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O repúdio dos artistas a Regina Duarte é um termômetro do que espera Bolsonaro e Moro logo ali na esquina

Partido de Bolsonaro usa Moro como garoto-propaganda, mas ele nega a intenção de se filiar achando que é uma “personalidade” independente do governo, uma estrela de brilho próprio e que não será afetado pelo despudor de fazer parte de um governo envolvido em escândalos de corrupção a balde, entre outros crimes ligados às milícias.

Do ponto de vista ético, Bolsonaro poderia medir Moro pela mesma régua já que são dois crápulas de monta equivalente.

Isso foi o que ocorreu com Regina Duarte.

Ela está passando por um enorme constrangimento público com a repulsa de artistas que fazem parte de seu círculo de amizades, estes justificam seu comportamento dizendo que não querem ser vistos como apoiadores de Bolsonaro e de seu governo fascista.

Bom, se o governo é tido como fascista por eles, Regina Duarte sendo parte desse governo, veste a carapuça.

Até porque ela vai ocupar o lugar de alguém que não só fez aquele vídeo decalcado de um nazista, mas que escolheu a dedo para agradar Bolsonaro, uma pessoa que disse que a escravidão foi boa para os negros, entre outras sandices típicas de mentes doentes, como gosta Bolsonaro para ocupar e implodir a Fundação Palmares.

Mas as coisas que pesam contra Regina Duarte não param aí. A namoradinha do Brasil sempre exerceu sua ideologia de forma vil não para produzir uma linha de pensamento que gerasse debates, o que seria salutar.

Regina Duarte, sempre teve um comportamento político repugnante, usando a dramaturgia para uma personagem que ameaçava a sociedade.

Na campanha para prefeito de São Paulo, em 1985, gravou um vídeo de apoio a FHC onde dizia que, se as pessoas votassem em Suplicy, o nazismo seria instalado no Brasil: “Não vamos também nos esquecer do que aconteceu na Alemanha na década de 1930. Os democratas se dividiram e o que aconteceu? Hitler subiu ao poder com pouco mais de 30% dos votos. Então, esse é o momento onde a gente não pode vacilar. A gente tem que votar em Fernando Henrique para prefeito de São Paulo.”

A disputa acabou sendo vencida por Jânio Quadros por uma diferença pequena, de 141 mil votos.

Depois, na campanha de Serra, em 2002, Regina dizia ter medo de Lula assumir o comando do país.

Agora, com Bolsonaro, teve a cara de pau de descrevê-lo como um homem doce e que sua homofobia e racismo eram da boca para fora e o definiu como um homem bom que lembrava seu pai.

Na verdade, tudo isso contribuiu para uma imagem a qual ninguém quer estar associado, nem mesmo os colegas de trabalho, o que não deixa de ser um aviso tanto para Bolsonaro como para Moro que, se isso está acontecendo hoje com a “namoradinha do Brasil” imagina com eles daqui a 2 ou 3 anos.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Video: Alguém imaginaria brasileiros tendo que gravar vídeo apelando a Lula ou a Dilma para serem resgatados na China?

Pois é isso que está ocorrendo agora com Bolsonaro e ele simplesmente não dá uma declaração sobre esse absurdo.

A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) informa no seu site, em 29/01/2020, 06h15min: “Autoridades chinesas informam que até o momento, 132 pessoas morreram em decorrência do surto de coronavírus. O número de infecções confirmadas já chega a 5.974, com mais de mil pessoas em estado grave. A situação parece estar piorando cada vez mais no epicentro do surto, a cidade de Wuhan, que foi isolada. Autoridades da região dizem que hospitais estão lotados, com milhares de pacientes.

Ou seja, há 5 dias Bolsonaro tinha ciência da gravidade do caso.

Hoje, a questão ganhou uma dimensão ainda maior e os brasileiros resolveram gravar um vídeo onde imploram para que Bolsonaro, como Presidente da República, se disponha a protegê-los na situação de calamidade em que se encontram, apelando para que Bolsonaro resgate cidadãos brasileiros em terras chinesas.

Bolsonaro preferiu ficar mudo e não fazer qualquer comentário sobre o vídeo que viralizou nas redes sociais, blogs e grande mídia.

Temos que lembrar que isso ocorre poucos dias após Bolsonaro aplaudir Trump por ter deportado brasileiros algemados nas mãos e nos pés, num gesto típico dos piores sabujos da história desse país.

Este é Bolsonaro que se vende como patriota. Quem tem um patriota desse como presidente, não precisa de inimigo dos brasileiros e do próprio Brasil.

Alguém, em sã consciência, imagina Lula ou Dilma, enquanto presidentes, se comportando de forma tão desumana e sórdida com os brasileiros na China e tão servil a Trump? Esta é a grande diferença entre a esquerda brasileira e essa direita fascista que, na prática, apenas mostra uma esquerda humana e uma direita perversa.

Assista ao vídeo:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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FHC e seu fascismo boa praça

O valor bruto dos conselhos de FHC a Bolsonaro, é zero, já que este foi conduzido ao poder por uma caldo fascista liderado pelo Don Juan do neoliberalismo nativo.

FHC, um sabotador que, em nome da iniciativa privada, trabalhou firmemente para dar um golpe em Dilma, colocar Temer na Presidência e a continuação de seu projeto econômico que faliu o Brasil três vezes em oito anos, além dobrar a aposta em Bolsonaro, não pode abrir a boca sobre os modos infames do cavalão que caiu de paraquedas na Presidência pela construção de um ambiente de mentiras, sabotagens, vinganças e desrespeito ao Brasil, promovidos pela organização tucana e seus muitos braços nas instituições do Brasil, incluindo aí a mídia, o aparelho judiciário do Estado e as Forças Armadas que hoje são parte do governo que aí está.

FHC acha que é menos fascista que Bolsonaro? Não duvido. Mentindo uma mentira sistemática, não engana a ninguém no mundo real, sequer a ele mesmo, mas aparece, principalmente na mídia, esguichando neoliberalismo fracassado em seu governo como se fosse um exemplo de êxito.

Na verdade, FHC sempre quis transformar energia morta em um processo mecânico e deitar falação sobre o território econômico como se fosse um grande operador de um sistema virtuoso no país, quando sentimos na pele o que foi o seu governo e a desgraça do Brasil em sua derrocada financeira decorrente de um grande chiste promovido pela era FHC.

FHC ignorou tudo a respeito de um comportamento civilizado para atender à ganância do mercado e acha que isso não é típico de uma visão fascista em prol dos endinheirados.

Não adianta agora FHC criticar o criacionismo, vendido aos otários pelo governo Bolsonaro. O neoliberalismo de Guedes, decalcado do governo FHC, é um criacionismo econômico e nisso não há nisso qualquer ciência ou qualquer traço de racionalidade. No entanto, FHC se derrete todo para elogiar seu discípulo do governo Bolsonaro. E, assim como não comenta o desastre econômico e social que foi a sua era na Presidência da República, repete o mesmo cinismo silencioso sobre os resultados concretos na vida dos brasileiros com esse fernandismo requentado de Guedes no governo Bolsonaro.

Então, faça-me o favor, Sr. Fernando Henrique Cardoso, nem por hipótese você parece menos fascista que Bolsonaro. Estiveram juntos no golpe contra Dilma em que Bolsonaro faz uma exaltação às monstruosidades fascistas do torturador e assassino, Brilhante Ustra, junto com outros tucanos comandados pelo Monsenhor do fascismo boa praça que Fernando Henrique insiste em recomendar.

A social democracia que FHC pratica é tão verdadeira quanto a facada de araque que Bolsonaro levou de Adélio.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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De olho nos votos dos religiosos conservadores, Moro compra briga de Damares e apoia abstinência sexual

A coisa já está nesse nível. O sujeito que disse que não era político, tem lá suas razões. Política feita com nobreza é das coisas mais importantes da civilização. Moro é um politiqueiro vigarista e mostra mais uma vez que sempre foi esse troço que usava a toga para praticar crimes políticos e eleitorais, tanto que virou ministro da justiça de um governo miliciano.

Aproveitando um comentário contra a abstinência sexual proposto por Damares de Kakai, que é criminalista e um desafeto declarado de Moro, a quem já chamou de “ativista político” que “envergonha o Poder Judiciário”, com toda razão, Moro foi para o twitter jogar para a torcida e sapecou: “Minha solidariedade Ministra Damares Alves – Mas já disse antes, há pessoas que merecem apenas ser ignoradas. Essa é uma delas.”

“Em seguida, arrematou: “No fundo, é puro preconceito por Damares Alves ser mulher, evangélica e Ministra. Não cabe na visão de mundo de pessoas limitadas, daí as ofensas. Meu conselho, ignore”

Imaginar isso de um ministro, que é parte de um governo declaradamente misógino em que o próprio presidente já deu as declarações mais racistas contra mulheres, negros, índios e gays, soa como piada das mais politiqueiras que se pode produzir de olho na campanha presidencial para 2022.

No fundo, Moro tá de olho nos votos dos religiosos conservadores, comprando a briga de Damares pela abstinência sexual.

O sujeito é um vigaristaço!

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O papel nefasto da Globonews na tragédia brasileira

Como a própria Globonews usa em seu slogan, não desliga nunca. São 24 horas por dia cumprindo um dos papeis mais nefastos desse país, com o jornalismo mais cínico de que se tem notícia.

Todos os indicadores econômicos e sociais vêm num processo contínuo de degradação desde o golpe em Dilma até os dias que correm. Golpe este que, usando relevo de jornalismo, a Globonews foi uma das principais correspondentes dos interesses da oligarquia.

A primeira coisa que os Marinho fazem na Globonews é silenciar o contraditório, ignorando qualquer opinião contrária aos interesses do mercado. Portanto, sem o menor constrangimento, a emissora só convida quem fala a sua língua, assim como O Globo só publica coluna de economistas que vão ao encontro dos interesses do 1% mais rico do país.

A coisa é tão escancarada em prol dos seus patrocinadores, bancos, corretoras e especuladores do mercado de capitais que, até para lidar com os telespectadores, os âncoras dos programas começam e terminam agradecendo aos assinantes não aos cidadãos brasileiros que dão audiência à maçaroca midiática.

Isso é uma clara postura de quem trata das coisas a partir do lucro que as pessoas dão diretamente à emissora.

Para os Marinho, não há cidadãos, há assinantes e patrocinadores. Nesse sentido, ela usa o espaço para fazer grana em estado puro. Ou seja, quem norteia a Globonews é o dinheiro em espécie e não a espécie humana.

O dever ineludível de uma imprensa livre foi para o saco nas redações da Globonews, pois só é permitida a voz de quem reza pela mesma cartilha de seus patrocinadores que só têm um único interesse, a voracidade do lucro, sem que o que se pratica ali esclareça a sociedade sobre o que de fato ocorre nesse país.

A Globonews, na verdade, é um documento oficial de como a grande mídia pratica a manipulação em seus estúdios, seja ela psicológica, seja ela ideológica. Não importa, o que interessa é construir fatos carregados de meias verdades para banir qualquer relação dos brasileiros com a verdade.

Então, são convocados os “intérpretes” da economia e, nessa interpretação em que os discípulos do sistema financeiro se contorcem em animar os incautos, cabe tudo, menos a verdade.

E se o tal progresso liberal se mostra um retumbante fracasso sob qualquer ponto de vista, não tem problema, a paisagem não muda e os comentaristas cinicamente de olhos deslumbrados, batem com aquela convicção dos mentirosos compulsivos, de que a coisa nunca esteve tão bem, porque pintar a economia à moda da casa é uma das especialidades dos Marinho. Assim eles venderam a “tragédia econômica” do governo Dilma e a “recuperação econômica” dos governos Temer e Bolsonaro, mesmo que todos os indicadores desmintam os cínicos do jornalismo de banco praticado pela Globonews.

As pessoas podem se perguntar, mas a Globonews tem tanta audiência assim? Não, mas tem o principal, a construção de uma narrativa que perfila um mesmo ramerrão que passa a ser bíblia para muitos veículos de comunicação que ecoam esse cinismo impávido, formando assim um rebanho de brasileiros que compram uma mentira mesmo que a verdade lhe imponha sobre os ombros o peso das fábulas criadas pelo clã dos Marinho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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O “patriota” Bolsonaro deixa brasileiros que estão na China à própria sorte para “economizar”

O instinto selvagem de Bolsonaro sempre fala mais alto em qualquer situação.

Seja no assassinato de Marielle sobre o qual ele jamais disse uma palavra de repúdio contra o assassino que era seu vizinho e morava a 50 passos de sua casa, seja numa situação de calamidade em que brasileiros se encontram em estado de desespero na China por conta do coronavírus, querendo regressar ao Brasil e Bolsonaro, literalmente, dá de ombros virando as costas para o risco que eles correm.

Vários chefes de Estados mandaram aviões de seus países resgatarem seus cidadãos na China, numa atitude de humanidade, mas sobretudo de lealdade do país com seus cidadãos.

Bolsonaro não, trata as pessoas que estão nessa situação na China como se fossem leprosas e que não fazem a menor diferença pra ele por não serem parte de seu clã.

Que o cara é ruim, todos sabem, ninguém é fã de um monstro como Brilhante Ustra por acidente. Por isso, não se espera desse fascista compaixão com ninguém senão com seus familiares.

Mas Bolsonaro, como presidente, tem obrigação de arranjar um meio de trazer, de forma segura, os brasileiros que estão na China e não usar argumentos como economia como pano de fundo para a sua perversidade fria que pensa que seres humanos só o são se forem seus parentes ou aliados.

Esse episódio faz parte da estética oficial de um governo que se cota pelo coeficiente da crueldade e temperamento do presidente, pela cor da pele e pelos valores que ele acredita.

Assim, a conclusão é lógica para mais uma obra que denuncia o tipo de indivíduo que preside esse país, numa indicação prática que, para ele, humanos são somente quem ele elege como tal. Infelizmente não é esse o entendimento dele sobre os brasileiros que estão confinados na China sem ter como voltar ao Brasil e sem amparo algum do governo brasileiro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Para tirar Moro do seu caminho na eleição de 2022, Bolsonaro sinaliza indicá-lo para o STF

É o resta a Bolsonaro, tirar Moro do seu caminho, indicando-o para o STF ainda em 2020, na vaga de Celso de Mello que se aposentará em novembro. Falta saber se Moro vai aceitar, já que está de olho na cadeira de Bolsonaro em 2022.

Moro não é o ‘terrivelmente evangélico’ no STF prometido por Bolsonaro à bancada evangélica. Mas o presidente terá oportunidade de cumprir a promessa logo mais.

A crise acabou, esta última, e presidente Jair Bolsonaro volta a dizer que poderá indicar Sergio Moro, ex-juiz e atual ministro da Justiça, para a vaga do STF. É comum aproximar e afastar o ex-juiz da indicação, parte do jogo de morde-e-sopra da relação estabelecida.

A recente crise política amaina, e o presidente coloca novamente o ex-juiz da lava Jato como o preferido para substituir o ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal. O decano se aposenta em novembro, abrindo caminho para a primeira indicação de Jair na corte.

Aliados do presidente entendem esse movimento como uma forma de tirar Moro da possibilidade de uma disputa presidencial de 2022. De acordo com a Folha, o ministro conversou sobre a possibilidade de ir para o STF após a polêmica de retirar de sua pasta a Segurança Pública.

Segundo os aliados, foi uma DR, na linguagem popular uma ‘discussão da relação’, entre o presidente e Moro. E sua indicação abriria espaço para Bolsonaro interferir mais ainda no Ministério da Justiça, algo que faz com menor ou maior pressão desde o início do mandato.

Outro ponto sensível é a Polícia Federal. Com Moro fora do caminho, Bolsonaro poderá mexer em seu comando, o que já vem demonstrando intenção desde o ano passado.

Moro não é o ‘terrivelmente evangélico’ no STF prometido por Bolsonaro à bancada evangélica. Mas o presidente terá oportunidade de cumprir a promessa logo mais, com a saída de Marco Aurélio.

 

 

*Com informações do GGN/Folha

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Globo quer o impossível, associar Bolsonaro às milícias sem associar Moro a Bolsonaro

Já em campanha presidencial para Moro em 2022, Globo News faz um programa com Camarotti, mostrando o perigo real da expansão assustadora das milícias no Brasil, sobretudo as cariocas.

Lógico que o que vem à cabeça na mesma hora é o clã Bolsonaro envolvido até a raiz do cabelo com as milícias que, hoje, elegem muitos políticos no Rio e, depois, cobram proteção dos eleitos, vereadores, deputados e senadores, como se sabe no caso de Flávio Bolsonaro.

O problema é que Moro, não só serve ao governo de Bolsonaro como Ministro da Justiça e Segurança Pública, como nada fez para combater as milícias, pois seria combater o próprio chefe.

Não é sem motivos que, na lista de procurados que Moro imitou dos EUA, não tenha ninguém do “escritório do crime”.

Na verdade, para Moro, é como se não existisse milícia no Brasil e milhões de brasileiros não estivessem reféns dos milicianos, principalmente em vários bairros cariocas.

Se a Globo pegar esse calcanhar de Aquiles de Bolsonaro, não há dúvidas de que pegará o de Moro também.

Não tem escapatória, Moro é Ministro da Justiça de um governo de milicianos e será cobrado cada vez mais pela sociedade por essa parceria política entre ele e o clã Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Com o samba mais bonito do ano, setores religiosos conservadores querem censurar a Mangueira

A cidade do Rio de Janeiro está à espera de dois milhões de turistas no carnaval, mostrando que o grande cartão postal cultural do Rio são as escolas de samba. A Mangueira, a escola mais querida no Brasil, é responsável por atrair milhares desses turistas que invadirão a cidade durante o carnaval.

Os hotéis da orla da zona sul estão com lotação completa para o período. Bares, restaurantes lotados e a própria geração de empregos no setor de serviços mostram que o carnaval no Rio é uma fonte riquíssima de emprego e renda.

A questão central é que o carnaval é o que é e, por isso mesmo, atrai tantas pessoas de tantos lugares do Brasil e do exterior.

Por mais que tenha em seu simbolismo algumas distorções promovidas pelo interesse comercial da Globo, o desfile das escolas de samba, transmitido para mais de 100 países, é o ponto alto da maior festa popular do planeta ou do maior evento cultural da terra.

Mas este ano, seguindo a linha dos terraplanistas, nazistas, fascistas, bolsonaristas, setores religiosos conservadores cismaram de censurar o espírito carnavalesco da Mangueira, que é, como sempre foi, crítico em seus enredos.

Segundo Ancelmo Gois, no Globo, uma carta assinada por 21 entidades religiosas, lideradas pela arquidiocese do Rio, direcionada a Jorge Castanheira, presidente da Liesa que, mesmo sem citar nominalmente a Mangueira, pedem, de forma absurda, que eles sejam consultados pelos enredos, numa clara comissão de censores religiosos que querem agora nos devolver ao período da ditadura militar e dizer o que pode ou não ser cantado nas ruas do país. Era só o que faltava!

Em nome de um suposto princípio da boa fé, tolerância, imagina isso, e respeito, pedem que sejam ouvidos com o intuito de instá-los a observar atenciosamente o próximo desfile para que seja realizado de modo a não ofender, chocar, agredir ou encarnecer a fé de centenas de milhões de brasileiros.

Isso porque o samba da Mangueira começa com uma frase lindamente poética que diz:

Mangueira Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Basta esse poema carregado de verdade história para detonar a hipocrisia de conservadores que usam a religião como biombo para reprimir a liberdade de expressão do povo, dizendo logicamente que não é esta a intenção.

Entre os tais religiosos, estão, entre outros, a Associação Nacional de Juristas Islâmicos, Federação Israelita do Rio, Budismo Primordial e etc.

O fato é que escola de samba nenhuma enfia o bedelho na crença de ninguém, não pede a entidade nenhuma que conduza seus sermões a partir dos conceitos do samba. Por que o samba deveria abdicar da liberdade poética para atender aos bisbilhoteiros da fé alheia em nome de um respeito que os próprios não têm pela liberdade de expressão?

Que esse absurdo seja repudiado por todos. Já não basta a Damares, Bolsonaro e o pirado da Funarte que disse que o rock é satânico? Ou esses senhores, que se acham o oráculo da fé, são parceiros do texto nazista lido Roberto Alvim que lhe custou a cabeça falando na grande arte, na arte nobre?

*Carlos Henrique Machado Freitas

Assista ao vídeo:

[Enredo: A Verdade Vos Fará Livre]

Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E ressurgi pro cordão da liberdade

 

Composição: Luiz Carlos Máximo / Manu da Cuíca · Esse não é o compositor?

 

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Casa Civil, sempre vazia, é o que nunca funcionou no governo Bolsonaro

É certamente a primeira vez na história em que um mesmo servidor do governo é demitido duas vezes em menos de 48 horas e de cargos distintos. Foi o que aconteceu com Vicente Santini, apeado primeiro da secretaria-executiva da Casa Civil, reconduzido depois à assessoria da Secretaria Especial de Relacionamento Externo do ministério por pressão dos filhos do presidente e defenestrado uma segunda vez 12 horas depois, aí para atender aos reclamos das fileiras bolsonaristas nas redes sociais. A vida não é fácil também para o governo.

A confusão traz a marca típica do jeito Bolsonaro de fazer as coisas. Todas as crises em que seu governo se meteu, até agora, eclodiram por iniciativa do próprio presidente ou de algum filho seu. Às vezes, de ambos, como é o caso agora.

Reparem: se o presidente não tivesse feito o escarcéu que fez ao ficar sabendo que Santini viajara de Davos à Índia em jatinho da FAB, tudo teria ficado por isso mesmo. Até porque, repetindo o próprio presidente, pode ser ate imoral, mas não é ilegal. Viagens dessa natureza constituem um dos casos em que a aeronave pode ser usada. Ocorre que o presidente, como é sabido, é dado a rompantes. E houve por bem bater o porrete na mesa, tonitruando a demissão fulminante, deixando ainda no ar a possibilidade de punição adicional.

Quem o ouviu jamais imaginou que, horas depois, ele tentaria reconduzir o mesmo Santini a um outro cargo na mesma Casa Civil. Atendia a um apelo de ao menos dois dos filhos: o deputado Eduardo e o senador Flávio. E Bolsonaro cedeu. Aconteceu o óbvio: uma gritaria danada nas redes nada sociáveis. Mal rompia o dia nesta quinta, e o presidente aplicava uma segunda demissão ao amigo dos filhos. A primeira desonra estava de bom tamanho. O rapaz acabou arcando com duas.

Vicente Santini é só personagem de um desarranjo maior. O que jamais funcionou no governo é o órgão no qual estava lotado: a Casa Civil. Onyx Lorenzoni comportou-se durante a campanha eleitoral e depois no curso da transição como se fosse o condestável da República. Assumia ares de homem forte do bolsonarismo. Quando alguém sugeriu, por exemplo, que a reforma da Previdência poderia seguir do ponto em que Temer a havia deixado, ele descartou a possibilidade com agressividade retórica, afirmando que a proposta do governo anterior era imprestável.

E foi justamente no curso da reforma que seu real tamanho foi se revelando. Onyx jamais foi um articulador confiável entre as lideranças do Congresso. Tampouco se fez interlocutor privilegiado dos respectivos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Acolumbre (DEM-AP). Ao longo do tempo, sua pasta foi sendo esvaziada, até chegar ao estágio atual em que se resume a literalmente nada.

Quando retomar a função nesta sexta, Onyx não tem mais sob sua responsabilidade o PPI, Programa de Parceria de Investimentos. Migrou para o Ministério da Economia. A Coordenação Política já tinha sido transferida para a Secretaria de Governo, hoje a cargo do general Luiz Eduardo Ramos, e a Subchefia de Assuntos Jurídicos já estava sob a responsabilidade da Secretaria-Geral da Presidência.

O que sobrou a Onyx Lorenzoni? Talvez deva pegar uma flanela e tirar o pó dos móveis. Notem que as duas demissões de Vicente Santini ocorreram em sua pasta, sem nem mesmo um comunicado prévio. Dá-se de barato que Bolsonaro pretende fazer uma reforma ministerial. Parece pouco provável que sobre um lugar na Esplanada ao ainda ministro. Ele é deputado federal — o segundo mais votado do Rio Grande do Sul — e certamente há lugar na Câmara para a defesa do governo Bolsonaro.

Segundo levantamento da Folha, no seu tempo à frente da Casa Civil, Onyx manteve 650 encontros com políticos, autoridades e representantes da sociedade civil. Desse total, 155 — 23,8% — eram do seu estado natal, cujo governo ele pretende disputar em 2022.

E o ministro, justiça se faça, mostra-se resignado. Foi perdendo atribuições no governo e não lutou minimamente para mantê-las. Parecia haver a admissão tácita de que lhe faltava estofo para o papel que o cargo exigia. A rigor, dadas as atuais funções, a Casa Civil poderia ser extinta, por mais exótico que pareça. Bolsonaro balcanizou a pasta entre vários outros ministérios para tentar neutralizar a incompetência de seu ministro. Chegou a hora de resolver a coisa de vez.

 

 

*Reinaldo Azevedo/Uol