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Dois dias após o acordo com a mídia de banco para tirar o nome de Flávio das manchetes, Bolsonaro libera o Bolsa Banqueiro

Bolsonaro e a mídia já nem disfarçam mais. O jogo agora é às claras.

Os jornalões, que em editoriais gastavam tintas a balde para atacar o Bolsa Família nos governos Lula e Dilma, não deram uma linha sequer em destaque para esse decreto pornográfico que recria o Bolsa Banqueiro da era FHC.

Ninguém vai malhar o presente que Bolsonaro deu aos patrões do baronato midiático.

Até porque é bom não levantar lebre com a quebradeira dos bancos, ou vão descobrir que os números da economia brasileira são mais que manipulados, são inventados, sobretudo pela mídia de frete.

Mas o fato bizarro nesse episódio é que ele se deu justamente dois depois de Bolsonaro convocar uma coletiva com a mídia e avisar que quem manda em seu governo é Paulo Guedes e não ele.

A senha estava dada para avisar que a grana pública para salvar os cofres da agiotagem corrente estava selada.

A mídia tinha se comprometido a tirar o nome de Flávio Bolsonaro da capa e Bolsonaro a entregar literalmente o ouro aos bandidos, e assim foi feito.

Os dois lados cumpriram o acordo e os banqueiros e milicianos viveram felizes para sempre, como sempre.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Raposa no comando do galinheiro: Banco Central na mão do mercado e concentração bancária impedem desenvolvimento do país

Economista Paulo Nogueira Batista Jr. critica atuação do setor financeiro e diz que modelo de gestão do BC é praticamente uma forma de corrupção.

O Banco Central atualmente está nas mãos daqueles que ele deveria regular, defende o economista Paulo Nogueira Batista Jr., que foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos BRICS em Xangai, e diretor-executivo no Fundo Monetário Internacional (FMI). “Eu me refiro ao comando do BC. Então, enquanto nós não rompermos com isso, acho pouco provável que o sistema financeiro fique realmente arejado e competitivo, e facilite o desenvolvimento da economia”, afirma.

“O que eu vejo historicamente no Brasil é que o comando do BC tem sido marcado pelo que nos Estados Unidos se chama de porta giratória, ou seja, a entrada no comando do BC de pessoas oriundas do mercado financeiro, que vão para o BC e voltam para o mercado. São posições de destaque, com altas remunerações – e é uma forma de corrupção, porque o sujeito só consegue transitar por essa porta giratória se ele dançar conforme a música, enquanto for autoridade monetária”, avalia o economista, em entrevista ao jornalista Rodolpho Gamberini, do canal O Planeta Azul.

A análise feita por Batista Jr. celebra a velha imagem do galinheiro dominado pelas raposas, uma imagem gasta, mas que no caso do BC se renova a cada governo, uma hora porque se fala em “autonomia” do BC, outra em “independência” – dois eufemismos para assegurar que a instituição monetária se mantém a serviço do setor financeiro.

Na entrevista, outro grande problema colocado por Batista Jr. sobre a atuação do setor financeiro no país é a concentração bancária, que segue em expansão, e prejudica o desenvolvimento da economia. “Nós temos uma concentração bancária muito elevada na comparação com a concentração média mundial. São cinco bancos que dominam o mercado. E a concorrência fica prejudicada pela concentração. A concorrência é limitada. E isso faz com que você tenha spreads, diferença entre as taxas do setor bancário, fora do normal”, avalia.

Paulo Nogueira Batista Jr.: “Nós temos uma concentração bancária muito elevada na comparação com a concentração média mundial”

Ao olhar para a concentração bancária e a questão de juros, o economista diz que “a taxa básica caiu, finalmente, mas não chega na mesma medida na ponta (para o consumidor). E aí você tem taxas de juros altas. E mesmo com esse tabelamento do cheque especial, em um nível estratosférico”, diz.

“E você tem claros indícios de que a concentração prejudica a economia”, defende ainda. Ele diz que para atuar contra a concentração do sistema bancário, seria preciso ter pulso firme pelos órgãos reguladores, notadamente pelo BC que, contudo, é guiado pelos interesses do mercado financeiro.
‘Apartado da política’

A capacidade técnica do BC, alardeada pelos representantes do mercado financeiro, não é nada mais do que pura ideologia também. “Em relação ao Coaf, o BC é o órgão mais apartado da política”, afirmou na quinta-feira (19) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto), segundo reportou a Agência Estado, ao acompanhar sua fala sobre mudanças do mercado de câmbio no país.

Campos Neto se referia à transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central (BC), aprovada pelo plenário do Senado na terça (17), em sua última sessão do ano, ao apreciar a a Medida Provisória (MP) 893/19.

Com a expressão “apartado da política”, o economista supõe que a gestão do BC é correta e justa, isenta, mas quem acompanha a política sem criminalizá-la sabe que não existe ato, individual ou coletivo, que não tenha teor político. Já a aprovação da MP consolida um processo que começou em dezembro de 2018, quando o Conselho, que reúne dados sobre movimentações financeiras, forneceu informações para uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a prática de rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, durante mandato como deputado estadual pelo Rio.

Desde então, Bolsonaro tentou transferir o conselho para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, conduzido pelo ex-juiz Sergio Moro, mas a mudança ficou restrita ao período de janeiro a maio, quando o Congresso decidiu que o conselho deveria voltar para a pasta de Economia.

Agora, com a manifestação do Senado, o intento do governo se confirma. Mas não deixa de ser estranho que um conselho que tem poder para monitorar operações financeiras e aplicar penas administrativas sobre instituições financeiras esteja sob o guarda-chuvas de uma instituição, o BC, que notadamente desde o governo de Fernando Henrique Cardoso se empenha em assegurar as condições para o crescimento da concentração bancária no país.

 

 

*Paulo Nogueira Batista Jr./Rede Brasil Atual

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Agrava a situação de Flávio Bolsonaro: MP afirma que ele confessou ter lucrado 82% a mais do que declarou

A situação do senador Flávio Bolsonaro agrava-se a cada dia, com repercussão direta sobre a situação política de todo o clã. Agora, o Ministério Público do Rio constatou que ele retirou de sua empresa R$ 793,4 mil de receita nos três primeiros anos de atividade da loja de chocolates, 82% mais que o lucro declarado pela Bolsotini à Receita (R$ 435,6 mil).

Além disso, ele recebeu quase o dobro dos lucros da Bolsotini Chocolates e Café em relação a seu sócio, que tem a mesma participação na empresa.

De acordo com o MP-RJ, Flávio disse ter retirado R$ 793,4 mil de receita nos três primeiros anos de atividade da loja de chocolates, inaugurada em 2015. Só que a própria Bolsotini informou, em declarações de informações socioeconômicas e fiscais (DEFIS) relativas ao Simples nacional, que Flávio obteve, na verdade, R$ 435,6 mil no período. Segundo o MP, a Bolsotini não apresentou declaração de Imposto de Renda na mesma época.

A investigação também aponta divergências nas retiradas de Alexandre Santini, responsável por metade da sociedade com Flávio Bolsonaro. De acordo com os documentos, Santini declarou lucros de R$ 288,9 mil, valor mais de R$ 24 mil abaixo da transferência que a Bolsotini informou à Receita Federal.

Considerando os valores efetivamente retirados pelos dois sócios, o MP conclui que Flávio obteve quase R$ 500 mil a mais do que Santini nos três anos iniciais de atividade da loja. O valor equivale à cota de participação que deveria ter sido paga por Santini na empresa. Por outro lado, o MP não identificou aportes do sócio de Flávio até o fim de 2018. informam os jornalistas Bernardo Melo e Juliana Casto em O Globo.

 

 

*Com informações do 247

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Ex-funcionário de Flávio Bolsonaro (Tenente-coronel da PM) passou 248 dias no exterior e recebia salário da Alerj

O Tenente-coronel da PM é um dos que depositaram recursos para Queiroz.

Outro ex-assessor parlamentar do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio Wellington Servulo Romano da Silva, de 48 anos, também é suspeito de irregularidades.

Ele passou 248 dias fora do Brasil durante o período de um ano e quatro meses em que trabalhou para o filho do presidente eleito e, ainda assim, recebeu os salários e as gratificações.

De acordo com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Servulo Romano da Silva não tirou licença no período em que trabalhou na Casa. As informações foram reveladas nesta quarta-feira em reportagem do Jornal Nacional.

O ex-assessor é um dos servidores que transferiram recursos para Fabrício de Queiroz, ex-motorista de Flávio que, segundo relatório do Coaf, teve movimentação atípica de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. O documento aponta que Servulo fez uma transferência de R$ 1,5 mil para Queiroz.

As viagens do ex-assessor eram para Portugal. De acordo com a reportagem, em 24 de abril de 2015, Servulo deixou o país e ficou no exterior 44 dias. Nesse período, recebeu o salário de R$ 5,4 mil como funcionário da vice-liderança do PP, partido de Flávio à época. No mesmo ano, viajou outras quatro vezes para Portugal. Em 2015, totalizou 119 dias fora do Brasil. A última viagem daquele ano foi em 16 de dezembro e a volta aconteceu em 31 de janeiro de 2016.

Ainda de acordo com o Jornal Nacional, o ex-assessor fez outra viagem entre 9 de março e 8 de abril de 2016. Em 1º de abril, enquanto estava fora do país, Servulo foi dispensado do cargo na vice-liderança do PP. Em abril e maio, ele não aparece na folha de pagamento da Alerj. Em 18 de maio de 2016, o ex-assessor foi nomeado para trabalhar no gabinete de Flávio, mas dois dias depois embarcou de novo para Portugal, com destino a Lisboa.

 

 

*Com informações de O Globo

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Vídeo: Ainda veremos Bolsonaro e seus filhos saírem algemados do poder, diz Florestan Fernandes Jr.

Em entrevista à TV 247, o jornalista Florestan Fernandes Jr. afirmou que acredita na prisão de Jair Bolsonaro e filhos em 2020 como desfecho da investigação sobre o esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro.

O jornalista Florestan Fernandes Jr. afirmou à TV 247 que acredita na prisão de Jair Bolsonaro e filhos em 2020. Para ele, este será o desfecho da investigação do esquema de rachadinha no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual na Alerj, que envolve seu ex-assessor Fabricio Queiroz e Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, grupo de miliciano suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco.

“Eu não ficaria surpreso de no ano que vem assistir a uma imagem do senhor presidente da República sendo algemado e levado, junto com os filhos, para o mesmo lugar onde está o Sérgio Cabral, talvez sendo colegas de sala e jogando xadrez”, disse Florestan.

Para o jornalista, a família Bolsonaro já cumpriu seu papel para a elite e, com os recorrentes ataques aos grandes grupos de comunicação do Brasil, ela pode ser descartada rapidamente. “Eu acho que ele cumpriu a função dele. Como com o Eduardo Cunha a missão era o impeachment da Dilma, a missão do Bolsonaro era fechar a reforma da Previdência e privatizar o patrimônio nacional por meio do Guedes. Agora ele não tem muita serventia, mesmo porque ele vive peitando os senhores da comunicação. Acho que a batata dele cozinhou porque o histórico dele é muito complicado”.

Florestan ainda ressaltou as tentativas de Jair Bolsonaro de se esquivar dos questionamentos acerca do esquema envolvendo seu filho Flávio e sua ex-esposa Ana Cristina Valle. “Levaram um ano e dois meses para chegarem no Queiroz. Será que esse tempo não foi suficiente para ele destruir provas e outras coisas importantes para a gente entender o funcionamento desse esquema que foi montado pela família Bolsonaro durante décadas? Só o Bolsonaro tem 28 anos como parlamentar, no Rio de Janeiro e Brasília. O esquema envolve a ex-mulher, mas o Bolsonaro cisma em dizer que não tem nada a ver com isso, que isso é problema dos filhos dele e que perguntem apenas o que diz respeito a ele. O que diz respeito a ele, por exemplo, é que a filha do Queiroz foi funcionária dele e não aparecia para trabalhar”.

Assista à entrevista:

 

 

*Com informações do 247

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Loja da Kopenhagen de Flávio Bolsonaro tinha volume de depósitos em dinheiro muito acima de negócios semelhantes

A porcentagem aumentava nos dias próximos do recebimento de salários dos assessores da Assembleia Legislativa do Rio e MP aponta lavagem de dinheiro.

Desde que o senador Flávio Bolsonaro assumiu a franquia da loja da Kopenhagen do shopping Via Parque, zona oeste do Rio de Janeiro, até 2018, o volume de depósitos em dinheiro vivo foi o equivalente a 37,5% dos recebimentos por cartões de débito e crédito. De 2015 a 2017, atingiu 41,8%, de acordo com reportagem de Ana Luiza Albuquerque, da Folha de S. Paulo.

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o volume de depósitos em espécie na conta da franquia do filho do presidente era desproporcional em relação a negócios semelhantes.

Em depoimento ao MP, o antigo proprietário da loja declarou que essa proporção girava em torno de 20%, o que confirma a apuração.

A investigação aponta, ainda, que a entrada dos recursos em dinheiro em favor da empresa coincidia com os dias em que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), arrecadava parte dos salários dos empregados do filho do presidente, quando ele era deputado estadual.

A suspeita principal é de que a loja foi usada para a lavagem de dinheiro no esquema de “rachadinha”.

Os depósitos em espécie nas contas da loja teriam como objetivo “esquentar os recursos obtidos ilegalmente”, conforme avaliação da Promotoria.

De acordo com as apurações, o volume de créditos efetivos nas contas da loja suplantou em 25% o faturamento auferido pelos fiscais do shopping de 2015 a 2018. Em valores absolutos, a diferença chega a R$ 1,6 milhão.

 

 

*Com informações da Forum

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Vídeo: Mídia perfilada, suprime o fato mais grave da denúncia da PF e MP sobre os assassinos de Marielle lotados no gabinete de Flávio

Não se viu, até o presente momento, ninguém da mídia industrial sublinhar e colocar em debate o fato de Adriano Magalhães da Nóbrega, sócio de Ronnie Lessa no Escritório do Crime, ambos acusados de assassinar Marielle, aparecerem nessa denúncia muito mais próximos do clã Bolsonaro do que foi revelado até então.

Ora, nesse caso nem é preciso juntar os fios, porque eles nem estão soltos, ao contrário, estão plugados tanto no gabinete de Flávio Bolsonaro quanto agora no Palácio do Planalto com Bolsonaro.

O fio condutor que faz esse elo é o Queiroz, já que Adriano da Nóbrega recebeu do cartel Bolsonaro parte dos salários do esquema de rachadinha.

Convenhamos, fala-se aqui de um dos acusados de participar do assassinato de Marielle e sócio do Escritório do Crime de, nada mais, nada menos que Ronnie Lessa, o vizinho de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra que, junto com outros integrantes do mesmo escritório e Élcio de Queiroz, participou da execução da vereadora do Psol, o que gerou também o depoimento do porteiro sobre a casa 58 e a voz do seu Jair que Moro, através de intimidação, conseguiu neutralizar.

Ao contrário de focar nesse ponto, que é o mais grave do que foi revelado até agora, do caso Queiroz e Flávio Bolsonaro, a mídia, rapidamente, conseguiu focar a denúncia apenas em fatos ligados à lavagem de dinheiro envolvendo essa organização criminosa.

Com isso, o caso Marielle foi abafado, pois em hora nenhuma a Globo em seus telejornais, citou sequer o nome de Marielle como vítima fatal desse cartel. Isso sem falar do fumacê que o próprio Bolsonaro e Flávio estão produzindo para que essa questão não seja colocada no centro do debate. Basta observar o vídeo de Flávio para concluir que ele fala de tudo, menos desse que é o fato mais grave, a execução de Marielle por milicianos ligados ao seu gabinete, sócios do vizinho de seu pai na Barra da Tijuca.

Cabe à mídia independente focar nessa questão que, por motivos óbvios, a mídia industrial, historicamente tucana, blinda a família Bolsonaro naquilo que, se confirmado, derruba Bolsonaro instantaneamente.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Seu Jair da casa 58 é o verdadeiro chefe de Queiroz

Em 2016, Donald Trump disse que nem um flagrante de homicídio abalaria a fidelidade de seus eleitores. “Eu poderia atirar em alguém no meio da Quinta Avenida e não perderia nenhum voto, ok? É incrível!”, gabou-se.

Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro acredita dispor dos mesmos superpoderes. Só isso pode explicar o fato de o presidente ter se referido às investigações conduzidas pelo Ministério Público do Rio como “pequenos problemas”.

O presidente disse ontem que não tem “nada a ver” com o vaivém de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. É uma versão capenga, porque as principais decisões tomadas ali passavam pelo chefe do clã.

Jair é um velho parceiro de Fabrício Queiroz, apontado como operador da “rachadinha” do Zero Um. Quando os dois ficaram amigos, Flávio tinha apenas 3 anos. O ex-PM estava lotado no gabinete do filho, mas seu verdadeiro chefe era o pai.

“Conheço o senhor Queiroz desde 1984. Nós somos paraquedistas. Nasceu ali, e continua, uma amizade”, disse Bolsonaro quando o escândalo veio à tona. Em maio, ele contou que o amigo lhe pediu ajuda quando enfrentava “problemas” na polícia. “Aí ele começou a trabalhar conosco”, relatou, usando a primeira pessoa do plural.

Queiroz depositou R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente atribuiu os repasses a um empréstimo informal. Nunca explicou por que o ex-PM precisaria de sua ajuda financeira — de acordo com o Coaf, ele movimentou R$ 7 milhões em três anos.

O amigo de Bolsonaro recebeu ao menos R$ 203 mil da mãe e da mulher do miliciano Adriano da Nóbrega, hoje foragido da polícia. As duas estavam penduradas no gabinete do Zero Um, que condecorou o ex-capitão do Bope quando ele estava preso por homicídio. O dinheiro passou por contas de Adriano antes de ser devolvido a Queiroz.

De acordo com o Ministério Público, Flávio usava uma loja de chocolates para lavar dinheiro da “rachadinha”. Ontem ele citou o negócio para justificar uma série de repasses suspeitos. Segundo o senador, o sargento que depositou R$ 21,2 mil em sua conta gastou tudo com doces. Se atirasse em alguém na rua, Trump teria uma desculpa mais criativa.

 

*Por Bernardo Mello Franco (O Globo)

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O PM Chocólatra de Flávio Bolsonaro

Segundo a Época, o sargento da Polícia Militar Diego Ambrósio, que pagou um boleto de R$ 16,5 mil do apartamento de Flávio Bolsonaro, e foi um dos alvos da busca e apreensão de ontem feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, passou a quinta-feira em contato com o Bradesco, pedindo ao banco extratos que o permitam provar que ele não faz parte do esquema de desvio de dinheiro público de que Flávio é suspeito.

Em entrevista exclusiva à coluna de Guilherme Amado, enquanto mexia em 160 folhas de extratos fornecidas pelo banco, o chocólatra Ambrósio deu sua versão sobre o pagamento e sobre os repasses feitos por ele ao então deputado estadual e a dois ex-funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.

Segundo ele, o pagamento do boleto foi um favor a Flávio, feito durante o churrasco de comemoração que eles faziam pelo resultado inesperado que o amigo tivera na eleição municipal de 2016.

Mas durante a entrevista, Ambrósio se enrolou e disse não se lembrar exatamente como foi reembolsado por Flávio, mas depois entrou em contato para informar ter lembrado que Flávio o pagou os R$ 16 mil em espécie, e ele usou o dinheiro para pagar contas de sua empresa de serviços de segurança, a Santa Clara.

O outro repasse, cujo valor ele não identificou, diretamente na conta da loja Kopenhagen de Flávio, teria sido referente à compra de panetones.

Ambrósio fala também de Fabrício Queiroz e da acusação de que ele intimidou moradores de Copacabana para contratar sua empresa de segurança: “Conheci logo o Queiroz, não tinha como uma pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz, porque o Flávio só tinha um motorista full time. Qualquer lugar a que o Flávio ia, era o Queiroz que ia. Não existia a possibilidade de a pessoa conhecer o Flávio e não conhecer o Queiroz.”

E segue: O Queiroz tinha um status, trabalha como motorista do Flávio, da família Bolsonaro, uma família que tinha grande chance de crescer dentro da política. Você vê ele [Queiroz] com um diferencial. Nesse meio tempo, o conheci, criei vínculo de amizade como criei com o Flávio, porque a relação com Flávio e Queiroz era junto. Estavam juntos. Não tinha como chamar o Flávio e não ver o Queiroz.

É, logo ali na esquina. Falei: “Flávio, 2016 e a gente sair de uma festa para pagar uma conta, está de sacanagem? Paga no seu telefone”. Ele falou que o aplicativo dele não conseguia, porque para pagar tem de ter autorização. Aí nós estávamos nessa confraternização do fim de campanha, tomando uma cerveja, comendo um churrasco, e eis que ele me vem: “Olha, vamos embora que eu tenho de passar ali no Itaú antes que feche. Eu tenho que pagar uma conta”. Falei: “Pô, não é plausível você interromper um churrasco para encarar 40 minutos de fila num banco em 2016”. Não é verdade? Eu não sabia nem que conta era. Ele falou: “Tenho de pagar um carnê do financiamento do meu apartamento. Vence hoje, e o valor é alto, um dia de juros é coisa de R$ 1000”. Aí eu falei: “Faz o seguinte: Vou tentar pagar aqui na minha conta. Era outro nome, né? Se eu conseguir pagar, amanhã você me dá o dinheiro”. Fui e paguei na minha conta, beleza. E ele me ressarciu. Não consigo te precisar como ele me ressarciu. Eu estou agora com os meus extratos aqui. Estou tentando ver se foi transferência, se me deu o dinheiro em mãos, se me pagou um pedaço num dia e outro pedaço no outro. Porque ele também precisaria ir a um banco sacar o dinheiro. Ter aquele dinheiro disponível. Porque não é uma quantia de R$ 500 que você tem na carteira. Aí as pessoas fazem esse estardalhaço em falar que eu paguei uma conta de R$ 16 mil ganhando R$ 4 mil. Só que as pessoas esquecem que eu sou sócio de uma empresa, e a minha vida é pautada nos ganhos da minha empresa, entendeu?

Que dia foi isso?

O pagamento da cobrança do Flávio foi dia 3 de outubro, e nesse dia meu saldo bancário terminou negativo em R$ 21.147, por conta dessa transferência. No outro dia, eu supri o meu saldo com uma transferência de R$ 20.450, da conta da empresa para a minha conta. E provavelmente o Flávio me restituiu. Como foi? Não lembro. Tem muito tempo, isso. Mas ele me restituiu porque, meu irmão, não dou dinheiro para homem. Dou até para mulher, mas para homem não dou. Nesse dia, 3 de outubro, fiquei devendo R$ 21 mil, cara. (Mais tarde, Ambrósio entrou em contato para dizer que se lembrou que Flávio pagara a ele em dinheiro e, com esse dinheiro, ele pagou contas de sua empresa.)

Você não consegue ver nos dias seguintes a esse pagamento a entrada, transferência, depósito que você fez na conta?

Não, não tem. Mas ele me restituiu com certeza, irmão. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou, se foi em dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui, mas não consigo te precisar, porque estou com um maço de 200 papéis aqui, estou totalmente perdido.

A entrada, transferência, depósito que fez na conta?

Não tem. Mas ele me restituiu, com certeza. Ele não ficou me devendo. A forma como ele me pagou , se foi dinheiro, se foi um dia depois, dois dias depois, se parcelou, se transferiu para a minha conta, estou procurando. Se estiver na conta, está aqui. Mas não consigo precisar, porque estou com um maço de 200 papéis, que estou totalmente perdido. Seria interessante frisar a transferência de R$ 16.564,81 no dia 3, e no próprio dia 3, minha conta fechou com débito em R$ 21.147,68. Não paguei juros porque, como sou funcionário público, tenho dez dias sem juros no banco. E no outro dia, recebi alguns depósitos na minha conta e complementei com R$ 21.450 da minha empresa. Tirei da minha conta da empresa e transferi para mim.

Você, na ocasião, não estranhou que ele tivesse esse valor, com um salário de deputado não tão maior assim? O salário de um deputado estadual, hoje, 2019, são R$ 25 mil brutos.

É, não… Eu não, não… Assim, se ele tinha uma prestação aprovada no nome dele… Eu nem lembro. Hoje se fala que era no nome da esposa, né? Mas eu não sabia. Não lembro se era no nome dele ou da Fernanda. Não lembro. Eu sei que eu paguei a conta. Mas o Flávio tem um rendimento alto, né? Já era deputado. Ele tinha a empresa dele, eu sei que ele tem lá a loja de chocolate. A esposa dele também trabalha. Ela é dentista, salvo engano foi militar, tem rendimentos. Então quando tem uma prestação de R$ 17 mil para vencer, eu não sei, né? Não é da minha alçada. Mas não vi estranheza nenhuma nisso. Até porque era uma coisa particular dele. Eu estava quebrando um galho para ele. Não dá para fazer uma auditoria financeira da minha vida para lembrar de tudo. Eu estava fazendo um favor para um amigo.

De 2016 para cá, você trabalhou na campanha do Flávio? Em 2018 também?

É. De 2016 para cá, eu estava cedido em uma secretaria de Estado daqui do governo. Aí disseram agora que eu fiz dois depósitos, transferências, para ex-assessores dele, nesse mesmo ano de 2016. Não tem isso também? É o Fernando Pessoa, o designer gráfico dele, e o (Marcos) Domingos, um sargento da PM. O Fernando me ajuda muito em identidade visual na minha empresa, fez alguns serviços para mim. Eu não posso precisar se foi isso. De repente comprei alguma coisa, paguei alguma coisa para ele, ou transferi um dinheiro para ele, para dar tipo um agrado em um serviço que ele fez para mim. Não sei, mas tenho uma relação de amizade com o Fernando.

Você conheceu o Fernando por meio do Flávio?

Eu o conheci no gabinete. Por coincidência, ele mora em Nova Iguaçu, vizinho da minha cidade, Mesquita. Quase todo final de semana eu estava em Mesquita ou tomava uma cerveja com o Fernando. Pagode, entendeu? Aí, três anos depois, a pessoa vai me ligar e falar assim: “Você fez uma transferência de X para o Fernando em 2016?”. Pô, meu querido, nem sei se eu fiz. Mas é bem provável. O cara é meu amigo. Não lembro. Será que foi alguma conta de um almoço que eu reembolsei depois? E o Domingos é um policial amigo meu, olha que interessante, ele estava nessa reunião em que conheci o Flávio, em 2010. O Domingos é um policial que foi lotado no gabinete do Flávio. Só que o Domingos é meu amigo de 15 anos. Trabalhamos juntos em 2007 no 19. Em 2010, o Domingos participou dessa reunião junto com inúmeros policiais que organizei ali em Mesquita, para o Flávio e para o Jair. Tenho foto dessa reunião com o Domingos, entendeu? É uma forma de eu mostrar que minha relação com o Domingos não é dali do gabinete. Eu conheço o cara há dez anos. “Ah, mas por ventura depois ele veio trabalhar”. Isso foi caso forçado. Ele e um monte de gente, pô.

O pagamento foi Domingos foi o quê?

Eu não sei precisar, porque foi um único… Falam como se eu tivesse feito transferências pontuais mensais, quando na verdade foi uma única transferência, que eu nem sei se existiu. Eu tenho de olhar aqui, nos extratos, e assim que eu tiver o valor, data certinho, eu te mando. (Depois da entrevista, Ambrósio enviou valores estimados dos depósitos, e disse ter lembrado que o valor para Domingos era referente a uma caixa de som).

Você não sabe o que foi?

Olha, eu liguei para o Domingos para perguntar, e ele falou que eu nunca transferi nada para ele. Só que o Domingos tem 280 quilos. A gordura está tomando conta do cérebro dele. Então ele não lembra qual o tipo de hambúrguer do McDonald’s que ele comeu ontem, quanto mais o que aconteceu em 2016. Você já viu que o cara magro arrasa os gordinhos, né? (risos).

Você não tem certeza de nenhum dos dois depósitos. O do Fernando, você supõe que seja uma remuneração por um serviço que ele fez para você, e o do Domingos você não lembra nem sequer se houve. É isso?

Alguma coisa que ele ajustou para mim, alguma identidade visual da minha empresa, entendeu? Naquela época eu não tinha o serviço de marketing que eu tenho hoje. Ele ali fazia o serviço, fez alguma coisa para mim, e eu dei um agrado para ele, efetuei o pagamento. Alguma coisa desse tipo. Eu acredito que seja. Pô, é uma covardia, né? O que você fez em julho de 2016…

Como você avalia a condução do caso Queiroz, a defesa do Flávio até aqui?

Ele tem essa tática de empurrar com a barriga. Não funciona. Vou muito ao encontro. Estou procurando a imprensa para dar meu depoimento, dos fatos. É isso que eu quero mostrar.

Quando seu nome apareceu na história, você ligou para ele?

Não tenho contato com o Flávio há mais ou menos… Quando ele foi para Brasília, o contato acabou, porque eu não vou para lá, não sou remunerado por ele, não trabalho por ele, não vou pagar R$ 4 mil numa passagem para falar: “Oi, Flávio, tudo bem?”. Quando ele vem para o Rio, algumas vezes pontuais coincidiam com a minha folga, e eu falava: “E aí, Flávio, está no Rio?” “Estou no Rio, vou no evento tal”. “Vou te buscar”.

Ainda não falou com ele sobre esse episódio?

Ainda não. Não falo com o Flávio há exatamente seis meses. Sem trocar telefone nem WhatsApp, porque ele é senador, o filho do presidente, chegar nele é uma coisa quase impossível. Não vou lá para falar com ele, porque tenho minhas demandas de trabalho aqui também. Não tenho disponibilidade nem de tempo, nem de dinheiro. Mas quando vem para o Rio, algumas vezes dentro desse ano, me incorporei na equipe dele para ter a oportunidade, dar uma abraço, perguntar como está, a amizade continua.

Você, nesse período todo em que o conhece, nunca foi lotado em nenhum gabinete dele?

Nunca trabalhei diretamente com ele. Nunca.

Você já indicou alguém para trabalhar com ele alguma vez?

Não.

Você foi investigado por intimidar moradores de Copacabana para que contratassem serviços de segurança?

Isso foi na parte da empresa. Explico tudo. Pode perguntar.

Quando criou a empresa?

Criei em 2014. Ela trabalha especificamente com três serviços: terceirização com serviço de portaria, portaria e vigia; limpeza; e instalamos alarmes, segurança eletrônica. Instalamos alarmes em condomínios, alarmes antiarrombamento. Basicamente.

Ela começou com esse escopo todo ou foi ganhando?

Você monta a empresa e, de acordo com a demanda, você vai acoplando. Já estou na minha quarta alteração contratual. Vai aparecendo uma oportunidade de trabalho, não está no seu escopo, você inclui serviços. As pessoas falam que operei serviço de segurança, o que nunca houve. Nunca houve. Operei serviço de portaria, terceirização de serviço de portaria, monitoramento de bens de pessoas com controle de acesso, instalação de serviço eletrônica.

Quando fala portaria, o que quer dizer especificamente?

Trabalho com condomínio.

Guarita?

É, condomínio. Porteiro, vigia, vigia noturno, limpeza de condomínio, qualquer serviço eletrônico, a minha empresa trabalha. Portão, porta automatizada, câmeras, sistema de alarme, aquela cerca que toca alarme. A empresa se chama Santa Clara Serviços.

Como se chegou a essa história sobre moradores de Copacabana?

Chegou ao Globo uma denúncia de que está havendo intimidação de moradores por parte de empresas de segurança. A acusação repetia aquela velha história: “Se você não me contratar, vou fazer isso, isso e isso”. Expliquei para o repórter que minha empresa trabalhava e nisso saiu uma matéria no Globo, vinculando meu nome e o nome da empresa. Abriu um inquérito policial militar. Esse inquérito durou seis meses e foi arquivado por falta de materialidade. Em contrapartida, peguei carta de referência de todos os meus clientes e apresentei na Corregedoria, fizeram contato com todos os meus clientes, perguntando se algum foi ameaçado, todos os outros foram a meu favor dizendo que nunca, dizendo que eu prestava um serviço que tinha proposto e foi arquivado. Não fui nem repreendido nesse inquérito, porque eles pediram toda a documentação da empresa. A minha vida, tudo foi devassado. Não perdi um cliente.

Nesses anos de relacionamento com o Flávio, ele alguma vez te indicou algum cliente, te ajudou de alguma maneira na empresa?

Nunca. Poderia ter indicado, mas nunca (risos).

Como policial, como avalia essa suspeita de que existe ligação do Flávio, da família Bolsonaro, com a milícia?

Vejo com perplexidade, porque não participo diariamente da vida de Flávio. Tenho uma relacionamento de amizade e isso tudo é fato novo para mim. As pessoas que são arroladas podem sentar do meu lado numa mesa que não sei nem quem são.

O Adriano da Nóbrega (suposto miliciano homenageado por Flávio), por exemplo, você não conhecia?

Não conheci e não conheço. Não sei se é alto, se é baixo, se é gordo ou se é magro. Nunca nem trabalhei com ele, nunca cruzei com ele. Conheço pessoas que conhecem ele, por conta do vínculo profissional. É um policial mais antigo do que eu, que já trabalhou em determinado batalhão. Mas eu nunca vi ele.

Desde que essa história veio à tona, um ano, você alguma vez esteve com o Queiroz?

Não. Quando ele se afastou eu nunca mais tive contato com ele.

Então você não sabe responder à pergunta que o Brasil inteiro quer saber: onde está Queiroz?

Onde está Queiroz… (risos). Infelizmente não vou poder te responder. Eu também não sei. Queria até encontrá-lo, para falar com ele, pois fizeram uma situação… O Brasil está numa situação muito difícil, o investigado passa a ser sentenciado em última instância. O cara é crucificado midiaticamente e aí ele já é execrado.

Mas o caso dele tem complicadores que vão além de uma mera crucificação, como você está colocando, não?

Sim, está ficando (complicado). Mas, no curso de uma denúncia, um inquérito investigativo, a gente só tem um meio que é o acusatório. Você só se defende do processo. Então a pessoa acusa, acusa, acusa, acusa e joga na mídia. Só aparecem as acusações.

Mas ele foi chamado inúmeras vezes para depor e não se apresentou.

Sim.

E o repasse para a conta da loja de Flávio?

Todo ano, eu presenteio meus clientes, funcionários e amigos. Como qualquer empresa faz. Tem umas que dão chaveiro. Tem outras que dão calendário. E eu dou panetone da Kopenhagen. E o Flávio tinha acabado de inaugurar a loja, 2015 ou 2016, se não me engano, eu numa dessas saídas com ele falei: “Flávio, vou presentear, vou comprar os panetones lá”.

Você estava na inauguração?

Não tava! Eu não tinha esse vínculo diário. Encontrava ele esporadicamente e eu também tenho três filhos, né, meu parceiro? Tem que correr muito atrás.

Aí você comprou panetone…

Aí comprei o panetone… Passa-se uma imagem de que eu faço transferência mensais para a loja do Flávio. As transferências foram em novembro, dezembro e janeiro. Porque eu faço uma compra entre 100, 120 panetones. E eu, na amizade, falo com o Flávio que vou comprar com ele mas para ele parcelar essa porra em três vezes por favor. Aí dou um cheque em novembro, outro em dezembro e outro em janeiro. E isso é facilmente comprovado no perfil da minha empresa no Instagram. Teve um ano que botei quase 60 fotos de clientes recebendo. E esse ano já estou distribuindo de novo.

Esse ano você comprou de novo na loja do Flavio?

Não, comprei de outra loja. E não comprei nem por causa disso. Porque não comprei: meu contato com o Flávio está cada vez mais difícil, a comodidade que eu tinha era o contato direto com ele, e, p…, a loja dele é lá no Via Parque e minha empresa é em Copacabana. Vamos combinar.

Você lembra quantos panetones comprou naquele ano?

Olha, todo ano eu compro numa média de 100 a 120. Agora, como foi a forma de pagamento: depósito na conta dele. Nunca dei dinheiro em espécie.

Na conta da empresa?

Isso, na conta da empresa. Ou fui algum depósito? Não lembro. Se saiu da conta da minha empresa ou da minha conta pessoal, não posso te dizer. Mas foi tudo proveniente para esse tipo de conta. Este ano, estou preocupado porque ontem levaram a lista de pessoas que eu tinha que entregar panetone.

Você se refere à busca e apreensão?

É, a operação de busca e apreensão levou. Levou minha listagem de entregas deste ano. Eu vou entregando, dando o ok. Eu vou pedir para minha secretária tirar uma foto da minha sala com os panetones para entregar neste ano. Já foram comprados.

 

 

*Eduardo Barretto, Naomi Matsui e Daniel Salgado/Época

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A ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle e os quarenta parentes

Não poderia deixar a história dessa figuraça chamada Ana Cristina Siqueira Valle, a 02 de Bolsonaro, sem comentar suas traquinagens moralistas com a turma do Vem pra Rua aqui da região Sul Fluminense.

Ela, que sassaricava aqui nas cidades próximas a Resende, como Volta Redonda, Barra Mansa e etc., era anunciada nos microfones dos caminhões como uma celebridade da nova política e da moral da família brasileira.

A mulher era uma “mita”. Não se sabe como será a sua vida a partir de agora nas bandas de cá depois dessa desmoralização pública e em rede nacional dela e da parentada toda, envolvidas no cartel de lavagem de dinheiro de Queiroz e Flávio Bolsonaro.

Lanço aqui um desafio para quem provar que conseguiu gravar todos os nomes da penca de parentes que ela pôs no esquemão que movimentou praticamente R$ 5 milhões, até onde sabe o Ministério Público. Pelo jeito, cabe muito mais denúncia nessa caixa preta resendense.

A fieira é longa e o grau de parentesco da garganta é múltiplo.

Possivelmente, a ex-celebridade vai enfiar a viola no saco e desencarnar de qualquer ato público, porque essa é a autêntica hipócrita, daquela que é pura emoção em nome da ética.

Eu vi como brotava moral da boca dessa infeliz e como oxigenava ou contaminava os devotos de Bolsonaro nas bandas de cá. A 02 é uma portenta para vender seus versos ensaiados com falas angulosas para sair do jeito que queria nas fotos espalhadas depois de cada evento.

Por isso acho que será complicado para a matriarca dos bolsominions sul fluminenses ser engolida até por seus aliados.

Na verdade, ela vai entrar numa profunda decadência depois de ter virado assunto principal, sobretudo nas esquinas de Resende.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas