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Vídeos: Mundo reage ao insulto de Bolsonaro à Michelle Bachelet

Em resposta a uma declaração da Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, Jair Bolsonaro fez mais um ataque e apologia ao regime ditatorial. Ele elogia a morte do pai de Bachelet pelo regime de Augusto Pinochet. “Só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973”, disse Bolsonaro.

Alberti, o pai de Bachelet, foi preso e torturado por se opor ao golpe militar de 1973 liderado por Augusto Pinochet e morreu de ataque cardíaco na prisão. Em 2014, dois militares chilenos aposentados foram condenados à prisão por torturá-lo. Bachelet e sua mãe, Ángela Jeria, também foram presas.

A reação ao ataque de Bolsonaro foi rápido nas redes sociais. “Bolsonaro elogia frequentemente a ditadura militar de 21 anos no Brasil e expressou admiração por governantes como Pinochet, cujo regime matou mais de 3.000 pessoas de 1973 a 1990”, afirma o jornal The Guardian nesta tarde.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, também se pronunciou em entrevista ao vivo à imprensa em repúdio contra Jair Bolsonaro. No Chile, deputados e senadores de esquerda, centro e direita também questionaram o presidente brasileiro considerando um ataque à ex-presidente chilena. Confira algumas reações:

https://twitter.com/CNNChile/status/1169341006959063041?s=20

https://twitter.com/delucca/status/1169350261950881797?s=20

 

 

*Com informações do Mídia Ninja

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Acusado de tortura é o preferido de Bolsonaro para assumir a Polícia Federal

Anderson Gustavo Torres, favorito para substituir do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, respondeu a um processo por tortura, mas foi absolvido.

“Segundo a denúncia apresentada pelo MPF, ele e uma equipe de policiais teriam sequestrado à luz do dia, diante de testemunhas, e torturado dois rapazes suspeitos de cometerem um furto na casa de dois policiais federais”, diz a Época.

Jair Bolsonaro sinalizou, nesta quarta-feira (4), que Torres deve assumir a direção da Polícia Federal com a demissão iminente do atual diretor da corporação, Maurício Valeixo. Nos bastidores da PF já é ventilado um nome para novo diretor-geral da Polícia Federal: Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Delegado da PF, Anderson Torres coordenou a atividade de inteligência da PF entre 2007 e 2008 em ações contra o tráfico internacional de drogas, e investigações contra o crime organizado em Roraima, entre 2003 e 2005. Também atuou na coordenação de comissões sobre temas relacionados à segurança pública na Câmara dos Deputados.

A reportagem da Folha destaca que o nome de Anderson Torres enfrenta algumas resistências e é mais um nome que não faz parte da escolha do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Contudo, Bolsonaro teria dito que “está tudo acertado com o Moro, ele pode trocar [o diretor-geral, Maurício Valeixo] quando quiser”.

Há uma semana, o ministro enalteceu publicamente Valeixo em evento na PF e reforçou, em entrevista, a permanência do ainda diretor-geral da entidade. Nesta quarta (4), Moro evitou falar sobre a possibilidade de um novo diretor-geral da Polícia Federal.

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Mais do que enxovalhar Moro, Bolsonaro quer desmoralizar a Polícia Federal perante o mundo

Bolsonaro parece querer posar para o mundo com os pés na cabeça da Polícia Federal, exibindo uma de suas armas como um caçador cruel e frio. Se quisesse apenas humilhar Moro, ele o demitiria sumariamente. Mas ele quer imprimir sua marca colocando a PF de joelhos sob seus pés.

Essa, mais do que humilhação, tem o claro objetivo de exigir que a PF que sobrar disso, limite-se a testemunhar, de forma silenciosa, o destino que Bolsonaro previu para ela, convertendo-se numa milícia e sepultando o brasão da corporação.

Na verdade, Bolsonaro quer reproduzir na PF a figura do miliciano, com seus arroubos diante de uma plateia voraz sedenta de sangue que o aclama todas as vezes em que produz um episódio de brutalidade e estupidez. É o que lhe resta.

Esse será o destino limitado de Bolsonaro, tentar manter o aplauso de um movimento reacionário de 12% do eleitorado para manter seu reinado e tentar se livrar de um, cada vez mais possível, impeachment.

Ele não despreza somente Moro, acredita que, para atingir seus objetivos, precisa esculachar a PF e fará isso com o Ministério Público via PGR e, coroando sua expansão diante da corrente de fanáticos, colocar o STF debaixo de seu coturno.

Na realidade, no coreto de Bolsonaro a banda tem que tocar assim e, como dizem os seus mais fanáticos súditos com o bordão: “votamos nele para isso mesmo”.

Resta saber se a PF ficará debruçada na janela, assistindo a isso, com pena de si mesma sem reagir a esse desastre, deixando-se desmoralizar por Bolsonaro que quer transformar a instituição num puxadinho de sua choldra. A conferir.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Polícia Federal: Bolsonaro quer humilhar Moro

A Coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo informa que a cúpula da PF (Polícia Federal) está convencida de que não é o verdadeiro alvo de Jair Bolsonaro —mas que ele mira, isso sim, no ministro da Justiça, Sergio Moro.

De acordo com a publicação, para alguns dos mais respeitados integrantes do órgão, Moro já não está sendo constrangido —mas sim humilhado pelo presidente. Além de engolir a exigência de Bolsonaro para demitir o diretor-geral, Maurício Valeixo, o ministro não estaria sequer conseguindo emplacar um nome de sua confiança no lugar. Na opinião de policiais próximos de Moro, o ex-juiz deveria reagir rápido —para poder sair do governo com pelo menos “algum crédito”, nas palavras de um deles. O que já não terá, dizem, se seguir dobrando a espinha.

“Moro vai esperar dois anos e a troca de 50 diretores-gerais da PF para gritar?”, questiona um dos delegados mais influentes da corporação, completa a Folha.

 

*Com informações da Folha

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Miguel Nicolelis: “O mundo está perplexo com o desmonte da educação no Brasil”

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis vive há três décadas no exterior e roda o mundo para divulgar sua pesquisa científica. Por isso, não tem dúvidas ao sentenciar: a comunidade internacional está perplexa com os desmontes e cortes na educação pública anunciados pelo governo brasileiro, chefiado por Jair Bolsonaro (PSL).

“O mundo inteiro está pasmo. Revistas internacionais de ciência dedicaram espaços que o Brasil nunca ganha, como por exemplo na Nature, para falar do total espanto e choque que é qualquer governo de um país como o nosso tentar criminalizar e afogar as universidades, ao invés de promover, defender e ampliar seus horizontes”, diz.

Em maio, estudantes e professores protagonizaram protestos massivos por todo o país após o anúncio do cortes de bolsas e da redução do orçamento das instituições federais, que respondem por mais de 90% da pesquisa científica no país.

Nicolelis é um dos principais nomes da ciência brasileira. O engenheiro biomédico foi considerado, em 2009, um dos 20 maiores cientistas da atualidade pela revista Scientific American.

Professor da Duke University, nos Estados Unidos, ele lidera o Projeto Andar de Novo. O trabalho já logrou que dois paraplégicos voltassem a caminhar por meio do desenvolvimento de um dispositivo de estimulação muscular e de uma interface cérebro-máquina.

De passagem por São Paulo (SP), o cientista conversou com o Brasil de Fato antes de uma palestra no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Na entrevista, ele lembra que o extinto programa Ciência Sem Fronteiras levou o Brasil para outro patamar no mercado científico internacional. “Foi um dos maiores programas de fellowships científicas do mundo”, defende.

Ele afirma que o asfixiamento das universidades públicas, a perseguição das ciências humanas e a redução científica impactam em perda de soberania do país. “Nenhum país distribui colaboração ou know-how espacial. O Brasil teve que construir tudo na força da sua própria competência científica, no CTA [Centro Técnico Aeroespacial] de São José dos Campos e aplicando na base de Alcântara. E nós estamos dando de mão beijada isso.”

O pensamento crítico, lembra o cientista, é o antídoto para conter o avanço de pensamentos anticientíficos como o terraplanismo e teorias que negam as mudanças climáticas – que cada vez mais ganham espaço internacionalmente.

A entrevista é de Rute Pina, publicada originalmente no Brasil de Fato,

A pauta da educação movimentou, neste semestre, os maiores protestos no país. E o tema também esteve no centro de algumas crises do governo, que culminou em queda, por exemplo, do primeiro ministro nomeado para pasta. Qual sua avaliação da gestão da educação pelo governo federal nestes seis meses?

O fato que a educação mobilizou tanta gente no Brasil mostra que ela é central no discurso e no pensamento da sociedade brasileira. O grande drama, que sinto, é a falta de aprofundamento dessa questão. Falar que é a favor da educação, todo mundo é a favor. E a gente viu que o tema foi capaz de mobilizar talvez o maior número de pessoas [nas ruas] desde a eleição. O que é surpreendente, por um lado. Mas, por outro, não é porque todas as famílias e camadas sociais brasileiras sabem que a esperança de seus filhos, netos e todos os jovens têm — e o país tem — de um futuro melhor reside nas oportunidades educacionais.

Eu acho que o que mobilizou mais ainda, que é muito diferente de qualquer outra coisa que a gente viu em muito tempo — eu não me lembro nem no governo militar de ter visto nada semelhante — é a perspectiva de asfixiamento das universidades e institutos federais. Eles correspondem a mais de 90% da produção científica do Brasil. E o almejo da grande maioria dos jovens brasileiros de cursar um ensino superior de alto nível, que se transformou em uma das maiores malhas educacionais de ensino superior público do mundo.

Então, eu acho que no momento em que a sociedade brasileira começou a ver declarações, medidas e decretos que claramente apontavam para um estrangulamento das universidades federais, gerou-se um fator catalisador. Essas expressões, curiosamente, se desenvolveram a partir da perspectiva de se perder esse grande patrimônio nacional, que é a rede universitária federal. E, evidentemente, que até agora a gente não viu qual é a proposta do governo para os ensinos superior, básico nem ensino nenhum. O que a gente viu foi uma crise atrás da outra.

Não só eu, mas o mundo inteiro está pasmo. Revistas internacionais de ciência dedicaram espaços que o Brasil nunca ganha, como por exemplo na Nature, para falar do total espanto e choque que é qualquer governo de um país como o nosso tentar que criminalizar e afogar as universidades, ao invés de promover, defender e ampliar seus horizontes. Basicamente usar o corte de verbas como a grande estratégia para calar o pensamento intelectual, o pensamento dos jovens, dos professores e dos funcionários. É uma grande calamidade.

O governo tem como alvo prioritário as ciências humanas, fala muito da ideologização da sociologia e filosofia, mas a extensão desses cortes também afeta a totalidade da produção científica…

Em nenhuma das duas bandeiras faz nenhum sentido, né. Eu sou um cientista biomédico. E não existiria ciência biomédica sem a filosofia. A ciência humana é a ciência do homem, por definição. O estudo do homem, das suas relações sociais, antropológicas, as suas ambições e anseios. Então, não se pode criar essa separação. Essa separação não faz o menor sentido. E evidentemente ela não contribui em absolutamente nada para o avanço da educação dos nossos jovens. Você remover o ensino de filosofia, sociologia do Ensino Médio, por exemplo, é um descalabro tão grande do ponto de vista intelectual que fica até difícil comentar. Você não vê qual o parâmetro que pode levar esse tipo de proposta.

E não é só aqui [que isso é visto com preocupação], mas fora do Brasil também. Eu estava dando uma palestra na Universidade de Lisboa há quase dois meses. Era o dia da primeira manifestação dos estudantes no Brasil. Quando eu contei aos estudantes e professores da universidade o que estava acontecendo no Brasil e pedi o apoio deles, foi um choque. O Brasil forneceu estudantes para Portugal, por exemplo, com o Ciência Sem Fronteiras, que Portugal nunca teve. Os EUA tiveram um fluxo de 25 mil estudantes brasileiros. E, pela primeira vez na minha vida, eu vi universidades americanas como o MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts] e [Universidade de] Harvard abrirem escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro para recrutar os melhores estudantes brasileiros. Eles viram não só que o talento humano era muito grande, mas eles recebiam o dinheiro do governo brasileiro para receber cada um desses alunos.

[O Ciências Sem Fronteiras] foi um dos maiores programas de fellowships científicas do mundo. Quando eu fui para a China, os chineses estavam falando desse programa e da admiração do fato de que 108 mil brasileiros foram para o exterior estudar, no limite do conhecimento humano, para ver o que existia e voltar para cá, né. Então, na realidade, o que choca é a própria falta de lógica e noção da proposta. Você iniciar o governo tratando como inimigo a universidade pública brasileira, você está pedindo para ter problemas de grande porte.

É preciso dar continuidade a essa manifestação de desagravo. Não adianta se ela for pontual, apenas. Claro que passa a emoção daquele dia de manifestações, que foram muito parecidas com as manifestações das Diretas Já, quando eu era aluno aqui no Brasil. Mas você precisa dar continuidade a isso porque é óbvio que é uma estratégia que não vai ser posta de lado. Ela vai continuar. E existem universidades que daqui a alguns meses não tem como funcionar. Elas não têm como desempenhar suas funções.

E como todo esse contexto reposiciona o país, geopoliticamente, e em relação à soberania?

O Brasil estava tendo uma ascendência meteórica com os investimentos que foram feitos tanto pelo Ministério da Educação quanto pelo Ministério da Saúde e [Ministério da] Ciência e Tecnologia. Essa ascendência foi notada em número de publicações, na qualidade das publicações, na qualidade de alunos brasileiros, na penetração dos cientistas brasileiros no mercado internacional de ciência… Isso era tudo muito claro. Era tangível. Você podia medir, ver.

O mercado internacional de ciência não é fácil de se penetrar. Existem uma série de preconceitos. Eu vivo há 31 anos nos EUA, conheço de cor e salteado como você faz para impedir que certas áreas da ciência de ponta tenha a participação de países como Brasil. Na pesquisa aeroespacial, por exemplo. Na minha visita à Alcântara [no Maranhão] uns anos atrás, eu descobri que nenhum país distribui colaboração ou know-how espacial. O Brasil teve que construir tudo na força da sua própria competência científica, no CTA [Centro Técnico Aeroespacial]de São José dos Campos e aplicando na base de Alcântara. E nós estamos dando de mão beijada isso. Nem sabemos o que vamos acontecer ali dentro.

Então, esse momento, que já vem desde 2015, quando o Brasil deixou de ser governável, com a preparação do impeachment e do golpe, e depois, no governo [de Michel] Temer, a curva, eu chamo, é de ascensão e o crash da ciência brasileira. De repente, se puxou o tapete. Então imagina, você foi para fora do Brasil com uma bolsa do governo brasileiro para fazer uma pesquisa em astrofísica na Harvard e, agora, você é um doutor em astrofísica e quer voltar para o Brasil… Você vai para onde? Você vai trabalhar onde? Você vai reposicionar o Brasil nessa área como? A conclusão é essa: é uma grande tragédia que compromete drasticamente a soberania do Brasil. Não agora, somente, mas em várias décadas que estão por vir ainda.

Uma pesquisa do INCT, divulgada nesta semana, mostra que 67% dos jovens brasileiros têm interesse por ciência, o que é um dado…

Maravilha!

…muito positivo. Mas, em contrapartida, um a cada quatro, acredita que vacinas fazem mal. E 54% afirmam que os cientistas exageram, por exemplo, com relação a mudanças climáticas. Teorias terraplanistas, por exemplo, estão ganhando espaço em todo o mundo… Como o sr. enxerga o avanço dessas teorias anti-científicas?

É um fenômeno histórico da humanidade, né. O que é mais assustador no momento atual é que, com a interconectividade global que existe, você consegue espalhar esse tipo de absurdo muito rapidamente. Você consegue criar movimentos, por exemplo, teve um congresso de terraplanistas nos EUA, perto de onde moro. Quer dizer, os caras foram no espaço, fotografaram a terra… Se você tinha qualquer dúvida, teve gente lá em cima que fotografou. A evidência é óbvia. Circunavegaram a terra antes de sair para o espaço. Não dá nem para entrar em um debate como esse…

Sobre a questão climática, toda a evidência disponível e experimental de gente séria que trabalha na área evidente que demonstra o impacto humano…

Então o que explica essa negação de evidências?

A falta da formação do pensamento crítico. Os sistemas educacionais ao longo do mundo não estão conseguindo dar conta de formar pessoas que conseguem pensar criticamente. E isso não é um fenômeno nacional. Nos EUA, eu moro em uma região do país onde isso é muito frequente. E os cientistas são atacados até mesmo fisicamente.

Então, é quase curioso que depois de todo o desenvolvimento que nós experimentados cientificamente nós estejamos voltando para uma época, com toda a tecnologia que foi desenvolvida, toda a hiperconectividade… Eu falo isso no meu livro, inclusive: estamos voltando para uma época em que parece que voltamos 800 anos atrás. Estamos negando princípios básicos da descoberta científica que são clássicas. E isso é muito preocupante.

Para mim, isso é um reflexo claro do momento em que o mundo vive de como as tecnologias digitais estão reprogramando nossos cérebros, como elas estão alterando nossa percepção da realidade e como é tão fácil uma pessoa criar uma realidade paralela e conseguir administrar ela para milhões de outras pessoas. Na minha opinião, esse é um dos problemas mais sérios que nossa espécie enfrenta nesse instante: como não transformar o ser humano em um robô, num autômato, que não tem mais a capacidade de pensar por si só e de ser crítico.

É um bombardeio, se você for parar para pensar. Se você olha para o que sai hoje nas redes sociais, é um contínuo bombardeio de teorias da realidade. E se você não tiver o mínimo de formação, o mínimo de capacidade de discernir o que é real e o que não é, fica muito difícil. Às vezes, quase impossível com as manipulações de imagens e de vídeo que são feitas hoje.

 

*Do Instituto Humanitas Unisinos

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Procuradores da Lava Jato na PGR pedem demissão coletiva em protesto contra Raquel Dodge

Os seis procuradores que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República pediram demissão coletiva na noite desta quarta-feira (4). Medida estaria relacionada à homologação da delação premiada do empresário Léo Pinheiro, da OAS. Dodge teria pedido para arquivar trechos que citam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e um irmão do presidente do STF, Dias Toffoli.

Os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República pediram demissão coletiva na noite desta quarta-feira (4).

Os seis procuradores – Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira, não citam detalhes do motivo. Em comunicado, atribuíram a uma “grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03.09.2019)”.

Segundo o jornal O Globo, a insatisfação se deve a uma manifestação de Dodge sobre a delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Dodge enviou a delação de Léo Pinheiro na terça-feira pedindo para homologar o acordo.

A insatisfação, porém, se deveu ao fato de que Dodge pediu para arquivar preliminarmente trechos da delação que acusam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e um irmão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Veja o comunicado dos procuradores:

“Devido a uma grave incompatibilidade de entendimento dos membros desta equipe com a manifestação enviada pela PGR ao STF na data de ontem (03.09.2019), decidimos solicitar o nosso desligamento do GT Lava Jato e, no caso de Raquel Branquinho, da SFPO. Enviamos o pedido de desligamento da data de hoje. Foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos. Obrigada pela parceria de todos vocês. Nosso compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade.”

 

 

*Com informações do 247

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ONU afirma que Glenn Greenwald corre risco de ser morto no Brasil

A ONU está preocupada com os ataques que o Intercept Brasil vem sofrendo e escreveu ao governo brasileiro sobre a urgência de garantir nossa proteção, punir os responsáveis pelas ameaças e prevenir uma possível tragédia.

Na tarde de ontem o jornalista Jamil Chade, correspondente na Europa, divulgou uma carta enviada ao Itamaraty pelo relator das Nações Unidas para a proteção do direito à liberdade de opinião, David Kaye. O governo Bolsonaro não deu a menor bola.

Recebemos essa notícia na redação com muita preocupação, mas ao mesmo tempo agradecidos por saber que as autoridades internacionais estão de olho no que acontece por aqui.

Kaye escreveu ao governo brasileiro para comunicar que tomou conhecimento de uma série de ameaças contra o Intercept Brasil após as primeiras publicações da #VazaJato. Por esta razão, o relator se disse profundamente preocupado com a minha segurança e a de Glenn Greenwald, cofundador e colunista do Intercept, de sua família e dos demais membros da nossa redação. Diz ele:

Se os fatos alegados estiverem corretos, constituem uma clara violação dos artigos 19 e 2 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário desde de 24 de janeiro de 1992. Manifesto, sobretudo, minha preocupação com a hostilidade de membros do Senado e do governos contra as pessoas mencionadas em reação às revelações feitas por elas.

Os artigos mencionados pelo relator dizem respeito à liberdade de expressão e de imprensa. Você pode consultar a íntegra do texto no site do governo federal, já que ele está em vigor no Brasil por um decreto da presidência da república. É por isso que Kaye alerta o governo brasileiro que “é obrigação dos Estados instituir medidas eficazes de proteção contra ataques destinados a silenciar aqueles que exercem o seu direito à liberdade de expressão”.

 

*Do Intercept Brasil

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Gilmar Mendes tira da Lava Jato ação contra Mantega

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tirou de Curitiba o único caso contra o ex-ministro Guido Mantega, que corria na 13ª Vara Federal. Gilmar determinou que o caso seja enviado à Justiça Federal do Distrito Federal.

A decisão foi tomada na terça-feira (3) e vale apenas para Mantega, apesar de outras pessoas serem réus na mesma ação. A denúncia havia sido aceita em agosto de 2018, quando Sergio Moro ainda era o juiz do caso, hoje sob responsabilidade de Luiz Antonio Bonat.

Nela, o ex-ministro é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo procuradores, ele teria recebido da empreiteira Odebrecht para atuar na edição de medidas provisórias que beneficiavam empresas do grupo, permitindo refinanciamento de dívidas.

De acordo com Fábio Tofic Simantob, advogado de Mantega, a medida de Gilmar apenas garante o cumprimento de outras decisões tomadas pela Segunda Turma do Supremo, que haviam tirado de Curitiba as menções feitas ao ex-ministro em delações premiadas.

Com a decisão, caem todas as medidas cautelares sobre Mantega, como a apreensão de passaportes e o uso de tornozeleira eletrônica.

 

*Com informações do R7

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Carta de Lula ao povo brasileiro: “O país está sendo destroçado por um governo de traidores”

Leia a íntegra da carta de Lula.

Companheiras e companheiros de todo o Brasil,

Sempre acreditei que o povo brasileiro é capaz de construir uma grande Nação, à altura dos nossos sonhos, das nossas imensas riquezas naturais e humanas, nesse lugar privilegiado em que vivemos. Já provamos, ao longo da história, que é possível enfrentar o atraso, a pobreza e a desigualdade, com soberania e no rumo da justiça social. Mas hoje o país está sendo destroçado por um governo de traidores. Estão entregando criminosamente as empresas, os bancos públicos, o petróleo, os minerais e o patrimônio que não lhes pertence, mas ao povo brasileiro. Até Amazônia está ameaçada por um governo que não sabe e não quer defendê-la; que incentiva o desmatamento, não protege a biodiversidade nem a população que depende da floresta viva.

Nenhum país nasce grande, mas nenhum país realizará seu destino se não construir o próprio futuro. O Brasil vai completar 200 anos de independência política, mas nossa libertação social e econômica sempre enfrentou obstáculos dentro e fora do país: a escravidão, o descaso com a saúde, a educação e a cultura, a concentração indecente da terra e da renda, a subserviência dos governantes a outros países e a seus interesses econômicos, militares e políticos.

Apesar de tudo, ao longo da história criamos a Petrobrás, a Eletrobrás, o BNDES e as grandes siderúrgicas hidrelétricas; os bancos públicos que financiam a agricultura, a habitação e o ensino; a rede federal e estadual de universidades, a Embrapa, o Inpe, o Inpa, centros de pesquisa e conhecimento, todo um patrimônio a serviço do país.

O que foi construído com esforço de gerações está ameaçado de desaparecer ou ser privatizado em prejuízo do país, como fizeram com a Telebrás, a Vale, a CSN, a Usiminas, a Rede Ferroviária, a Embraer. E sempre a pretexto de reduzir a presença estado, como se o estado fosse um problema quando, na realidade, ele é imprescindível para o país e o povo.

O mercado não vai proteger um dos maiores territórios do mundo, o subsolo e a plataforma continental; a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal. Não vai oferecer acesso universal à educação, saúde, seguridade social, segurança pública, cultura. O mercado não vai construir um país para todos.

A Petrobrás está sendo vendida aos pedaços a suas concorrentes estrangeiras. Já entregaram dois gasodutos estratégicos, a distribuidora e agora querem as refinarias, para reduzi-la a mera produtora de petróleo bruto e depois vender o que restou. Reduzem a produção de combustíveis aqui para importar em dólar dos Estados Unidos. E por isso disparam os preços dos combustíveis e do gás para o povo.

Se a Petrobrás fosse um problema para o Brasil, como a Rede Globo diz todo dia, por que tanta cobiça pela nossa maior empresa e pelo pré-sal, que os traidores também estão entregando? Agora mesmo querem passar a eles os poços da chamada Cessão Onerosa, onde encontramos jazidas muitas vezes mais valiosas que as ofertas previstas no leilão.

Problema é voltar a comprar lá fora os navios e plataformas que sabemos fazer aqui. É a destruição da cadeia produtiva de óleo e gás, pela ação do governo e pelas consequências do que fez um juiz em Curitiba. Enquanto fechava acordos com corruptos, vendendo a falsa ideia de que combatia a corrupção, 2 milhões de trabalhadores foram condenados ao desemprego, sem apelação.

Os trabalhadores e os mais pobres são os que mais sofrem com essa traição. Cada pedaço do país e das empresas públicas que vendem, a qualquer preço, são milhões de empregos e oportunidades roubadas dos brasileiros.

É uma traição inominável matar o BNDES, vender o Banco do Brasil e enfraquecer a Caixa Econômica, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável, à agricultura e à habitação. O ataque às universidades públicas também é contra a soberania nacional, pois um país que não garante educação pública de qualidade, não se conhece nem produz conhecimento, será sempre submisso e dependente das inovações criadas por outros.

Bolsonaro entregou nossa política externa aos Estados Unidos. Deu a eles, a troco de nada, a Base de Alcântara, uma posição privilegiada em que poderíamos desenvolver um projeto aeroespacial brasileiro. Rebaixou a diplomacia a um assunto de família e de conselheiros que dizem que a terra é plana. Trocou nossas conquistas na OMC pela ilusão da OCDE, o clube dos ricos que o desprezam. Anunciou um acordo com a União Europeia, sem pesar vantagens e prejuízos, e agora brinca de guerra com os europeus para fazer o jogo de Trump.

Quem vai ocupar o espaço da indústria naval brasileira, da indústria de máquinas e equipamentos, da engenharia e da construção, deliberadamente destroçadas? Quem vai ocupar o espaço dos bancos públicos, da Previdência; quem vai fornecer a Ciência e a Tecnologia que o Brasil pode criar? Serão empresas de outros países, que já estão tomando nosso mercado, escancarado por um governo servil, e levando os lucros e os empregos para fora.

Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país.

É urgente enfrentá-los, porque seu projeto é destruir nossa infraestrutura, o mercado interno e a capacidade de investimento público – para inviabilizar de vez qualquer novo projeto de desenvolvimento nacional com inclusão social. O povo brasileiro terá mais uma vez que tomar seu próprio caminho. Antes que seja tarde demais para salvar o futuro.

Por isso é tão importante reunir amplas forças sociais e políticas, como neste seminário que se realiza hoje em Brasília, junto ao lançamento da Frente Parlamentar Mista da Soberania Nacional. Saúdo a todos pela relevante inciativa que é o recomeço de uma grande luta pelo Brasil e pelo povo.

Daqui onde me encontro, renovo a fé num Brasil que será novamente de todos, na construção da prosperidade, da igualdade e da justiça, vivendo na democracia e exercendo sua inegociável soberania.

Viva o Brasil livre e soberano!

Viva o povo brasileiro!

Luiz Inácio Lula da Silva”

Curitiba, 4 de setembro de 2019

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Novo chefe do Ibama no Ceará é dono de fazenda de madeira

Um dos líderes do Movimento Direita Ceará, coronel Bezerra foi candidato a deputado federal pelo PSL no ano passado.

O novo superintendente do Ibama no Ceará, o coronel Ricardo Célio Chagas Bezerra, é dono de uma fazenda de exploração de madeira em Itupiranga, no interior do Pará. Filiado ao PSL, Bezerrinha, como é chamado, disputou a eleição no ano passado, obteve 13.000 votos e ficou como suplente de deputado federal. A nomeação dele foi assinada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e publicada no Diário Oficial da União no dia 2 de setembro.

Bezerra é dono da fazenda Arapari, localizada na rodovia Transamazônica, quilômetro 27, na altura de Itupiranga. Conforme os registros, a principal atividade econômica da fazenda é “extração de madeira em florestas plantadas”. Em seu perfil no Facebook, ele se descreve como um empresário da área de logística, que desenvolve “atividade agropecuária nos estados do Ceará e Pará”.

Na lista de bens declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bezerra figura como proprietário de dois terrenos, um avaliado em 3,5 milhões de reais e outro de 160.000 reais.

Graduado na Academia Militar das Agulhas Negas, Bezerra é coronel da reserva do Exército, com especialização em paraquedismo e guerra na selva. Ele foi comandante de batalhões no Pará e no Amazonas.

Durante a campanha, o seu principal slogan é que ele era o “único candidato do Ceará oficial do Exército brasileiro”. Ele também é um dos coordenadores do Movimento Direita Ceará, que apoiou a campanha do presidente Jair Bolsonaro pela região Nordeste.

No Facebook, o novo chefe do Ibama se mostra um crítico ferrenho de ONGs que atuam na região amazônica e das “notícias sensacionalistas” que relatavam aumento no desmatamento neste ano. No dia 23 de agosto, ele fez um post dizendo que todos os presidentes que antecederam Bolsonaro “lotearam nossa Amazônia com 100.000 Ongs”. “Safados, oportunistas, venderam nossas riquezas, nossa soberania. Traidores do povo e da nação”, escreveu. Na publicação, aparecem as imagens de Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma.

Em outra postagem, do dia 17 de agosto, Bezerra compartilhou uma imagem do ex-deputado Enéas Carneiro, morto em 2007, com a seguinte legenda: “A Europa não está preocupada com as árvores da Amazônia, eles querem o subsolo. Se fossem as árvores bastaria reflorestar as terras deles”. A publicação foi feita em meio à crise internacional que o governo enfrentou com as queimadas na região amazônica.

 

 

*Com informações do Blog do Noblat