Moro, o barão do judiciário brasileiro, que anda fugindo à francesa do assunto Lava Jato, porque sabe que fez da justiça um cassino com cartas marcadas, atacou pesadamente Lula sem provas, além da condenação, repetindo de forma vigarista, que Lula comandou o maior esquema de corrupção das galáxias.
Agora, esse juiz corrupto e ladrão, como bem disse o deputado Glauber Braga sobre Moro, é Ministro da Justiça de um governo que não tem aonde ser mais picareta, corrupto, com esquemas certamente de décadas de corrupção de uma família inteira envolvida com fantasmas, laranjas e milícias. Tudo isso de forma sistêmica, ganha o nome de “rachadinha”, uma coisinha dengosa, como disse o próprio Mourão sobre o esquema de Queiroz.
A mídia gostou do termo “rachadinha”, parece até jogo de loteria, mas não é, trata-se de um esquema pesado, com ligação com milícia e outras coisas mal explicadas.
Está na hora de parar de chamar essa corrupção sistêmica de “rachadinha” e dar o nome sem perfumes e miçangas ao que de fato é, corrupção e da grossa, que envolve muita gente que trafega nesse esquema, como revelou o próprio Queiroz em gravação.
A coisa é tão séria que Bolsonaro não quer falar sobre o assunto e ainda diz que Queiroz e ele não têm nada a ver, cada um segue a sua vida.
E o que faz o paladino do pacote anticrime e da Lava Jato? Coloca o rabo entre as pernas como um cachorro magro que vive hoje de restos de um governo que não tem aonde ser mais corrupto.
Bom, o sujeito está na China que é a 2ª maior economia do mundo em que o Estado é a sua grande locomotiva. E o que diz Bolsonaro hoje de dentro da China? Que bom mesmo é o Estado mínimo e distante da economia, mas está lá de penico na mão, pedindo pelo amor de Deus que os comunistas salvem seu governo da falência, investindo no país, mas, em entrevista hoje, fala que o Estado tem que ser mínimo, o resultado só pode ser este mesmo.
Um presidente desse, presta?
Pior que Temer
Em quase um ano de governo e Bolsonaro já supera em desastre o que foi o desastroso governo do golpista Temer.
Com Temer, o Brasil já havia despencado para o 109º lugar no Ranking de confiança do Banco Mundial. Vem Bolsonaro e ainda joga mais terra na moribunda economia com mais choque de neoliberalismo pauloguedista e lá vai o Brasil para na 124ª posição.
Isso não é pouca coisa, o tombo foi grande, pois caiu 15 posições no ranking, denunciando que o modo de pensar economia desse governo é uma verdadeira desgraça e a mentira neoliberal que Paulo Guedes representa.
Nisso, não há nada de espantoso. O Brasil já vinha mal das pernas no governo Figueiredo inclinado ao neoliberalismo, sua lambança explodiu no colo do, também neoliberal, Sarney, com a hiperinflação. Em seguida, vem Collor, com seu choque de mercado neoliberal, toma a poupança dos brasileiros e aumenta ainda mais a hiperinflação. Depois vem FHC, o príncipe do neoliberalismo e privataria nativos e seu Plano Real, copiado do falido plano Cavallo na Argentina de Menem, e o Brasil quebra três vezes em oito anos de seu governo.
Então, entra o governo do PT, com Lula e Dilma, o Brasil passa a ser a 6ª economia global, chega ao pleno emprego com o maior poder de compra da história do salário mínimo, até Dilma ser sabotada por Moro, Aécio, Temer e Cunha, com a bênção de FHC e do STF para, assim, chegar a um governo Temer que prometeu, através de reformas contra os trabalhadores, mais emprego e renda, além do corte na saúde e educação com o pretexto de fortalecer o Estado.
E o que assistimos no final de seu governo? Zero de aprovação e um vampiro seco e embalsamado, pendurado em uma parede do Palácio do Planalto, esperando a hora da mudança para ser removido e, no lugar, colocar coisa ainda pior, chamada Bolsonaro, como mostra o ranking de confiança do Banco Mundial.
Todos sabem que Lula foi condenado por palavrórios carregados de generalidades depois de cinco anos de Lava Jato em que o grande objetivo era prendê-lo a qualquer preço.
Pois bem, Moro e seu bando se cercaram das práticas mais imundas que um agente público pode se cercar para cumprir a tarefa de entregar a cabeça de Lula numa bandeja para seus patrões, no Brasil e no exterior. Isso até o mundo mineral já sabe.
O que se assiste agora é ao reverso de toda essa operação miliciana, porque se Moro e seus capangas se cercaram de ilegalidades para encarcerar Lula, agora, são eles que estão cercados, melhor dizendo, encarcerados por uma gama de patifarias jurídicas que cometeram para entregar a encomenda.
Trocando em miúdos, isso quer dizer que, se Lula for inocentado ou mesmo solto por uma decisão do STF de acabar com a prisão após condenação em segunda instância, o feitiço se voltará contra o feiticeiro. Esse é o grande pesadelo dos lavajatistas aprisionados nas poças de lama que criaram para pilhar e retrançar a prisão política de Lula.
Enquanto na manhã desta quinta-feira (24) o Brasil corre para as redes sociais para ouvir o próprio Queiroz, de boca pronta, dizer que o esquema de laranjas e fantasmas do clã Bolsonaro nunca esteve tão ativo, virtuoso e, sobretudo lucrativo, o Ministro da Justiça, que deveria ao menos dar uma declaração sobre esse escárnio publicado pelo Globo, aparece nas manchetes suando para tentar inviabilizar a liberdade de Lula, colocando uma faca na nuca de Rosa Weber.
Lógico que moro quer armar mais uma para Lula, mas também quer se proteger do possível fracasso em que se resumirão os cinco anos de perseguição política que a Lava Jato produziu contra Lula, Dilma e o PT. O que significa a falência de Moro.
Então, o ministro finge que nem ouviu falar na gravação de Queiroz que o obrigaria a abrir imediatamente um caminho de investigação que chegaria automaticamente ao seu patrão no Planalto. Por isso, Moro corre como um hóspede não convidado, ao gabinete de Rosa Weber para tentar desesperadamente impedir que Lula saia hoje vitorioso do STF.
Primeira presa política de uma lista que já soma sessenta líderes populares perseguidos sob o governo de Mauricio Macri, na Argentina, Milagro Sala alerta que o judiciário não tem sido usado para fins políticos apenas em seu caso. Trata-se de um fenômeno continental, que aposta na toga como principal arma para deter quem “se mete com os poderosos” e se dedica à luta “em defesa do povo”.
De sua casa, em Jujuy, no Norte argentino, onde cumpre prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, a líder comunitária avalia que a semelhança entre casos como o dela não é mera casualidade. Rafael Correa, no Equador; Cristina Kirchner, na Argentina; Lula, no Brasil; mais dezenas de lideranças e ativistas têm sido vítima de processos judiciais que, insuflados pela pressão dos grandes meios de comunicação, já começam com suas sentenças decididas.
Sala se notabilizou como dirigente da organização Tupac Amaru, além de ter sido eleita deputada regional em 2013 e deputada do Parlamento do Mercosul (Parlasul) em 2015. Para ela, “na Argentina, dizemos que Macri usa o poder judicial como partido político. Por que digo isso? Lamentavelmente, a todo opositor, a todos que discordam dele e que incomodam seus negócios, a solução é sufocar com processos judiciais e mandar para a cadeia”.
O que acontece em seu país, diz é similar ao que se passa no Brasil. “O juiz Claudio Bonadio, que sempre esteve na linha de frente dos inúmeros processos contra a ex-presidenta Cristina Kirchner, hoje quer se aposentar, descansar”, ironiza.
Protagonista da luta por moradia e contra as desigualdades sociais em Jujuy, uma província muito menor que Buenos Aires, Sala argumenta: “Há 16 processos contra você. De repente, quatro juízes se juntam e te condenam, praticamente sem direito à defesa. É difícil acreditar que não há fins políticos nesse tipo de prática. Eu venho falando desde que Gerardo Morales foi eleito, em 2015: o governador de Jujuy quer me ver presa. Ponto”.
O conluio entre grandes meios de comunicação e setores do Judiciário para produzir condenações a partir de denúncias vitaminadas pelo martelo da mídia, e com fins quase sempre políticos, tem a ver com o conceito de lawfare, bastante utilizado para explicar, por exemplo, como Sergio Moro se converteu em herói nacional e prendeu Lula sem provas. Milagro Sala, pelo menos por enquanto, não teve a oportunidade de contar com vazamentos como os revelados pelo site The Intercept Brasil, conhecidos como Vaza Jato. As entranhas de sua condenação por “associação ilícita”, “fraude contra o Estado” e “extorsão” permanecem ocultas nos bastidores.
“O papel dos meios de comunicação no meu processo foi nefasto. Eles seguem uma pauta quase publicitária sobre seus interesses”, opina. “Não há democracia nos meios de comunicação. O que há, de fato, é um setor corporativo que responde a todos os caprichos do governo de turno. Isso quando estão alinhados aos seus interesses, é claro”.
Entenda o caso de Milagro Sala
A líder jujeña foi presa em janeiro de 2016, tão logo Macri sentou-se à cadeira presidencial, por participar de um acampamento em frente ao Palácio de Governo de Jujuy, em protesto contra políticas de Gerardo Morales referentes às cooperativas locais. Foi acusada de incitar a violência e causar distúrbios, mas liberada alguns dias depois. Em 2018, porém, foi condenada a 13 anos de prisão, tendo direito ao cárcere domiciliar, conseguido por meio de uma medida cautelar, após apelo feito à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) — sua detenção é considerada arbitrária por órgãos como a Procuradoria de Violência Institucional da Argentina e por organizações como a Anistia Internacional.
Conhecido como o caso dos “Pibes Villeros” (“garotos favelados”), Sala foi acusada de cometer uma série de delitos por conta do trabalho realizado pela organização Tupac Amaru, no Norte argentino. O movimento começou de forma tímida, atuando como o que os argentinos chamam de “copa de leche” (“copo de leite”): um centro comunitário para distribuir leite e comida para crianças carentes.
Sob os governos de Néstor e Cristina Kirchner, o Tupac Amaru cresceu e tornou-se fundamental na vida de centenas de famílias. A organização passou a participar de programas do governo que, diante do desinteresse da iniciativa privada em desenvolver regiões mais pobres do país, estimulou políticas de financiamentos de cooperativas para a construção de moradias — são essas políticas que estão sendo criminalizadas no processo contra a ativista, acusando-a de desvio de recursos. De lá pra cá, porém, o movimento liderado por Sala foi responsável pela construção de nada menos que 3 mil casas, uma escola, um centro de saúde, três fábricas (uma têxtil, uma metalúrgica e uma de blocos de concreto), além de 27 piscinas.
Piscina construída pela cooperativa Tupac Amaru. Foto: Reprodução
Ao fim da década de 1990, quando fizemos muitas marchas e protestos, as estatais estavam abandonadas. Sem contratos e sem emprego. Um cenário desastroso, muito parecido com o que está se repetindo agora, com Macri”, relata Sala. “Sempre discutimos que a educação e a saúde precisavam de atenção urgente na Argentina. Com pouco dinheiro poderíamos fazer muito. Nos organizamos e começamos a construir as moradias com apoio dos governos de Néstor e Cristina Kirchner. Criamos um sistema de salários aos trabalhadores desta cooperativa. Construímos fábricas, colégio e hospital. Fizemos muita coisa com pouco dinheiro, se comparado com o que as empreiteiras gastam”.
A ideia das fábricas e da escola, conforme explica, foi apostar na formação técnica e profissional da população, para que não dependessem do movimento social. “Construímos 27 piscinas para natação e lazer, onde havia apenas duas piscinas públicas. Era comum que crianças de origem indígena ou negras tivessem o acesso negado a elas. As piscinas que construímos são para todos”, diz.
“Além de mim, são mais 11 companheiros presos em Jujuy. Nossa província tornou-se um laboratório da perseguição judicial a líderes populares. Não nos perdoam por isso, pelo trabalho que fizemos, assim como, na minha opinião, não perdoam Lula, que eu acredito plenamente ser inocente, por ter dado o direito de os pobres terem casa, emprego e acesso à educação”.
Falando em Brasil, Milagro Sala não perdeu a oportunidade de emitir sua opinião sobre Jair Bolsonaro. “O que ele faz com os povos originários, a quem eu chamo de irmãos, é destrutivo e lamentável. Ele ataca pessoas que, hoje, não podem se defender, pois não tem a mão do Exército e nem o poder judicial ao seu lado”, salienta. “A verdade é que me dói na alma. É claro que a finalidade do que fazem é para apropriarem-se das terras, que pertencem aos indígenas, mas que eles querem espremer até a última moeda”.
Sala também criticou a escalada de ataques à liberdade de expressão, a censura nas artes e os cortes na educação. “É escandalosa a forma como o governo de Bolsonaro está atacando a cultura, a educação, e os direitos. Está sendo um excelente aluno do FMI, em resumo. Isso apenas reforça como é importante o povo argentino recuperar e fortalecer a sua democracia, pois nos custou muito caro conquistá-la após a ditadura”.
Eleição na Argentina: onda de esperança
Após quatro anos de remédios amargos típicos do neoliberalismo, cujos efeitos foram a volta da dívida da externa, altos índices de desemprego e uma economia devastada, os argentinos vão às urnas no domingo, 27 de outubro, escolher qual candidato assumirá o complexo desafio de tirar o país do buraco.
Nas eleições primárias, realizadas em agosto, a vitória de Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como candidata à vice-presidência, foi acachapante: o candidato da Frente de Todos obteve 50% das intenções de voto, contra 30% de Macri, placar que aponta um cenário desesperador para o atual mandatário. Segundo pesquisas de sete institutos diferentes, é muito provável que o candidato do Cambiemos seja derrotado ainda no primeiro turno — as projeções preveem que o mega-empresário precisaria de, pelo menos, 2,5 milhões de votos para voltar a sonhar com o segundo turno.
“Sabemos que toda a América Latina está na expectativa para o que vai acontecer aqui no domingo”, pontua Sala. “Temos tudo para nos libertarmos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da cartilha neoliberal. É o que sentimos. Já nos livramos das amarras do FMI no começo dos anos 2000. Não vai ser fácil, mas precisamos reconstruir nossa pátria. Precisamos entregar aos nossos jovens e aos nossos filhos uma pátria, não uma colônia”.
Segundo ela, é injusto que em um país tão rico como Argentina haja tantos pobres, tantos aposentados em situação de miséria e tantas crianças na rua. “Nunca estivemos tão mal. É impressionante e está totalmente relacionado com o barril de pólvora que tem se tornado o continente, devido às consequências do retorno do neoliberalismo e de governos de direita”, argumenta, fazendo referência às convulsões sociais no Equador e no Chile.
Inimiga declarada dos governos de Néstor e Cristina Kirchner, a imprensa monopolizada pelo grupo Clarín também foi alvo de críticas quanto ao debate eleitoral: “Na Argentina, a mídia está interditando todo e qualquer debate mais profundo e urgente sobre as propostas para o país. Nos debates televisivos, ninguém fala sobre como sair da crise. É uma postura arrogante, que desdenha a capacidade de compreensão da realidade por parte dos que mais sofrem”.
Por Felipe Bianchi, para o ComunicaSul*, de Buenos Aires/Argentina
De tanto andar em círculos para justificar o injustificável, Barroso acabou mordendo o próprio rabo. Abre seu discurso político que ele classifica como doutrina jurídica, sublinhando que opinião pública não pode valer para a justiça porque ela volátil, emocional, sujeita a intempéries, bla, bla, bla. No final, contradiz o que disse, afirmando que a posição da opinião pública é tão importante quanto a do STF, não há diferença.
Basta que quem avalie isso na sociedade, seja o “cidadão de bem”. Só faltou ele dizer “grande dia!” em homenagem aos bolsonaristas.
Mas não para aí o palavrório convulsivo de Barroso, ele fala com “indignação” dos grileiros bolsonaristas que tocaram fogo na Amazônia, mas vota de acordo com a vontade de Bolsonaro contra Lula.
Repete a mesma receita sobre o assassinato da menina Ágatha, morta por um tiro de fuzil da polícia de Witzel, mas vota contra Lula e a favor da posição do assassino Witzel e do PSL, partido dele e de Bolsonaro.
Não existe outra palavra para usar. Barroso mentiu descaradamente. A “interpretação” dos falsos dados estatísticos que ele faz, traduz a grande mentira que ele é.
Cínico, Barroso trata como fofoca os vazamentos do Intercept sobre os crimes da Lava Jato, mas arrota combate à impunidade, defendendo com unhas e dentes a tortura imposta pela república de Curitiba aos presos para se transformarem em delatores contra os adversários do político Moro, Dallagnol e cia.
Sem biombos, Barroso estava nitidamente defendendo o bando de criminosos da Lava Jato para manter Lula, um inocente, preso.
O pior do Barroso é esse papo de doutrina quando todos sabem que está decidindo a favor de seu pupilo Dallagnol contra Lula.
O ministro, com esse populismo jurídico para agradar as classes dominantes, acha que engana a quem? Ele fala em defesa dos pobres, mas decide em defesa da posição dos ricos contra Lula.
Barroso é um mistificador barato, muito mais venal do que se supunha. Vulgar, muitas vezes tosco em sua ética enviesada, conseguiu sair pior do que entrou hoje no STF.
Mas duas perguntas tem que ser feitas: se o julgamento é sobre a prisão após condenação em segunda instância, por que o discurso em prol da Lava Jato? Por que pegar um caso específico, pior, um caso já condenado pela sociedade pela forma criminosa com que agiam os procuradores e o juiz do caso?
O ministro só conseguiu provar com todas as letras o quanto ele é parcial se comportando como um lobista de Dallagnol e cia., como defende a impunidade de juízes e procuradores corruptos e ladrões.
Trocando em miúdos, Barroso tem um caráter minúsculo.
Com a milícia, funciona assim, ou é cúmplice, aliado ou é inimigo e merece vingança.
É assim que Bolsonaro assina suas ordens. Aliás, a dinastia de seu clã funciona dessa maneira. Não há responsabilidade de fato com qualquer questão do meio ambiente em relação ao derrame de óleo nas praias do Nordeste, assim como não houve com o incêndio da Amazônia. Mas nos dois casos, Bolsonaro se vingou dos povos da floresta, índios e quilombolas e, no caso das manchas de óleo promovidas pelo vazamento da Shell, o litoral nordestino e todos os que vivem economicamente dele, pagarão por sua vingança.
Esse é o jeito de Bolsonaro. Quando não podia enfrentar a esquerda no Congresso, enaltecia torturadores, assassinos, milicianos, ditadores como forma de extravasar o seu ódio. Agora, com o poder nas mãos, age de forma concreta, age contra todos os que ele considera inimigos.
Ricardo Salles, que não é ministro de Bolsonaro por acidente, acolhe com júbilo, a ideia de se vingar do povo nordestino e ter uma atitude ainda mais crápula de culpar o Green Peace, como se a ONG tivesse fosse um órgão governamental e tivesse a responsabilidade de salvar o povo nordestino. Assim Bolsonaro se vinga do Nordeste e da ONG que ele também odeia.
Enquanto os nordestinos, como voluntários, colocam em risco a sua própria saúde, na remoção das gigantescas placas de óleo, que somam incontáveis toneladas, o miserável capitão está no Japão hoje passeando com sua tropa, custeados com dinheiro público saído do suor do povo.
Mesmo assim, Bolsonaro não abre mão de destroçar, pelo ímpeto do ódio, os nordestinos que seguem firmes com Lula, mesmo os poucos que votaram e ainda apoiam Bolsonaro, também sofrem por sua vingança com a região.
Bolsonaro é um louco, um sujeito que acredita no mal como solução, no ódio como padrão. Por isso, continuará de braços cruzados o máximo de tempo possível para que as cenas de manchas de óleo se avolumem e se espalhem pelo litoral nordestino, para que se concretize integralmente a sua vingança.
Jean Wyllys tem a mesma opinião, como se vê no vídeo:
Os nordestinos são fortes e estão reagindo com as próprias mãos ao crime ambiental, mas fica esse recado a Bolsonaro e a Ricardo Salles.
A discussão sobre a constitucionalidade da execução antecipada da pena voltou à pauta do Supremo Tribunal Federal. Com isso, também voltaram as tentativas públicas de emparedar o tribunal. E sempre evocando o espantalho de uma possível libertação do ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018.
Começou a circular esta semana um suposto discurso do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, em que ele diz que Lula “é vítima de perseguição política por ajudar os pobres”. A fala teria acontecido no Plenário do STF. Mas o discurso, claro, nunca aconteceu.
O julgamento do mérito de três ações que discutem a possibilidade de se executar a prisão antes do trânsito em julgado da condenação voltou a ser julgada na quinta-feira (17/10). No dia 16, o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, foi ao Twitter pressionar o Supremo: “É preciso manter a energia que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social”.
Ele já havia feito isso antes. Em abril de 2018, quando o STF pautou a discussão de um Habeas Corpus de Lula, Villa Bôas disse que o povo estava de olho nas instituições que jogavam contra seus supostos interesses. Em novembro daquele ano, disse à Folha de S.Paulo que cogitou de “intervir” no Supremo caso Lula fosse solto.
Neste domingo (20/10), a manchete da Folha dizia que, solto, Lula percorrerá o Brasil num esforço de pacificação do país. E a coluna Painel informa que petistas estão preocupados com os efeitos que sua soltura possa ter na direita. O receio é que o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) se fortaleça com a libertação de Lula.
O ex-presidente virou o espantalho para assustar o Supremo. Ele foi preso em regime de execução antecipada depois que sua condenação por lavagem de dinheiro e corrupção foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Caso o Supremo volte à sua jurisprudência original de não permitir a execução antecipada da pena, diz-se que Lula será solto. Embora ele já tenha tido sua pena confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça e já tenha alcançado tempo suficiente de prisão para progredir de regime, do fechado para o semiaberto.
Privacidade Criou-se, portanto, a narrativa de que os ministros não querem mais ser importunados. Reportagem deste domingo (20/10) do jornal O Estado de S. Paulo diz que se constroem passagens secretas por dentro do prédio do Supremo para que os ministros possam circular sem ser incomodados por jornalistas. Segundo o texto, Toffoli determinou que a redação da TV Justiça, que ficava no subsolo, fosse transferida. O objetivo seria fazer uma “passagem reservada” de carros, que não passaria pelas áreas comuns da garagem do tribunal.
O Supremo, no entanto, diz que não há passagem secreta alguma sendo construída. O que acontece é uma obra na garagem, criando uma passagem direta da entrada da garagem para o elevador do prédio principal. Hoje, os ministros que vão ao Plenário direto da garagem precisam passar por um túnel para passar do Anexo 1 ao prédio principal. E lá são sempre esperados por jornalistas – embora nada os obrigue a parar para conversar com ninguém, até porque a maioria deles não costuma interromper o trajeto para dar entrevistas.
A tal da passagem secreta nem precisa existir: os ministros têm diversos meios de se locomover sem ser percebidos pelo tribunal. Há elevadores privativos, por exemplo, que nem mesmo os principais assessores podem usar sem estar acompanhados pelos ministros. O elevador que fica na sala da Presidência sai direto no Salão Branco, que fica atrás do Plenário e não é de livre acesso.
A reportagem de capa da Veja mostra uma pesquisa que, se a eleição fosse hoje, Lula venceria Moro, Huck, Ciro e Bolsonaro.
Lógico que a Veja, uma das mais virulentas revistas do fascismo nativo, com DNA tucano, tratou a coisa a seu modo e gosto.
Toda a velha xaropada tucana tatuada na alma da revistona, mantém-se intacta, mesmo com a chinelada que o PSDB tomou nas urnas, os saudosos do fracassado governo FHC são de uma fidelidade irretocável.
O fato é que Lula continua sendo Lula, e isso deixa a velha mídia em polvorosa.
A Veja fala na volta de Lula ao jogo político como se ele não fosse a grande liderança popular viva no Brasil e que sua prisão política ainda fortaleceu mais a sua imagem, mesmo a pesquisa da própria Veja desmascarando o engodo da mesma.
O que tem pesado ainda na avaliação da direita nativa, não confessada pela Veja, é que, segundo a Carta Maior: nove dias das eleições argentinas, pesquisa do dia 17 mostra uma robusta vantagem de 22 pontos da chapa peronista ‘Fernández – Cristina’, com 54% das intenções de voto, contra 31,5% de Macri. Na Bolívia, Morales tb lidera o pleito deste domingo, dia 20, mas pode haver 2º turno.
A derrota acachapante do neoliberalismo de Macri só reforça ainda mais uma candidatura Lula porque escancara a tendência de que uma nova onda progressista varre a América Latina e Lula é, sem dúvida, a maior liderança política da esquerda.
O Ministério Público Federal defendeu a absolvição sumária dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Antonio Palocci Filho e Guido Mantega e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na ação referente ao chamado “quadrilhão do PT”.
A ação é julgada pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Segundo a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, no parecer assinado pela procuradora Marcia Brandão Zollinger, diz que “não há o pretendido domínio por parte dos denunciados, especialmente os ex-presidentes da República, a respeito dos atos criminosos, que obviamente merecem apuração e responsabilização e são objeto de ações penais autônomas, cometidos no interior das Diretorias da Petrobras e de outras empresas públicas”.
A denúncia foi feita em 2017 pelo ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, em que acusa os ex-presidentes de participação num esquema montado para coletar propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016. As vantagens ilícitas teriam sido pagas em contratos da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério do Planejamento.
A desigualdade atingiu um recorde no Brasil em 2018. No país, um dos 15 mais desiguais do mundo, a renda dos 1% mais ricos da população excede quase 34 vezes a renda dos 50% mais pobres da sociedade.
Esse é o saldo do golpe em Dilma e a prisão política de Lula.
A Aliança da Globo com a escória política, o dinheiro grosso, a milícia, o Judiciário e os militares entreguistas produziram mais de 10 milhões de pobres e mais de 4 milhões de miseráveis no país.
Metade do povo brasileiro hoje ganha R$ 413 reais por mês, diz o IBGE.
Não existe no mundo concentração de renda equivalente à brasileira no topo dos 1% mais ricos.
Aqui no Brasil, os endinheirados se apoderam de 28% da renda; nos EUA, 22%.
Por isso, a pressão do dinheiro grosso para o STF não libertar Lula.
A questão dessa gente não é a prisão depois da condenação em 2ª instância, mas o medo de Lula se reencontrar com o povo nas ruas.
Por isso, Barroso, o principal escapulário do mercado, age como disse Marcelo Semer:
“Prisão em segundo grau, diz Barroso: “ESTIMULOU A COLABORAÇÃO PREMIADA”. É isso. O argumento utilitarista (e ilegal) da Lava Jato desde o começo. Nada de Constituição….”
A pobreza cresce sem parar desde o cerco golpista de 2015.
E o que diz o justiceiro Barroso sobre isso? Nada, pula essa questão.
No poder, a direita lavajatista produziu mais 6,27 milhões de novos pobres, elevando a 23,3 milhões o contingente abaixo da linha da pobreza.
O país desumano que é, desigual que também é, e que sempre foi, piorou desde o golpe de 2016.
Então, a questão que envolve a prisão de Lula, nada tem a ver com a justiça, mas sim com a política. Uma política voltada a esmagar os pobres com subempregos e a exterminar os miseráveis pela fome.
Não querem Lula lembrando ao povo que, no seu governo, o país tinha esperança por ter praticamente erradicado a miséria e a fome, além do menor nível de desemprego e um salário mínimo com o maior poder de compra da história.