai enumerar aqui as trapaças de Bolsonaro, o picareta que colocou na sua folha de pagamento como assessora parlamentar a laranja Wal do açaí.

Se fosse para listar 10% do que aprontou como parlamentar e presidente, com certeza, passaria dias metendo o dedo no teclado, que seria gasto, para denunciar um picareta que até o mundo mineral sabe o que já fez.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Ibope e Moro mostram uma corrosão acelerada e irreversível do governo Bolsonaro

Ibope: nível de aprovação de Bolsonaro despenca sendo um dos piores da história republicana. Ele só consegue mais de 30% de endosso em 4 estados e no DF; não atinge nem 20% de apoio em 14 estados da federação. Isso foi medido antes da nova safra de escândalos da semana passada. (Saul Leblon – Carta Maior).

No Roda Viva, Moro, além de sua propaganda pessoal, não defendeu hora nenhuma o governo indefensável do qual é parte.

Ao contrário, em determinado momento, ele se nega a comentar as atitudes de Bolsonaro dizendo que não estava ali no Roda Viva para falar de Bolsonaro.

O próprio Moro, uma da “estrelas” do governo, mesmo num programa em que Felipe Moura Brasil se comportou como o Helio Negão do ex-herói, na defensiva e fugitivo.

Não respondeu a nenhuma pergunta desconfortável sobre seu comportamento e, muito menos sobre Bolsonaro.

Lógico que a velha e ridícula tática de usar robôs no twitter para promover gente do governo, entrou em ação como “Moro, o herói nacional”. Mas Moro teve que responder sobre a vida real no governo cravejado de derrotas como as do pacote anticrime, a perda do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central e a aprovação das Leis de Abuso de Autoridade e do Juiz de Garantias, ambas criticadas por Moro.

Isso mostra porque a aprovação do governo vem despencando, como revelou o Ibope.

Não será Regina Duarte que vai conseguir reverter ou mesmo estancar a sangria na imagem de um governo que não governa, apenas desmonta o país para entregá-lo nas mãos da ganância predadora do mercado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Auditoria desmascara mentira criminosa de Bolsonaro: não houve irregularidade nenhuma no BNDES

Como mentira não tem segundo capítulo, não tem como ir adiante e uma hora o mentiroso é desmascarado. Abriu a caixa-preta e nada encontrou.

Bolsonaro, sabendo que era mentira que contava a seu gado premiado, martelou dois anos de campanha de desmoralização do BNDES para atingir o PT.

Bolsonaro atacou o banco público fundamental ao desenvolvimento econômico do país porque não tem compromisso nenhum com a coisa pública e, muito menos com o desenvolvimento do setor privado.

Agora, auditoria contratada pelo próprio governo Bolsonaro conclui: nunca houve qualquer irregularidade no banco.

Ou seja, o governo Bolsonaro desmascara a mentira do próprio Bolsonaro.

Foram 10 meses de investigação.

O BNDES divulgou, no fim de dezembro, um relatório que não apontou nenhuma evidência direta de corrupção em oito operações com a JBS, o grupo Bertin e a Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018, todas alvos de mentira e difamação de Bolsonaro e seu grupo -informa o jornalista Patrik Camporez, de O Estado de S.Paulo.

A auditoria, sob responsabilidade do escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, foi realizada em regime de subcontratação pelo Levy & Salomão.

Os investigadores concluíram que as decisões do banco foram tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco.

“Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado”, diz trecho do relatório.

A “abertura da caixa-preta” foi a principal missão conferidas por Bolsonaro ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que tomou posse em julho, em substituição a Joaquim Levy e foi demitido exatamente por afirmar que não havia irregularidades no banco.

A “caixa-preta do BNDES” foi um dos temas dominantes na campanha de Bolsonaro. Ele e seu grupo diziam que seria o maior escândalo da história do país.

Agora nem ele nem outro vigarista de seu bando, dão explicações sobre essa mentira criminosa.

 

*Com informações do Estado de São Paulo

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A Cara da Impunidade

No Brasil, o ódio cresce a olhos vistos. As relações entre pastores evangélicos, policiais e milícias ficam cada vez mais evidentes.

As instituições, assim como a mídia, seguem fazendo cálculos econômicos da situação do país e, enquanto Bolsonaro mantiver esse modelo em que os recursos públicos e as reformas são destinados a beneficiar a elite econômica do país, sua impunidade estará garantida.

Se por um lado, entende-se que Bolsonaro não é causa e sim consequência de uma elite econômica do setor público e privado, por outro, não se tem a mais vaga ideia de qual o tamanho desse buraco e o quanto o comando desse sistema fascista, que tem como brasão a suástica neoliberal, está disposto a se aprofundar.

Há uma nítida falência institucional no Brasil, porque todo o sistema dentro do Estado está rendido e cooptado pela lógica do grande capital, por isso a prioridade de Bolsonaro é alimentar as grandes corporações. O resto, o resíduo, a sobra e as migalhas são destinados ao restante da sociedade.

Grosso modo, essa é a cartilha que Paulo Guedes apresentou a Bolsonaro para que o fantoche se mantenha de pé, blindado em casos escabrosos como o de Queiroz, o assassinato de Marielle e os esquemas cotidianos de corrupção revelados até pela mídia subalternizada pelo mercado dentro do governo.

O último e talvez o mais perigoso seja o da Secom, porque se parece muito com a máquina de propaganda nazista que usava os recursos públicos para fortalecer a imagem de Hitler, ao mesmo tempo em que se envolvia em pesados esquemas de corrupção.

Fica difícil afirmar aonde fica o rabo e o focinho desse monstro que a elite criou para entregar não só a cabeça dos trabalhadores na bandeja, segregar ainda mais os pobres e miseráveis, mas entregar as riquezas naturais, que são patrimônio do povo, a corporações transnacionais, seja em terras indígenas, como prepara Bolsonaro um novo ataque a terras demarcadas, seja tirando da Petrobras o direito de ter a preferência nos leilões do pré-sal.

Daí a impunidade de Bolsonaro, daí a percepção da sociedade de que o Brasil, do ponto de vista institucional, está à deriva, imóvel, sem mostrar qualquer sombra de reação contra o que assistimos e que tem apavorado cada vez mais o mundo.

Mas parece que a embriaguez é tanta, inclusive dos generais que o rodeiam, pela certeza da impunidade, que esse totalitarismo, que envolve corrupção e crimes, não se intimida nem com o isolamento internacional do Brasil que cresce a olhos vistos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O esquema de corrupção da Secom de Bolsonaro é muito mais escandaloso

Agência com mais verbas do Planalto é também cliente de Wajngarten.

O escândalo em torno da Secom, cujo secretário Fábio Wajngarten foi flagrado num esquema de conflito de interesses por pagar veículos de comunicação, como Band e Record, e também ser remunerado por eles, ganhou novo elemento nesta segunda-feira.

A agência publicidade que mais recebe recursos da Secom, a Artplan, também é cliente da FW, empresa do secretário.

Sob o comando de Wajngarten, a agência recebeu da secretaria R$ 70 milhões entre 12 de abril e 31 de dezembro de 2019, 36% mais do que o pago no mesmo período do ano anterior (R$ 51,5 milhões), aponta reportagem de Fábio Fabrini e Júlio Wiziack, publicada na Folha de S. Paulo.

A despeito do evidente conflito de interesses, Bolsonaro já sinalizou que não pretende demitir o secretário que o aproximou da comunidade judaica paulista, durante a campanha presidencial de 2018.

 

 

*Com informações do Brasil 247

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”O fantasma do nazismo assombra o Brasil de Bolsonaro”, diz Le Monde

O jornal repercute a reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelando que Henrique Araújo, pai do chanceler Ernesto Araújo, contribuiu para impedir a extradição de Gustav Franz Wagner, criminoso nazista, nos anos 70, em plena ditadura militar.

O ex-comandante do campo de exterminação de Sobibor, na Polônia, conseguiu fugir da Europa no final da Segunda Guerra Mundial, como vários outros integrantes da SS, a polícia de Hitler. Depois de uma passagem pela Síria, ele chegou ao Brasil, onde adquiriu uma propriedade no Estado de São Paulo e tentou apagar seu passado.

Nascido em Viena, em 1911, austríaco como o führer, Wagner aderiu ao partido nazista nos 20 anos e era conhecido pela sua eficácia no uso do monóxido de carbono, utilizado para assassinar os judeus e outros prisioneiros do campo de concentração nas câmaras de gás. Conhecido pela sua crueldade, ele chegou a atirar em um recém-nascido nos braços de sua mãe, lembrou o Le Monde.

Franz Wagner foi desmascarado em 1978 pelo “caçador de nazistas” Simon Wiesenthal, que assegurou ter reconhecido o ex-oficial da SS em uma festa em um hotel de Itatiaia (RJ) para festejar o aniversário de Hitler. Wagner, com medo de ser pego pelo Mossad, o serviço secreto israelense, se entregou sozinho à polícia brasileira.

Mas os pedidos de extradição formulados por Israel, pela Polônia e pela Áustria foram recusados pelo general Henrique Araújo, procurador-geral da época. O pai do atual chanceler, lembra o Le Monde, disse não ao estado Hebreu, argumentando que Israel não existia no momento dos crimes. Para a Polônia e Áustria, ele argumenta que houve prescrição dos crimes de homicídio.

Suicídio?

Henrique Araújo se recusou a qualificar os atos de Wagner como crimes contra a humanidade. Os juízes da Suprema Corte recusaram a extradição e, no dia 3 de outubro de 1980, Gustav Wagner foi encontrado morto, com uma facada no peito. A suspeita é que ele tenha se suicidado.

O general, conhecido por apoiar a censura, teve um papel importante mas “não definitivo” na proteção do criminoso, acredita Bruno Leal, professor de História Contemporânea da Universidade de Brasília ouvido pelo Le Monde, que ouviu vários especialistas sobre o assunto.

Segundo ele, apesar da “falta de vontade e de sensibilidade, sua análise foi tecnicamente correta do ponto de vista legal na época”, diz. Serge Klarsfeld, historiador e advogado, ressaltou que na época os pedidos de extradição, feitos para os governos da América Latina, eram na maior parte do tempo recusados.

A autora do livro “Les Amnésiques” (Aqueles que esqueceram, em tradução livre), Géraldine Schwarz, lembra que “os regimes militares na América Latina foram complacentes com os criminosos nazistas e isso não é um mistério. Mas em uma época em que o Brasil parece perder a memória, é sempre útil lembrar disso”, declara. Para o historiador Michel Gherman, “o discurso de alguns membros do atual governo lembra um alinhamento ideológico com certas ideias obscuras dos anos 30 no Brasil.”

A Folha de S. Paulo, ressalta o Le Monde, lembrou que o chanceler Ernesto Araújo qualificou, em 2017, o regime nazista de nacional-socialista e de “esquerda”, e elogiou seu “sentimento nacional autêntico”. O jornal francês também destacou que, em 2012, durante um programa de TV, Bolsonaro admitiu considerar Hitler como um grande estrategista, comparando o Holocausto ao genocídio provocado pelo desvio de verbas no Brasil dedicadas à saúde. O então deputado deixou entender que os judeus seriam de qualquer forma, mortos de fome e de frio.

 

 

*Publicado originalmente em rfi.fr/brasil/Via Carta Capital

Créditos da foto: O jornal Le Monde repercute o impedimento da extradição do nazista Gustav Franz (foto) nos anos 70 (Fotomontagem RFI/wikipédia Gustave Wagner)