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Nada de destruição: Queremos ouvir e ler o que Moro e Deltan diziam às escondidas, por Janio de Freitas

“Os dois e seus companheiros de missão político-judicial já fizeram bastante destruição, não precisam fazer mais uma”.

“Moro fez escutas ilegais. Divulgou escutas ilegais. Gravou conversas de advogados e outras pessoas isentas de suspeita. Deltan Dallagnol foi um associado de Moro com exibições de fanatismo e messianismo até na TV. Os vazamentos ilegais integraram a atividade de ambos como prática banal. Nós outros ouvimos e vimos tudo isso. Agora queremos ouvir e ler o que diziam às escondidas. Nada de destruir o material captado”, pondera Janio de Freitas, na coluna deste domingo (28), na Folha de S.Paulo.

“Os dois e seus companheiros de missão político-judicial já fizeram bastante destruição, não precisam fazer mais uma”, completa o articulista. Janio se refere à pressa do ministro da Justiça Sérgio Moro em se dispor a destruir as mensagens captadas nos celulares invadidos de autoridades.

“Além desse risco, há várias alternativas ao método Moro para impedir as consequências apropriadas às ilicitudes e faltas morais que comprometem o então juiz, o procurador Deltan Dallagnol e muitos outros. Ainda haverá estoque de decência para impedir a virada de mesa? Eis a questão”, avalia Janio.

Logo após a deflagração da Operação Spoofing, que prendeu 4 supostos hackers na terça-feira (23), Moro entrou em contato com Bolsonaro, presidentes do Senado e da Câmara, alguns ministros, juízes e parlamentares, que teriam também sido invadidos para dizer que “as mensagens serão destruídas”.

“Foi mais do que gentileza”, a atitude de Moro, pontua Janio. “A cada um deles disse que ‘o material será destruído’, um adendo que colhia, pela tranquilização, o imediato apoio à medida”, completa o analista político. O presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, que confirmou à imprensa o telefonema de Moro, aderiu à proposta dizendo que “é isso [destruição das mensagens] que tem de ocorrer”.

Janio lembra que cabe ao Judiciário determinar o que deve ou não acontecer com as mensagens, lembrando que, em relação ao material de pessoas com foro privilegiado, “é exclusiva do Supremo Tribunal Federal a decisão de destruir, como rebateu o ministro Marco Aurélio Mello”.

Janio considera a aquisição do material hackeado das autoridades, e a prisão dos supostos hackers, como “a primeira virada de mesa elaborada por Sergio Moro”. Mas para que o quadro se torne totalmente ao seu favor, é preciso “seduzir interesses que imponham a destruição das mensagens captadas nos celulares invadidos”.

Uma preocupação que precisa ser levada em conta é a aliança com os militares do Exército, que “não hesitariam em apelar para uma velha e oca ferramenta verbal, autora histórica de inúmeras barbaridades: a ‘segurança nacional’”.

“Expor viciosas condutas adotadas em nome da moralidade e de nova vida pública, ah, que ousadia desses esquerdistas e corruptos contra a ‘segurança nacional’”, imagina Janio quais serão os argumentos utilizados para determinar a medida autoritária.

“Bolsonaro já encaminhou essa via. Definiu a alegada invasão do seu celular como ‘atentado grave contra o Brasil e suas instituições’. Não foi o que disse quando os telefones da presidente Dilma Rousseff foram hackeados por agentes americanos”, prossegue Janio.

O articulista alerta para outra forma de hipocrisia das autoridades do governo que é não reconhecer com indignação que as mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil, em parceria com outros jornais, mostram um “atentado grave contra o Brasil e suas instituições” praticados no âmbito da Operação Lava Jato.

Janio teme ainda a força dentro da Polícia Federal para impedir que a mesa seja revertida em favor de Moro.

“A Polícia Federal está entregue a Sergio Moro. Logo, a alguém que teve o celular sugado e que está exposto, nas mensagens captadas, pelo que um juiz honrado não pode dizer nem fazer. Sergio Moro, portanto, figura em duas condições no inquérito que transcorre sob sua responsabilidade ministerial. Considerado o nível de lisura em sua participação na Lava Jato, são também duas as razões para que não permanecesse onde está: a formalmente óbvia e a dos antecedentes de interferência nas investigações da Procuradoria da República e da Polícia Federal”.

 

*Do GGN

*Matéria de Janio de Freitas na íntegra aqui

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Dallagnol na esbórnia: “vou ficar rico; há risco sim, mas o risco tá bem pago rs”

“Vou ficar rico; há risco sim, mas o risco tá bem pago, rs”

Dallagnol, nesta frase, personificou a cena trágica em que vive o Brasil, sem pernas, sem braços, sem cabeça institucional.

Todos os homens das instituições de controle no Brasil viraram bonecos de ventríloquos do sistema financeiro. E ainda tem gente que aplaude a consumação dessa tragédia, porque deu um golpe em Dilma e prendeu Lula sem qualquer prova de crime.

Isso se transformou numa rinha de classe com os pitbulls do mercado provocando chacinas institucionais, sobretudo dentro do aparelho judiciário do Estado  brasileiro.

Não deixa de ser a consumação de séculos de um poder que sempre serviu à oligarquia. O fato novo é que o lado oculto da lua foi revelado pelo Intercept.

Curiosamente não foi por motivação partidária de direita nem de esquerda, mas por um hacker saliente que capturou coisas que até Deus duvidaria nas sombras do Telegram.

São tantos os figurões que ele apanhou que Moro resolveu chantageá-los como se ele fosse uma bomba amarrada ao corpo de cada um que, se explodisse, levaria as almas dos figurões dos intermúndios das sombras para uma temporada no inferno.

Isso é o Brasil, minha gente! Aquele que traz o brasão, o país que baniu qualquer sentido ético, qualquer sopro de humanismo, qualquer coisa se entenda como civilização. É selvageria em estado puro.

Fux, com aquela soberba nabiça, soma-se a essa salada de batatas, de joelhos para os banqueiros, com vocábulos já naturalizados pelo mercado em que a clandestinidade se transforma, na língua dos conspiradores, em confidencialidade e o vernáculo dos vigaristas ganha aquele verniz elegante, podre de chique.

E o que se faz em um umbral desses? Come-se, bebe-se, dança-se e conspira-se contra um país inteiro. Isso tudo é produto da podridão institucional deste país, na justa medida da escória da “alta sociedade” com sua elegância e requinte de crueldade contra o sentimento de milhões de brasileiros, que sentem no lombo o preço do cardápio oferecido a Fux e Dallagnol pelos banqueiros em troca de meia-dúzia de dinheiro.

Como? Tirando Lula da disputa e impedindo-o até de dar entrevistas, mantendo-o sequestrado numa solitária para fazer zarpar a grande estrela das sombras ligadas ao crime mais hediondo do país, que são as milícias.

Para Dallagnol e Fux não há desonra nisso, é uma questão de sobrevivência, como mostra o riso “rs” comiserado de Dallagnol na mensagem. Enquanto isso, aqui fora, os pobres diabos miseráveis suam de sol a sol para levar um pedaço de pão para casa, num país cravejado de miséria que Bolsonaro, o presidente dessa escória, diz não existir.

 

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

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Moro, com seu hacker de Araraquara, está preso na própria teia de picaretagens

Se Moro pretendeu armar mais uma farsa para se salvar da descoberta de suas falcatruas, a coisa só piorou para ele.

Moro, que é um produto 100% made in Globo, não consegue mais incorporar o personagem policial da série criada pelo Projac durante cinco anos.

O figurino do ex-juiz agora é outro. Na verdade, é o inverso daquele de super herói produzido na redação dos Marinho, confeitado por imagens da Polícia Federal prendendo pessoas de vulto no faroeste tropical. Agora, o criminoso é ele e, por conseguinte, Moro foge dos holofotes como o diabo da cruz, ele vive nas sombras do medo.

Sendo assim, ele não consegue herdar o glamour que a Globo lhe deu, mais que isso, transformou-se em uma pulga magra, pois não tem mais como se alimentar dos frequentes prêmios e tapetes vermelhos, como era sua rotina.

Hoje, o super herói está na mira do Intercept, que partiu ao meio a fraudulenta operação Lava Jato.

Moro não tem mais como encenar o herói da produção global e, muito menos pode contar com os procuradores que viveram pendurados na mesma fama, como Dallagnol, Carlos Fernando e cia.

Como dito pelo próprio Dallagnol, que vimos pelas conversas vazadas, que não queria dar entrevista na mídia para não correr o risco de enfrentar um “bola dividida”, tendo que responder sobre coisas incômodas como o sumiço de Queiroz e sua relação carnal com o clã Bolsonaro.

Nada mais é só lucro para a Lava Jato. Agora mesmo, uma nova especulação farsesca de que Jair Bolsonaro também teve seu celular hackeado, transforma-se em adubo contra Moro, porque o mesmo, como juiz, o que é pior, de forma criminosa, fez isso com a presidenta Dilma e ainda produziu um gancho com a Globo para dar a notícia em primeira mão, sabe-se lá a que preço.

E assim um novo cenário vai se impondo a Moro, o de que o impostor não consegue pousar os olhos porque, a cada movimento, a teia de picaretagens que ele produziu nesse tempo todo, fica mais embolada, sufocando ainda mais quem tinha conquistado a fama de xerife nacional.

O verdugo de Curitiba está bebendo literalmente o suco de uma laranja adubada com um agrotóxico dos mais venenosos. A rigor, Moro, agora com a farsa do hacker, está se nutrindo do seu próprio veneno e sem chances de sobreviver.

É unânime entre as pessoas minimamente sensatas, que essa farsa do hacker russo de Araraquara é de um amadorismo jeca tatu, que nem o mais primata dos animais seria capaz de produzir.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Moro quer um Adélio pra chamar de seu

Quem comprou o show do delinquente Moro foi só quem pagou ingresso mesmo.

No final deu o que todo mundo já sabia. Moro é um político corrupto do tipo Cunha, que usou a toga pra chegar ao topo do poder.

Como disse Saul Leblon no Twitter da Carta Maior, Moro & CIA se agarram desesperadamente como náufragos –e parte da mídia junto– na boia de Araraquara. Mas a questão é que a canoa deles virou e mostrou tudo o que tinha dentro.

Melhor ainda nos tempos digitais são os ventos da poesia sendo desancados pela realidade. Moro escreve um post em seu Twitter parabenizando a PF pelo milagre de encontrar os hackers em 24 horas, mas recebe no mesmo Twitter, de bate pronto, na lata, a resposta da jornalista do El País, Debora Diniz:

“Ministro Moro, algo na equação não fecha: seriam os <hackers> de seu telefone tão simplórios que a polícia os identificou em dias, e os covardes que nos ameaçam tão espertalhões que nunca foram descobertos?”

Vale a pena ver o que disse Leandro Demori, editor do The Intercept Brasil:

” Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Não surpreende vindo de quem não respeita o sistema acusatório e se acha acima do bem e do mal. Em um país sério, o investigado seria você.”

O fato concreto até agora é que, Moro, na ânsia de fabricar um factóide do hacker em 24 horas, acaba admitindo que as mensagens vazadas são verdadeiras. Gênio!

Como se diz por aí, felizes são os “hackers de Araraquara” que conseguiram fazer o que ninguém foi capaz até hoje, quebrar a criptografia do Telegram e receber a bagatela de R$ 1,1 milhão do mesmo. O resto é faca sem sangue e barriga sem cicatriz da fakeada.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Mino Carta: Moro, este sim é o culpado

Moro e a Lava Jato são o primeiro motor de um golpe inédito à Brasileira que deságua no governo Bolsonaro, antes demente que totalitário.

Nada de mais fácil entendimento do que a entrega do ministério da injustiça, com amplos poderes de investigar quaisquer cidadãos, a alguém que com a Justiça não tem o mais pálido achego. Em compensação Sérgio Moro e sua Lava Jato são os primeiros responsáveis pela desgraça que se abate sobre todos nós, cientes ou não.

O prêmio a Moro dispensa explicação. Ninguém como este oportunista recalcado e provinciano, disposto a se atribuir alcances impensáveis e a mantê-los com o beneplácito de uma suprema corte de fancaria, foi tão eficaz para atingir o objetivo principal do golpe urdido desde antes do impeachment de Dilma Rousseff à sombra da inquisição curitibana: eliminar Luiz Inácio Lula da Silva do cenário político.

A viagem do processo capaz de unir a tantos em nome desse denominador comum demora cerca de cinco anos para juntar passageiros díspares, de Eduardo Cunha a Michel Temer, dos chamados ministros do STF à mídia nativa, dos delatores acovardados a Antonio Palocci para nos conduzir à eleição de Jair Bolsonaro e sua turma tresloucada. Recheada também de generais entreguistas que por ora o mantêm na Presidência. Nisso tudo campeia Sérgio Moro.

Luigi Ferrajoli, jurista italiano respeitadíssimo mundo afora, inclusive no Brasil por quem entende das coisas, em novembro de 2017 escreveu em Carta Capital que, fôssemos um país democrático e civilizado, Moro teria sido removido das suas funções por desacato às regras mais elementares do processo justo. É peça impecável a mostrar como a politização da injustiça só pode acontecer nestas nossas infelizes latitudes. E tal é o ponto, o prego que volta e meia me ponho a percutir a bem da verdade factual.

É preciso entender que Bolsonaro não é neofascista, representa apenas a demência no poder, é seu intérprete, e talvez venha a ser sua vítima ao longo do vagaroso andar da história. Talvez? Corrijo, insuflado pela esperança: certamente será. Ele é a consequência de 519 anos de prepotências e desmandos e de um entrecho cujo primeiro motor é a Lava Jato. Bolsonaro é a aberração criada pelo constante ataque à Razão e à Lei, e nesta tarefa Sérgio Moro revelou-se imbatível.

A já invocada verdade factual soletra que o inquisidor curitibano, secundado pelo pregador da cruzada Deltan Dallagnol, desde 2009 colocou-se à disposição de Washington, onde Lula, embora tivesse sido o “cara” de Obama, era considerado entrave fatal à devolução do Brasil ao quintal de Tio Sam. A política exterior independente não poderia ser do agrado estadunidense e os passos dados no campo social quem sabe abrissem os olhos de muitos ex-miseráveis.

Os lacaios dos EUA não se sabe exatamente o que ganham com a subserviência, mas conseguiram impedir uma nova vitória eleitoral do ex-presidente e, portanto, a volta integral a um projeto de governo do qual Dilma havia em boa parte se afastado. Impressa na minha memória a noite de 7 de abril do ano passado, quando Lula se entregou à PF, e o desfile sinistro dos carros pretos, como conviria a um enterro, a conduzir o ex-presidente ao primeiro paradeiro, antes de tomar o avião que o levaria a Curitiba. Enfim, a chegada ao telhado da PF curitibana, onde o aguardavam figuras desfocadas como fantasmas, prontas a acompanhá-lo escada abaixo até as entranhas do edifício.

Nada tão simbólico da ofensa a todo brasileiro consciente da cidadania, e dos que vivem no limbo, embora poucos se deem conta dela. Estamos, porém, no país da casa-grande e da senzala. E é por aí que se deve entender a presença impune dos canalhas que enchem a boca com a palavra pátria. Somente no Brasil a mídia em peso aplaude a prisão de Lula, somente no Brasil até agora faltou a manifestação fluvial de protesto e raiva, somente no Brasil quem se diz de esquerda não reagiu em proveito de uma automática e desassombrada união em torno do grande injustiçado.

Consta, entretanto, que a celebrar um ano de infâmia está previsto um embate futebolístico, não se apurou se entre casados e solteiros, mas todos de declarada crença esquerdista, mesmo aqueles que no gramado atuam pela direita. E a torcida gritará gooooooool! Espero com todo o empenho e o máximo de fé, que outros eventos nas capitais do Brasil e do mundo programados para o domingo 7 ponham finalmente os pingos nos is.

Manifestações populares mais significativas deram-se no Carnaval, diria, contudo, mestre Ferrajoli: Carnevale ogni scherzo vale (Carnaval, toda brincadeira vale). Onde sobraram os beneficiados pelo governo Lula, sem contar o importante banqueiro que em junho de 2014 perguntava: “Mas por que Lula não tira Dilma do páreo e assume a candidatura?” Fica a constatação: o presidente que ao cabo de dois mandatos contava com 89% de aprovação está preso há um ano e, se depender da malta insana que pretende nos governar por obra de um regime antes demente que totalitário, vai apodrecer na cadeia.

O ex-presidente, constrangido no despojado espaço de 25 metros quadrados (banheiro incluso) que sequer admite janelas, mantém a altivez e a serenidade que lhe garantiram o respeito dos carcereiros. Já escrevi não saber se ele percebeu que mesmo dentro do seu PT há quem hoje o tenha como incômodo, e tampouco sei até onde o atormenta a ideia do tempo perdido, do vazio político, da insensibilidade das ruas.

Aos meus olhos o metalúrgico que sentou no trono é figura shakespeariana obrigada a viver um enredo kafkiano ao despertar de um sonho efêmero de grandeza. Da areia movediça em que se move a política, a pasta da cordialidade brasileira, exalam maus humores para aturdir a plateia ignorante e por natureza velhaca. O verbo a ser conjugado é maneirar, o provérbio “deixa como está para ver como fica”. Lula tentou maneirar, mas nunca o bastante. Contrariou interesses graúdos quando impôs sua liderança e conquistou o favor popular. Paga por isso.

E paga o Brasil, incapaz de registrar a profunda ofensa recebida com a prisão de Lula, enquanto o conge de dona Rosângela ganha farto alimento para a sua devastadora vaidade. Já disse e repito: eu me sinto pessoal e gravemente golpeado entre o fígado e a alma.

 

*Da Carta Capital

 

 

 

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Ironia: no dia em que PF anuncia a prisão de hackers, Barroso confirma diálogos

Por Reinaldo Azevedo

O ministro Roberto Barroso, do Supremo, é mais um a confirmar o que todo mundo sabe, inclusive os protagonistas de diálogos impertinentes — além de eivados de ilegalidades: as conversas reveladas pelo site “The Intercept Brasil”, em parceria com outros veículos, são verdadeiras. Essa é a notícia.

coluna de Mônica Bergamo:

RODA GIGANTE

O jantar que o ministro Luís Roberto Barroso ofereceu em Brasília, em 2016, e que teve Sergio Moro e Deltan Dallagnol entre os convidados, não teve nada de secreto —outras 23 pessoas compareceram ao evento.

BEM-VINDA O jantar não era para eles, e sim para a professora Susan Ackerman, da Universidade Yale, que visitava Brasília para um seminário no UniCeub sobre corrupção.

NA RODA – “Fiz uma pequena recepção em torno dela em minha casa, para a qual foram convidados alguns professores e expositores do seminário”, diz Barroso. Entre eles estavam Moro e Dallagnol.

SEM ALARDE – Na semana passada, diálogos do arquivo obtido pelo site The Intercept Brasil mostravam Barroso pedindo “máxima discrição” aos dois ao convidá-los para o jantar.

SEM ALARDE 2 – “Era apenas algo privado e reservado aos participantes do seminário”, afirma Barroso. “Ninguém lá falou de Operação Lava Jato.”

LUZ – Com a repercussão da publicação dos diálogos, o ministro decidiu esclarecer o assunto, publicando um texto também em seu blog.

RETOMO

Vai ver as pessoas só foram informadas de que se tratava de uma homenagem à professora Susan Ackerman quando chegaram à casa do ministro, não é mesmo? “Surpresa!” E todos cantaram: “A Susan é boa companheira, a Susan é boa companheiraaaaaa….”

Como se vê, não há nenhuma referência a respeito. Susan está listada apenas como uma das pessoas que gozarão da honra de experimentar os acepipes de Barroso.

O BLOGUEIRÃO

Eu sou, segundo Dallagnol, “jurista”, com aspas, e blogueiro também. Sem aspas. Nas duas coisas, empato com Barroso, que tem uma página na Internet com uma aba destinada a seu blog. Depois do fenômeno das blogueirinhas da autoajuda, agora há o do “blogueirão da toga”, para bem mais de 25 talheres…

Além das notas na coluna de Bergamo, Barroso escreve um post em seu blogão:

“Em 9 de agosto de 2016, a Professora Susan Ackerman esteve no Brasil, a convite de uma instituição acadêmica de São Paulo, para ministrar um seminário, em conjunto com outros expositores. Susan é esposa de Bruce Ackerman, que foi meu professor em Yale e é meu amigo há 30 anos. Convidei-a a dar o mesmo seminário em Brasília, intitulado “Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor”. Na véspera do evento, fiz um coquetel em minha casa em torno dela, para o qual foram convidados todos os participantes do seminário e alguns professores, num total de cerca de 25 pessoas.

O evento foi divulgado aqui em post de 10 de agosto de 2016: Democracia, corrupção e justiça.”

O post evidencia que o ministro é muito bem-relacionado, que é uma pessoa influente e que é também capaz de empregar as palavras em sentido muito particular. Na coluna de Mônica, o jantar “era para a professora”; no seu post, tratava-se de cum coquetel “em torno dela”.

Um coquetel “em torno de alguém” deve ser aquele inferno em que o pobre homenageado não consegue respirar direito porque há sempre pessoas ao redor, como na música “Café da Manhã”, de Roberto: “Eu quero amanhecer ao seu redor…”

Ah, sim, reiterando: no seminário intitulado “Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor”, em que Dallagnol abusou de seu bom humor supostamente juvenil, havia o “juiz de acusação” da primeira instância (Moro), o acusador (Dallagnol) e o “juiz de acusação” da terceira instância: o próprio Barroso. Falha grave: esqueceram de convidar o “juiz de acusação” da segunda instância: João Pedro Gebran Neto.

Só não havia um representante da defesa.

Dava para saber onde estavam a “corrupção” — no caso, a de valores. Só não é possível encontrar a democracia e a justiça.

De todo modo, que fique claro: Barroso é mais um a asseverar o que é óbvio: a autenticidade dos diálogos.

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O cálculo de Moro, um político mais corrupto que Cunha

Para quem não se lembra, Cunha, quando aceitou o pedido de impeachment de Dilma, feito por Janaína, mas patrocinado por Aécio, o fez no mesmo dia em que Dilma não livrou a sua cara, quando pediu para que os deputados do PT votassem na CCJ contra ele.

Esse escândalo institucional em que o presidente da Câmara, corrupto, usa seu cargo para se vingar da Presidenta da República com um golpe de Estado, já mostra a fragilidade desse sistema na relação do legislativo com o executivo.

Com Moro, o caso é ainda pior, pois quando a Lava Jato começa, estabelece uma parceria com Cunha, Aécio e Globo, como não poderia deixar de ser, produzindo falsas delações e vazamentos sempre feitos um dia antes de cada votação protocolar para chegar ao golpe do impeachment.

Ali já estava caracterizado que a Lava Jato era conduzida por um político de toga, alguém que utilizou a magistratura para galgar os mais altos degraus políticos do país. Sim, porque a ambição política de Moro é muito maior que a de Cunha.

As pessoas minimamente esclarecidas sabem que Moro trabalha incessantemente em busca do cargo máximo que se possa ocupar, o de Presidente da República do Brasil.

A forma rasteira e vulgar com que ele se oferece a Bolsonaro, como um capataz que vai entregar a cabeça de Lula em troca do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, mostra que Moro, em termos de ganância, é mil vezes pior que Eduardo Cunha.

E é exatamente isso que vem revelando, dia após dia, as publicações do Intercept.

 

Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Moro, o guarda-costas de Queiroz

Foi o próprio Dallagnol quem disse que Moro estava fazendo corpo mole no caso do Flávio Bolsonaro, até porque, certamente, como disse Dallagnol, chegaria em Jair Bolsonaro.

Lógico que Dallagnol sabe que, na verdade, Flávio Bolsonaro é apenas um preposto do próprio pai, fato que a grande mídia faz de conta que não sabe.

Na realidade, originalmente, não é o Flávio o amigo de Queiroz, o miliciano de Rio das Pedras que controlava o laranjal do clã. Queiroz é o grande parceiro de negócios de Bolsonaro muito antes de Flávio ser político. Ou seja, é o braço direito de Bolsonaro, homem de sua inteira confiança.

A transação do cheque de Queiroz recebido por Michelle escancara isso. como também escancara a proteção de Moro a Queiroz que aceitou como verdade aquela desculpa fajuta de Bolsonaro de que o valor de R$ 24 mil descrito no cheque tratava-se de pagamento de um empréstimo, coisa que foi imediatamente endossada por Moro.

E por que isso? Porque Moro, mais do que ninguém, sabe que Queiroz é o homem chave do caso, envolvendo milícia, corrupção ativa e passiva, quiçá tráfico de drogas, já que foi encontrada no avião presidencial, na comitiva de Bolsonaro, a quantidade de 39kg de cocaína.

Tudo isso é o que sabemos e, facilmente, montamos um quebra-cabeça, fora o que ainda não veio à luz e, com certeza, é uma sujeira muito maior. Moro pode ser tudo, menos tolo. Ele tem uma personalidade detalhista e, como vem mostrando o Intercept, ele coordena com rédea curta a acusação de seus adversários, como Lula e protege como um cão de guarda seus aliados, como foi com FHC.

Trocando em miúdos, temos que mudar a concepção de que Queiroz está desaparecido, ele está protegido com seus segredos a sete chaves por Moro. E é esse o seu trunfo que por hora, joga a favor de Bolsonaro, mas, dependendo das circunstâncias, Moro pode jogar as cartas na mesa contra o patrão.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Novo vazamento: em chats secretos, Dallagnol sugeriu que Moro protegia Flávio Bolsonaro

Em chats secretos, Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato, concordou com a avaliação de procuradores do Ministério Público Federal de que Flávio Bolsonaro mantinha um esquema de corrupção em seu gabinete quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro. Segundo os procuradores, o esquema, operado pelo assessor Fabrício Queiroz, seria similar a outros escândalos em que deputados estaduais foram acusados de empregar funcionários fantasmas e recolher parte do salário como contrapartida.

Dallagnol disse que o hoje senador pelo PSL Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, “certamente” seria implicado no esquema. O procurador, no entanto, demonstrou uma preocupação: ele temia que Moro não perseguisse a investigação por pressões políticas do então recém eleito presidente Jair Bolsonaro e pelo desejo do juiz de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, o STF. Até hoje, como presumia Dallagnol, não há indícios de que Moro, que na época das conversas já havia deixado a 13ª Vara Federal de Curitiba e aceitado o convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, tenha tomado qualquer medida para investigar o esquema de funcionários fantasmas que Flávio é acusado de manter e suas ligações com poderosas milícias do Rio de Janeiro.

No dia 8 de dezembro de 2018, Dallagnol postou num grupo de chat no Telegram chamado Filhos do Januario 3, composto de procuradores da Lava Jato, o link para um reportagem no UOL sobre um depósito de R$ 24 mil feito por Queiroz numa conta em nome da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Segundo o texto, a “transação foi apontada como “atípica” pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e anexado a uma investigação do Ministério Público Federal, na Lava Jato”. “Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. A comunicação do Coaf não comprova irregularidades, mas indica que os valores movimentados são incompatíveis com o patrimônio e atividade econômica do ex-assessor”, escreve o UOL.

A notícia levou Dallagnol a pedir a opinião dos colegas sobre os desdobramentos do caso, e sobre como seria a reação de Moro. A procuradora Jerusa Viecilli, crítica da aproximação de Moro com o governo Bolsonaro, respondeu “Falo nada … Só observo ”. Dallagnol manifestou sérias preocupações com a forma que o ministro da Justiça conduziria o caso, sugerindo que o ex-juiz poderia ser leniente com Flávio, seja por limites impostos pelo presidente ou pela intenção de Moro de não pôr em risco sua indicação ao Supremo: “É óbvio o q aconteceu… E agora, José?”, digitou o procurador. “Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, escreveu. Dallagnol completou, sobre o presidente: “Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?”

8 de dezembro de 2018 – grupo Filhos do Januario 3

Deltan Dallagnol – 00:56:50 – https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/12/07/bolsonaro-diz-que-ex-assessor-tinha-divida-com-ele-e-pagou-a-primeira-dama.htm
Dallagnol – 00:58:15 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 00:58:15 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 00:58:38 – COAF com Moro
Dallagnol – 00:58:40 – Aiaiai
Julio Noronha – 00:59:34 – macaquinho tampando os olhos
Dallagnol – 01:04:40 – [imagem não encontrada]
Januário Paludo – 07:01:20 – Isso lembr
Paludo – 07:01:48 – Lembra algo Deltan?
Paludo – 07:03:08 – Aiaiai
Jerusa Viecilli – 07:05:24 – Falo nada … Só observo
Dallagnol – 08:47:52 – Kkk
Dallagnol – 08:52:01 – É óbvio o q aconteceu… E agora, José?
Dallagnol – 08:53:37 – Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos?
Dallagnol – 08:54:21 – Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?
Dallagnol – 08:58:11 – Agora, Bolso terá algum interesse em aparelhar a PGR, embora o Flávio tenha foro no TJRJ. Última saída seria dar um ministério e blindar ele na PGR. Pra isso, teria que achar um colega bem trampa
Athayde Ribeiro Costa – 08:59:41 – É so copiar e colar a ultima denuncia do Geddel
Roberson Pozzobon – 09:02:52 – Acho que Moro já devia contar com a possibilidade de que algo do gênero acontecesse
Pozzobon – 09:03:19 – A questão é quanto ele estará disposto a ficar no cargo com isso ou se mais disso vir
Dallagnol – 09:04:38 – Em entrevistas, certamente vão me perguntar sobre isso. Não vejo como desviar da pergunta, mas posso ir até diferentes graus de profundidade. 1) é algo que precisa ser investigado; 2) tem toda a cara de esquema de devolução de parte dos salários como o da Aline Correa que denunciamos ou, pior até, de fantasmas.
Dallagnol – 09:05:54 – Agora, o quanto ele vai bancar a pauta Moro Anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?
Andrey Borges de Mendonça – 09:21:16 – Uma vez pedi no caso da custo brasil e o pt alegou q era impenhorável segundo a lei eleitoral. O juiz acabou desbloqueando sem ouvir a gente. Mas confesso q nao sei se procede.
Paludo – 09:37:52 – Tem que investigar. E isso que ele sempre diz. Na pior das hipóteses, Podem ir os anéis (filho e mulher), mas ficam os dedos. Seria muito traumático o general assumir no lugar dele.
Viecilli – 10:06:32 – [imagem não encontrada]
Viecilli – 10:06:51 – emoji rindo
Dallagnol – 10:22:31 – Rsrsrs
Dallagnol – 10:39:47 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 10:41:04 – [imagem não encontrada]
Antonio Carlos Welter – 10:52:11 – O $$ termina na conta da esposa. Vao argumentar que alimentou a campanha. Periga terminar em AIME

A força-tarefa da Lava Jato e os procuradores citados no texto foram procurados para comentários, mas não responderam até a publicação da reportagem. Se o fizerem, atualizaremos o texto.

A situação de Moro – como investigar um caso de corrupção envolvendo o filho do presidente que o indicou ao cargo, ou, ainda corrupção envolvendo o próprio presidente e seus familiares? – levou Deltan a considerar evitar entrevistas sobre foro privilegiado por temer perguntas sobre o caso envolvendo Flávio.

‘Se deve ser investigado? É certo que sim’

No mesmo dia que o grupo conversou sobre o caso Queiroz, Dallagnol conversou com Roberson Pozzobon, também procurador na operação Lava Jato, em um chat privado. Eles aprofundaram a preocupação com entrevistas nas quais a situação de Flávio Bolsonaro poderia ser abordada.

Ao contrário de sua usual ânsia em falar publicamente sobre outros casos de corrupção, Deltan deu a entender que estava relutante em fazer uma condenação mais severa de Flávio por temer as consequências políticas de desagradar o presidente – exatamente como sugeriu que Moro pudesse agir.

8 de dezembro de 2018 – chat privado

Roberson Pozzobon – 09:12:41 – Em entrevistas, certamente vão me perguntar sobre isso. Não vejo como desviar da pergunta, mas posso ir até diferentes graus de profundidade. 1) é algo que precisa ser investigado; 2) tem toda a cara de esquema de devolução de parte dos salários como o da Aline Correa que denunciamos ou, pior até, de fantasmas.
Pozzobon – 09:13:05 – Tava escrevendo esse tuíte agora mesmo
Pozzobon – 09:13:11 – “Informação de que um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo PSL, Flávio Bolsonaro, movimentou 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017”. Se deve ser investigado? É certo que sim. É para isso que servem os relatórios de inteligência financeira do COAF. Pontuar as suspeitas no meio de bilhões de transações diárias https://www.terra.com.br/noticias/brasil/movimentacao-atipica-de-ex-assessor-de-flavio-bolsonaro-pode-levar-a-investigacao,8bb3ff45edd7744a4cad8dab9d014e87963u9zqu.html
Dallagnol – 10:04:00 – Não sei se convém o nível 2. Não podemos ficar quietos, mas é neste momento um pouco como com RD. Vamos depender dele pra reformas… Não sei se vale bater mais forte
Pozzobon –10:07:15 – Pois é
Pozzobon – 10:07:26 – To na msm dúvida

 

*Matéria completa no The Intercept Brasil

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A mídia, que deu ração para cachorro louco, agora reclama dos ataques que seus jornalistas sofrem

Foram ao menos treze anos de pura mistificação estampada, em garrafais, contra o PT nos jornalões e revistonas, assim como em todos os telejornais das Organizações Globo, transformando cérebros transtornados em verdadeiros cachorros loucos.

Muita gente se sentiu seduzida em atacar o PT, Dilma e Lula provocando um desarranjo cerebral em uma plateia sedenta de sangue. As interpretações baseadas em falsas informações, comuns nos treze anos do PT no governo, estão dando seus frutos amargos para quem construiu um fecundo hospício bolsonarista e morista.

Os fascistas que estão hoje com o porrete na mão são todos filhos de um sentimento de extravagância midiática em que os precursores como Jabor, Reinaldo Azevedo, Ricardo Vila, Merval Pereira, Miriam Leitão, entre outros, cada qual com seu talento, ajudaram a produzir, e muito, a loucura que estão vivendo.

Agora, estão vendo as medidas das mandíbulas dos cachorros loucos que alimentaram no hospício político, incentivando o ódio, a ira, o rancor contra um suposto comunismo que só existia na cabeça deles.

Resultado, quem espalha falsa informação, produz falsa interpretação. E hoje, quem não se enquadra na lógica malandra de Bolsonaro e Moro, não é criticado por esse borralho, mas atacado, ameaçado e censurado, atitude que muitos dos que sofrem com isso, pregaram contra o PT, Lula e Dilma.

Não estou aqui justificando o festival de vulgaridades que resulta em ataques a quem produziu tanto ódio, mas ninguém pode fingir que não houve um movimento em massa para se chegar a isso dentro da própria mídia, para se conseguir uma harmonia em coro de ódio e sordidez desenfreada e descontrolada.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas