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A Ignorância Malandra

O primeiro fenômeno de popularidade da direita que emergiu das redes sociais foi Fernando Holiday, um jovem negro que tinha como principal plataforma em suas lives no youtube o ataque ao movimento negro, mas, sobretudo às cotas para negros nas universidades públicas.

Imediatamente Holiday passou a ser seguido e cultuado pela classe média formada quase que exclusivamente por não negros, jovens e não tão jovens. Seu discurso era no sentido de que os negros tivessem seus direitos negados como foram negados durante os cinco séculos da história do Brasil.

Para Holiday os negros não estavam em busca de cidadania, mas sim de privilégios, mesmo com o cotidiano de racismo que o país ainda sustenta e talvez agora com mais violência, como mostram as estatísticas de jovens negros assassinados pelo Estado.

O fenômeno dessa promoção relâmpago de Holiday tem três dados centrais, o preconceito, o racismo e a discriminação. O primeiro, a corporalidade. O segundo, a individualidade e, o terceiro, a cidadania. Lógico que essas três questões caminham juntas resumidas objetivamente à corporalidade, justamente aonde Holiday, de forma recorrente, fazia seus ataques, num exercício retórico que negava direitos propondo que a cor da pele não deveria ser mote para reivindicar o preconceito em si, repetindo o velho ramerrão de que no Brasil não existe racismo contra os negros, mas sim preconceito contra os pobres.

Parte significativa de seus seguidores que frequentemente o elogiavam nas redes sociais, passaram, a partir de então, a tratar o senso comum como tomada de consciência. Afinal, a cidadania não é um tema de interesse da classe média brasileira, branca na sua quase totalidade, porque no Brasil o Estado construiu uma prerrogativa que sempre permitiu que as desigualdades raciais fossem estruturais, ou seja, o modelo institucional do Brasil é herdado da escravidão e, por isso marca até hoje as relações sociais desse país.

É a partir dessa falsa democracia brasileira que a direita acrescentou, com uma atuação estrutural, uma rede de mentiras de si própria, porque o essencial era que os recursos públicos jamais fossem utilizados para o resto da sociedade, ou seja, os pobres e os negros. Daí a revolta e o ódio com os governos Lula e Dilma, pois o cálculo econômico dos governos do PT incluíam uma imensa nação de segregados presentes no país que viveram até então sem a menor perspectiva de futuro.

Assim, criou-se um clima na sociedade, tradicionalmente aberta a lendas e conspirações para estabelecer fronteiras e impedir que os “debaixo” historicamente segregados, subissem algum degrau e se aproximassem dos “de cima”, representados na melhoria de vida proporcionada pelos governos do PT, com Lula e Dilma. Daí o antipetismo disseminado pelos barões da comunicação brasileira.

Para se fugir do conflito direto, o discurso oficial da direita no Brasil passou a ser de anticorrupção, agradando em cheio a parcela mais corrupta da sociedade, formada pelas classes média e alta que mais se beneficiam não só da produção do país, como de todo um processo corrupto promovido pelo próprio sistema capitalista.

Para engrossar o coro, a grande mídia espetacularizou essa mentira, sobretudo nas duas farsas centrais, a do mensalão e a da Lava Jato, contando com o luxuoso auxílio do aparelho judiciário brasileiro, secularmente segregacionista.

Na concepção de combate à corrupção, ataca-se o inimigo e protege-se o amigo, construindo uma espécie de contrato social em que cada um desse bolsonistão, além de repetir, amplia uma mentira. E o que parece ser ignorância, na realidade, é perversidade sistêmica programada e respaldada por uma rede de fake news, como a que hoje Alan dos Santos comanda, chamada “Central do Ódio”, de uma mansão na zona mais rica de Brasília e que conta com uma gama incontável de agentes dessa organização criminosa que, não por acaso, entregou nas mãos da deputada do PSL, Bia Kicis, o vídeo fake em que criminosos virtuais, comandados por Alan Santos e sua equipe, diziam que estavam, em nome das FARC, dispostos a atacar Bolsonaro em favor de Lula.

Alguns idiotas úteis até acreditaram num troço tão mal feito como aquele, mas a maioria que espalhou o vídeo fake, assim como vários parlamentares do PSL e o próprio Bolsonaro, sabiam da mentira e se divertiram ao espalhar em suas redes sociais. Eles apostaram que os ignorantes premeditados viralizariam o fake news, estimulando esse tipo de crime e a violência contra um suposto inimigo poderoso que estava propondo um ataque guerrilheiro ao Presidente da República.

Essa tem sido a principal técnica para Bolsonaro tentar se manter no poder. Seus três filhos são, na verdade, as raízes comuns dessa rede. Os três filhos, de alguma forma, trançam uma teia de corrupção dentro do legislativo em que Queiroz é uma espécie de gerente. Isso sem falar de tudo o que já se sabe sobre o envolvimento do clã com as milícias. Mas são eles os comandantes dessa rede de fake news.

E é aí que entra a limitação moral dos falsos moralistas, porque não querem nem ouvir falar em combater o esquema de Flávio Bolsonaro e Queiroz exaustivamente denunciado, inclusive pela mídia amiga, aliada de Bolsonaro na agenda econômica.

É bom dar um basta na ideia de que há uma ignorância plena no bolsonarismo, quando, na verdade, há um jogo todo programado para que a parte mais podre da sociedade brasileira, a mais corrupta, a que passou a vida correndo atrás de privilégios, mantenha-se de forma escancarada produzindo esse tipo de banditismo digital sem ser efetivamente incomodada pelo restante da população que já sofre pesadamente os efeitos dessa sórdida forma de manipulação, como os resultados das políticas públicas mutiladas pelo governo Bolsonaro.

Como disse o patético guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, para seu gado espontâneo, “dane-se o que o governo Bolsonaro faz de errado, o importante é combater o “comunismo””.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Flávio e Eduardo Bolsonaro controlam cargos nos gabinetes do Senado e da Câmara e comissões; folha de R$ 1 mi por mês

Citados por Queiroz, os cargos no Congresso sob o comando da família Bolsonaro somam, por mês, quase R$ 1 milhão em salários.

Ao todo, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) têm o direito de nomear 113 pessoas no Congresso, o que gera uma folha de pagamento de quase R$ 1 milhão por mês. Como ambos ocupam cargos na estrutura do parlamento – Flávio é terceiro secretário do Senado e Eduardo líder do PSL e presidente da Comissão de Relações Exteriores –, eles detêm o poder de preencher vagas além das disponíveis nos seus gabinetes pessoais. Do total, 24 desses cargos têm salários acima de R$ 20 mil.

Em áudios divulgados pelo jornal O Globo, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), cita os cargos à disposição dos dois filhos do presidente e indica ao seu interlocutor o caminho para preenchê-los. “Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. ‘20 continho’ aí para gente caía bem pra c*.”

Em outro trecho divulgado pelo jornal, Queiroz menciona especificamente seu ex-chefe. “O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores lá para conversar com ele. Faz fila. É só chegar: ‘Meu irmão, nomeia fulano para trabalhar contigo aí’. Salariozinho bom, para a gente que é pai de família, p* que pariu, cai igual uma uva.”

De acordo com O Globo, a mensagem de áudio foi enviada em junho – seis meses após o Estado revelar documentos do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira) indicando que Queiroz ficava com parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio. Flávio foi deputado estadual de 2003 a 2018.

O Estado mapeou os cargos e os salários nos gabinetes dos dois filhos de Bolsonaro e, também, em postos chaves que cada um ocupa como, no caso de Eduardo, a liderança do PSL e a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Já Flávio tem aliados nomeados na Terceira Secretaria do Senado, que comanda, além dos gabinetes de Brasília e do Rio de Janeiro. O levantamento contabilizou os cargos que dependem exclusivamente da vontade dos dois parlamentares.

Apesar de poder gastar até R$ 500 mil por mês em verba para contratar funcionários, Flávio não utiliza todo o montante. Por mês, ele gasta R$ 366 mil da verba do Senado com os salários de 18 funcionários em seu gabinete no Senado, sete no escritório que mantém no Rio e quatro na Terceira Secretaria da Casa. Os valores variam entre R$ 27 mil (já com os descontos) a R$ 2 mil.

Com Flávio, 9 das 29 pessoas nomeadas por ele ganham igual ou mais do que os ‘20 continho’ mencionado por Queiroz no áudio, em referência ao salário de R$ 20 mil. Entre os contratados na estrutura comandada por Eduardo, 15 de 84 servidores recebem mais de R$ 20 mil.

O número de cargos que o deputado Eduardo Bolsonaro pode preencher aumentou significativamente nesta semana após ele vencer uma queda de braço no seu partido e ser confirmado líder do PSL. Com essa nova função, o filho “03” de Bolsonaro ganhou 71 cargos a mais para preencher.

Segundo a assessoria do deputado, porém, ele manteve os nomes indicados pelo antigo líder, Delegado Waldir (PSL-GO). O mesmo procedimento foi adotado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

De Pequim, onde cumpre agenda oficial, Jair Bolsonaro disse que o filho herdou cargos preenchidos pelo seu antecessor na liderança. O número de vagas depende da quantidade de deputados que cada partido elegeu. O PSL é o segundo maior da Casa.

Defesas

Questionados, via assessoria, se há indicações políticas em seus gabinetes, Flávio e Eduardo não responderam até a publicação deste texto. Em vídeo divulgado pelas redes sociais, Flávio Bolsonaro negou que Queiroz influencie nas contratações do seu gabinete.

Já a defesa de Fabrício Queiroz disse que o áudio mostra o capital político do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, e afirma que não há indício de cometimento de crime. “Portanto, a indicação de eventuais assessores não constitui qualquer ilícito ou algo imoral, já que, repita-se, Fabrício Queiroz jamais cometeu qualquer ato criminoso.”

 

 

*Com informações do Estadão

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Guerra pelo Fundo partidário, milícia, ameaças e extorsão: As falcatruas do clã Bolsonaro

Nas profundezas das operações irregulares do clã estão desde o pagamento de viagem de lua de mel com dinheiro público até carro blindado bancado pelo fundo partidário. O filho Eduardo teria montado um esquema de “rachadinha” com a advogada paga pelo PSL

A teia de interesses e arranjos que move o governo Bolsonaro ficou exposta em meio à brigalhada que o presidente, pessoalmente, seus filhos e partidários armaram em público nos últimos dias – houve trocas de acusações, xingamentos e chantagens, que, em alguns momentos, beiraram a infantilidade de alunos de jardim de infância.

De lado a lado, existiu de tudo. Gravações em situações no mínimo constrangedoras. Numa delas, o presidente Jair Bolsonaro foi pilhado em flagrante pedindo a um parlamentar do PSL que apoiasse o nome do filho à liderança do partido. Do contrário, tal parlamentar sentiria a vingança presidencial, puro estelionato: “Assina, senão é meu inimigo”.

Aos que assinaram, foram distribuídos cargos públicos e promessas de ganho de recursos do fundo partidário. Depois dessa operação, Bolsonaro foi chamado de “vagabundo” pelo correligionário Delegado Waldir, que ameaçou “implodir” o governo.

No submundo dessas tramoias, surgiram ameaças, denúncias e demonstrações explícitas de que muitos podres restavam escondidos ou não estavam devidamente protegidos, vindo à tona em debates acalorados.

Em determinado momento, a ex-líder do governo Joice Hasselmann, remetendo-se à clássica obra de Lois Duncan, “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”, consagrou a rinha: ela afirmou, letra por letra, saber o que “eles fizeram no verão passado”.

A cabeça de Joice rolou, adeus cargo de líder.

ISTOÉ mergulhou nos últimos dias nos subterrâneos dessas disputas e negociatas bolsonaristas, ouviu diversos interlocutores, checou inúmeros dados e descobriu uma assombrosa malha de práticas criminosas que já levaram no Brasil, legal e legitimamente, à abertura de processos de impeachment do mais alto mandatário da Nação – e, a se fazer valer a Constituição, poderia também encaminhar o atual presidente para idêntico destino.

São situações e práticas que ferem o decoro de forma clara. Nesse campo, estão em jogo no clã bolsonarista circunstâncias aterradoras, como o pagamento das passagens da lua de mel do deputado Eduardo com dinheiro público do fundo partidário – na quarta-feira 23, ele declarou que no partido as pessoas têm de ter lealdade ao seu pai, não lealdade ao fundo. Convenhamos que isso tem uma lógica torta, mas é lógica: Eduardo, ao lançar mão do dinheiro do povo para a lua de mel, exerceu a deslealdade.

Mas tem mais: ISTOÉ descobriu a manutenção de uma poderosa rede de milicianos digitais operados diretamente pelo Planalto, promíscuo fato que joga na marginalidade a República brasileira, transformando-a em republiqueta de fundo de quintal.

Ou, melhor: fazendo da República uma associação criminosa de milicianos. Há também a revelação de que até o carro blindado do deputado Eduardo é pago com os recursos públicos do fundo partidário e que ele teria feito “rachadinha” com os salários da advogada do PSL.

A história da advogada expõe cruamente as vísceras do modus operandi de uma república administrada por personagens pouco escrupulosos. Relatos obtidos por ISTOÉ dão conta de que a advogada em questão, Karina Kufa, contratada pelo partido a pedido de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), teria sido a responsável por acertar os detalhes da viagem de lua de mel do deputado.

Eduardo se casou com Heloísa Wolf no dia 25 de maio, no Rio de Janeiro, com as despesas pagas por amigos, mas faltava comprar as passagens da viagem de núpcias rumo as paradisíacas Ilhas Maldivas. Falando em nome de Eduardo, a advogada teria ligado para Antonio Rueda, vice-presidente nacional do PSL, pedindo dinheiro do fundo partidário.

Rueda, ex-aliado do Messias e agora próximo ao deputado Luciano Bivar, presidente nacional da legenda, chegou a confidenciar: “Não aguento mais essa mulher me telefonando para pedir dinheiro para o Eduardo”.

Mas acabou liberando a grana. As mesmas fontes, checadas com dois deputados do PSL ligados a Rueda, confirmaram a informação já citada acima de que até carro blindado de Eduardo é pago com o erário. Hoje, ele é o presidente estadual do PSL paulista, depois de pressionar o senador Major Olímpio a desistir do cargo, e atualmente domina o caixa da legenda em todo o Estado, incluindo os diretórios municipais.

Na quarta-feira, Olímpio manifestou sua intenção de pedir a dissolução do diretório.

Karina Kufa, conforme parlamentares ouvidos por ISTOÉ, era conhecida defensora dos interesses de Eduardo dentro do partido.

Ela recebia salário de R$ 40 mil mensais, também pagos com dinheiro do contribuinte, mas dividiria o valor com o deputado, na proporção de R$ 20 mil para cada um. Eduardo também ficaria com parte do dinheiro que a advogada recebia do PSL a título de consultorias extras. Em pouco mais de oito meses de contrato com o partido, ela recebeu R$ 340 mil. Desse total, cobrou R$ 100 mil por seu trabalho na defesa da senadora Selma Arruda, ameaçada de cassação de mandato (a senadora trocou o PSL pelo Podemos depois de uma briga com o senador Flávio Bolsonaro, que berrou com ela ao telefone).

A defesa não teria ficado boa, obrigando o partido a contratar o advogado Gustavo Bonin de Guedes para substituí-la.

Em razão disso, o PSL está exigindo o dinheiro de volta. Como Kufa queria determinar como o partido usaria os recursos do fundo partidário, a pedido do presidente Bolsonaro – para quem também advoga -, Luciano Bivar decidiu demiti-la há 15 dias, em meio à guerra pelo poder no partido. O domínio de Eduardo no PSL paulista é replicado por Flávio Bolsonaro no PSL do Rio de Janeiro, onde ele também é presidente. Aliás, o desdém da família em relação à ética é extensivo aos três filhos.

Carlos, porém, é o mais desbocado. Diante do anúncio de que a CPMI das Fakes News quer ouvi-lo, o vereador fez um comentário digno da conduta daqueles que operam nos porões: “Vamos falar umas verdades a esses porcarias”. Detalhe: “porcarias”, em sua visão, são deputados e senadores.

As chaves do cofre

Os Bolsonaro não se dão por satisfeitos com o domínio territorial que já conseguiram. Querem agora controlar todo o PSL nacional, dono de um fundo partidário de R$ 150 milhões anuais e de um fundo eleitoral estimado em R$ 500 milhões para os pleitos de 2020 e de 2022, quando o “Mito” pretende ser candidato à reeleição.

Na estratégia de “tomar o partido na mão grande”, nas palavras do deputado Delegado Waldir ditas à ISTOÉ, Bolsonaro decidiu que deveria afastar o deputado Luciano Bivar da presidência nacional. “Primeiro, disse que ele estava queimado para caramba e uma semana depois autorizou uma operação da PF em sua casa para desgastá-lo publicamente.

A operação teve como justificativa a investigação sobre o laranjal de Pernambuco, mas estranhamente não faz o mesmo com o ministro do Turismo, Álvaro Antônio, em Minas Gerais”, diz Waldir. Ainda segundo ele, os policiais “reviraram até as calcinhas da esposa do Bivar em busca de provas e nada encontraram.

Foi apenas um circo”. O deputado entende que deveria haver uma investigação no Congresso para colocar a limpo o envolvimento do presidente na operação policial. “Foi uma ação abusiva por parte de Bolsonaro”, afirma ele. Waldir tem claro que o presidente quer “tão somente a chave do cofre” do partido. Membros da Executiva do PSL não acreditam que Bolsonaro terá sucesso em afastar Bivar da sigla.

Compra de cargos

Dando sequência ao projeto de tomar o PSL de assalto, o capitão reformado deu início ao processo de substituir os líderes na Câmara e no Congresso, que demonstravam estar alinhados a Bivar. O primeiro a ser fustigado foi o próprio Waldir. Ele, por exemplo, ficou contra a mudança do Coaf, defendeu a criação das CPIs da Lava Toga e Fake News, apoiou as medidas anticrime de Sergio Moro e a prisão após a segunda instância, contrariando o presidente.

Dançou. O Planalto articulou para colocar Eduardo no cargo. Bolsonaro foi gravado por um correligionário dizendo: “quem ficar com a gente vai ter cargos no governo” – dá para lembrar Getúlio Vargas quando pregava “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. Waldir perdeu, de fato, o posto para Eduardo. Waldir disse à ISTOÉ que o presidente autorizara o deputado Major Vitor Hugo e o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, a oferecerem cargos e dinheiro do fundo partidário a parlamentares do PSL que apoiassem Eduardo.

A farra por cargos na atual gestão atingiu um ponto tão descarado que até o ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, saiu de seu esconderijo para gravar um áudio divulgado por grupos de Whatasapp, no qual indica que continua influente na divisão de empregos públicos, com direito à “rachadinhas”.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado… Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada. Vinte continho pra gente caía bem pra c…”. E mais adiante insinua que Flávio continua distribuindo cargos. “Pô, cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados pra conversar com ele. Faz fila. É só chegar, meu irmão: nomeia fulano aí, para trabalhar contigo. Salariozinho bom desse aí, cara, pra gente que é pai de família, p…, cai como uma uva”, diz um debochado Queiroz, que desviou R$ 1,2 milhão dos funcionários do gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro. A dupla está sendo investigada pelo MP, mas o STF de Dias Toffoli mandou suspender as apurações, no que é chamado no Congresso de “acordão” com o presidente.

Configurada a derrota do Delegado Waldir, ele adotou o discurso de oposição: “Isso caracteriza um desrespeito à Constituição. O Executivo não pode interferir no Legislativo”. Waldir entende que da compra de votos pode até decorrer o impeachment, “mas isso quem pode analisar são entidades como a OAB”. Waldir até foi pego numa gravação chamando Bolsonaro de “vagabundo”: “Sempre fui fiel a ele. Quando foi candidato a presidente da Câmara, teve quatro votos. Um deles foi meu. Por isso, confirmo: chamei mesmo de vagabundo”. A rasteira que lhe foi dada por Eduardo trouxe ótimas conseqüências à diplomacia brasileira: após ter se tornado líder na Câmara, Eduardo desistiu de ser indicado pelo pai para a Embaixada em Washington. “Preciso ficar aqui para construir um Brasil conservador”, discursou Eduardo (Edmund Burke revirou no túmulo). O presidente já indicou para a embaixada o nome de Nestor Forster, ligado ao filósofo Olavo de Carvalho. Engana-se, porém, quem acha que a situação está resolvida. “Eduardo não tem condições de pacificar o PSL. Se houver uma eleição secreta para a liderança, ele perde”, disse o senador Major Olímpio (PSL-SP), líder da sigla no Senado.

Milicianos

Joice Hasselmann, quando está calma, parece furiosa; quando se enfurece, vira um tsunami. Alijada da liderança, ela afirmou ter sido retirada do cargo pelo simples fato de ter assinado a lista em favor do Delegado Waldir, em detrimento de Eduardo, e sentiu-se “traída”. Foi execrada publicamente pelos filhos do presidente, e Eduardo foi o primeiro a detoná-la com a divulgação de um post em que colocava o rosto da deputada em uma nota de R$ 3 – querendo dizer que ela é falsa. Em um dos memes, ela aparece obesa, com mais de 200 quilos, de forma chocante. Eduardo fez também posts relacionando-a a uma porca e uma vaca – como se vê, ele é de um cavalheirismo incrível.

Ela contra-atacou: referiu-se aos filhos como “moleques” e usando imagens de “viadinhos”, mas depois se arrependeu e apagou a postagem. Joice investigou de onde partiam os memes, e descobriu que os três filhos do presidente usam assessores parlamentares, “pagos com dinheiro público”, que agem como “milicianos digitais” para alimentar pelo menos 21 perfis no Instagram, 1.500 páginas no Facebook e centenas de contas no Twitter. De acordo com ela, a maioria é de perfis falsos que utilizam fake news para atacar quem ideologicamente não concorda com o bolsonarismo (leia entrevista com a deputada aqui).

ISTOÉ descobriu que essa quadrilha digital é integrada por diversos membros, espalha-se pelo País e o seu chefão atende pelo nome de Dudu Guimarães – ele é assessor parlamentar… adivinha de quem… de Eduardo. Dudu é o responsável pelo falso perfil Snapnaro, e há outros perfis, igualmente falsos, comandados pelos Bolsonaros – como Bolsofeios, Bolsonéas e Pavão Misterioso. Joice conta que um esquema similar é mantido pelos filhos numa sala instalada no quarto andar do Palácio do Planalto, conhecida como “gabinete do ódio” ou “gabinete das maldades”. Esse grupo, coordenado pelo vereador Carlos Bolsonaro e pelo assessor internacional da Presidência do Brasil, Filipe Martins, é composto por três funcionários públicos que operam na criação de notícias favoráveis ao presidente, mas também produzem fake news e dossiês contra desafetos, estejam eles dentro ou fora do governo. Isso aconteceu com o vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-ministro Santos Cruz. Esses assessores têm nome e sobrenome: Tércio Arnaud Tomaz, José Mateus Salles Gomes e Mateus Matos.

Depois que passou a denunciar os filhos do presidente, Joice sente medo de ser alvo de pesadas represálias e, por isso, passou a “morar” na casa de uma amiga que lhe ofereceu segurança privada. Outros deputados do PSL, que desafiaram Eduardo, como Junior Bozela (PSL-SP), também temem pela própria vida. Bozela afirma que funcionários do gabinete de Eduardo ameaçaram-no de morte. Ele chegou a registrar boletim de ocorrência na Polícia Legislativa e denunciou à ISTOÉ: “Eduardo usa como seguranças pessoais policiais ligados à milícia carioca”. Agora ficou bastante claro o que a deputada quis dizer quando sabia o “que eles fizeram no verão passado”.

 

 

*Da Istoé

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Quando o maravilhoso mundo bolsonarista transforma corrupção sistêmica numa mimosa “rachadinha”

Moro, o barão do judiciário brasileiro, que anda fugindo à francesa do assunto Lava Jato, porque sabe que fez da justiça um cassino com cartas marcadas, atacou pesadamente Lula sem provas, além da condenação, repetindo de forma vigarista, que Lula comandou o maior esquema de corrupção das galáxias.

Agora, esse juiz corrupto e ladrão, como bem disse o deputado Glauber Braga sobre Moro, é Ministro da Justiça de um governo que não tem aonde ser mais picareta, corrupto, com esquemas certamente de décadas de corrupção de uma família inteira envolvida com fantasmas, laranjas e milícias. Tudo isso de forma sistêmica, ganha o nome de “rachadinha”, uma coisinha dengosa, como disse o próprio Mourão sobre o esquema de Queiroz.

A mídia gostou do termo “rachadinha”, parece até jogo de loteria, mas não é, trata-se de um esquema pesado, com ligação com milícia e outras coisas mal explicadas.

Está na hora de parar de chamar essa corrupção sistêmica de “rachadinha” e dar o nome sem perfumes e miçangas ao que de fato é, corrupção e da grossa, que envolve muita gente que trafega nesse esquema, como revelou o próprio Queiroz em gravação.

A coisa é tão séria que Bolsonaro não quer falar sobre o assunto e ainda diz que Queiroz e ele não têm nada a ver, cada um segue a sua vida.

E o que faz o paladino do pacote anticrime e da Lava Jato? Coloca o rabo entre as pernas como um cachorro magro que vive hoje de restos de um governo que não tem aonde ser mais corrupto.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Sobre o áudio de Queiroz, Delegado Waldir diz que “rachadinha nunca parou”

“Acho que em nenhum momento a rachadinha parou”, disse o ex-líder do PSL na Câmara Delegado Waldir, sobre o qual Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) aparece negociando cargos no Congresso em troca de pagamentos.

O ex-líder do PSL na Câmara Delegado Waldir (GO) disse que o áudio no qual Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) aparece negociando cargos no Congresso Nacional em troca de pagamentos são novos “indícios de novas condutas criminosas” envolvendo o parlamentar.

O parlamentar diz acreditar que “em nenhum momento” o esquema montado por Queiroz junto aos gabinetes da família Bolsonaro tenha sido paralisado

“Acho que em nenhum momento a rachadinha [esquema no qual os servidores contratados entregam parte do salário ao parlamentar que os contratou] parou, e a decisão do Supremo Tribunal Federal previamente acordada foi equivocada”, afirmou o deputado ao jornal O Globo. A menção ao STF se deve à uma decisão da Corte que suspendeu as investigações do caso Queiroz.

“(O áudio) mostra que Queiroz continua operacionalizando, mostra indícios de novas condutas criminosas no Senado. Uma das propostas do nosso governo era o combate à corrupção. Ao fingir que a corrupção não ocorre, é visível que ele (Bolsonaro) se afastou das propostas de campanha, e nossa ala (do PSL) não aceita isso, ao contrário da ala bolsonarista”, disparou o Delegado Waldir.

 

 

*Com informações do 247

 

 

 

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Áudio: Queiroz está vivo e comendo as uvas mais doces da esbórnia do clã Bolsonaro

Pois é, Queiroz, o homem que tem um assento central na esbórnia do clã Bolsonaro, revela neste áudio a amplitude da salada de frutas que a família Bolsonaro comanda.

Laranjas e uvas mostram como a vida pra essa gente é doce. Como diz o próprio Queiroz, tem pra todo mundo. O gabinete de Flávio Bolsonaro, segundo ele, é uma espécie de feira de Acari que chega a fazer fila de picaretas, onde se consegue R$ 20 mil no mole no esquema armado por Flávio e gerenciado pelo Queiroz.

E essa gente maldosa ainda pergunta ‘cadê o Queiroz?’, achando que é moleza administrar essa espécie de teocracia da picaretagem, enraizada no histórico da família Bolsonaro, o clero mais abastado e opulento hoje nessa colônia americana chamada Brasil de Bolsonaro.

Pois bem, Queiroz, esse bom moço, que tem o papel de senhorear essa nação de picaretas, de fantasmas e laranjas, preocupa-se, como pai de família, naturalmente, em ver esse dinheirinho molhar o esquema individual dos grandes heróis da nova política, como mostra a sua fala na gravação, capturada pelo Globo.

No áudio, o ex-assessor do “Filho 01” mostra que ainda continua, informalmente no cargo de agente-laranja do político:

Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada, em nada.
20 continho aí para gente caía bem para c***, meu irmão, entendeu?
Não precisa vincular ao nome. Só chegar lá e, pô cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila.
Só chegar lá e, pô meu irmão, nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí, salariozinho bom desse aí, cara, para a gente que é pai de família, cai como uma uva.

Ouça o áudio de Queiroz

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/wp-content/uploads/2019/10/audio_queiroz-2.mp3?_=1

 

 

*Com informações do Tijolaço

*Áudio DCM

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Líder do PSL chama Flávio Bolsonaro de “bandido de estimação”

Delegado Waldir (PSL-GO) foi para cima da família do presidente e afirmou que Flávio Bolsonaro não pode ser o bandido de estimação do Brasil. “O Brasil não pode ter nenhum bandido de estimação”, falou Waldir, depois de afirmar que a polícia federal tem que investigar todo mundo. ” Por exemplo, o filho do presidente. Então seria importante ser transparente né? Ele é o presidente do PSL no Rio de Janeiro”, disse. A afirmação aconteceu após notícias de que o presidente Jair Bolsonaro estaria agindo para destituir o líder do PSL na Câmara, e colocar no seu lugar o filho, Eduardo Bolsonaro (PSL/SP).

“Infelizmente nós temos uma decisão agora da justiça que impede o levantamento das informações”, falou se referindo a decisão do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu todas as investigações que ligam o senador ao esquema de Fabrício Queiroz.

Para o líder do partido de Bolsonaro, existe a chance do presidente estar por trás, ou no mínimo, ter informações privilegiadas sobre operações policiais que acontecem no âmbito federal. Nas palavras de Waldir, “parece que o presidente tem bola de cristal”, pois atacou o PSL poucos dias antes da operação da polícia federal atingir em cheio o presidente do partido, Luciano Bivar (PE).

Outro nome citado, mas de maneira indireta, pelo líder da agremiação do presidente da República, foi o do deputado estadual Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo e ex-assessor de Eduardo Bolsonaro. “Temos também agora em São Paulo um caso envolvendo um deputado estadual numa rachadinha. Então nós ficamos preocupados”, disse Waldir.

 

 

*Com informações do Congresso em Foco

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Cabaré pega fogo: disputa pelo controle do milionário fundo partidário do PSL pode ter motivado denúncia de rachadinha

A denúncia de rachadinha na Assembleia Legislativa em São Paulo é uma faísca da fogueira que arde no PSL, o partido que Jair Bolsonaro usou para se eleger presidente. Mas a disputa no Legislativo de São Paulo pode envolver questões mais abrangentes.

O autor da denúncia contra Gil Diniz, Alexandre Junqueira, conhecido como Carioca de Suzano, se apresenta como fã de Jair Bolsonaro, mas o jogo que faz parece atender ao interesse do principal adversário dele hoje no campo da direita: João Doria.

Gil Diniz é líder do PSL na Assembleia, partido que decidiu fazer oposição ao governo do Estado de São Paulo. Gil Diniz também é apontado como obstáculo para as pretensões da deputada Joice Hasselmann, sua colega no PSL, de se candidatar a prefeita.

Joice Hasselmann está no PSL, mas é politicamente próxima de Doria, cujo partido, o PSDB, tem como candidato à reeleição Bruno Covas. Doria teria, portanto, duas canoas para a travessia das eleições do ano que vem.

Junqueira seria um peão nesse jogo bruto.

Sem ocupação profissional conhecida desde que deixou a assessoria de Gil Diniz, em julho deste ano, viajou para Paris, Hong Kong e Indonésia, ao mesmo tempo em que sua esposa, Sol Junqueira, protocolava a representação na Procuradoria de Justiça contra Gil Diniz.

Quem custeia a viagem dele? Ele próprio?

O que se pode afirmar é que a proximidade que Junqueira diz ter com a família Bolsonaro decorre, em grande parte, da própria ligação com Gil Diniz, que era assessor de Eduardo Bolsonaro até se candidatar a deputado estadual.

Por exemplo, a foto que o jornal O Globo publicou que o mostra abraçado a Flávio Bolsonaro foi tirada no último Reveillon em Brasília. Ele não estava lá por conta própria, mas acompanhando Gil Diniz, em cuja campanha trabalhou.

O Reveillon foi uma festa antecipada da posse de Bolsonaro, dia 1o. de janeiro.

Se ele se diz fã de Bolsonaro, divulgar a foto abraçado a Flávio, num momento em que aparece como denunciante do esquema de rachadinha, não faz sentido.

Qual é o primeiro nome que vem à cabeça quando se fala do crime da rachadinha? Flávio.

É para queimá-lo.

O PSL em São Paulo, a exemplo do que ocorre no Brasil, pega fogo por conta da disputa por um orçamento de algumas dezenas de milhões de reais, que compõem o fundo partidário.

Quem controlava o partido era o senador Major Olímpio, que se afastou para dar lugar a Eduardo Bolsonaro.

O vice-presidente dele é Gil Diniz. Atingindo Gil Diniz, atinge-se também, indiretamente, Eduardo. Esta é outra hipótese para a denúncia.

Major Olímpio, chamado de “bobo da corte” por Carlos Bolsonaro, está em guerra aberta com a família. Da boca para fora, diz apoiar Bolsonaro, mas assinou o requerimento que cria CPI da Fake News e defendeu a saída de Flávio do partido.

O que não faz sentido é imaginar que o Carioca de Suzano, três meses depois da demissão, seja tomado pela indignação e resolva denunciar o antigo chefe.

Por outro lado, não faz sentido que o Carioca de Suzano recebesse R$ 15 mil de salário da Assembleia para não fazer nada. O salário elevado é compatível com a denúncia de que ele tenha sido fixado para desviar recursos públicos.

Tem muita fumaça nesta história da rachadinha em São Paulo, e sua exposição mostra que a classe política que emergiu em 2018, na estrada aberta pela farsa do combate à corrupção encetado pela Lava jato, levou ao poder gente absolutamente estranha e desqualificada.

Não é exagero dizer que o PSL pega fogo. Ou seria cabaré?

 

 

*Com informações do DCM

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Bivar promete vingança contra os filhos de Bolsonaro

Presidente nacional da sigla prepara troca em diretórios com base em estatuto.

Em franca divergência com Jair Bolsonaro, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), planeja destituir os irmãos Flávio e Eduardo Bolsonaro do comando regional do partido no Rio e em São Paulo.

Pelo artigo 72 do estatuto do PSL, compete ao presidente da sigla “promover ato de dissolução dos diretórios e comissões provisórias nos estados ou municípios, nos termos do estatuto em conjunto com a maioria da executiva nacional”.

No Rio e em São Paulo, a direção do PSL é constituída por comissões provisórias. Presidentes em seus estados, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) têm mandato até dezembro.

Segundo parlamentares do PSL, o plano de dissolver as comissões provisórias está definido desde a semana passada, antes mesmo de a Polícia Federal cumprir, na manhã desta terça-feira (15), mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bivar.

A ação da PF é parte da investigação sobre o esquema revelado pela Folha de candidaturas de laranjas da sigla.

Ainda segundo parlamentares com quem Bivar tem conversado, já há nomes dos prováveis sucessores de Flávio e Eduardo, assim como de futuros presidentes municipais do PSL.

Para a vaga de Flávio, no Rio, deve ser escolhido o deputado federal Sargento Gurgel. Para o lugar de Eduardo, em São Paulo, o cotado é o deputado Junior Bozzella, que já integrava o partido antes da filiação dos Bolsonaro.

Deputados próximos a Bivar dizem que ele desejaria conversar com Flávio —de quem gosta— para buscar uma saída negociada da presidência do PSL do Rio. Mas a crise provocada por recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, recomendando que um apoiador esquecesse o PSL, precipitaram o debate.

A nova configuração do PSL atenderia às reivindicações de parte da bancada, contrariada com o poder conferido ao clã Bolsonaro em detrimento dos demais parlamentares.

No Rio, a intervenção deve incluir a substituição de presidentes municipais, como é o caso de Valdenice de Oliveira Meliga, irmã de dois policiais que já foram presos em operação que investiga uma quadrilha suspeita de extorsão. Ela pode ser substituída pelo deputado estadual Alexandre Knoploch.

Já Gustavo Schmidt é cotado para assumir o PSL de Niterói. O deputado federal Daniel Siveira deverá comandar o partido em Petrópolis, enquanto Felício Laterça deve continuar à frente do diretório de Macaé. Professor Joziel provavelmente terá aliados na direção do PSL de São João de Meriti.

Na hipótese de saída de parlamentares do partido, o deputado estadual mais votado do Rio, Rodrigo Amorim, deverá ocupar a liderança do PSL na Assembleia Legislativa do Rio.

Para realizar a dissolução, Bivar deve recorrer às regras do estatuto, como possibilidade de destituição em caso de má exação no exercício de cargo, violação de fidelidade partidária ou impossibilidade de resolver grave divergência entre seus membros.

Em março deste ano, Flávio Bolsonaro cedeu poder a deputados do PSL para evitar sua destituição da presidência do partido no Rio.

Sob ameaça de perda do comando partidário desde a revelação de movimentações financeiras suspeitas envolvendo Fabricio Queiroz, ex-assessor dele na Assembleia Legislativa do Rio, o senador convidou parlamentares para cargos da direção da sigla. Mas parte da bancada acabou excluída da partilha.

 

 

*Com informações do Et Urbs Magna

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Bolsonaro e Moro armaram operação da PF para tirar deputados do PSL sem perda de mandato

Justa causa

Essa é a causa da operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (15) que teve como alvo o presidente do PSL, Luciano Bivar.

Bolsonaro e Moro armaram uma “justa causa” para que deputados da ala ligada a Bolsonaro possam deixar o partido sem correr o risco de perderem o mandato por infidelidade partidária.

A coisa é toda emporcalhada.

E imaginar que Moro foi o juiz que condenou Lula para Bolsonaro vencer a eleição.

Se isso não é prova de que as eleições foram fraudadas pelos dois, eu não sei o que é fraude eleitoral.

Bala de Prata

Esse deveria ser o nome da operação que Bolsonaro e Moro armaram contra Luciano Bivar e o PSL.

Bolsonaro precisava justificar sua saída e dos deputados de seu grupo da legenda e, agora, ele, Bolsonaro, pai de Flávio, que tinha na ALERJ o maior esquema da laranjas e fantasmas, sob a alegação de falta de transparência do PSL em relação ao uso dos recursos do fundo eleitoral, quer usar esse escândalo fabricado por ele e Moro para sair com o fundo no bolso e seus aliados não perderem o mandato.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas