De quarentena há 21 dias em São Bernardo do Campo, desde que voltou da Alemanha, “sem por os pés para fora de casa”, o ex-presidente Lula não reclama da vida.
No final da tarde de segunda-feira, ele falou com o UOL por telefone sobre como está passando estes dias, outra vez confinado, agora por conta da pandemia.
A localização da casa alugada é mantida em sigilo, “para evitar aglomerações”, e respeitar o isolamento social imposto pelo Ministério da Saúde.
“Quando eu cheguei, consultei três médicos. Como eu não tinha nenhum sintoma, eles me falaram que não precisava fazer exames, só ficar em casa. Agora estou aqui, na bela companhia da Janjinha (apelido da namorada Rosângela da Silva, que acompanhou a entrevista por telefone). Não posso reclamar de nada. Aqui tem quintal, tem espaço para andar, bem melhor do que a cela em Curitiba, de 15 metros quadrados, onde passei 580 dias”.
Esta semana ele conversou bastante com Fernando Haddad, candidato do PT que o substituiu na última eleição presidencial, um dos articuladores do manifesto dos partidos de oposição que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro, divulgado na véspera.
“Eu gostei da iniciativa do manifesto, acho que ficou muito bom. Na ideia inicial, era para ser assinado só pelos candidatos à Presidência da República em 2018 (além de Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos) e os governadores. Mas alguém vazou o documento enquanto esperavam as assinaturas dos governadores e só acabou entrando o Flávio Dino, do Maranhão, representando o PCdoB. Foi dado um passo importante pelos partidos de oposição porque, além da pandemia, temos um problema grave no Brasil hoje, que é o comportamento do Bolsonaro. Ele é o epicentro da crise que vivemos”.
Nesse ponto da conversa, Lula vira novamente líder da oposição e parte para o ataque como nos velhos tempos.
“Esse homem não respeita a ciência, os pesquisadores, não respeita nada. Para ele, a orientação científica para combater a epidemia vale muito pouco. O maior problema da crise é a falta de gerenciamento, tem que ter um comando centralizado. Ele tinha que conversar com os governadores e prefeitos, os partidos no Congresso, o movimento social, mas Bolsonaro não ouve ninguém, só os filhos e aquele guru dele lá da Virgínia. A oposição vai ter que encontrar um caminho para ver o que fazer com o Bolsonaro porque ele hoje é um perigo, não só para o Brasil, mas para o mundo”.
Aos que estranharam a ausência do nome dele no manifesto, Lula explica que não foi candidato em 2018, e a decisão coube aos partidos.
“O importante foi o Ciro Gomes ter entrado, não era correto eu assinar. PT, PDT, PSOL, PCdoB e o PSB têm-se reunido toda semana. Quando os partidos entenderem que eu devo participar dessas conversas, não terei problema nenhum, estarei pronto para falar com o Ciro. O importante agora é afastar o Bolsonaro”.
Aos 74 anos, Lula quer casar de novo, mas não tem pressa. Habituado a ajudar nos afazeres domésticos desde quando era casado com Marisa Letícia, Lula gosta de cozinhar e vai para a pia lavar pratos. No caso dele, a quarentena já é uma lua de mel.
“Não marcamos o casamento ainda, mas minha vida agora é uma eterna lua de mel. Eu sou um cara agraciado por Deus. Quando tudo parecia esvair-se na minha vida, surgiu a Janjinha”. Por ter o mesmo sobrenome, Lula brinca que ela “já é minha parente há muito tempo…”.
A história do coronavírus no Brasil virou um clássico. Em primeiro lugar, embora seja trágico, Já que as consequências da doença são terríveis, pois já ceifou e infelizmente ceifará milhares de vidas no mundo, aqui no Brasil, o lado político é cômico. Ver a mídia antipetista em guerra declarada ao posicionamento de Bolsonaro sobre o combate ao Covid-19, não tem preço.
Só nesse episódio, dá para ficar de quarentena na arquibancada assistindo à peleja entre dois ex-aliados, criador e criatura, hoje se engalfinhando numa guerra de farpas e insultos que faz a torcida optar pela vitória da guerra.
Entre muitos atropelos, o lacaio americanófilo Bolsonaro e seus filhos, que adoram falar em vírus chinês e sobre a liberdade econômica dos EUA, foram degolados pelo Twitter, Facebook e Instagram, obrigando o gado a repetir o mantra do gabinete do ódio, que as grandes corporações americanas censuraram os sabujos do Trump.
O outro lado cômico da tragédia é ver Ana Paula, do Vôlei, que se mete a bancar a jornalista liberal, ao lado de Augusto Nunes, JR Guzzo, entre outras tralhas, tendo que engolir a seco Trump, seu principal herói, impondo uma quarentena até 30 de abril, enquanto ela, em apoio a Bolsonaro, faz campanha contra a quarentena no Brasil.
Essa gente não deve estar dormindo, pois todo o seu discurso está sendo julgado na raia da desmoralização.
E o Mourão, como está atuando no combate ao coronavírus? Enaltecendo o golpe e a ditadura militar, a mesma que mergulhou o país numa quarentena ditatorial de 21 anos que produziu, com o seu “milagre econômico”, uma dívida “impagável” com o FMI, paga décadas depois, por Lula.
Ditadura que, além de privilegiar descaradamente a elite brasileira, produziu a maior desigualdade social, favelização e segregação urbana da história do país.
Para arrematar, a ditadura jogou o Brasil na boca da cobra de duas cabeças, uma recessão violenta e uma hiperinflação que explodiu a moeda brasileira.
Como o Brasil pode enfrentar o coronavírus se Bolsonaro é o próprio vírus de todas as nossas mazelas? Vírus que saiu dos porões da ditadura e foi vitaminado por uma mídia que não só apoiou os militares, como deles se nutriu durante 21 anos e, por consequência, ajudou a eleger Bolsonaro.
O coronavírus, no Brasil, tem componentes de mutação únicos no planeta.
Bolsonaro foi às ruas na manhã de domingo - Reepdodução facenook
Desobedecendo às instruções do próprio Ministério da Saúde e da OMS, Bolsonaro desrespeita a quarentena, vai às ruas de Ceilândia, Sobradinho, filma sua fala criminosa com o povo, pedindo para que as pessoas desobedeçam à quarentena e twitter exclui duas de suas publicações por violarem as regras da rede.
Claro que os bolsonaristas dementes estão dizendo que isso é obra dos globalistas e do marcianos do planeta vermelho comunista, além da China e Lula.
Twitter excluiu 2 publicações de Bolsonaro por violarem regras da rede. Presidente visitou comércio no DF e fez vídeos, em meio a aglomerações, defendendo reabertura de empresas, sem destacar medidas de mitigação do impacto econômico e em oposição ao Ministério da Saúde e OMS. pic.twitter.com/18VTtRgRrz
O Twitter não informou qual infração a suas regras considerou ter sido cometida pelo presidente brasileiro. Em seus termos, as possíveis violações são divididas em grupos: Segurança, Privacidade, Autenticidade e Publicidade de terceiros em conteúdo de vídeo. pic.twitter.com/GljqC06jqt
“Ele não quer a verdade. Ele quer criar o caos”, alertou Lula.
O ex-presidente Lula e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, realizaram uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira (25) comentando sobre a crise do novo coronavírus e a postura do presidente Jair Bolsonaro.
Lula criticou duramente a forma com que o ex-capitão tem lidado com o surto da doença e sugeriu o fim do governo. “Ou esse cidadão renuncia, ou faz o impeachment dele, porque não é possível que alguém seja tão irresponsável de brincar com a vida de milhões de pessoas”, declarou.
“Os partidos políticos, não apenas os de esquerda, todos do Congresso Nacional, devem começar a discutir muito seriamente o que vai acontecer com o Bolsonaro”, disse ainda o ex-mandatário.
Para o ex-presidente, o pronunciamento de Bolsonaro foi uma “demonstração de inabilidade política tremenda”. “Ele não estava preocupado com o coronavírus. Ele está preocupado com ele. Estava preocupado com o público a quem ele queria se dirigir para manter o clima de acirramento”, declarou.
“O pronunciamento acirra os ânimos contra governadores e prefeitos”, disse ainda.
Segundo Lula, Bolsonaro nunca fez questão de pensar em todos. “Ele foi eleito por uma parcela e tanta governar tentando dar respostas a uma pequena parcela, sempre com um discurso raivoso”, disse.
O ex-presidente criticou ainda a postura da Confederação Nacional das Indústrias. “O movimento sindical deveria partir pra cima da CNI. Nada que esse governo faz é de graça. Tudo que é feito parece que busca atender os interesses maquiavélicos do presidente da República”, afirmou.
Dois dias depois de Lula enviar uma carta a Xi Jinping se desculpando, em nome do povo brasileiro, pela degradante agressão de Eduardo Bolsonaro à China, assim como Ernesto Araújo, com consentimento de Bolsonaro, o presidente chinês, que não atendeu a mais de um telefonema de Bolsonaro, resolveu, sem dúvida alguma, perdoar o Brasil, em nome dos cidadãos brasileiros e da relação dos governos Lula e Dilma com a China, período em que houve os maiores avanços nas relações diplomáticas e comerciais entre os dois países, culminando na criação do BRICS.
Bolsonaro, lógico, ignorou em seu twitter a intervenção de Lula, assim como a própria Globo fez de conta que a carta de Lula ao presidente chinês nunca existiu.
Mas não há como negar que Lula extraoficialmente, em nome do prestígio que goza com o Partido Comunista Chinês, reatou as relações diplomáticas com a China.
Isso mostra a montanha que separa um estadista como Lula de um imbecil como Bolsonaro.
Lula tem reserva moral na bagagem para fazer tal pedido e ser prontamente atendido pelo líder da segunda maior economia do planeta.
Bolsonaro, de forma vergonhosa, já havia sido espinafrado por um jornal oficial do Partido Comunista Chinês que avisou que não toleraria agressões, lembrando a ele que o Brasil, com Lula e Dilma, estabeleceu relações comerciais extremamente vantajosas. Isso, logo no começo do governo Bolsonaro que, para agradar Trump, de forma estúpida resolveu agredir a China.
O fato é que Bolsonaro não governa nada e a cada dia que passa fica mais desacreditado dentro e fora do país, tendo que contar com o capital político de Lula e Dilma que os credencia a falarem a vários países em nome do povo brasileiro para que Bolsonaro não isole ainda mais o país diante da comunidade internacional. Este é o fato.
Leia aqui a íntegra carta de Lula a Xi Jinping:
São Bernardo, Brasil, 20 de março de 2020
“Caro presidente Xi Jinping,
Em nome da amizade entre os povos do Brasil e da China, cultivada por sucessivos governos dos dois países ao longo de quase cinco décadas, venho repudiar a inaceitável agressão feita a seu grande país por um deputado que vem a ser filho do atual presidente da República do Brasil.
Tal atitude, ofensiva e leviana, contraria frontalmente os sentimentos de respeito e admiração do povo brasileiro pela China. Creio expressar o sentimento de uma Nação, que tive a responsabilidade de presidir por dois mandatos, ao pedir desculpas ao povo e ao governo da China pelo comportamento deplorável daquele deputado.
Como é de seu conhecimento, setores expressivos da sociedade brasileira condenaram aquela agressão, incluindo os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal do Brasil.
Lamento, entretanto, que o atual governo brasileiro não tenha feito ainda esse gesto pelos canais diplomáticos e por meio do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, que deveria ter sido o primeiro a tomar tal atitude. Seu silêncio envergonha o Brasil e comprova a estreiteza de uma visão de mundo que despreza a verdade, a Ciência, a convivência entre os povos e a própria democracia.
Lamento especialmente que esta agressão tenha ocorrido na conjuntura de um contencioso comercial entre a China e os Estados Unidos, país ao qual a política externa brasileira vem sendo submetida de maneira servil por este governo. Bolsonaro rebaixa as relações do Brasil com países amigos e se rebaixa como reles bajulador do presidente Donald Trump.
Este governo passará, sem ter estado à altura do Brasil, mas nada poderá apagar os laços de amizade e cooperação que vimos construindo desde 1974, quando o então presidente Ernesto Geisel restabeleceu as relações entre o Brasil e a República Popular da China.
Praticamente todos os presidentes brasileiros, desde então, fortaleceram nossa relação nos mais diversos campos. Recordo que, ainda em 1988, o presidente José Sarney assinou os acordos para a construção do satélite sino-brasileiro, que viria a ser lançado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 1994, os presidentes Itamar Franco e Jiang Zemin estabeleceram a Parceria Estratégica Brasil e China, que tem frutificado em benefício mútuo. Desde 2009 a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em meu governo, o Brasil reconheceu a China como economia de mercado e construímos juntos os BRICS, inaugurando um novo capítulo na ordem mundial.
Recentemente, expressei minha solidariedade ao povo e ao governo da China no enfrentamento ao coronavírus. Recebo agora a notícia de que os esforços admiráveis nesse combate resultaram na interrupção, pelo segundo dia consecutivo, da transmissão do vírus em seu país. Parabéns por esta vitória e sigam lutando.
Esta é a verdadeira imagem da China que nós, brasileiros e brasileiras, aprendemos a admirar, numa convivência de mútuo respeito. Um país com o qual desejamos manter e aprofundar as melhores relações de amizade e cooperação, inclusive no combate à grave pandemia que também nos atinge.
Receba minha saudação respeitosa e fraterna, que se estende a todo o povo chinês,
Quando se tem plano de governo e ideias para melhorar de verdade a vida do povo o governante não precisa ficar se escondendo em subterfúgios e dissimulações. Pega por exemplo a saúde.
Lula e Dilma entregaram um sistema várias vezes melhor do que receberam. Não era perfeito ainda, mas já se via uma evolução que mesmo os críticos mais ferrenhos tiveram depois que dar o braço a torcer.
Programas como o Mais Médicos, Saúde da Família, Farmácia Popular.
O investimento nas UPAs e nos Postos de Saúde melhoraram sensivelmente o que o brasileiro e a brasileira entendiam sobre o que seria um atendimento digno e público.
A execução de verbas do Ministério da Saúde entre os anos de 2003 a 2012 teve um acréscimo de 195% (tabela 1). O recurso per capita quase dobrou, passou de R$ 244,80 em 2003 para R$ 413,00 em 2013.
Os estados, o Distrito Federal e municípios tiveram seus repasses aumentados quatro vezes nos governos progressistas, pulando de R$ 15,8 bilhões em 2003 para R$ 69,5 bilhões em 2014.
A Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos tiveram um aumento de 185% dos recursos federais de incentivo ao atendimentos da população pobre.
Responsáveis por 41% das internações e 37% dos leitos financiados pelo SUS os repasses chegaram a R$ 970 milhões em 2012.
A mortalidade infantil sempre foi um fantasma para o Brasil, em 2000 a taxa era de 29,7 mortes de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos . Mas vieram os programas de distribuição de renda e o aumento do salário mínimo e afastaram esse trauma que atingia as famílias brasileiras. Os números do Censo de 2010 já traziam melhoras significativas, caíram quase pela metade, de 29,7 para 15,6 para cada 1000. Em 2016 elas voltaram a subir depois de 26 anos.Nesta ano a taxa foi de 14, 5% maior que em 2015.
Mais médicos
A criação do programa Mais Médicos, já no governo Dilma, foi outra revolução. Tocado pelo ministro Alexandre Padilha o programa apanhou de todo mundo em seu início, virou realidade e beneficiou 60 milhões de brasileiros e hoje nem os mais duro opositor tem coragem de criticar.
https://youtu.be/yHOHI00FIQQ
Um dos pontos mais controversos mas que se mostrou de extrema sensibilidade foi o chamado de médicos estrangeiros. À época o slogan “A saúde das pessoas não pode esperar” era a chave e o projeto foi implantado com sucesso. “Nós com isso estamos querendo resolver um problema de caráter emergencial e urgente, porque a saúde das pessoas não pode esperar até que os médicos se formem. Por isso trazemos médicos de fora. Paralelamente vamos aumentar a formação de médicos no Brasil, assegurando que eles sejam formados em regiões do interior do país e nas periferias das grandes cidades”, explicou a presidenta Dilma.
https://youtu.be/wAYudSIyscA
Quando se tem plano de governo e ideias para melhorar de verdade a vida do povo o governante não precisa ficar se escondendo em subterfúgios e dissimulações. Pega por exemplo a saúde. Lula e Dilma entregaram um sistema várias vezes melhor do que receberam. Não era perfeito ainda, mas já se via uma evolução que mesmo os críticos mais ferrenhos tiveram depois que dar o braço a torcer.
Programas como o Mais Médicos, Saúde da Família, Farmácia Popular. O investimento nas UPAs e nos Postos de Saúde melhoraram sensivelmente o que o brasileiro e a brasileira entendiam sobre o que seria um atendimento digno e público.
A execução de verbas do Ministério da Saúde entre os anos de 2003 a 2012 teve um acréscimo de 195% (tabela 1). O recurso per capita quase dobrou, passou de R$ 244,80 em 2003 para R$ 413,00 em 2013. Os estados, o Distrito Federal e municípios tiveram seus repasses aumentados quatro vezes nos governos progressistas, pulando de R$ 15,8 bilhões em 2003 para R$ 69,5 bilhões em 2014.
Foram 18 mil profissionais contratados pelo programa Mais Médicos até 2015 a maioria para pequenas cidades e chegando aos mais distantes cantos do Brasil. Com a chegada destes médicos o número de equipes preparadas para acompanhar diariamente a saúde da população nas periferias das grandes cidades e municípios médios e pequenos do interior subiu para mais de 34 mil.
SAMU
Em 2003 o presidente Lula cria o SAMU. O atendimento de urgência e remoção que revolucionou o país inteiro. O gargalo da locomoção de pacientes tinha um horizonte finalmente. Em junho de 2014, 3.182 ambulâncias haviam sido distribuídas a 2.926 municípios brasileiros. Atendendo a 74,5% da população brasileira.
Farmácia Popular
O Farmácia Popular é um programa que foi criado para ampliar o acesso da população aos medicamentos essenciais ao tratamento de doenças mais comuns no Brasil,
Milhões de pessoas foram beneficiadas com medicamentos para hipertensão, contraceptivos e diabetes ficam disponíveis em farmácias e drogarias privadas do país com valores até 90% menores que os cobrados normalmente.
Até dezembro de 2016 quase 10 milhões de brasileiros e brasileiras era beneficiados pelo programa em mais 35 mil estabelecimentos distribuídos em 4.485 municípios. O programa vem sofrendo severos cortes pelo governo Temer e corre sério risco de acabar.
UPA
Criada por Lula para ser um hospital de pronto atendimento para coisas de menor gravidade, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) revolucionaram o serviço à população. Equipada e com profissionais capazes de atender pessoas com crises de hipertensão, febre alta, cortes profundos, fraturas, infartos e derrame (AVC), as UPAs servem ao povo na maioria dos casos como um ponto de segurança e tratamento para a maioria dos casos. Até junho de 2014 já estavam em funcionamento 355 UPAs, responsáveis por 94 mil atendimentos diários ou 2,8 milhões mensais.
Saúde da Família
O programa Saúde da Família é a linha de frente da saúde brasileira. É o programa que vai até a casa das pessoas e acompanham o dia a dia. É a forma mais barata de saúde pois trabalha na prevenção. O programa recebeu toda a atenção de Lula. Na época de sua eleição em 2002, menos de 32% dos brasileiros eram atendidos, em setembro de 2013, a cobertura havia ultrapassado 56% da população atendidas por equipes do Saúde da Família.
A história recente do Brasil, de uns dias para cá, tem nos reservado fatos de enorme riqueza, sobretudo no campo da multiplicação da imbecilidade.
Milton Neves, como todos sabem, é um imbecil puro sangue por ser um dos maiores mercenários da TV brasileira, uma espécie de Ratinho do futebol.
Neves, Em diálogo no twitter com Xico Graziano, outra besta ex-tucana, reduzido a limpa trilho de Bolsonaro, criticam o bezerro de ouro que até dias atrás divinizavam. E os bolsonaristas mecânicos ou de carne e osso, bem menos numerosos, chegaram chegando com a sola da chuteira no pescoço dos dois, mas principalmente no de Neves, mostrando que Bolsonaro está na mais franca decadência política, até mesmo no ninho dos ratos.
No caso de Milton Neves, a ordem veio de cima, dos caciques do agronegócio, os mesmos que participaram do dia do fogo na Amazônia, por conta das declarações de Eduardo Bolsonaro e Ernesto Araújo contra a China, sopradas ao pé do ouvido por Bolsonaro para agradar Trump, o que gerou uma crise diplomática séria que pode ferir de morte o agronegócio brasileiro, caso a China meta um carimbo na testa de Bolsonaro de rejeição aos produtos agrícolas brasileiros.
Isso, sem falar nas toneladas de carne bovina, suína e de aves, melando uma relação comercial virtuosa iniciada por Lula e ampliada por Dilma que, Bolsonaro, apoiado cem por cento pelos antipetistas rurais que se lambuzaram de ganhar dinheiro.
Bolsonaro está na iminência de colocar tudo isso a perder e fazer com que os latifundiários percam muito dinheiro e, junto, outros negócios transversais à produção do agronegócio.
Milton Neves, lógico, falou pela Band, que já havia feito um editorial espinafrando o imbecil que ela ajudou a eleger com todo o ódio que carrega contra o PT.
Ninguém sabe do risco que estão correndo de perder as milionárias exportações para a China em nome dos interesses de Trump, para quem Bolsonaro trabalha pela agressão gratuita.
O fato é que, enquanto Bolsonaro, em sua servidão espontânea aos EUA, prejudicava o Brasil sem afetar o agronegócio, Neves, Band e Chico Graziani aplaudiam o ogro, na ilusão de que o lacaio dos EUA se limitaria a conceder apenas algumas vantagens a Trump em troca de um sorriso e um elogio do esperto.
Agora, estão vendo que a coisa não é bem assim, pois Trump trabalha pelos interesses exclusivos de seu país, com uma diferença, é o mais protecionista dos últimos presidentes dos EUA e mostra que Bolsonaro é somente um cavalo que ele monta como quer, na hora que quer e para o que quer.
É doído. Povo morrendo de medo em casa, sem trabalho e com medo do futuro e tem que ouvir “gripezinha”. Ele tem que fugir do microfone, com grande urgência
Em nome dessa loucura institucionalizaram-se as práticas econômicas mais deletérias, como a apreciação cambial, as taxas de juros dos títulos públicos, promovendo a mais brutal transferência de renda da história.
O coronavírus está varrendo como um tsunami ideias estabelecidas e todo um edifício retórico que, nas últimas décadas, sustentou o maior processo de concentração de renda da história.
Toda a lógica que legitimou a concentração de renda das últimas décadas baseava-se em premissas falsas. Na ideia de que todo ganho corporativo reverteria em mais investimentos, que gerariam mais empregos, trazendo um ganha-a-ganha geral. O sofisma da “lição de casa” justificou todos os abusos, de Marcílio Marques, no governo Collor, passando por Pedro Malan, no governo FHC, se prolongando com Antônio Palocci e Henrique Meirelles nos governos Lula e Temer. Os erros de Dilma foram de outra natureza.
Em nome dessa loucura institucionalizaram-se as práticas econômicas mais deletérias, como a apreciação cambial, as taxas de juros dos títulos públicos, promovendo a mais brutal transferência de renda da história.
Esse modelo acabou. O coringavirus veio com pitadas de castigo divino, obrigando a uma solidariedade geral. Sem a solidariedade, haverá morte, conflitos, ranger de dentes, a dissolução do tecido social brasileiro e das barreiras sanitárias, com o coringavirus se impondo definitivamente.
Mas a síndrome do escorpião é terrível.
Ontem, o Globo fez um editorial sugerindo que o funcionalismo público deva dar sua contribuição à crise. Para justificar, recorreu à indefectível economista Zeina Latif, que montou um modelito econômico a la carte, para atender à tese proposta.
Nem vou entrar no caso da Zeina, que ganhou uma belíssima e justa bolada do banco XP por ajuda-lo, com suas análises econômicas, a galgar um reconhecimento do mercado, permitindo um IPO bilionário, que não acontecerá nunca mais, pois fruto das distorções monumentais do excesso de liquidez e de análises furadas de economistas de mercado que levaram o mundo a este situação.
O raciocínio da Globo se baseia no manual das simplificações de planilha, do cabeça de planilha tradicional. Consiste no seguinte: defino a conclusão de acordo com minhas conveniências. Depois, monto um mundo de planilha, apenas com as variáveis que ajudam a justificar meu raciocínio. O economista age como um bom Ministro do Supremo: primeiro firma a convicção política, depois vai buscar o argumento.
O mundo simplificado consiste em um país com duas variáveis apenas: os trabalhadores do setor público e do setor privado.
Como só tem duas variáveis – empregados do setor público e do setor privado – que se façam as comparações.
Diante da rápida e maciça perda de receita das empresas, é preciso agir para que elas sobrevivam. Na quarta, foi anunciado que será proposto que os empregadores possam cortar pela metade o salário de seus funcionários, na mesma proporção da redução da jornada de trabalho. O conceito de que é melhor preservar o emprego e parte da remuneração do que ser demitido é indiscutível.
Ora, se as finanças públicas estão dissolvendo, porque a recessão seca os canais que abastecem o Tesouro de impostos, e é preciso dinheiro público para salvar vidas em hospitais, postos de saúde e garantir alguma renda a dezenas de milhões de pessoas que vivem na informalidade, entre outras, os servidores precisam dar sua contribuição. Eles são um dos maiores itens de despesa nos orçamentos públicos, federal, estaduais e municipais.
Fantástico, justo e correto.
Mas vamos ampliar um pouco o mundo. Além de trabalhadores do setor privado e público, vamos incluir os beneficiários de ganhos financeiros em cima da dívida pública.
O Brasil é um caso único de ganho em cima do Tesouro. Em outros mercados, acionistas e executivos ganham em cima de operações não muito corretas, de recompra de ações, mas, em todo caso, fica entre eles e o mercado.
Veja bem, esse ganho financeiro não gerou um emprego, um aumento do nivel de atividade, não exigiu esforço algum. Bastou aplicar em títulos públicos e esperar o resultado em casa.
Já os gastos do funcionalismo, tirando uma elite de marajás e distorções pontuais, resultam em produtos entregues: aulas, atendimento de saúde, segurança, arrecadação fiscal, regulação do setor monetário etc. Podem melhorar? Podem. Podem deixar de existir? Jamais.
E nada como analisar o próprio balanço do Grupo Globo e comparar receitas financeiras estéreis (pois não resultam em investimentos nem em mais emprego, nem exigem criatividade, inovação, melhorias) com empregos públicos essenciais.
O resultado operacional líquido (aquele que reflete receitas menos despesas) em 2019 foi negativo em R$ 572,5 milhões, contra R$ 530 milhões em 2018. Quando inclui a TV por assinatura, o resultado operacional foi melhor, mas também em queda, de R$ 573 milhões contra R$ 1 bilhão em 2018.
Quando se entra nos resultados financeiros, o quadro muda. A receita financeira em 2019 foi de R$ 752 milhões, contra R$ 1,2 bilhão em 2018. 2020, sem eventos esportivos, será pior.
Mas a questão é outra. Vamos a algumas comparações, com algumas categorias fundamentais do funcionalismo.
Confira a tabela.
O lucro financeiro da Globo em 2018 daria para contratar
* 6.944 médicos clínicos para o SUS,
* ou 25.469 professores do ensino básico,
* ou 7.234 médicos cubanos, garantida a parte de Cuba,
* ou 30.848 funcionários DAS 1 e 8.033 DAS 4,
* ou 8.286 professores com doutorado.
Representa o mesmo que os vencimentos de
– 120 Ministros do STF ou – 6.186 Almirantes de Esquadra, ou ainda – 3.963 fiscais da Receita.
Por que é possível essa comparação? E porque a Globo tem interesse em reduzir o salário do funcionalismo público e manter as regras fiscais? Porque todos esses gastos são medidos em reais e constam do orçamento. Saem todos da mesma boca de caixa. E, portanto, a Globo está defendendo os interesses dela e de todos os proprietários de dívida púbica. Em um momento de calamidade, a Globo está discutindo contabilidade.
Vamos comparar, agora, com programas relevantes do setor público.
penúltima coluna é a equivalência com o lucro financeiro de 2019; a última com o lucro financeiro de 2018.
Confira, então, que apenas o lucro financeiro da Globo correspondeu 1,11 o orçamento da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo; a 2,23 da Universidade Federal de Ouro Preto e a 3,52 da Universidade Federal do ABC.
Corresponde a 1,66 vezes mais tudo que é gasto com Vigilância Epidemiológica, 5.20 vezes mais do que os gastos com toda a população indígena e 6,25 vezes as verbas para desenvolvimento científico.
Repito, é um dinheiro estéril, que não resulta em mais investimento, em mais emprego, em mais riqueza. E representa o ganho de apenas uma grande empresa nacional.
Á medida que o coronavirus vai fazendo baixar a maré da especulação, as águas vão se esvaindo deixando à vista os detritos e comparações inevitáveis. E a dúvida que jamais será respondida: como chegamos tão baixo no nível de percepção e no conceito de justiça e de desenvolvimento?
Petista diz manter quarentena, comenta crise do coronavírus e prega solidariedade: “É preciso cuidar dos mais pobres”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva distribuiu em vídeo gravado para seu canal no YouTube sua primeira manifestação pública depois de retornar da Europa. Depois de 12 dias de agendas naquele continente, Lula testou negativo para coronavírus ao chegar ao Brasil e decidiu, mesmo assim, submeter-se a uma quarentena. O objetivo é se preservar e evitar riscos em contatos com pessoas próximas.
No vídeo, Lula classifica como patética a entrevista coletiva concedida pela equipe liderada pelo presidente Jair Bolsonaro. “Não era possível eu ficar quieto”, disse. E fez um apelo: “Eu estou cuidando de mim e quero que você cuide de você. E é obrigação do governo cuidar das pessoas, não de seu ego”.
O ex-presidente afirma que o governo não deve colocar a preocupação com a questão fiscal à frente do combate à pandemia e precisa investir recursos para que o país supere a pandemia da Covid-19 com o menor sacrifício possível da população. “Depois nos preocupamos todos com a recuperação do país.”
Lula elogiou a cobertura da imprensa no esforço de produzir informação sobre a pandemia observou ainda a contradição de Bolsonaro, que falou em instaurar estado de calamidade pública. “Primeiro ele diz que é histeria, depois diz que é calamidade.”
A Globo, não se enganem, está de prontidão política, muito mais para vigiar Lula do que Bolsonaro.
Mas como esconder Lula se nesta segunda-feira mesmo, a única coisa que Guedes falou que presta para combater o coronavírus é ampliar os beneficiados do programa Bolsa Família criado por Lula? Porque Bolsonaro excluiu 1 milhão de famílias do programa e, agora, teve que voltar atrás.
Lula é a mosca que posou na sopa da Globo e ela nunca conseguiu tirar.
Teria a 5ª derrota eleitoral consecutiva para Lula, possivelmente a mais acachapante, se não desse ordens para Moro, o capanga da milícia, prendê-lo para tirá-lo do páreo.
Como desaparecer com Lula se o que ainda não foi destruído por Temer e Bolsonaro e que sustenta o país, do ponto de vista econômico e social, tem as digitais de Lula?
Isso é jogar farinha no fantasma.
Todo mundo vê a imagem de Lula cada dia mais forte com a tragédia chamada Bolsonaro, criado e nutrido pelo ódio da Globo e afins.
As UPAS, o maior investimento em pesquisa, o pré-sal, o Luz Para Todos, o Bolsa Família, as reservas internacionais e por aí vai.
O programa Mais Médicos de Dilma que agora o governo Bolsonaro corre desesperado atrás, principalmente dos médicos cubanos, para perder de menos para o coronavírus, é outra lambada da realidade que a mídia finge não saber como é importante agora.
O país nunca precisou tanto de Lula como agora e a Globo sabe disso. Ninguém, senão Lula, seria capaz de um feito de tal envergadura que trataria com urgência medidas positivamente discriminatórias que são a única forma de refazer um balanço mais digno com políticas compensatórias que, certamente, não vão corrigir injustiças seculares, mas que não vão excluir ou separar uma parcela segregada da sociedade, porque cientificamente está comprovado que não há como o país se salvar do coronavírus se, junto, não salvar os pobres.
E todos sabem que não há ninguém capaz de cumprir essa missão, senão Lula.
Está aí a sinuca de bico em que se encontra a Globo e a escória do dinheiro que patrocinou a campanha infame e a condenação de lula, porque todos já entenderam que o coronavírus não escolhe idade, cor, gênero, condição financeira e social e, muito menos baronatos midiáticos.
Nesta segunda-feira, o tucano Armínio Fraga, em entrevista com Miriam Leitão, sem citar Lula, lógico, até porque é proibido na Globo, disse uma frase que representa o pensamento de Lula, “O Brasil só caminhará para um desenvolvimento sustentável se incluir os pobres no orçamento”.