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Bolsonaro decreta indulto a policiais que cometeram crimes

Bolsonaro troca promessa de campanha por promessa a contingente fardado, que terá pena extinta.

Mais uma de tantas promessas não cumpridas.

Em 2018, já eleito, Bolsonaro afirmou que acabaria com indulto de Natal, mas preferiu jogar para sua torcida e para quem sustentou sua trajetória como deputado na base do corporativismo policial e militar.

O cara dará indulto a agentes de segurança pública que cometeram crimes, sinalizando que a impunidade para os seus comparsas será sempre a marca de sua noção de justiça.

Isso ocorre no mesmo dia em que o New York Times denunciou ao mundo que Bolsonaro reeditou o esquadrão da morte que agia na ditadura.

 

*Da redação

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Bolsonaro recria o “Bolsa Banqueiro” de FHC enquanto o Brasil volta ao mapa da fome

O PROER está de volta!

O Bolsa Banqueiro voltou pra salvar a agiotagem vagabunda!

Quando eu digo que Bolsonaro é o focinho de FHC, é disso que falo.

Está aí o Proer, o Bolsa Banqueiro de volta inspirado no neoliberalismo de FHC que, em oito anos, quebrou o Brasil três vezes, também por conta disso.

Bolsonaro encaminhou nesta segunda-feira (23), na calada da noite, um projeto ao Congresso que prevê o uso de recursos públicos pra socorro aos agiotas em dificuldade, dando um bico na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O que é ilegal, além de imoral.

É o uso de dinheiro do Tesouro Nacional, ou seja, dos contribuintes, para socorrer agiotagem, o que é proibido desde 2000, com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Bolsonaro tenta enganar a sociedade dizendo no projeto que o dinheiro público só seria usado depois de esgotadas as demais fontes para o reequilíbrio dos cofres da banqueirada que cobra os juros mais imorais do planeta da mesma população que, agora, Bolsonaro quer que salve essa milícia financeira.

Cadê o slogan dos capitalistas de que “quem não tem competência não se estabelece”?

Cadê a meritocracia que o setor privado alardeia para desqualificar o setor público?

Bolsonaro fez aquele salseiro todo dizendo que abriria a caixa preta do BNDES dos governos Lula e Dilma que deixaram o banco público mais saudável como nunca, e teve que dobrar a língua e mandar seus seguidores mais idiotas pararem de repetir o fake news, porque não houve uma única operação irregular e o BNDES jamais ficou quebrado com Lula e Dilma, ao contrário, foi recuperado pelos governos do PT, principalmente o governo Lula que recebeu de herança de FHC, um BNDES triturado e moído em farrapos.

Agora Bolsonaro decalca o Bolsa Banqueiro criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para injetar bilhões no sistema financeiro para salvar bancos, enquanto o Brasil volta ao mapa da fome.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Um ano de governo e Bolsonaro não se dirigiu uma única vez aos pobres

Um país de maioria pobre, Bolsonaro só fala para os ricos.

Foi assim na sua coletiva para a Globo. Mandou um recado aos endinheirados, sobretudo aos banqueiros: Não sou eu quem me navega quem me navega é a agiotagem e o rentismo com o timoneiro Paulo Guedes.

O mesmo que disse que não tem compromisso nenhum com a questão da gigantesca desigualdade no país.

Lógico que, para a Globo, mais dependente dos bancos do que nunca, o recado foi a senha para que Flávio saísse do noticiário dos Marinho e, assim, nem no Fantástico seu nome foi lembrado na semana em que estourou o escândalo do cartel da família.

E que família!

É gente que não acaba mais. Vai da mulher do presidente às ex-mulheres, passando pela parentada toda ligada a elas e, lógico, os filhos e os parentes dos filhos. Sem falar nos milicianos e parentes de milicianos.

Tudo isso foi desconsiderado pela Globo depois que Bolsonaro fez um pacto de sangue com os banqueiros que, por sua vez, têm pacto de sangue com a Globo.

Ficou estabelecido que Paulo Guedes é quem manda. Assim os banqueiros se acalmaram e a Globo pôde mostrar aos patrões que o serviço da milícia midiática funciona bem contra Bolsonaro.

Por isso também, nessa democracia de mercado em que o Brasil se encontra, não há escrúpulos dos banqueiros que se associam a assassinos para lucrar cada vez mais e, muito menos, discurso direcionado aos pobres, só se for para avisar que eles vão morrer sem empregos, sem saúde e sem comida. Quem teimar em viver, o esquadrão da morte dá um jeito no insurgente.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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As ligações de Bolsonaro com a indústria da morte do Rio de Janeiro

Um thread (sequência de mensagens no Twitter) do jornalista Marlos Áypus disseca as ligações de Bolsonaro com a indústria da morte.

Acompanhe:

A overdose de informações no noticiário, contudo, faz com que a compreensão do ocorrido soe confusa até mesmo aos profissionais que trabalharam na cobertura.

Essa thread é, antes de qualquer coisa, uma homenagem a esses profissionais, que já não levavam uma vida fácil, mas tudo ficou ainda mais complicado com o autoritarismo dos que chegaram recentemente ao poder.

Cada informação aqui compartilhada traz um link para a fonte que a apurou. Alguns links, no entanto, surgem mais de uma vez, já que comportam mais de uma informação útil à cronologia dos fatos.

Cronologia que, como se perceberá, começa no estado de São Paulo.

O caso Lamarca
Era 8 de maio de 1970. Em Eldorado, Carlos Lamarca e sete guerrilheiros trocam tiros com policiais e fogem. O Exército mobilizaria centenas de homens à região, chamando a atenção do jovem Jair Bolsonaro, então com 15 anos.

https://t.co/ZjQTWRhIsb?amp=1

Com relatos conflituosos, o próprio parlamentar narraria que ajudou os militares nas buscas pela mata.

Bolsonaro é o ‘moleque sabido’ que ajudou na captura de Lamarca?

Candidato repete que participou de busca a líder esquerdista, mas se aproveita de mito da caserna para avolumar – enganosamente – a própria biografia.

Lamarca, contudo, só seria encontrado e morto a tiros no município de Ipupiara, na Bahia, no 17 de setembro de 1971 Segundo os militares, o tiro fatal partiu do então major Nilton Cerqueira.
O caso Acari

Vinte e quatro anos depois, no Rio de Janeiro, Bolsonaro sai de casa por volta das 8h da manhã de 4 de julho de 1995. No caminho, é assaltado por dois bandidos armados, que levam a moto e a glock que o deputado federal trazia na jaqueta.

https://t.co/tgM2Jxg02r?amp=1

Assalto sofrido por Bolsonaro em 1995 culminou com a morte misteriosa de um bandido e de sua família

O fato aproximou o deputado do general linha-dura Nilton de Albuquerque Cerqueira, que comandou o DOI-Codi – órgão de repressão política da ditadura – no início da década de 1970.

No mesmo dia, a Secretaria de Segurança Pública designa cinquenta policiais na busca pelos objetos roubados. Um grupo foi à favela do Jacarezinho, onde Bolsonaro imaginava que os bandidos estivessem. Mas nada encontrou.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio estava aos cuidados de Nilton Cerqueira, o major que matou Lamarca. Linha dura, ele seria responsabilizado pelo Ministério Público em 2014 por participar do planejamento do atentado à bomba no Riocentro, em 1981.

De volta a 1995, três depois após o assalto, a moto de Bolsonaro é encontrada na favela de Acari. Na mesma semana, o secretário de Segurança organiza uma operação contra o narcotráfico nas favelas da Zona Norte.

Mas o líder do tráfico em Acari só foi encontrado em 4 de março de 1996. Assim como Lamarca, estava na Bahia. Foi preso às 23h e, de avião, transferido para a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

No dia seguinte, o líder do tráfico amanhece enforcado com um nó de marinheiro. Os peritos disseram ser suicídio.

O próprio governador referiu-se ao caso como “suposto suicídio”. Mas a polícia ventilou que o suicida seria fuzileiro naval e, portanto, conhecia o nó.

No enterro, contudo, a mãe e a esposa do traficante disseram que o líder do tráfico nunca fora militar, e que não saberia fazer aquele nó.

Um mês depois, ambas apareceram mortas a tiros às margens da Presidente Dutra.

Em 30 de julho de 2018, quando da participação no Roda Viva, Bolsonaro relembraria o episódio:

“Nós recuperamos a arma e a motocicleta e, por coincidência, o dono da favela lá de Acari apareceu morto, um tempo depois. Não matei ninguém, mas aconteceu.”

Guarnição do mal

Foi também em 1996 que Adriano da Nóbrega entrou para a PM fluminense, onde ficaria amigo de Fabrício Queiroz, amigo de Jair Bolsonaro havia 12 anos.

https://t.co/1Q6ZerZNiJ?amp=1

Em 12 de agosto de 2003, já no quarto mandato como deputado federal, Bolsonaro discursou na Câmara em defesa dos esquadrões da morte: “Esses grupos de extermínio são muito bem-vindos. E se não tiver espaço na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro.”

https://t.co/7frwZfvn6I?amp=1

Em 24 de outubro daquele ano, Flávio Bolsonaro usa a ALERJ para homenagear Adriano da Nóbrega, primeiro-tenente do BOPE, “pelos inúmeros serviços prestados à sociedade”.

https://t.co/M47fpjyfF9?amp=1

Apenas quatro dias depois, juntamente com oito policiais que integravam o grupo conhecido como “Guarnição do Mal”, Adriano sequestrou, torturou e extorquiu Wilton Arjona da Silva.

https://t.co/ugYKMEwO5T?amp=1

Uma semana depois, ainda sem o caso se tornar público, os integrantes do grupo receberam “moções de louvor” de Flávio Bolsonaro na ALERJ.

https://t.co/ugYKMEwO5T?amp=1

Os membros da Guarnição do Mal repetiram o crime em 11 de novembro de 2003, desta vez com Anderson Luiz Moura como vítima.

https://t.co/ugYKMEwO5T?amp=1

Dez dias depois, em 21 de novembro de 2003, foi a vez de Leandro dos Santos Silva, de 24 anos, passar por sequestro e tortura.

Após três dias, Leandro prestou queixa à corregedoria interna da Polícia Militar.

Às 6h30 da manhã seguinte, Leandro foi assassinado na porta de casa com três tiros.

Em agosto de 2005, novamente por indicação de Flávio, Adriano da Nóbrega recebe a medalha de Tiradentes, principal honraria da ALERJ.

https://t.co/M47fpjyfF9?amp=1

Nessa mesma época, o já ex-membro do Bope começou a atuar como segurança para familiares do falecido bicheiro Valdomiro Paes Garcia, o Maninho.

https://t.co/1Q6ZerZNiJ?amp=1

Quase dois anos após o crime, em 24 de outubro de 2005, Adriano da Nóbrega e os demais policiais acusados pela morte de Leandro foram finalmente condenados.

https://t.co/ugYKMEwO5T?amp=1

Passados três dias, Jair Bolsonaro usou os microfones da Câmara Federal para defender o comandante da Guarnição do Mal, tratado por ele como “um brilhante oficial”.

No discurso, o registro de que o deputado federal acompanhara o julgamento in loco, e prometia atuar para reparar o que entendia ser uma injustiça.

https://t.co/ugYKMEwO5T?amp=1

Disse Bolsonaro:

“Pela primeira vez compareci a um tribunal do júri. Estava sendo julgado um tenente da Polícia Militar de nome Adriano”.

https://t.co/ONXS5JhwBT?amp=1

Disse ainda:

“Não sei como podemos colaborar. O advogado vai recorrer da sentença, mas os outros coronéis mais modernos não podem depor, senão vão para a geladeira, vão ser perseguidos. E o tenente, coitado, um jovem de vinte e poucos anos, foi condenado”.

Ao fim, falando na primeira pessoa do plural, o deputado federal disse querer se “assessorar” com Denise Frossard, magistrada.

“Quero me assessorar com a Deputada Juíza Denise Frossard e com outros juízes para saber como podemos proceder no futuro.”

O júri que condenou os policiais da Guarnição do Mal findaria anulado, com absolvição para todos os condenados em primeira instância.

https://t.co/ONXS5JhwBT?amp=1

De acordo com investigação interna da PM, Adriano participaria de ao menos oito homicídios entre 2006 e 2009, a mando do genro do bicheiro Maninho.

 

 

*Marlos Áypus/GGN

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The New York Times denuncia Bolsonaro por incentivar volta dos esquadrões da morte

Policiais atuam “como vigilantes mascarados, deixam um rastro de corpos e medo. Como eles próprios admitem, realizam assassinatos extrajudiciais regulamente”, relata o jornal.

Um dos jornais mais influentes do mundo, The New York Times, publicou uma ampla reportagem sobre o Brasil, destacando que, com Jair Bolsonaro na presidência, as milícias policiais “operam nas sombras da repressão do governo brasileiro” e que os assassinatos são estimulados pelo presidente e por sua afirmação de que “criminosos devem morrer como baratas”.

A notícia foi publicada na coluna de Nelson de Sá, na Folha de S. Paulo, que ressaltou outro trecho da matéria: “Parte esquadrão da morte, parte crime organizado, suas fileiras estão cheias de policiais de folga e aposentados que matam à vontade, muitas vezes com total impunidade”.

Máfia

Policiais atuam “como vigilantes mascarados, deixam um rastro de corpos e medo. Como eles próprios admitem, realizam assassinatos extrajudiciais regulamente”, acrescentou.

“Alguns membros de milícia são abertos sobre suas motivações criminosas, cobrando altas somas ao estilo da máfia”, para dar suposta segurança ou para conceder permissão para “atuar no comércio local”, apontou.

 

 

*Com informações da Forum

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Brasil 2019: De Bolsonaro a Lula

Para o sociólogo Emir Sader, o cenário com que o Brasil termina 2019 é muito diferente do que começou. “O presidente perdeu pelo menos 2/3 dos apoios que tinha, enquanto que Lula, que havia começado o ano sem perspectivas de sair da prisão, termina o ano em situação radicalmente diferente: livre e circulando pelo Brasil”.

O Brasil começou 2019 vivendo a terceira grande derrota da esquerda na sua história. Depois do golpe e da ditadura militar de 1964, dos triunfos neoliberais dos anos 1990, veio a guerra híbrida, que derrubou Dilma Rousseff da presidência do país, que prendeu Lula e lhe impediu de ser eleito de novo presidente do Brasil e elegeu de forma fraudulenta Jair Bolsonaro. O ano parecia como mais um ano terrível para o Brasil.

E de fato foi. O país sofreu a continuação e intensificação do desmonte do Estado, com a intensificação da privatização das empresas públicas, a radicalização das desregulamentações favorecendo ao grande empresariado e a expropriação dos direitos dos trabalhadores, assim como o congelamento das políticas sociais. Ao mesmo tempo que o país projetava a pior imagem possível no plano internacional, fazendo que o presidente do Brasil tenha se tornado o representante do que de pior existe no mundo de hoje.

O governo se iniciava em plena euforia da direita, livrada do susto de ter que conviver de novo com um governo do PT. As elites aceitavam tudo, até Bolsonaro, menos o PT. O país estava em boas mãos, guiado pelo Guedes e supervisionado pelo Moro. Por qualquer dúvida, estavam ali os militares, preenchendo tudo quanto é cargo vago. A extrema direita dava a impressão que vinha para ficar.

Ao mesmo tempo que Lula seguia sendo vítima da mais brutal perseguição jurídica que o Brasil jamais conheceu. O cerco jurídico fazia com que não havia horizonte para a liberdade do Lula.

O cenário com que o Brasil termina 2019 é muito diferente. A incapacidade do presidente, as arbitrariedades cometidas por ele e por seus filhos, as declarações estapafúrdias e os conflitos internos e externos gerados, assim como a inviabilidade de que a política econômica ultra neoliberal promova o crescimento da economia, mudaram profundamente a imagem pública do governo. O presidente perdeu pelo menos 2/3 dos apoios que tinha, termina o ano com noticiário completamente tomado pelas denúncia contra ele e seus filhos por escândalos econômicos e por comprometimento direto na morte da Marielle.

Enquanto que Lula, que havia começado o ano sem perspectivas de sair da prisão, proibido de falar, impedido de ser eleito no primeiro turno presidente do Brasil, sofrendo não somente as imensas injustiças, como também sofrendo de ver o país que ele havia construído ser desmontado, termina o ano em situação radicalmente diferente. Livre – mesmo sem ainda recuperar seus direitos políticos -, circulando pelo Brasil com seus discursos. reencontrando o povo na ruas, termina o ano sendo a grande referência política do país, o grande dirigente da oposição ao governo, aquele em que os brasileiros depositam a esperança de superar o pesadelo atual.

Lula termina o ano político, com o grande ato com artistas e intelectuais no Rio, em grande estilo proclamando manifesto sobre a cultura brasileira, aclamado por milhares de pessoas. E se faltasse algo, fecha definitivamente o ano com o tradicional jogo de futebol, no campo Sócrates, da Escola Florestan Fernandes, do MST, domingo 22, com o Chico Buarque, comigo e com muita gente mais.

Assim Lula chega ao fim de 2019, depois de ter começado da pior forma possível. Projetando um grande protagonismo seu, não somente no Brasil, para 2020.

 

 

*Emir Sader/247

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Janio de Freitas: Onde está o fim do caso Flávio

Se as investigações irão até o fim, é a expectativa de sempre, mas com a curiosidade diminuída no caso do Bolsa Família particular criado pelos Bolsonaro. O endereço do fim não é obscuro, mais do que sugerido por indícios acumulados desde os primeiros sinais do caso. Quase se diria que as revelações começaram pelo que seria o seu final.

Logo de saída, um cheque de R$ 24 mil, como restituição parcial de um empréstimo a quem recebeu R$ 2 milhões na conta, não é explicação convincente. Tanto mais se o cheque é de um sargento da Polícia Militar para a mulher de um então deputado, estes já como presidente eleito e futura primeira-dama. A própria origem do cheque pôs em dúvida a sua lisura, dada a ligação do emitente com chefes milicianos.

Ao menos nove parentes da segunda mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, foram funcionários nominais de Flávio Bolsonaro quando deputado. Todos deixando parte do ganho com o sargento-coletor Fabrício Queiroz. Alguns, nem moradores do Rio.

O interessado nas nomeações desses “laranjas” nunca seria qualquer dos filhos Bolsonaro, que não conviveram bem com a nova mulher do pai. Com motivo para as nomeações era o Bolsonaro ligado a Ana Cristina Valle e sua família. Usou o gabinete do filho. Integrante do esquema de desvios, portanto, e com autoridade de chefe.

No estágio atual do caso, o escândalo só tem olhos para Flávio e suas (ir)responsabilidades. A propósito: até agora, bom trabalho do Ministério Público do Rio e do Judiciário estadual. Seu relatório é minucioso, rico em fatos apurados, extenso a ponto de cansar. Por ora, no entanto, contribui para o fabricado esquecimento de feitos alheios. É o que se passa, por exemplo, com uma contratada do gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara, a senhora que não passou de vendedora de suco de açaí, vizinha em Angra dos Reis do pescador, deputado e depois presidente antiambientalista. Sem envolvimento dos filhos, era o chefe operando em pessoa com recursos desviados, no mesmo esquema que beneficiou seu velho amigo Queiroz, aparentados e familiares de milicianos.

Os indícios para uma investigação levada até o fim, no Bolsa Família ativado pelos Bolsonaros, são numerosas. Mas nem assim levam a esclarecimentos que não deveriam ser difíceis, mas parecem sê-lo. Ou, pior, por serem dados como aceitáveis os fatos que fazem o escândalo.

Sabe-se que o bolsonarismo militar, com predomínio do Exército, aprova a exploração econômica da Amazônia, a reconsideração das reservas indígenas —duas teses que integram as diretrizes do Exército há quase 50 anos—, apoiam a militarização das escolas, a mudança dos financiamentos culturais, e por aí. Além disso, a presença de duas centenas de militares em cargos governamentais associa o governo e o Exército. A associação não se dá com a ciência, a cultura, a redução da desigualdade em que o Brasil foi declarado “caso mundial mais grave”, o desenvolvimento industrial, alguma coisa grandiosa como país.

Reformados ou da ativa, os militares que integram esse governo fazem parte de um esquema de poder. Não participam, aí, dos ramais acusados ou suspeitos de ações, passadas ou não, como desvio de verbas públicas, nomeação e exploração de funcionários fantasmas, conexão com segmentos do crime, e outras.

Mas são parte do conjunto. Ainda que à margem dos fatos escandalosos, integram sem ressalvas, e até com elogios, o mesmo esquema de poder sob denúncias e suspeitas. O que lembra parte das palavras com que o general Eduardo Villas Bôas, quando comandante do Exército, pressionou o Supremo para bloquear a candidatura de Lula: “(…) resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras (…)”.

 

 

*Janio de Freitas/Folha de São Paulo

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Bolsonaro, como Presidente, é fruto da ganância da elite brasileira

Não se retoma aqui o que já foi exaustivamente dito sobre a campanha suja que levou Bolsonaro ao poder, mas da falta de limite que rege a ganância da elite brasileira que é, em última análise, quem produziu o processo da desnaturação da democracia brasileira, atingindo, sobretudo, a classe média, por ser esta, intelectualmente, a mais frágil e não ter a menor compreensão de seus direitos como cidadã, transformando-se em mero componente do sistema de competitividade.

Lógico, cada indivíduo acredita que, nessa lógica “meritocrática”, terá os méritos superiores aos dos concorrentes.

Mas o fato é outro. As conquistas dos trabalhadores estão sendo mutiladas e o resultado está na própria filosofia de Paulo Guedes ou do presidente do Banco Central, que se disse preocupado com os pobres, mas quer ajudá-los sem atrapalhar a vida dos ricos.

Paulo Guedes foi mais sincero quando disse não ter a menor preocupação com a ampliação do fosso social criado por suas políticas para garantir mais lucros aos banqueiros, rentistas e que a esquerda é que convoque Fidel Castro para dar um jeito na desigualdade que se agravou e muito nesse um ano de governo Bolsonaro. Aliás, não se ouviu da boca do presidente, nesse tempo todo, a palavra povo uma única vez.

Muito sensível com a vida dura dos empresários, mesmo passando a vida mamando nas tetas gostosas do Estado, somado a uma rede de milicianos e seus familiares num assombroso cartel, Bolsonaro mostra sensibilidade somente com o setor privado. Ninguém na mídia pode dizer que isso é uma gigantesca piada, porque hoje ela está nas mãos dos banqueiros, os principais sócios do governo Bolsonaro, os garantes que silenciam o judiciário, a PGR, os militares sobre suas opiniões a respeito do que se tem de notícia de corrupção e crime desse governo.

O Brasil nunca viu as suas instituições tão capturadas pelos donos do dinheiro grosso que, em um ano, ficaram bem mais ricos e, principalmente mais satisfeitos em ver que os brasileiros estão mais pobres. Sim , porque a elite brasileira não é só gananciosa, é mesquinha, antinacionalista e se regozija tanto com o aumento de sua riqueza quanto com o aumento da pobreza no país.

Chega-se a acreditar que essa desigualdade, que é hoje das maiores do mundo, traz muito mais frisson à elite do que o seu próprio acúmulo.

Somente isso justifica o ódio a Lula, já que não houve perdas para os grandes empresários e banqueiros em seu governo, ao contrário, com o Brasil despontando como a 6ª maior economia do mundo, eles ganharam como nunca. Mas mesmo de forma residual, com os pobres se beneficiando da divisão dessa riqueza, com uma série de programas sociais contra a miséria e a fome, a elite se rebelou e patrocinou o golpe contra Dilma e a condenação política de Lula.

Bolsonaro, que é uma combinação política da escória do baixo clero no Congresso, uma espécie de Eduardo Cunha de segunda, transformou-se em Presidente da República. E parece, que quanto mais os crimes de Bolsonaro e sua família são revelados, a elite acha que ele é o homem certo no lugar certo e na hora certa para produzir lucros recordes aos ricos numa economia estagnada entre a recessão e o desemprego galopante, a precarização da mão de obra e o bico como emblema desse pensamento ultraliberal.

A elite quer é que o Estado continue pesando a sua mão, com seus esquadrões da morte fardados, contra negros e pobres nas periferias e favelas do Brasil, assim como o extermínio de índios, pois é isso que faz de Bolsonaro o seu sonho de consumo. A elite brasileira até hoje não conseguiu aceitar a abolição da escravatura, mesmo que isso represente o atraso que o país vivia e a decadência econômica que isso representava.

Estamos diante de um impasse, as instituições completamente falidas para impor regras que funcionem como focinheiras dessa elite selvagem, esperando que o povo, por um motivo qualquer, uma hora rompa o cercado e aconteça nas ruas o estouro da boiada, como se vê em muitos países da América Latina.

É bom sempre frisar que Bolsonaro, no conjunto de sua obra em um ano, retratou com fidedigna precisão, a elite brasileira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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E o pano de ouro vai pra… Alexandre Garcia: “caso de Flávio Bolsonaro não é nada perto da corrupção de Sérgio Cabral”

Não se sabe quanto Bolsonaro pagou para a Globo pelo passe de Alexandre Garcia para ser o passador oficial de pano do governo e usar seus pastiches que ficaram famosos na Globo para defender os interesses do contratante.

É certo que Alexandre Garcia tem cheiro de mofo, mas ainda assim ele é o passador de pano da primeira ocasião para injetar ânimo no mundo bolsonarista.

Desta vez, o velho lacaio se superou e, não tendo como justificar a organização criminosa montada pelo clã Bolsonaro que explodiu nos últimos dias, ele preferiu trabalhar na lei da compensação e sapecou essa frase que, certamente, entrará para os anais do folclore jornalístico no Brasil: “caso de Flávio Bolsonaro não é nada perto da corrupção de Sérgio Cabral”.

O ancião da Globo, também conhecido como o último dos hipócritas fundamentalistas, parece que se viu num beco sem saída, tendo que fazer defesa do indefensável. Então, soltou essa pérola em um artigo e, lógico, foi espinafrado por uma multidão de leitores, até porque Alexandre Garcia foi contratado para lamber os sapatos de Bolsonaro e não babar ovo de forma tão servil a ponto de levar as pessoas ao constrangimento, até mesmo muitos que apoiam Bolsonaro.

Mas não deixa de ser revelador que, não tendo como justificar tudo o que envolve esse cartel, teve que apelar para a rendição usando Sergio Cabral como medida.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Leandro Fortes: Bolsonaro, a besta, está babando

Quem, como eu, passou os últimos 30 anos como jornalista militante, em Brasília, sempre soube que Jair Bolsonaro era um desqualificado absoluto. Um sujeito simplório, ignorante, mas esperto o suficiente para ter vislumbrado na comunidade de baixas patentes das Forças Armadas um nicho eleitoral eficiente.

Nessa alcova, elegeu-se repetidamente deputado federal, ora pregando o fechamento do Congresso Nacional, ora dando abrigo a mulheres de praças e oficiais que iam bater panela na Esplanada dos Ministérios em nome das reivindicações salariais dos maridos.

Sua presença era risível, no pior sentido, dentro do Parlamento, onde transitava sem amigos ou aliados, um espectro que provocava somente desprezo e asco, nas poucas vezes que abria a boca para tratar sobre qualquer coisa.

Que Bolsonaro tenha se tornado presidente da República diz muito mais sobre o tipo de sociedade que nos tornamos – individualista, mesquinha e ignorante – do que sobre ele mesmo.

Ao vê-lo vociferando sobre jornalistas, sob aplausos e mugidos da claque de idiotas estacionada no Palácio da Alvorada, digo, sem titubear: Bolsonaro não mudou em absolutamente nada.

Continua o mesmo alucinado que escarrava impropérios contra repórteres, quase sempre mulheres, nos corredores da Câmara. O mesmo parlamentar que desrespeitava colegas – sempre mulheres – com agressões de baixíssimo calão, com modos de psicopata.

As revelações de que o filho mais velho, Flávio Bolsonaro, o 01, comandava o crime organizado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro serviu apenas para jogar sua personalidade caótica no campo da irracionalidade absoluta.

A permanência desse sujeito na Presidência da República deixou, faz tempo, de ser um exotismo político. Trata-se, agora, de um insulto civilizatório que ameaça o próprio conceito de democracia, sob qualquer aspecto, mas sobretudo, o moral.

 

 

*Leandro Fortes/247