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Vídeo: Bolsonaro ao ser perguntado sobre Eduardo, fica irritado, cita “filhos de Lula” e abandona entrevista

Eduardo Bolsonaro publicou o vídeo da entrevista em seu Twitter e acrescentou críticas: “Quem dera a imprensa tivesse esse mesmo apetite para com os filhos de outros presidentes. Sou um patriota”.

Em entrevista a jornalistas em Sobradinho (BA), nesta segunda-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se irritou ao ser questionado novamente sobre a indicação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para a embaixada dos Estados Unidos.

“O senhor acha que o seu filho vai conseguir dizer ‘não’ ao governo dos Estados Unidos? Sendo, como o senhor acabou de dizer, amigo do presidente Trump e sua família?”, perguntou a jornalista. Em seguida, Bolsonaro responde irritado e cita os filhos do ex-presidente Lula. “Pior se fosse os filhos de petistas, que diziam ‘sim’ para Cuba e Venezuela o tempo todo, tá ok?”, disse, abandonando a entrevista.

Eduardo Bolsonaro publicou o vídeo da entrevista em seu Twitter. Acrescentou, ainda, um comentário criticando a imprensa. “Quem dera a imprensa tivesse esse mesmo apetite para com os filhos de outros presidentes. Sou um patriota”.

Apesar da fala de Bolsonaro na entrevista, os filhos do ex-presidente Lula nunca trabalharam com o pai ou fizeram qualquer declaração política a favor de Cuba ou Venezuela. Porém, não é a primeira vez que são divulgadas fake news sobre os filhos de Lula. A história de que Fábio Luís Lula da Silva seria sócio majoritário da JBS ou que ele e os irmãos teriam uma mansão em Piracicaba de R$ 50 milhões de reais, por exemplo, já foram desmentidas.

 

*Com informações da Forum

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Bolsonaro esculhamba os desempregados: “Vai ser patrão!”

“Essas pessoas que reclamam que não têm emprego… Vai ser patrão! Vai enfrentar uma CLT! Contrate dez pessoas com a CLT pra ver a barra pesada que é”, declarou Bolsonaro.

Na mesma entrevista, nesta segunda-feira (5), em que declarou que fritar hambúrguer nos EUA dava dignidade – enquanto no Brasil, não –, o presidente Jair Bolsonaro também saiu em defesa do empresariado, em detrimento dos trabalhadores, e disse, em tom irônico, que vai estimular as pessoas a abrirem empresas para ver como é difícil ser empregador.

“Vive sufocado! Muita gente reclama que quer emprego e critica os patrões. Tenho conversado com o Paulo Guedes que gostaria de apresentar um programa ‘Minha primeira empresa’. Essas pessoas que reclamam que não têm emprego… Vai ser patrão! Vai enfrentar uma CLT! Contrate dez pessoas com a CLT pra ver a barra pesada que é. Sei como é difícil a vida dos empregados, mas a do patrão é também”, disse o presidente à jornalista Leda Nagle.

Ele ainda atacou os direitos trabalhistas, dizendo que eles impedem o empreendedorismo. “A mesma coisa é direito trabalhista. Tudo que é demais atrapalha. Muito amor até atrapalha… É tantos direitos! O que o patrão que quer empreender faz? Contrata o mínimo possível e paga o mínimo possível… Pra, quando tem uma rescisão lá na frente, ser o mínimo pra você pagar”, afirmou.

Na mesma entrevista, nesta segunda-feira (5), em que declarou que fritar hambúrguer nos EUA dava dignidade – enquanto no Brasil, não –, o presidente Jair Bolsonaro também saiu em defesa do empresariado, em detrimento dos trabalhadores, e disse, em tom irônico, que vai estimular as pessoas a abrirem empresas para ver como é difícil ser empregador.

 

 

*Com informações da Forum

 

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A República da Contravenção

“Sim, o Senado pode barrar meu filho, sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o Ernesto Araújo e bote meu filho no Itamaraty. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês”. (Bolsonaro)

O Brasil está sob o comando de uma república de contraventores, de cavalgaduras, sobre isso não pairam dúvidas.

Como bem disse Saul Leblon (Carta Maior): “Quando você condensa o filme sobra a essência: só mesmo uma trapaça eleitoral, como a que foi costurada entre a mídia, a escória, o dinheiro e o judiciário, poderia alçar alguém tão ligeiramente desasnado à Presidência da República para distrair a plebe enquanto a elite assalta a nação”.

Não fosse a profunda simpatia da elite econômica pelo assalto ao patrimônio público que inspirou o belo talento dos senhores Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer, não teria acontecido o golpe contra Dilma. Sem falar naquele que entorpece  de louvores a Globo, o líder da Orcrim de Curitiba, o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro. Afinal, o governo Bolsonaro que cada dia mais se mostra uma gangue de contraventores, só chegou lá pelo coro moral produzido pelos contraventores da Lava Jato.

Isso mesmo, a turma da força-tarefa, natural de Curitiba, é a própria contravenção do Estado brasileiro.

Junte os dois elementos, mais precisamente um governo ligado às milícias e um Ministério Público, judiciário e PF ligados a esse governo, está pronta a obra que vem transformando o país num cadáver econômico e a população num amontoado de gente vivendo sob o império da imoralidade, da violência e da estupidez.

É muito difícil definir o que acontece com o Brasil hoje. O cultivo artificial do ódio promovido pela mídia a mando do mercado produziu não só grandes rachas na sociedade, mas um descolamento total das instituições do Estado com a população, pois este está impregnado de contraventores.

Agora mesmo o Globo revela a teia de fantasmas consanguíneos do clã Bolsonaro. Talvez essa seja a expressão patológica mais viva depois das revelações fatais do Intercept sobre a ação criminosa dos procuradores e juiz da Lava Jato.

Diante de um quadro tão espinhento, sob todos os prismas, a queda de Bolsonaro vem ganhando em velocidade e corpo, uma sustança maiúscula. E o cenário se amplia a cada declaração de Bolsonaro e a cada vazamento do Intercept contra Moro e sua Orcrim.

A conferir os próximos capítulos desse trágico Brasil.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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É necessária uma investigação do esquema de Bolsonaro e PSL em Itaipu

“Estamos diante de uma suspeita forte de corrupção que atinge diretamente o gabinete e o partido presidencial [PSL] e que, além disso, põe em risco uma área sensível e estratégica para o Brasil, que é o suprimento de energia elétrica pela Usina Binacional de Itaipu”, afirma o colunista Jeferson Miola. Os termos do acordo com o Paraguai sobre Itaipu “são uma obra-prima de predatismo e rapinagem de bens públicos”, acrescenta.

A Ata Bilateral sobre Itaipu foi assinada secretamente em 24 de maio passado pelos representantes das chancelarias do Brasil e do Paraguai.

Referida Ata, que modifica a forma de contratação pela ANDE [Administración Nacional de Eletricidad] da energia de Itaipu para consumo do Paraguai, só foi conhecida devido ao escândalo que quase culminou na abertura de processo de impeachment do presidente paraguaio Mario Abdo Benitez e causou a demissão de autoridades do governo paraguaio, dentre elas o chanceler e o embaixador no Brasil.

Não fosse a denúncia de técnicos da estatal ANDE, um esquema corrupto de negócio já estaria em andamento.

Os termos do acordo, concebidos por agentes privados diretamente interessados no negócio, são uma obra-prima de predatismo e rapinagem de bens públicos: nefastos aos interesses dos 2 Estados nacionais, mas magnânimos com uma empresa vinculada a políticos do PSL.

Ante a crise instalada no país vizinho, Bolsonaro apressadamente concordou com a decisão unilateral do Paraguai de cancelar o acordo. Como justificativa para o rápido e inusitado recuo, ele pretextou preocupação com a estabilidade política do aliado, que poderia ser destituído em processo sumário de impeachment.

A realidade revelada por segmentos da imprensa paraguaia mostra, contudo, que o motivo da pressa do Bolsonaro pode não ter nada a ver com solidariedade política com o presidente paraguaio, mas sim com o objetivo de abafar o caso e evitar que venham a público detalhes de um escândalo de corrupção que envolve seu governo, seu partido e alguns aliados íntimos.

No centro da tramóia está Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio/PSL [líder do Bolsonaro no Senado e aliado fiel da família em SP], que figura nas negociações representando interesses da empresa LEROS.

A LEROS explora jazidas de diamante e nióbio no Brasil. Por coincidência, durante o encontro do G20 em Osaka/Japão, Bolsonaro surpreendeu o mundo numa live patética fazendo propaganda do potencial comercial de nióbio …

A TV Telefuturo do Paraguai apresenta um panorama completo do complicado processo. Na reportagem [aqui], a emissora mostra mensagens de WhatsApp enviadas por José Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice-presidente paraguaio Hugo Velázquez, ao presidente da ANDE, Pedro Ferreira, com instruções sobre os termos da Ata que a estatal deveria incluir.

Nas mensagens prévias à assinatura da Ata, que ocorreu em 24 de maio, o assessor José Rodriguez fazia menção ao “modelo de contrato com uma empresa brasileira” sem, no entanto, nomear qual empresa se tratava.

Em 5 de junho, já com a Ata assinada, o nome da empresa beneficiada aparece em mensagem que José Rodriguez enviou ao presidente da ANDE para solicitar uma reunião, uma vez que “o representante comercial da empresa LEROS do Brasil se encontra no país a fim de dar seguimento ao acordo de compra e venda de excedente de energia ao mercado brasileiro”.

Na mensagem, o assessor do vice-presidente paraguaio sublinha que os representantes da LEROS “vêm em representação da família presidencial do país vizinho”.

Em 15 de julho, José Rodriguez informou o presidente da ANDE sobre o envio, para a LEROS, da carta de intenções para a empresa operar, com exclusividade, o mercado anual de mais de US$ 200 milhões de energia excedente do Paraguai.

Em resposta a Rodriguez, o presidente da ANDE esclareceu que não poderia haver exclusividade para a LEROS, pois a venda da energia excedente deveria se dar mediante procedimento licitatório em busca de melhor preço.

À continuação, Rodriguez enviou mensagem a outro diretor da ANDE recomendando confidencialidade sobre os termos da Ata “devido a que, em conversações com o mais alto posto de mando do Brasil se concluiu que não é o mais favorável, a fim de resguardar o manejo prudencial da informação para que a operação em marcha [o contrato exclusivo com a LEROS] se efetive com o maior êxito” [sic].

Rodriguez justifica a decisão de manter a clandestinidade do negócio uma vez que “a autorização de ambos mandatários [Abdo e Bolsonaro] já se encontra verbalmente acertada”.

Em 12 de julho, um intermediário da ANDE havia enviado por correio postal diretamente a Kleber Ferreira [um dos fundadores da LEROS] e a Alexandre Giordano, o político do PSL – e não ao governo brasileiro – a carta de intenção para a exploração deste negócio.

Em discurso após cancelar o acordo para sustar o processo do seu impeachment, o presidente paraguaio disse que “não vou tolerar a corrupção, que não importa o quanto doa, por causa da proximidade de meus colegas e amigos de luta, isso não nos dá o direito de ter má conduta na administração de coisas públicas. É por isso que ordenei que aqueles que participaram do processo, talvez sem má vontade, sejam removidos do cargo”.

Ou seja: para se salvar, o próprio presidente paraguaio – citado por um operador do seu governo como alguém que “acertou verbalmente” com Bolsonaro o esquema a favor da LEROS – admitiu o esquema de corrupção.

Estamos diante de uma suspeita forte de corrupção que atinge diretamente o gabinete e o partido presidencial [PSL] e que, além disso, põe em risco uma área sensível e estratégica para o Brasil, que é o suprimento de energia elétrica pela Usina Binacional de Itaipu.

É preciso, por isso, investigar a fundo a presença indevida de particulares do entorno do Bolsonaro em negociações que envolvem altos interesses do Estado brasileiro.

É preciso descobrir o que tem por trás da pressa do Bolsonaro em evitar o esclarecimento disso que pode ser um escândalo bilionário de corrupção que o envolve diretamente e a políticos do PSL.

 

*Por Jeferson Miola/247

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Depois da agressão a Fernando Santa Cruz, Bolsonaro ataca memória de milhares de vítimas da ditadura

Depois de atacar covardemente a memória do pai do presidente da OAB, Fernando Santa Cruz, preso e desaparecido por ação das Forças Armadas em 1974, Jair Bolsonaro investiu neste domingo contra a memória e as famílias de milhares de mortos, torturados, presos e perseguidos pela ditadura. Num tweet, Bolsonaro atacou e ironizou as indenizações: “Dinheiro suado, do povo ordeiro e trabalhador, pago a 39.370 pessoas ditas perseguidas e autointituladas defensoras da democracia”; em outro, afirmou que as indenizações são parte de “um projeto de poder e enriquecimento” da “era PT”.

Num tweet, Bolsonaro atacou e ironizou as indenizações: “Dinheiro suado, do povo ordeiro e trabalhador, pago a 39.370 pessoas ditas perseguidas e autointituladas defensoras da democracia”; em outro, afirmou que as indenizações são parte de “um projeto de poder e enriquecimento” da “era PT”: ambas as informações são distorcidas, verdadeiras fake news. Ele foi desmentido pelo ex-deputado Adriano Diogo em entrevista à TV 247 -assista

A primeira mentira que Bolsonaro dissemina refere-se à “era PT”. O processo de indenizações a anistiados políticos é anterior aos governos de Lula e Dilma, tendo início em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso e o maior montante delas foi decidido nos primeiros anos. Ao longo dos anos, foram deferidos 63% dos requerimentos de indenizações e negados 37%, num total aproximado de 40 mil. Bolsonaro ofende as pessoas que são beneficiadas mas, esconde que a maioria das indenizações são pagas exatamente a militares perseguidos pelo regime defendido por Bolsonaro. Foram 12 mil solicitações de militares contra quase 9 mil de integrantes de movimentos sindicais, a segunda categoria mais numerosa.

Bolsonaro insurge-se contra os R$ 9,9 bilhões pagos até hoje em indenizações a anistiados e ao mesmo tempo, em toda sua carreira política, defendeu as pensões das filhas de militares, que custam R$ 470 milhões por mês aos cofres públicos – R$ 6 bilhões a cada ano. Em muitos casos já comprovados, as fraudes de filhas de militares que, para não perderem as pensões, evitam casar-se em cartório, para manterem o benefício, exclusivo para as solteiras -o caso mais notório é o da atriz Maitê Proença, historicamente ligada à direita e que apoiou Bolsonaro nas eleições.

Veja os tweets de Bolsonaro:

 

*Com informações do 247

 

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FHC, o Bolsonaro envernizado

Fernando Henrique Cardoso escreve hoje mais um dos seus borralhos nos jornalões nativos e se mete a justificar as razões do Estado brasileiro a partir de sua suprema recomendação, com argumentos chumbados pelo neoliberalismo “universal”.

Em meio ao seu tatibitati, FHC traz uma paisagem brasileira que é o próprio nonsense.

No fundo de sua visão crítica ao governo Bolsonaro, no tocante a determinado comportamento, FHC se derrete em elogios ao que tem de pior no governo, que faz esfarelar de velhice precoce a economia brasileira, mostrando que PSL e PSDB, assim como FHC e Bolsonaro, são um troço só.

FHC, do alto de sua majestade, fala como se suas concepções sociológicas não imprimissem aquilo que é da vocação do neoliberalismo, a desnacionalização do país em prol de uma visão universal a partir de uma ferocidade globalizada do sistema financeiro.

Esse é o método oficial para FHC, basta o governo Bolsonaro se entregar ao desfrute do mercado que tudo irá bem. Com isso, busca uma fieira de observações que precisam ser respeitadas por Bolsonaro no que se refere à condição humana dos brasileiros, como se as reformas trabalhista e da Previdência, assim como tantas outras reformas de Bolsonaro, não fossem a tônica do neoliberalismo leonino que FHC defende.

Então, ficou aquele papo de bêbado, quando, na verdade ele deveria, ao invés de cantar vitória na sua pós verdade econômica, alertar Bolsonaro que ele está indo para o mesmo buraco em que FHC se enfiou, destroçando a economia, tacando fogo nas estatais e produzindo uma hecatombe econômica no país que culminou com mais de 20 milhões de desempregados.

Claro que sobre essa barbaridade FHC não falaria, mas o cínico precisava vir, com seus furúnculos retóricos, dizer que estabilizou a moeda num processo histórico de mistificação grotesca e rasteira.

A percepção sensorial de FHC, ou seja, o seu sentir o país é a própria lógica econômica que produziu um Bolsonaro, esse monstro denunciado diariamente por suas atrocidades autoritárias.

FHC deveria enfiar a sua viola no saco e parar de achar que possui o talento de fazer com que as pessoas esqueçam todo o desastre econômico que ele promoveu e alertar a sociedade que o resultado desastroso do governo Bolsonaro será absolutamente igual ao seu.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro diz que mentira de Presidente da República não é “quebra de decoro”

Na quarta-feira (31/07), Bolsonaro disse que suas declarações sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, não constituem “quebra de decoro”.

Segundo ele, não é quebra de decoro porque “a história tem dois lados e não pode valer um lado só”.

Ou seja, mesmo que sejam falsas – mais precisamente, uma falsificação – suas declarações não constituem “quebra de decoro”, porque, supostamente, há “dois lados”.

Logo, isso lhe dá o direito de mentir desbragadamente.

No dia em que, sobre acontecimentos históricos (ou sobre qualquer outra coisa), tanto a verdade quanto a mentira forem válidas, estaremos num mundo sem moral, sem ética, em que o caráter, assim como a honra, foram apagadas da vida dos seres humanos.

Se isso é impossível para quase todas as pessoas, pois significa abandonar sua própria humanidade, sua própria essência humana, é nesse mundo que Bolsonaro vive.

Com uma peculiaridade: ele não acha que tanto a verdade quanto a mentira são válidas. Ele prefere a mentira, a injúria, a calúnia, a difamação – e a estupidez.

Esse é o seu lado.

Se isso é grave em qualquer pessoa, em um presidente da República, torna-se incompatível com o cargo. Se isso não é uma quebra de decoro, uma indecência, uma imoralidade dirigida contra os cidadãos, tudo – isto é, todo o mal – passa a ser lícito.

O crime, portanto, passa a ser virtude.

Na segunda-feira, 29/07, Bolsonaro falou:

“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele. Não é a minha versão, é que a minha vivência me fez chegar a essas conclusões naquele momento.”

O pai de Felipe Santa Cruz, Fernando Santa Cruz, foi preso no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, pelos órgãos de repressão da ditadura.

Nunca mais foi visto.

Naquela época, Bolsonaro tinha 19 anos – para ser exato, 18 anos, pois só completaria 19 anos em março.

Tinha acabado de prestar concurso para a Academia Militar de Agulhas Negras.

Então, que “vivência” tinha esse fedelho para chegar a “conclusões naquele momento”?

Com certeza, ele nem sabia que Fernando Santa Cruz fora preso e assassinado.

E não apenas pela idade que Bolsonaro tinha. Sobretudo porque os desaparecimentos, os assassinatos, durante a ditadura, não eram um assunto público nem mesmo para a maioria dos militares, quanto mais para um calouro de Agulhas Negras.

Dois anos depois, quando os estudantes do Rio tentaram realizar, na Universidade Federal Fluminense (UFF), a Semana dos Direitos Humanos, sendo violentamente reprimidos, o caso de Fernando Santa Cruz ainda era pouquíssimo conhecido, apesar dos esforços da sua família (e da de Eduardo Collier, preso e desaparecido com Fernando), em especial de sua mãe, para quebrar a cortina de censura e medo que se abateu sobre o crime.

Esse era o tipo de questão que a ditadura mantinha em segredo, se possível, absoluto.

Bolsonaro, portanto, nada sabia sobre o assunto “naquele momento”.

Bolsonaro, portanto, é um mentiroso.

DESCONHECIDO

Algumas horas depois dessa declaração, em vídeo enquanto cortava o pelo, Bolsonaro acusou os companheiros de Fernando de assassiná-lo.

Como estamos falando de decoro, o leitor nos permita reproduzir um pouco longamente o que ele falou:

“Donde eu obtive essas informações? Com quem eu conversei na época, oras bolas. Conversava com muita gente, tive na fronteira, conversava.”

Bolsonaro estava entrando em Agulhas Negras. O caso de Fernando Santa Cruz era desconhecido da maioria do Exército, pois é claro que a ditadura jamais fez publicidade nas Forças Armadas daquilo que fazia nos antros de tortura.

Mas, quatro ou cinco horas depois da primeira declaração, já não é a “vivência” que lhe fez chegar a tais ou quais “conclusões”.

A fonte agora são pessoas “com quem eu conversei na época”.

O que está fazendo nessa explicação a “fronteira” (que fronteira? a da mentira com a falta de caráter?), não sabemos. Mas não é um problema: Bolsonaro também não sabe.

Continuemos:

“O pessoal da AP no Rio de Janeiro ficou, primeiro ficaram estupefatos: como é que pode esse cara vir de Recife se encontrar conosco aqui? O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular de Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época sobre esse episódio, porque, qual é a tendência: se eles sabem, nós não podemos ser descobertos. Existia essa guerra naquele momento. Isso que aconteceu. Não foram os militares que mataram não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo que acontece. Isso mudou. Mudou através do livro ‘A Verdade Sufocada’, o depoimento do Brilhante Ustra, entre outras pessoas, mostrou que uma guerra naquele momento era realmente um lado contra o outro”.

Fernando Santa Cruz não veio de Recife para encontrar a cúpula da Ação Popular (AP) no Rio de Janeiro.

Ele mudou para o Rio seis anos antes de seu assassinato.

Quando foi preso, ele não morava mais no Rio, mas em São Paulo, onde era funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica.

Estava no Rio, em fevereiro de 1974, porque era carnaval, e ele viajara, com a família, para a casa do irmão, Marcelo Santa Cruz.

Fernando não saiu da casa do irmão, naquele infeliz sábado de carnaval, 23 de fevereiro de 1974, para encontrar a cúpula da AP, mas para encontrar um amigo de infância, Eduardo Collier Filho, que também jamais foi visto.

Novamente, é impossível que Bolsonaro soubesse algo sobre o desaparecimento (“essa é a informação que eu tive na época sobre esse episódio”), pois os carrascos de Fernando não apresentavam informes diante dos calouros de Agulhas Negras.

O mentiroso sabe tanto disso, que tentou um recurso para travestir a mentira: a citação (acima) do livro do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, “A Verdade Sufocada”.

Essa citação é uma tentativa de induzir as pessoas a concluir que foi através desse livro – ou através do próprio Brilhante Ustra – que Bolsonaro obteve informações sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz.

No entanto, não existe uma só palavra, no livro de Brilhante Ustra, sobre Fernando Santa Cruz (aliás, em nenhum dos dois livros desse psicopata, “Rompendo o Silêncio” e “A Verdade Sufocada”, existe algo sobre Fernando).

Ustra foi retirado da chefia do DOI-Codi de São Paulo em janeiro de 1974, após quase quatro anos de sangue, torturas e assassinatos (47 presos políticos foram mortos durante a chefia de Ustra, segundo relatório do próprio DOI-Codi, enviado ao Serviço Nacional de Informações – SNI).

Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier Filho foram presos em fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, quando Ustra não era mais chefe do DOI-Codi de São Paulo – para onde existem indícios de que eles foram, depois, levados.

Portanto, não foi através do livro de Ustra – ou do próprio Ustra – que Bolsonaro poderia ter conseguido tais “informações”.

Bolsonaro é um mentiroso que não se sustenta nem nos livros de seus semelhantes – ou neles próprios.

 

*Com informações do Hora do Povo

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O Brasil ou o inferno

Bolsonaro não está dando qualquer importância à tarefa de Presidente da República ou qualquer coisa se aproxime disso. Ele quer produzir um paralelo com a ditadura militar no que ela tem de mais cruel na produção de monstruosidades.

O documento significativo de sua expulsão do exército traça outra coisa forte no perfil de Bolsonaro, a mentira, outra compulsão desse psicopata. Sem contar que tudo isso explica o seu comportamento corrupto, porque Bolsonaro passou a vida barbarizando a lei, aplaudindo quem faz o mesmo, o que, logicamente, lhe deu uma confortável ideia de que sua corrupção nunca teve nada de fora da lei.

Sua receita e seu culto a Brilhante Ustra, por exemplo, e tantos outros monstros que, além da própria expressão do inferno, também eram a expressão da corrupção, encantam Bolsonaro.

Então, esqueçamos qualquer ação de Bolsonaro que não seja em prol do mercado.

Paulo Guedes está lá para isso e, sem ceras e cerimônias, fará o que disse Delfim Neto sobre os banqueiros: “os banqueiros, soltos, sempre voltam ao local do crime”.

Bolsonaro sabe da tragédia do seu governo do ponto de vista econômico. Ele tem plena noção de que o desfrute neoliberal de Paulo Guedes está levando o país ao caos.

Mas, e daí? Bolsonaro viverá de frases agressivas, de comportamentos odiosos, de perseguição aos pobres, aos nordestinos, aos gays e contará sempre na sua tragédia com um coral de estúpidos, como a Damares, Ernesto Araújo, os militares de seu governo, o ministro da educação e, claro, com Moro, que tem um componente com os mesmos elementos de tara pelo mal e amor pela vantagenzinha exatamente como reza a sua caderneta.

Bolsonaro escolheu seus ministros para cumprir suas ordens, mesmo que elas se transformem, como se transformaram, num banquete de tragédias. E só não vai mais longe, entorpecido pelo seu ódio, porque o STF parece que resolveu peitar a sua tirania e cortar as asas do ogro.

Mas não esperemos jamais que Bolsonaro vai se preocupar com o que propriamente deveria um Presidente da República, ele seguirá perseguindo quem considera inimigo, porque isso é da natureza de um psicopata. E se não houver um mutirão de quem tem um mínimo de noção civilizatória para arrancá-lo a fórceps da cadeira da presidência, Bolsonaro, o legítimo representante do fascismo brasileiro, arrastará o país inteiro para o inferno de onde veio.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Saul Leblon: Ratos começam a pular do navio

Sinal nada promissor para o comodoro Moro & CIA, os ratos começam a pular do navio.

Fux ,sim ele, ‘in Fux we trust’ , dá um duplo twist carpado e proíbe destruição de mensagens hackeadas que deverão ficar sob a guarda do STF.

Decisão será levada ao plenário. Mas depois do que fez Dallagnol…

STF impõe duas derrotas a Bolsonaro; ministros decidem que Funai continua responsável pela demarcação de terras indígenas e não ficará subordinada ao Ministério da Agricultura; Barroso interpela Bolsonaro que terá que explicar insinuações sobre pai do presidente da OAB.

Barroso interpela Bolsonaro; Fux se descola de Moro; plenário do STF reafirma Funai na demarcação de terras indígenas…

E nos próximos dias, até a greve de 13 de agosto em defesa da educação pública, será a vez de os intelectuais vocalizarem a desobediência ao intolerável.

 

*Por Saul Leblon/Carta Maior

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Bolsonaro corta água da transposição do São Francisco e Lula diz, “é incompreensível e desumano,

Obra planejada e executada nos governos Lula e Dilma, a transposição das águas do Rio São Francisco não está atendendo à população de Monteiro (PB) por decisão de Jair Bolsonaro; é o que denuncia o ex-presidente Lula; “A obra pronta desde 2017, e Bolsonaro simplesmente interrompe o fluxo de água para o sertão. É incompreensível e desumano. E silêncio na imprensa. #RecadodoLula”.

O perfil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Twitter publicou nesta quinta-feira, 1, uma denúncia grave relacionada ao abastecimento de água no município de Monteiro, oriunda da transposição do rio Francisco.

“Desde março, o governo Bolsonaro cortou o envio de água da transposição do Rio São Francisco até Monteiro, na Paraíba. A obra pronta desde 2017, e Bolsonaro simplesmente interrompe o fluxo de água para o sertão. É incompreensível e desumano. E silêncio na imprensa. #RecadodoLula”, disse o ex-presidente.

Monteiro foi a primeira cidade paraibana a receber as águas da transposição em março de 2017. Atualmente, o canal da transposição em Monteiro acumula apenas água das chuvas e apresenta rachaduras em vários pontos, além de lodo e blocos de areia.

No total, 35 cidades paraibanas dependem da água das transposição. Entre elas está Campina Grande, a segunda maior do estado.

 

*Com informações do 247