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Vídeo: Marcelo Freixo escancara a ambição de Moro no combate às milícias

Freixo foi ao ponto, Moro, quando coloca no mesmo balaio tráfico e milícia, quer dar a entender à sociedade que, quando prende traficantes, está prendendo milicianos, quando a realidade é bem outra.

Na verdade, Moro usa a publicidade de combate ao tráfico de drogas para fugir do tema e, consequentemente fugir da ação, pois, do contrário, seria obrigado a desembocar qualquer investigação sobre milícia no condomínio Vivendas da Barra. Isso é tudo o que Moro não quer, vide a pressão que exerceu sobre o porteiro do condomínio para que mudasse a versão.

Por isso também Moro quis federalizar o caso Marielle, mas não quer federalizar o caso do miliciano Queiroz/Flávio Bolsonaro. Se estivesse mesmo interessado em combater a milícia e não jogando aleatoriamente no balaio do tráfico para se esquivar de sua escancarada omissão sobre esse tipo particular de crime, o primeiro caso que ele deveria atuar, é o de Queiroz, miliciano que opera até hoje como uma espécie de PC Farias da família Bolsonaro.

Marcelo Freixo coloca os pingos nos Is e não deixa dúvidas sobre o padrão Moro de “combate à milícia”

“É evidente que milícias e o tráfico de drogas são organizações criminosas, mas o ministro da Justiça Sergio Moro dizer que são as mesma coisa e apenas “muda um pouco o perfil” é um erro elementar. As milícias transformam o domínio territorial em domínio eleitoral, elegem um monte de gente, vereadores, deputados, senadores, como o ministro bem sabe, isso é mero detalhe? As milícias têm projeto de poder, frequentam palácios, isso é detalhe?

O que Moro trata como detalhe revela o tamanho de seu desconhecimento sobre Segurança Pública. Há mais de um mês entreguei uma cópia do relatório da CPI das Milícias ao ministro, parece que ele não leu o documento”. (Marcelo Freixo)

https://www.facebook.com/MarceloFreixoPsol/videos/408667859933409/?t=47

 

*Da redação

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As investigações que sangram capital político e podem enterrar o clã Bolsonaro em 2020

Este site tem dito seguidamente que a testemunha-chave dos escândalos envolvendo o clã Bolsonaro é o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega.

Homenageado por Flávio Bolsonaro duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Adriano contou com a presença do então deputado federal Jair Bolsonaro no julgamento em que foi condenado por homicídio em primeira instância (pena depois revertida).

Quantas vezes um deputado deixa seu gabinete em Brasília para ver o julgamento de um policial — tenente PM, na época –, a não ser que tenha um interesse pessoal extraordinário no futuro daquela pessoa?

Adriano empregou mãe e filha no gabinete de Flávio Bolsonaro.

É suspeito de comandar a milícia da zona Oeste à qual se atribui o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Adriano pode ser, ao lado de Fabrício Queiroz, a peça-chave na articulação do clã Bolsonaro com as milícias de Rio das Pedras e o assim chamado Escritório do Crime.

Foragido, Adriano está na lista da Interpol.

Qual será o empenho do ministro da Justiça Sergio Moro para prender Adriano?

Será que este verdadeiro arquivo vivo já foi queimado?

Cenas do próximo capítulo em 2020.

Abaixo, no balanço da BBC, as seis investigações que sangram capital político do clã Bolsonaro.

As 6 frentes de investigação que envolvem a família Bolsonaro

da BBC

Desde as eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro e três filhos dele se tornaram alvos de seis frentes de investigação.

Há acusações de prática de rachadinha — quando funcionários do gabinete devolvem parte dos salários para políticos —, de disseminação de notícias falsas, de uso de funcionários fantasmas, de quebra de decoro parlamentar e de ligação com suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O caso mais rumoroso envolve Fabrício Queiroz, amigo do presidente e ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A investigação sobre movimentações financeiras atípicas, a exemplo de um cheque de R$ 24 mil para a primeira-dama da República, deu origem a um imbróglio jurídico que chegou a paralisar temporariamente centenas de investigações no país.

Para a Promotoria, Flávio Bolsonaro comanda a organização criminosa abastecida por salários devolvidos de assessores e usa uma loja de chocolate da qual é sócio para lavar dinheiro.

4 ataques (e recuos) da família Bolsonaro a instituições democráticas
TSE libera coleta de assinaturas digitais, mas pode não viabilizar novo partido de Bolsonaro

Bolsonaro e seus filhos negam veementemente todas as acusações. Para eles, as investigações são baseadas em fake news e perseguições políticas orquestradas por adversários.

Veja abaixo as principais investigações que envolvem a família Bolsonaro, em que pé elas estão e o que os acusados dizem sobre cada uma delas.

Caso Queiroz

O caso gira em torno de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 1980.

Ele passou a ser investigado em 2018 depois que o Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira), órgão que atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, identificou diversas transações suspeitas suas.

Segundo o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor que seria incompatível com seu patrimônio e ocupação, e recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete.

Caso Flávio Bolsonaro

O filho do presidente passou a ser investigado depois de relatório do Coaf

Essas movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava Jato, levaram a uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Mas a apuração teve desdobramentos inesperados. Flávio Bolsonaro recorreu ao Supremo Tribunal Federal para barrar a apuração, e o caso deu origem a um debate na Corte sobre o compartilhamento de informações financeiras sem autorização judicial prévia. Centenas de investigações ficaram em suspenso.

Após meses de espera, a tese do filho do presidente acabou derrotada por 9 votos a 2 no Supremo no fim de novembro e as investigações foram retomadas por decisão do ministro Gilmar Mendes.

Semanas depois, a Promotoria deflagrou uma operação de busca e apreensão contra pessoas ligadas ao gabinete do filho do presidente, a exemplo de familiares de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de um dos filhos dele.

Para os investigadores, Flávio Bolsonaro é chefe de uma organização criminosa que atuou em seu gabinete na Assembleia Legislativa entre 2007 e 2018, e parte dos recursos movimentados no esquema foi lavada em uma franquia de chocolate da qual ele é sócio.

Flávio é investigado sob suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Não há informações detalhadas sobre os próximos passos nem previsão de conclusão porque os processos correm sob sigilo.

Ele nega ter cometido qualquer ilegalidade no caso.

“Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta”, disse, no Twitter, quando o caso veio à tona.

“Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal”, afirmou Flávio em nota.

Bolsonaro também foi à público à época para dar sua versão sobre o cheque de R$ 24 mil destinado à mulher, Michelle Bolsonaro. Segundo ele, o dinheiro era o pagamento parcial de um empréstimo de R$ 40 mil concedido ao amigo e ex-assessor do filho.

Queiroz, por sua vez, disse sempre ter agido de “forma lícita”. Segundo ele, funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro depositavam parte de seus salários em sua conta a fim de ampliar, informalmente e sem o conhecimento do parlamentar, a base de funcionários ligados ao então deputado estadual.

Ele também negou ter se “beneficiado de qualquer recurso público para si ou terceiro”. Segundo sua defesa, a investigação do Ministério Público não conseguiu encontrar nenhuma irregularidade cometida por ele

CPMI das Fake News

Depoimentos em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito em andamento (a chamada CPMI das Fake News) apontaram a participação de dois filhos do presidente da República e de assessores próximos à família Bolsonaro em campanhas na internet para atacar adversários com uso frequente de notícias falsas.

Alvo de ataques em sites e redes sociais, a deputada federal e ex-líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP) apresentou um dossiê à comissão em que aponta “milícias digitais” em torno de Bolsonaro que praticam ataques orquestrados a críticos de sua gestão.

Segundo ela, as ofensivas são impulsionadas por robôs, pelos filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro e por assessores do Poder Executivo e de parlamentares aliados do governo.

Outro deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), também alvo de ataques e outro ex-aliado, fez acusações semelhantes.

Para a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI, “é muito difícil imaginar que exista um gabinete atuando ali e que ele (Bolsonaro) não saiba o que acontece ali”.

Ela ressalta que o presidente não foi implicado diretamente em nenhum depoimento, mas sim seus familiares e auxiliares.

Segundo Da Mata, há três núcleos sob investigação: “o operacional, que conta com assessores de deputados estaduais e federais; o distribuidor, que envolve sites e blogs; e o núcleo econômico, que todos queremos identificar”. Um dos próximos passos da CPMI é “seguir o caminho do dinheiro”.

Na CPMI, Eduardo Bolsonaro afirmou que não iria fazer perguntas a Frota por “ter mais o que fazer”.

“Tenho que trabalhar, em vez de ficar aqui ouvindo baboseiras e ilações sem qualquer conexão com a verdade.”

As acusações de Frota e Joice foram rebatidas por deputados da base governista e aliados do presidente, que as classificaram de “falsas”, “fruto de vingança”, “sem provas” e “conto de fadas”.

A CPMI das Fake News foi apelidada por eles de CPI da Censura.

Para o deputado federal Eduardo Bolsonaro, acusações são ilações sem conexão com a realidade

A comissão, que vai até abril de 2020, mas pode ser estendida, surgiu para investigar suspeitas de ataques na internet e utilização de perfis falsos para influenciar as eleições 2018 e já se espalhou para o possível uso dessas práticas depois do pleito.

Os próximos passos da CPMI devem incluir pedidos de informações de plataformas de redes sociais (quem são os detentores das contas, por exemplo), especialistas e assessores parlamentares acusados, entre outros.

O relatório final pode sugerir indiciamentos e mudanças da lei.
Joice Hasselmann também depôs no inquérito que corre no Supremo sobre notícias falsas, mas não há informações sobre o caso conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes porque ele corre sob sigilo.

Suspeita de uso de assessores-fantasmas por Carlos Bolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções.

Na investigação, que corre sob sigilo, promotores suspeitam da existência de um esquema de rachadinha, semelhante ao do irmão Flávio.

Ou seja, funcionários devolveriam o salário, parcial ou integralmente, para o parlamentar.

Um dos casos apontados pela revista Época envolve Marta Valle, cunhada de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente da República. Marta passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete de Carlos Bolsonaro, mas afirmou ao veículo: “Não trabalhei em nenhum gabinete não”.

Carlos se licenciou na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para se dedicar à campanha do pai à Presidência

Ao longo de 18 anos de mandato na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Carlos empregou Ana Cristina e sete familiares dela.

Na Assembleia Legislativa fluminense, Flávio deu emprego a nove familiares da então mulher de seu pai. Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro nomeou seis membros da família dela.

Em abril deste ano, o jornal Folha de S.Paulo também encontrou uma mulher alocada no gabinete de Carlos Bolsonaro que afirmou à reportagem nunca ter trabalhado na função que lhe renderia R$ 4.271 por mês.

O chefe de gabinete do vereador, Jorge Luiz Fernandes, negou à Folha que essa assessora recebesse salário sem prestar serviços, e que ela entregava mala direta em um reduto eleitoral de Carlos e anotava reivindicações de eleitores.

No Twitter, Carlos Bolsonaro rebateu as acusações, sem citá-las diretamente: “Imprensa lixo, não adianta me chamar para a briga, com desinformações que vocês sempre fomentaram, que não vou cair na armadilha. Qualquer um sabe o motivo disso tudo e qual o objetivo. Tranquilo e despreocupado! Bom dia a todos”.

WhatsApp na eleição de 2018

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a investigar a campanha presidencial de Jair Bolsonaro depois que uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo apontou que empresas compraram, sem declarar à Justiça Eleitoral, pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp.

Esta e outras reportagens serviram de base para diversas ações na Justiça eleitoral (chamadas de ação de investigação judicial eleitoral), ainda em tramitação, movidas por partidos como o PT e o PDT. A campanha do petista Fernando Haddad, inclusive, também passou a ser alvo de apurações.

Segundo a lei eleitoral, um candidato pode divulgar conteúdo e repassar a seus eleitores se respeitar os termos de uso das plataformas digitais, e pagar a essas redes sociais para alcançar fatias específicas do eleitorado.

Mas esse dinheiro deve vir dos recursos do partido ou de doações de pessoas físicas, e não de empresas.

A legislação eleitoral tampouco permite a utilização de bases de dados de terceiros (como números de telefones e emails) para o envio de conteúdo, exceto para quem autorizar o recebimento desse material.

Segundo Datafolha, 7 em 10 eleitores usaram WhatsApp para se informar sobre o pleito em 2018

Para a Justiça brasileira, o impulsionamento de conteúdo, ou seja, as estratégias automáticas adotadas para tornar o alcance maior que o compartilhamento natural entre usuários, pode ser desequilíbrio irregular da disputa eleitoral.

O envio massivo ilegal associado à disseminação de informações falsas pode levar, em última instância, à perda do mandato, pagamento de multa e exclusão do conteúdo falso.

Não declarar esses gastos à Justiça Eleitoral pode ser também considerado caixa dois.

Os principais candidatos do pleito negaram diversas vezes qualquer envolvimento com essa prática, e mesmo a existência dela no WhatsApp, plataforma usada por 7 em cada 10 eleitores durante o pleito de 2018, segundo o Datafolha.

Mas em outubro deste ano, o WhatsApp admitiu pela primeira vez a existência de envios de disparos em massa durante a campanha eleitoral de 2018.

Entre 15 de agosto e 28 de outubro de 2018, a plataforma que pertence ao Facebook afirmou ter banido mais de 400 mil contas no Brasil por práticas que violam os termos de uso, a exemplo do uso de robôs para disseminar informações e criação automatizada de grupos.

Ao longo do processo principal que corre no TSE, o ministro Og Fernandes pediu a dez empresas de telefonia informações sobre números de telefone ligados às agências as quais a Folha de S.Paulo apontou envolvimento com disparo de mensagens.

Ainda não houve decisão sobre o caso e não há previsão de conclusão do processo.

Novo AI-5

Após ter levantado a possibilidade de um “novo AI-5” (ato institucional decretado pela ditadura militar em 1968 dando ao governo mais poderes autoritários) no país, o deputado federal Eduardo Bolsonaro passou a ser alvo de processos na Câmara e no STF.

A fala de Eduardo ocorreu em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, após uma pergunta sobre os protestos que estão ocorrendo no Chile.

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou.

Depois da forte reação negativa e de ser repreendido até pelo pai, o deputado disse ter sido mal interpretado e pediu desculpas.

“Eu peço desculpas a quem porventura tenha entendido que estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo, de alguma maneira, estaria estudando qualquer medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe. Agora, muito disso é uma interpretação deturpada do que eu falei”, disse ao apresentador José Luiz Datena.

A declaração de Eduardo sobre a possibilidade de um novo AI-5 gerou reação de partidos de esquerda, centro e direita e até mesmo uma nota de repúdio da Executiva Nacional de sua sigla, o PSL.

Em 26 de novembro, o Conselho de Ética da Câmara decidiu abrir processos contra o deputado, a partir de pedidos de Psol, PT, PC do B e Rede.

O conselho geralmente chega a uma decisão em até 90 dias sobre casos abertos. Se houver punição, ela pode ir de uma censura verbal à perda do mandato.

A decisão final cabe ao Plenário da Câmara e depende de uma maioria absoluta (metade dos votos mais um).

Para Eduardo, o processo visa censura e intimidação.

Caso Marielle

A família Bolsonaro se viu envolvida na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes depois que um porteiro afirmou à polícia que um dos acusados do crime se dirigiu à casa do hoje presidente horas antes do homicídio.

O depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro veio à tona depois de uma reportagem do Jornal Nacional no dia 29 de outubro. Segundo a emissora, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra disse que Élcio Queiroz afirmou que iria à casa que pertence ao presidente.

A testemunha relatou ter ligado, ao receber Queiroz na guarita, para casa 58 para confirmar se o visitante poderia entrar, e alguém na residência autorizou. Em dois depoimentos, o porteiro disse ter reconhecido a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”.

O então deputado federal Bolsonaro estava em Brasília no dia dos assassinatos, e o depoimento do porteiro gerou reação inflamada de membros e aliados do governo Bolsonaro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o episódio era um “factoide”.

Para Sergio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, o envolvimento do nome do presidente na investigação foi “um total disparate”.

A Polícia Federal foi designada para ouvir o porteiro, e este recuou do depoimento.

Segundo o jornal O Globo, ele disse à Polícia Federal ter anotado errado o número da casa na planilha e que inventou o relato sobre “Seu Jair” para justificar o erro no registro do acesso.

Carlos Bolsonaro, filho do presidente, gravou e publicou um vídeo nas redes sociais no qual acessa o sistema de gravações da portaria a fim de mostrar que não havia nenhum registro de ligação para a casa de seu pai no momento apontado pelo porteiro.

O caso levou a acusações de obstrução de justiça contra Jair e Carlos, mas em meados de dezembro o ministro do STF Alexandre Moraes arquivou os pedidos de investigação porque a PGR não viu elementos a serem apurados.
Bolsonaro afirmou que “alguns” querem “jogar para cima de mim a possibilidade de eu ser um dos mandantes do crime da Marielle”.

E acusa nominalmente o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de manipular a investigação do assassinato de Marielle para tentar destruir sua reputação.

Witzel disse que vai processar o presidente pelas “acusações levianas”.

Há também citações na investigação dos homicídios ao nome do filho Carlos Bolsonaro, vereador que mora no mesmo condomínio Vivendas da Barra, por causa de um bate-boca entre ele e um assessor de Marielle Franco.

Carlos já havia prestado depoimento à polícia sobre o episódio em abril de 2018 na condição de testemunha.

Segundo ele, a própria Marielle, com quem disse ter um relacionamento “respeitoso e cordial”, interveio para acalmar os ânimos, encerrando a discussão.

Investigadores da Polícia Civil também tem levantado informações sobre a relação entre a família Bolsonaro e os dois acusados de participação direta no crime: Élcio Queiroz e Ronnie Lessa.

Em agosto de 2018, Queiroz havia publicado uma foto em seu perfil do Facebook na qual aparece com um uniforme da Polícia Militar — à época ele já havia sido expulso da corporação — e abraçado com Bolsonaro.

Em março de 2019, Lessa foi preso na residência onde mora no condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro e Carlos têm casas.

À época, o Ministério Público falou em coincidência.

 

 

*BBC/Viomundo

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Vídeo: Mídia perfilada, suprime o fato mais grave da denúncia da PF e MP sobre os assassinos de Marielle lotados no gabinete de Flávio

Não se viu, até o presente momento, ninguém da mídia industrial sublinhar e colocar em debate o fato de Adriano Magalhães da Nóbrega, sócio de Ronnie Lessa no Escritório do Crime, ambos acusados de assassinar Marielle, aparecerem nessa denúncia muito mais próximos do clã Bolsonaro do que foi revelado até então.

Ora, nesse caso nem é preciso juntar os fios, porque eles nem estão soltos, ao contrário, estão plugados tanto no gabinete de Flávio Bolsonaro quanto agora no Palácio do Planalto com Bolsonaro.

O fio condutor que faz esse elo é o Queiroz, já que Adriano da Nóbrega recebeu do cartel Bolsonaro parte dos salários do esquema de rachadinha.

Convenhamos, fala-se aqui de um dos acusados de participar do assassinato de Marielle e sócio do Escritório do Crime de, nada mais, nada menos que Ronnie Lessa, o vizinho de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra que, junto com outros integrantes do mesmo escritório e Élcio de Queiroz, participou da execução da vereadora do Psol, o que gerou também o depoimento do porteiro sobre a casa 58 e a voz do seu Jair que Moro, através de intimidação, conseguiu neutralizar.

Ao contrário de focar nesse ponto, que é o mais grave do que foi revelado até agora, do caso Queiroz e Flávio Bolsonaro, a mídia, rapidamente, conseguiu focar a denúncia apenas em fatos ligados à lavagem de dinheiro envolvendo essa organização criminosa.

Com isso, o caso Marielle foi abafado, pois em hora nenhuma a Globo em seus telejornais, citou sequer o nome de Marielle como vítima fatal desse cartel. Isso sem falar do fumacê que o próprio Bolsonaro e Flávio estão produzindo para que essa questão não seja colocada no centro do debate. Basta observar o vídeo de Flávio para concluir que ele fala de tudo, menos desse que é o fato mais grave, a execução de Marielle por milicianos ligados ao seu gabinete, sócios do vizinho de seu pai na Barra da Tijuca.

Cabe à mídia independente focar nessa questão que, por motivos óbvios, a mídia industrial, historicamente tucana, blinda a família Bolsonaro naquilo que, se confirmado, derruba Bolsonaro instantaneamente.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro diz que não aceita ser cobrado pela solução do caso Marielle

Estranha essa posição de Moro, pois foi ele que colocou os seus gorilas de confiança para forçar o coitado do porteiro a mudar a versão sobre seu depoimento que envolvia diretamente Bolsonaro no caso.

Na verdade, Moro não quer ser cobrado de nada que envolva o nome  de Bolsonaro em qualquer forma de crime ou ilegalidade. Ele não quis saber da violação de Carlos e Jair Bolsonaro na memória da secretária eletrônica da portaria do condomínio Vivendas da Barra e ainda correu para dizer que Bolsonaro não fez nada de errado, da mesma forma que achou perfeitamente natural o miliciano Queiroz depositar um cheque de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao passo que mostra completo desinteresse em encontrar o Queiroz e elucidar o caso de sua relação espúria com Flávio e o imenso laranjal que envolve a família Bolsonaro e os familiares de milicianos.

Moro também se mantém mudo sobre a responsabilidade da entrada de 39kg de cocaína no avião da FAB que fazia parte da comitiva de Bolsonaro, não dá um pio sobre o caso. Ele é Ministro da Justiça particular de Bolsonaro, nada que atinja o governo ou o próprio Bolsonaro, ele vai querer investigar, pois já sabe no que vai dar.

É esse sujeito que anda pelo Congresso pressionando parlamentares para, numa afronta à decisão do STF e da própria Constituição, voltar a prisão após condenação em segunda instância.

Parece que Moro está num caminho sem volta, como na mentira que construiu contra Lula, só que de forma diametralmente oposta para defender a impunidade de Bolsonaro.

Na realidade, Moro faz isso em causa própria, pois sabe que, se for desmascarada toda essa armação em torno do clã Bolsonaro, ele será tragado junto, o que acaba com seu projeto de disputar a Presidência em 2022.

O fato é que Moro tenta de alguma forma se esquivar do tsunami envolvendo Bolsonaro no caso Marielle, dizendo que, se fosse federalizado o caso, ele estaria comprometido. E sabe-se o compromisso que ele teria, o de engavetar as investigações e anunciar que o caso não tem solução ou quem sabe dizer que quem mandou matar a Marielle foi o porteiro.

Essa gente perdeu completamente a vergonha na cara e o cinismo passou a ser o modus operandi de quem tenta se agarrar ao que existe de mais imoral para seguir tocando a vida como se nada de grave envolvesse essa escória que governa o país e que o Ministro da Justiça trabalha como um leão de chácara.

Essa posição de Moro no caso Marielle diz muito sobre o envolvimento do clã.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por que Moro não federaliza o caso Queiroz e acha o miliciano?

Diante de um servo tão obstinado a cumprir as ordens do patrão, não custa nada perguntar imediatamente a Moro por que ele não aplica a metodologia que quer federalizar o caso Marielle e não federaliza o caso Queiroz?

Poderia ficar tudo em família, o clã, o miliciano faz tudo e o servo. Assim, junta-se tudo no mesmo júri num julgamento extraordinário. Poderia sugerir a Moro que ele também federalizasse o caso dos 39 kg de cocaína apreendidos pela PF espanhola, até porque no Brasil essa bola está quicando sem que os militares, a Polícia Federal ou mesmo as polícias estaduais coloquem a mão nessa cumbuca de uma quantidade de cocaína proporcional a oito pacotes de 5kg de arroz que que entrou no avião da FAB que integrava a comitiva de Bolsonaro, precisando da polícia espanhola para descobrir e apreender o enorme volume de pasta de coca.

A própria minimização dos crimes de Onix Lorenzoni já mostra que Moro acusa ou perdoa de acordo com seus interesses. Essa é sua regra única. Lógico, tudo justificado por uma determinada ética que cria suas próprias leis e estabelece quem deve ou não ser condenado.

Aqui nem se fala do acordão de Bolsonaro com Moro a respeito do cheque de R$ 24 mil que Queiroz depositou na conta da primeira-dama. Poderia ter federalizado essa picaretagem escancarada, mas, segundo seu código criminal particular, Moro achou o caô do miliciano, sublinhado por Bolsonaro, perfeitamente plausível. Afinal, a submissão de Moro a Bolsonaro, hoje, já é piada em qualquer copo sujo ou boca maldita.

Então, falar do crescimento exponencial do patrimônio de Flávio a essa altura do campeonato, não tem graça.

Na verdade, muita gente acha que Moro é o apêndice da orcrim do clã Bolsonaro. Até porque não dá para encobrir com palavrórios as suas contradições. Assim como Bolsonaro, Moro quer a pena de morte para jovens negros e pobres das periferias e favelas como sonha em controlar a Polícia Civil para que Carluxo seja poupado das suspeitas de ser o mandante do assassinato de Marielle.

Assim, o trabalho servil de Moro não vê limite para punir pobres com a morte, com o seu excludente de ilicitude na mesma medida que se supera na cara de pau quando saboreia o cinismo dizendo, em solidariedade ao patrão, que seu clã não tem nada a ver com a morte de Marielle.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Porteiro que citou Bolsonaro, sumido, aparece e recua dizendo que se enganou

O porteiro do condomínio Vivendas da Barra recuou em depoimento prestado à Polícia Federal nesta terça-feira, 19, e afirmou ter lançado errado o registro de entrada de Elcio Queiroz na casa 58, do presidente Jair Bolsonaro, na planilha de controle do condomínio. O funcionário disse que havia se sentido “pressionado” e deu a primeira versão para o episódio, no qual a entrada do suspeito de matar Marielle Franco foi autorizada pelo “Seu Jair”.

Apesar de dizer que se sentiu “pressionado”, o porteiro afirmou que ninguém o pressionou a prestar a versão em que menciona o presidente.

O funcionário foi ouvido no inquérito aberto para apurar o seu próprio testemunho no caso Marielle. A investigação foi solicitada pelo ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) para apurar “tentativa de envolvimento indevido” do nome de Bolsonaro nas investigações sobre o assassinato da vereadora.

O inquérito corre em sigilo e o Ministério Público Federal afirma que só se manifestará na conclusão do caso.

O porteiro disse que lançou errado na planilha e depois ele, porteiro, se sentiu “pressionado” – não que alguém o tenha pressionado e deu aquela primeira versão para o episódio.

O caso

A investigação teve início após reportagem da TV Globo mostrar que um homem chamado Elcio (que seria Elcio Queiroz, um dos acusados pela execução de Marielle) deu entrada no condomínio Vivendas da Barra em 14 de março de 2018 dirigindo um Renault Logan prata. Ele teria informado ao porteiro que iria visitar a casa 58, de Bolsonaro. O porteiro afirmou ter confirmado a entrada com o “seu Jair”.

O presidente, à época deputado federal, estava em Brasília conforme registros da Câmara dos Deputados.

Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos há 616 dias – março de 2018 – em circunstâncias até hoje não esclarecidas.

A repercussão do caso levou Moro a solicitar, via Procuradoria-Geral da República, a abertura de um inquérito na Polícia Federal para apurar o depoimento do porteiro.

Segundo o ministro, há “inconsistências” no depoimento do funcionário, o que poderia classificar o ato como “crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.

Aras aceitou o pedido de Moro e enviou o ofício ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que solicitou a abertura das investigações no dia 06. No mesmo dia, a Polícia Federal abriu o inquérito.

Federalização

Em setembro, a então a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o caso fosse conduzido em âmbito federal, o que será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) até o fim deste ano. Foi um dos últimos atos de Raquel no cargo.

A defesa de Lessa e Queiroz, inclusive, utiliza a manifestação de Raquel para pedir a suspensão do processo, alegando falhas na investigação e obstrução por parte da Polícia Civil.

A federalização do caso, no entanto, enfrenta resistências do Ministério Público do Rio, que comanda as investigações. Se aprovada, o caso deixará as mãos da promotoria estadual.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Defesa e Segurança Pública na gestão Michel Temer, Raul Jungmann, classificou como “injustificável” a ação do Ministério Público do Rio em barrar a federalização.

O Ministério Público repudiou as declarações do ex-ministro e afirmou que o acionou formalmente para dar explicações à Justiça.

 

 

*Paulo Roberto Netto e Fausto Macedo/Terra

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Bolsonaro acaba de legitimar oficialmente a invasão de milicianos de Guaidó a embaixada da Venezuela

Representante do Itamaraty, Maurício Correia, que acabou de chegar à embaixada da Venezuela, afirma que Brasil reconhece Guaidó como presidente e não Maduro. Governo Bolsonaro legitima a invasão. Qual é a ideia? Implodir o Brics a mando de Trump e dos EUA?

Vassalo dos Estados Unidos e Israel, Bolsonaro opera na Presidência da República como um lacaio a serviço da política mais espúria dos dois países, buscando isolar o Brasil e afrontar parceiros comerciais que vão custar muito às empresas e à população brasileira.

Não bastasse as denúncias que o aproximam do caso Marielle e da milícia carioca, Bolsonaro parece dobrar a aposta em um governo pirata que pretende caminhar fora da lei para produzir um confronto no Brasil de proporções perigosas.

Sua agressão pública a Mourão humilhando-o de forma inacreditável e sua guerra com ex-aliados do PSL, demonstram que Bolsonaro está sofrendo um surto de cólera, pois, além de apoiar o golpe na Bolívia ainda reconheceu a autoproclamada, senadora Jeanine Áñez, como presidente da Bolívia.

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Investigação do porteiro pela PF é outra aberração numa penca de aberrações

Reinaldo Azevedo

Pois é… Lembram-se do porteiro que, depondo duas vezes como testemunha, afirmou que, no dia 14 de março de 2018, interfonara duas vezes para a casa de Jair Bolsonaro para tratar da presença de Élcio Queiroz, o comparsa de Rossi Lessa, no condomínio Vivendas da Barra? A dupla é acusada de ter matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Pois bem… O tal porteiro, testemunha num inquérito, agora é alvo de investigação.

Atendendo, pois, às ordens que partiram de Bolsonaro, o MPF requisitou o inquérito sobre o assassinato de Marielle e Anderson como parte da investigação para saber se o porteiro cometeu crime de denunciação caluniosa, falso testemunho e obstrução da Justiça.

Ainda que assim fosse, são crimes que têm de ser apurados na esfera estadual.

Há uma penca de absurdos aí. O porteiro passou a ser investigado sem que se tenha feito uma perícia digna do nome no sistema que arquiva a comunicação entre a guarita e os moradores.

Temos agora uma testemunha de um inquérito conduzido pela Polícia Civil que está sendo investigado pela Polícia Federal.

Os crimes de que o porteiro é suspeito, ainda que tenham acontecido, não são federais. O fato de o suposto alvo ser Jair Bolsonaro não federaliza, por si, a investigação. O caso teria de ser conduzido pela Polícia Civil do Rio.

Estamos diante de uma soma de aberrações. E, no centro do imbróglio, está o Ministério Público do Estado do Rio.

Todos os promotores envolvidos com o caso Marielle deveriam ser imediatamente afastados.

Leiam a íntegra da coluna de sexta passada:

Desde a terça (29) à noite, quando o Jornal Nacional levou ao ar a reportagem sobre o surgimento do nome do presidente Jair Bolsonaro na investigação do caso Marielle Franco, ao momento em que escrevo esta coluna, experimento um desconforto que poderia ser estético. Algumas sinapses que se fazem por conta própria na minha cachola disparam o alarme: “Como está, a narrativa não faz sentido”.

Mas isso não é romance. Chamo a atenção para fios soltos, peças ausentes e comportamentos heterodoxos. E estou certo de que o Ministério Público do Rio é o detentor desses arcanos.

A Globo tem de se perguntar se não caiu numa armadilha, num “entrapment” jornalístico, que serviu para Bolsonaro posar de vítima e herói. Na lógica política, isso descarta Wilson Witzel como fonte da matéria —embora eu nunca especule a respeito.

Digamos que o porteiro tenha se enganado ou recorrido à má-fé em seus depoimentos. Como explicar, no entanto, o registro em livro da entrada do carro, com a placa e o destino: casa 58, justamente a de Bolsonaro?

Os depoimentos do porteiro foram tomados depois da tragédia, mas o registro no livro é contemporâneo ao ingresso no condomínio do Logan AGH 8202. O autor da anotação não tinha como saber que a linha que redigia, com zelo burocrático, viria a fazer história. A menos que adivinhasse: “Eles vão matar Marielle, e eu vou tentar ferrar Bolsonaro porque ele será presidente da República”. Isso tudo no dia 14 de março de 2018! Eis um romance impublicável.

A imagem da anotação no livro foi obtida depois que se quebrou a senha do celular de Ronnie Lessa, um dos assassinos. Ela lhe fora enviada por sua mulher. Pergunto: com que propósito a zelosa senhora fotografara a página? Resposta possível: para proteger o marido.

A primeira reportagem do JN informou que o registro da presença de Bolsonaro em Brasília contradizia os depoimentos do porteiro. Em entrevista coletiva na quarta (30), a promotora Simone Sibilio afirmou que perícia confirma ter sido Lessa a autorizar a entrada de Élcio Queiroz.

Tal perícia teria sido concluída na quarta-feira, no dia seguinte à reportagem. Sibilio estava ao lado da também promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, bolsonarista de carteirinha —no caso, de camiseta.

Membros do MP do Rio tinham ido a Brasília conversar com Dias Toffoli, presidente do STF, para saber se poderiam continuar com a investigação, uma vez que o nome do presidente tinha aparecido no rolo. Sibilio e a bolsonarista estavam entre eles?

Tal encontro se deu sem o conhecimento do juiz responsável pelo caso, o que é de espantosa heterodoxia. Foram participar uma “notícia de fato” ao ministro. Sem o conhecimento do juízo original, virou consultoria gratuita feita por ministro do STF. E o encontro se deu antes da perícia —também realizada, a seu modo, na portaria, por Carlos Bolsonaro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou de factoide o episódio envolvendo o presidente e disse que a questão já havia sido arquivada pela PGR e pelo STF antes da reportagem. Seria o arquivamento formal de um procedimento informal?

Bolsonaro deixou claro que já tinha ciência havia dias de que seu nome passara a figurar no caso. A fluência atípica da indignação no seu vídeo, apesar da retórica peculiar, pareceu-me de cara bem mais do que improviso. “Entrapment”.

Sergio Moro manda, e Aras topa, o MPF abrir inquérito contra testemunha de investigação ainda em curso para apurar se o porteiro cometeu denunciação caluniosa, obstrução da Justiça e falso testemunho, condutas que, em existindo, são apuradas na esfera estadual. A AGU determinou que a Procuradoria-Geral da União investigue o vazamento. São aberrações inéditas.

Bolsonaro está ensinando como Dilma Rousseff deveria ter se comportado durante o petrolão. O que faltou à petista para se manter no cargo foi estuprar a institucionalidade. É bem verdade que ela não tinha um ministro da Justiça do nível de Moro. E não contava com um Aras na PGR.

Nesse romance sem pé, mas com cabeça, faltam mordomo e caseiro.

Então prendam o porteiro.

 

 

*Do Blog do Reinaldo Azevedo/Uol

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Cerco fechado: Com ordens de Moro, PF parte para investigar porteiro que citou Bolsonaro no caso Marielle

Em mais uma demonstração de uso político da corporação pelo ministro Sérgio Moro, a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar se o porteiro que afirmou que um dos suspeitos de matar Marielle Franco foi à casa de Jair Bolsonaro (PSL) poucas horas antes do crime cometeu os crimes de obstrução da Justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa.

A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar possíveis crimes por parte do porteiro que afirmou que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi à casa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) poucas horas antes do crime.

A PF atendeu a um pedido do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. A requisição é consequência de um ofício no qual o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu a instauração de um inquérito para apurar as circunstâncias da citação ao presidente. O ofício foi remetido ao MPF-RJ na última quarta-feira (30) pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, o MPF no Rio requisitou o inquérito para esclarecer se o porteiro cometeu os crimes de obstrução da Justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa. Também será investigado se o porteiro caluniou ou difamou o presidente da República, crime previsto no artigo 26 da lei de Segurança Nacional.

Segundo o depoimento do porteiro, ao interfonar para a casa de Bolsonaro, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada. O suspeito, no entanto, teria ido a outra casa dentro do condomínio —a de Ronnie Lessa, outro acusado de ter matado a vereadora.

 

 

*Com informações do 247

 

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Porteiro está sumido há 27 dias

Com os antecedentes que Bolsonaro seus filhos têm e tentam descaracterizar, inclusive a cena do crime, numa clara violação para obstruir a justiça, como confessou Bolsonaro sobre a secretária eletrônica da portaria do seu condomínio, saber que o porteiro está sumido há 27 dias, dá um frio na espinha, principalmente porque se trata de uma história que envolve assassinos frios que mataram Marielle.

A coluna de Lauro Jardim desta segunda-feira (4) deu o alerta:

“Há 27 dias o porteiro — personagem relevante, mas ainda sem nome — do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro morou até 31 de dezembro e onde mora um dos filhos do presidente — deu o primeiro de dois depoimentos polêmicos no caso Marielle.

Em seguida, o porteiro entrou de férias. E, sabe-se lá o porquê, ainda não prestou um novo depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Cadê o porteiro?”

O que mais assombra nisso é que na semana passada, Bolsonaro citou a “ponta da praia” para se referir aos servidores públicos de órgãos federais ambientais:

“Eu tenho ascendência, porque os diretores, o presidente têm mandato, porque se não tivessem, eu cortava a cabeça mesmo. Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não”, disse o presidente durante transmissão feita em suas redes sociais.

Ponta da praia, para quem não sabe, era um local de execução da ditadura militar no Rio de Janeiro.

E quem não sente calafrios pensando no porteiro, sumido há 27 dias, depois dessa declaração de Bolsonaro, se o sujeito se mostra um fanático por torturas e assassinatos durante a ditadura militar.

Não vamos apressar os passos para chegar a conclusões ou mesmo acender fogueira para queimar as bruxas, mas o tom agressivo de Bolsonaro faz temer pela vida do porteiro.

Bolsonaro vem de uma cultura perturbada que produziu muito sangue nesse país. Vai que ele acha que o porteiro quis atrapalhar o progresso do Brasil.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto: DepositPhotos